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Prorrogado prazo de inscrições para o Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura

01/12/2008 - Foi prorrogado para 26 de janeiro de 2009 o prazo de inscrições para o Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura, promovido pelo Governo do Estado de Santa Catarina. Criado com o objetivo de estimular a produção, circulação, pesquisa, formação, preservação e difusão cultural no Estado, o Edital busca contribuir para o desenvolvimento das Artes Populares, Artes Visuais, Letras, Música, Dança, Patrimônio Cultura e Teatro. Apoiado pela Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e Conselho Estadual de Cultura (CEC), o edital contempla um investimento total de R$ 6,8 milhões. As inscrições, gratuitas, estão abertas desde 26 de outubro e seriam encerradas em 12 de dezembro, data adiada devido ao estado de calamidade registrado em várias cidades catarinenses, atingidas pelas fortes chuvas. O edital completo e retificado está no link "Downloads" do site da FCC (www.fcc.sc.gov.br), assim como uma lista com as perguntas mais freqüentes e orientações para a prestação de contas.

Tendo como objetivo principal apoiar iniciativas culturais e artísticas do Estado, sobretudo quando revestidas de interesse social, o Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura busca a ampliação das oportunidades de criação, distribuição e fruição dos bens culturais. Visa ainda à construção permanente de uma cidadania com possibilidades de incorporar a memória e a diversidade da sociedade catarinense, estendendo o acesso à cultura às mais diversas comunidades.

O edital contempla sete grandes áreas: Artes Populares, Artes Visuais, Projetos e Obras, Letras, Música, Patrimônio Cultural e Teatro. A área de Artes Populares é subdividido nos segmentos Folclore, Artesanato e Arte Circense. Artes Visuais contemplará Projetos e Obras, e Bolsas de Execução. No segmento Dança, recursos para Produção e/ou Circulação. Na área de Letras, subdivisão nos segmentos Publicações e Escritor na Escola. Para Música, recursos para gravação de CDs e DVDs. Na área de Patrimônio Cultural, investimento nos segmentos Material e Imaterial, Museus e Acervos. Em Teatro, prêmios para circulação, montagem e pesquisa. Os requisitos e as explicações de cada uma das áreas, bem como suas competências exclusivas, estão no Edital.

Como forma de democratizar o processo de elaboração das diretrizes norteadoras de uma política cultural capaz de atender aos anseios e reais necessidades da comunidade, a Fundação Catarinense de Cultura e o Conselho Estadual de Cultura conclamaram artistas, produtores, entidades e outros profissionais do setor cultural para avaliar, durante o mês de agosto de 2008, a redação final do Regulamento do Edital do Prêmio "Elisabete Anderle". As sugestões foram analisadas pela Comissão de Organização e Acompanhamento dos Editais.

Mais informações: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou (48) 3953-2347

Considerado um dos mais importantes intérpretes do piano romântico no mundo, Arthur Moreira Lima faz apresentação única no Teatro Governador Pedro Ivo, inaugurado recentemente pelo Governo do Estado, em Florianópolis. O concerto, inicialmente programado para acontecer na semana de abertura do espaço, no final de novembro, foi adiado em função da calamidade que se abateu sobre o estado. "Tivemos que atrasar, pois a situação foi realmente muito grave. Mas agora é também hora de agir, agradecer o apoio recebido e, principalmente, nos ajudarmos. Mais do que nunca é necessário oferecer mais espetáculos, mais arte. A arte tem poder de reagir frente às intempéries. Ela nos deslumbra, nos deixa feliz, nos emociona e, acima de tudo, ajuda a levantar a moral, a auto-estima, para que possamos continuar como a vida que não acabou", observa o pianista.

Neste concerto Moreira Lima apresenta um repertório de clássicos mais populares, entre eles Chopin, Mozart, Bach, Beethoven, e outros compositores do universo erudito que ele mesmo ajudou a popularizar como Villa Lobos, Chiquinha Gonzaga, Piazzola e Pixinguinha, além de algumas surpresas.

Desde o início dos anos 90, Arthur possui uma casa em Florianópolis e, a cada ano, passa mais tempo em Santa Catarina do que na sua terra natal, o Rio Janeiro, onde também tem residência. A escolha se deve à busca de qualidade de vida.

Observador atento, acredita que o Estado tem muito mais a oferecer em termos de cultura do que se imagina: "Santa Catarina é uma praça muito forte, muitas vezes mais fácil do que Paraná ou Rio Grande do Sul. O povo daqui é entusiasmado, tanto que qualquer espetáculo de qualidade que é oferecido lota, as pessoas comparecem. Aqui há sede cultura e um campo enorme a ser explorado". Para ele, "muitos produtores estão bobeando ao trazerem apenas eventos que já estão programados para os estados vizinhos." Defensor da cultura como prioridade, ele acredita que "se Florianópolis, Joinville, o Vale do Itajaí e mais outras cidades como Jaraguá do Sul e Criciúma se unissem em torno desta causa, teríamos agradáveis surpresas. Falta um pouco de visão tanto da iniciativa pública, mas principalmente da privada, que não quer arriscar, não quer ousar."

Com a tarimba de um erudito que já se apresentou em favela, com o mesmo rigor e disciplina de uma apresentação nos melhores teatros da Europa, ele é um defensor da difusão da cultura onde o povo está, ou seja, levar espetáculos onde não existe sequer estrutura física para isso. Como outros artistas e produtores locais, também comemora a abertura de mais um teatro, na capital. "Um teatro é sempre bem-vindo, Florianópolis está se preparando para cada vez mais consumir cultura e arte. Precisamos agora é criar ações, testar, ousar nas produções e apresentações. O Pedro Ivo é mais um queijo na nossa mão, temos agora é que usar a faca", conclui o artista.

Em 2009, Arthur volta à estrada no projeto Um piano na estrada, para levar música erudita a quem não tem acesso, ou mesmo não conhece. Ele prepara turnê especial pela região Sul, principalmente Santa Catarina, que vê como um enorme campo artístico cultural.

O que: Concerto de piano com Arthur Moreira Lima

Onde: Teatro Governador Pedro Ivo, bairro Saco Grande, anexo ao Centro Administrativo do Governo do Estado, na Rodovia SC - 401, Km 5, nº 4.600, Florianópolis.

Quando: quinta-feira, dia 11 de dezembro, às 20:30

Como: ingressos à venda na bilheteria do Centro Integrado de Cultura - CIC, das 14h às 19h e sábado e domingo, das 14h às 18h.

Quanto: R$20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)- vendas somente a dinheiro

Saiba mais:

O Pianista:

Nascido no Rio de Janeiro, Arthur Moreira Lima começou a estudar piano aos seis anos e, já aos nove, tocava um concerto de Mozart com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Foi aluno de Lúcia Branco (também professora que incentivou o jovem Tom Jobim a tocar suas próprias composições, ao invés de se tornar um pianista clássico). Em 1959 foi estudar com a professora Marguerite Long, em Paris, e ficou três anos. Em 1963, ganhou uma bolsa para aquele que era, na época, o mais prestigiado nicho formador de pianistas do mundo: o Conservatório Tchaikovsky, em Moscou. Estudou lá durante cinco anos. E depois, ficou mais três, fazendo pós-graduação e sendo assistente de cátedra do grande mestre Rudolf Kehrer. Nesse meio tempo, obteve o segundo lugar no Sétimo Concurso Chopin, o mais prestigiado do mundo, realizado em Varsóvia, em 1965. Preferido do público, foi ovacionado durante vinte intermináveis minutos. Começava ali sua carreira internacional.


"Certa madrugada paulistana, alguém confundiu, no balcão de uma padaria da rua da Consolação, Arthur Moreira Lima com um mágico. Ele vinha de um concerto seguido de um jantar prolongadíssimo, e ainda vestia a casaca de músico, daí a confusão.

Isso aconteceu no começo de 1971, numa das primeiras vezes em que Arthur vinha tocar no Brasil, na época, ele morava em Viena. O inusitado da situação fica por conta do acerto involuntário: incapaz de qualquer truque de prestidigitador, Arthur Moreira Lima é, sem a menor dúvida, capaz da mais alta magia em seu ofício. O inusitado da localização: afinal, quantos pianistas eruditos bem sucedidos podem ser encontrados, num fim de noite, num balcão de padaria? Fica por conta de uma das mais marcantes características de Moreira Lima: sua irremediável vocação para a matreirice carioca, seu talento inquebrável para manter muito da irreverência juvenil, sua obstinada proximidade com o dia-a-dia do brasileiro. E esta é, possivelmente, a melhor maneira de descrever Arthur Moreira Lima: o mais brasileiro dos grandes pianistas de formação erudita da nossa história", conforme descreve o jornalista e escritor Eric Nepomuceno, no autor de sua biografia, no site oficial do músico.

Por volta de 1978, Arthur Moreira Lima arriscou trocar duas décadas de prestígio na Europa pelo Brasil. Cansado de ser estrangeiro em outros países, se sentia realizado como pianista, mas queria ser realizado como brasileiro. "Lá fora, as coisas estão feitas, estão prontas. Aqui, não. Eu sentia que no Brasil poderia participar do processo cultural, de maneira ativa. Sabia que num país com uma elite pequena e indefinida como é o Brasil, tentar democratizar as coisas, no meu caso, a música, seria extremamente difícil. Mas sabia também que valia a pena", reflete para completar: "acredito que estou dando minha contribuição". Com uma média de 90 apresentações por ano, tocando para as platéias mais diversas nos lugares mais inusitados, ele certamente contribui, e muito, nessa tentativa de democratizar o que normalmente é privilégio de pouquíssimos: a música, a arte em seu estágio mais nobre, ou seja acessível, indo onde o povo está.

Neste sentido, o pianista tem sólido trabalho de resgate e difusão das raízes culturais brasileiras. Foi solista da primeira audição do Concerto n. 1 de Villa-Lobos no Japão, Rússia, áustria e Alemanha. Foi também o pianista que fez reviver a obra de Ernesto Nazareth. Por seu trabalho discográfico no Brasil, recebeu por duas vezes consecutivas o Prêmio Sharp (1989 e 1990). Nos Estados Unidos, seu CD da obra de Ernesto Nazareth foi incluído na lista das melhores gravações do ano da Stereo Review Magazine. Um CD de Chopin Favourites lançado no Japão pela Nippon Columbia continua como um dos best-sellers da companhia.


O escritor Nepomuceno completa a sua descrição do pianista com uma pergunta: qual o espanto provocado por Arthur em boa parte da crítica?

"Justamente sua negativa a aceitar fronteiras rígidas entre o erudito e o popular, entre arte maior e arte menor. Para ele, são diferentes expressões de uma mesma cultura rica, diversificada e em eterna ebulição. Tocar Chopin e Mozart em praça pública, em praia ou numa favela com a mesma dedicação com a qual enfrenta as platéias mais exigentes e sisudas do mundo tocando Nazareth e Pixinguinha é, para Arthur Moreira Lima, uma questão de princípio. Sente-se especialmente gratificado quando constata a emoção de alguém que nunca havia visto um pianista de sua estatura tocar Chopin e isso, certamente, só ocorre quando ele procura o público mais amplo, justamente aquele que normalmente é segregado dos grandes teatros dedicados à erudição. Se o trabalhador não tem como ir ao Municipal ouvir Chopin, Arthur leva Chopin ao trabalhador. Assim de simples, assim de justo.

Misturando Liszt, Nazareth, Chopin, Piazzolla, Bach, Villa-Lobos, Mozart e Pixinguinha, Moreira Lima conquistou o público: conseguiu democratizar a música erudita e valorizar, em sua devida dimensão, a música popular. E tudo isso sem concessões, com rigor extremo. Arthur Moreira Lima cumpriu cinqüenta anos de carreira com o entusiasmo de estreante, intacto, intocável. Quem observar com a devida calma sua trajetória chegará a conclusão de que ele poderá perfeitamente inscrever seu nome entre os maiores da história do piano e dos intérpretes de música erudita do Brasil. Poderia. Mas, de fato, o que ele fez e vem fazendo é inscrever seu nome na história da cultura deste país.

De todas as suas atividades, uma se sobressai, definitiva: empregar seu vasto e singular talento na busca da democratização da música, a mais nobre das artes. Arthur Moreira Lima deixou, há um bom tempo, de ser apenas um dos maiores pianistas da história brasileira. Ele é um dos nomes mais importantes da nossa cultura."

Festival na capital é dedicado à cinematografia francesa

(02/12/2008) O Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro, em parceria com a Fundação Catarinense de Cultura (FCC), abre as portas entre os dias 4 e 11 de dezembro para o Festival Varilux de Cinema Francês, que apresentará diversas sessões de longa-metragens ao longo do dia. A abertura foi com o filme Dois em um, do cineasta francês Daniel Auteuil, e coquetel após a sessão. Mais informações no site www.cineclubedesterro.art.br.

No dia 05, o Festival começa com as exibições de La Belle Personne, de Christophe Honoré, e Felix e Lola, de Patrice Leconte, às 19h30min e às 21h30min, respectivamente. Produzido em 2008, La Belle Personne conta a história de uma garota de 16 anos que troca de colégio durante o ano acadêmico e logo se enturma com os novos colegas. Com uma beleza chamativa, ela começa a namorar um rapaz antes de se dar conta que está apaixonada pelo professor de italiano. Em Felix e Lola, um profissional de um parque de diversões conhece a triste e silenciosa Lola. Ao se apaixonar por ela, percebe que um mistério envolve seu passado. No sábado, a programação segue com a reapresentação de Felix e Lola, às 19h30min, e Dois em um, às 21h30min.

No dia 07, domingo, às 19h30min o Festival segue com a reapresentação de Dois em um, protagonista da abertura do evento. Na próxima sessão, às 21h30min, o contemplado é 15 anos e meio, comédia de François Desagnat e Thomas Sorriaux. A narrativa discorre sobre Philippe Le Tallec, um brilhante cientista há quinze anos nos Estados Unidos. Depois da temporada, ele decide voltar para a França para finalmente encontrar a filha Eglantine. Philippe está disposto a recuperar o tempo perdido, mas a adolescente, rebelde e com outros interesses, não parece muito inclinada a embarcar no relacionamento. O cientista, então, precisará se desdobrar para conquistar a garota.

Na segunda-feira, dia 08, o Festival Varilux prossegue com a reapresentação de 15 anos e meio, às 19h30min, e La Belle Personne, às 21h30min. Na terça, dá seqüência às exibições inéditas, às 19h30min, com Elogio ao amor, produção entre a França e Suíça, dirigida por Jean-Luc Godard, ícone da Nouvelle Vague, com o hoje clássico Acossado (1959) Trabalhando com imagens em preto-e-branco e em cores, a narrativa aborda o relacionamento de três casais, recusando a linearidade da narração. O drama, lançado em 2001, tem duração de 97 minutos.

No dia 10 de dezembro, o Festival Varilux apresenta Beijo na boca, não!, dirigido em 2003 pelo cineasta Alan Resnais, outro expoente da Nouvelle Vague, e estrelado por Audrey Tatou. Filmado em preto e branco, tem 115 minutos de duração e conta a história de um próspero industrial que acredita ter sido o primeiro homem de sua esposa. Ela esconde, porém, um casamento anterior com um americano, quebrado pela recusa do marido em beijar na boca. A produção, adaptada da opereta cômica Pas sur la Bouche!, de 1925, será exibida às 19h30min. Em seguida, às 21h30min, Atrizes.

Na noite de encerramento, dia 11 de dezembro, o Festival Varilux reapresenta o longa Atrizes, às 19h30min, e Elogio ao Amor, às 21h30min.

No dia 10 de dezembro de 1998, Santa Catarina e o mundo deixaram de contar com a inquietação criativa e a combatividade em prol da arte do poeta Lindolf Bell. Nascido em Timbó no fim do período entreguerras, o poeta filho de lavradores liderou o movimento conhecido como Catequese Poética, que objetivava divulgar a poesia entre o grande público. Bell acabou falecendo após não resistir a uma cirurgia cardíaca em Blumenau.

Lindolf Bell nasceu em 2 de novembro de 1938, crescendo no mesmo local onde veio ao mundo. Mesmo desempenhando o ofício da agricultura, os pais de Bell legaram ao filho a sensibilidade para a poesia. Aos 20 anos foi servir na Polícia do Exército no Rio. Ali, sua habilidade como poeta começou a florescer para o mundo, quando declamou versos no Juramento à Bandeira, surpreendendo os colegas. Em 1962, foi apresentado, em São Paulo, a Lygia Fagundes Telles, Cecília Meireles e ao seu primeiro editor, responsável pelas duas primeiras obras: Os Póstumos e As Profecias e Os Ciclos.

Em 1964 surgiu a Catequese Poética, movimento cuja repercussão alastrou-se no país e no exterior. Por conta de um cativante dom para a declamação, o poeta de Timbó tornou-se o grande expoente da Catequese, recitando poemas para as massas em praças e até num estádio. Sua fama espalhou-se entre o grande público graças ao movimento, que transformou qualquer lugar de grande circulação em palco para a poesia. Além de declamar, ele conversava com as pessoas sobre os poemas. Infelizmente, com o aumento da repressão do regime militar, ele foi obrigado a suspender sua atuação junto ao povo. O governo da época não gostava de aglomerações populares como as que ele provocava, que poderiam se tornar um foco de subversão.

- Bell sempre foi uma pessoa muito preocupada com a divulgação da literatura - lembra Lauro Junkes, presidente da Academia Catarinense de Letras, lembrando a Catequese Poética.

Depois do período vivido na capital paulista e um tempo nos EUA, casado com a escultora Elke Hering, retornou a SC, passando a divulgar também as artes plásticas. Ajudou a fundar, em Blumenau, a galeria de arte Açu-Açu, a primeira do Estado. Por volta de 1970, sua atuação sofre um inflexão, e sua poesia, antes mais social e urbana, passa a ser introspectiva e bucólica. O marco de passagem talvez seja a obra As Annamárias, publicada em 1971, porém escrita três anos antes, depois do rompimento com a cantora lírica Anna Maria Kieffer. O trabalho recebeu elogios de Carlos Drummond de Andrade, que, na época, o qualificou como a mais importante obra lírico-amorosa de língua portuguesa em 15 anos.

Lembrando o aniversário de falecimento de Lindolf Bell, a Casa do Poeta programou para hoje o 10 Versus 70. O nome vem da constatação de que Bell estaria com 70 anos aos 10 de sua ida. A Casa do Poeta, em Timbó, abrigará diversas atividades culturais, entre elas a reedição da Exposição Comemorativa dos 30 Anos da Catequese Poética,que ficará montada até o dia 30.

Arthur Puls | Timbó

Serviço

Quando: hoje

Horário: 20h

Onde: Casa do Poeta, Rua Quintino Bocaiúva, 902, Bairro Quintino, Timbó

Ingressos: entrada franca

Informações: (47) 3399-2074

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Lindolf Bell: vida e obra

Nos 10 anos da morte do poeta catarinense, um amigo e conterrâneo lembra de seus gestos e de suas palavras

Por Péricles Prade * | Especial DC

A vida - Conheci o poeta Lindolf Bell, filho de pai de origem alemã e mãe de linhagem russa, em Timbó, Santa Catarina, durante nossa infância/juventude passageira, quando, a exemplo de outras crianças, furtávamos melancias e jabuticabas nos pomares da vizinhança com a paternal tolerância dos proprietários.

Na adolescência estreitamos os laços afetuosos e intelectuais. O primeiro contato real de amizade ocorreu no Ginásio Rui Barbosa, época em que, fraternalmente, nos ligamos ao universo da poesia. Era por volta de 1955. A vocação literária, no Colégio, foi estimulada pelo falecido professor Gelindo Sebastião Buzzi, diretor do estabelecimento, que lecionava português e literatura brasileira, cuja paixão literária era imantada pelo romantismo de cunho social, à maneira de Victor Hugo, sendo Castro Alves o predileto entre os brasileiros.Tanto Bell quanto eu sofremos a generosa "imposição" poética desse mestre, mas, na verdade, outros foram, depois, os rumos de nossa estética.

Lembro-me que, em geral nos finais de semana, líamos, comovidos, nossos poemas ainda na fase embrionária. Os dele impregnados de lirismo telúrico-amoroso (alguns de cunho mais social, revelando inclinação futura numa determinada fase) e os meus de expressão simbólica e imagética. Nenhum daqueles poemas integraram nossos livros de estréia, conquanto tenham sido fundamentais para o crescimento literário e espiritual.

O relacionamento afetivo e intelectual continuou no curso do tempo, até a morte prematura, lamentada por todos que privaram de sua luminosa vida. Posso assegurar, sem falsa modéstia, que ninguém o conheceu na intimidade pessoal e familiar tanto quanto eu. é que, na maturidade, tornei-me o mais assíduo confidente, se não o único, sem quaisquer reservas mentais. Sei dos amores e dos desamores, glórias, frustrações, disponibilidade cultural em relação às novas gerações, encantos e desencantos, infinito desejo de viver e consciência da genialidade.

Talvez por isso mesmo fui o amigo que por último com ele falou, já colocado na maca, através do celular repassado pelo filho Pedro, antes de adentrar a sala de cirurgia para nunca mais voltar e onde passou horas e horas com o peito aberto até o vulnerado coração parar de bater.

Tinha um hábito. Gostava, com freqüência exemplar, de escrever cartas aos amigos, escritores, artistas plásticos e outras pessoas de sua relação. A correspondência era prolífica. Convém que este rico material seja organizado, visando à publicação, inclusive de certos bilhetes reveladores de sua conflituosa existência.

Envolveu-se com as artes plásticas, tendo ingressado nas Associações Brasileira e Internacional de Críticos de Arte. São centenas as suas apresentações de artistas em catálogos, ressaltando-se as escritas após ter fundado a Galeria Açu-Açu em Blumenau.

Competente marchand atípico (a vantagem pecuniária não era o escopo primordial), foi como lavrador, no entanto, que ele na adolescência trabalhou, tendo, mais tarde, exercido as funções de contador, escriturário e outras, após uma temporada no Exército, no Rio de Janeiro.

Sua verdadeira "profissão", entretanto, sempre foi a do poeta em tempo integral, apesar de ter podido, contemporaneamente, atuar como ator. Diplomou-se pela Escola de Arte Dramática de São Paulo, período em que escreveu algumas peças teatrais (nenhuma delas publicada e nem sei onde se encontram). Recordo-me de uma, intitulada As Irmãs, lida num domingo em sua casa.

Sobre a personalidade do poeta, não me furto de aflorar aspectos que considero pertinentes. Antes de tudo, enfatizo a sua generosidade. Estava sempre disposto a ajudar os outros, mormente os jovens que trabalhavam nos campos da literatura, das artes plásticas e do cinema. Não escolhia o momento para auxiliar quem o procurasse.

Daí a emergência de outro traço virtuoso: a solidariedade que tem origem na bondade. Era capaz de tirar a roupa do corpo para cobrir o do próximo. Assisti a inúmeras atitudes dessa natureza. Com os amigos, então, chegava ao paroxismo. Chamava-os de irmãos, inquirindo: "Pode existir maior beleza além do exercício do amor da amizade?" E concluía: "Estar com amigos é impedir que ervas daninhas cresçam entre nós e dentro de nós". Uma de suas cartas assim o revela.

Quando algum raro estremecimento ocorria, dificultando o relacionamento, ficava melancólico, reflexo de sua sensibilidade à flor da pele. Nem por isso era uma criatura frágil. Pelo contrário: emoldurava-lhe forte postura diante da vida.

Outro aspecto relevante que não se pode deixar à margem é o referente à liderança do movimento poético por ele criado em São Paulo, no ano de 1964, terminado no final de 1968, mas de repercussão ainda duradoura. Trata-se do afortunado I, que, da capital paulista, onde surgiu, se espraiou a vários estados. Foram seus integrantes, entre outros, Rubens Jardim, Luis Carlos Mattos, Iracy Gentille, Jaa Torrano, Carlos Voight, Ana Cristina de Mattos, Iosito Aguiar, Germinal de Amor e Edson Santana, bem como os catarinenses Erico Max Müller e Eulália Maria Radtke.

A finalidade do movimento era catequizar, como sugeria o seu batismo, levar a poesia ao conhecimento do grande público através de leituras de poemas em lugares previsíveis e imprevisíveis, como o Viaduto do Chá (SP), estádios de futebol, teatros, boates, feiras, clubes, escolas e eventos de toda natureza. Como em nosso país as pessoas pouco lêem, foi a melhor forma encontrada de conduzir a poe-sia diretamente ao povo, democratizando-a. Bell, portanto, não foi só um poeta de excelência.

Era líder compulsivo, sendo, entre os componentes do Catequese Poética, o melhor dos declamadores, encantando todas as platéias. Por esta razão, Paulo Leminiski acentuou que "nunca tinha visto ninguém dizer poemas tão bem, com tanta intensidade, tanta garra, tanto domínio da voz, do gesto e do sentido". Todos endossam esta verdadeira afirmação.

Com o retorno a Santa Catarina, enfurnando-se na residência dos pais, onde hoje está instalada a Casa do Poeta, o Catequese, antes movimento ativo e depois semi-ativo, esmaeceu por completo, até porque "o poema é o delírio organizado precariamente" e "o seu lugar é onde possa desorganizar", conforme ele dizia.

Como o poeta catarinense o encarnava, seu deslocamento de São Paulo implicou nova liturgia poética, agora de lastro mais pessoal. Em vez de serem utilizados os mesmos recursos da década de 1960, o lugar dos poemas passou a ser outro: as praças públicas usadas de forma distinta, com inscrições nos monumentos; as camisas e camisetas (impressões conhecidas como "corpoemas"); varais (dependuradas neles as poesias de tempos variados), cartões-postais e fotografias, como as de Lair Bernardoni e Priscila Prade (imagens com versos nelas apostos, imbricando as respectivas linguagens), etc, etc.

Assim, aquele movimento-reitor, então de caráter coletivo, veio a ser, interna e/ou externamente, o do poeta em trânsito. Agora um movimento subjetivo, singularíssimo, amoroso, afastado das multidões encantadas de outrora.

Preferiu o retorno às raízes, onde inquieto permaneceu, até falecer, devido à grave enfermidade que a todos escondia. Nasceu em Timbó, no dia 2 de novembro de 1938, falecendo a 10 de dezembro de 1998, em Blumenau. Enterrado na terra natal, continua lá, a tudo observando sob a lápide e os girassóis que tanto amava, garimpando outras palavras transportadas pelo vento cativo das estações do Vale do Itajaí.

A obra - Lindolf Bell publicou Os Póstumos e as Profecias (1962), Os Ciclos (1964), Convocação (1965), A Tarefa (1966), As Annamárias (1971), Incorporação (1974), Vivências Elementares (1980), O Código das águas (1984), Setenário (1985), Iconographia (1993), Pré-textos para um Fio de Esperança (1994) e Réquiem (1994), todos de poesia, além de Curta Primavera, narrativa lírica (1966).

Deixou, inédito, certamente o seu livro mais importante, intitulado Anima Mundi, concluído no ano de 1997, cujos poemas ouvi quando ele os leu, na cidade de Florianópolis, em minha biblioteca. Esse livro, para espanto geral e por mágico encanto, desapareceu! Ninguém sabe onde se encontram os originais. Mistério total. Todos lamentam o estranho fato, ainda mais porque é necessária sua leitura crítica para o melhor aprofundamento da análise da obra completa.

Ressalto que Iconographia repete os poemas A Tarefa (1966), Iconografia de um quadro (1985) e Nona tarde longínqua (1978), sendo Incorporação (1974) uma coletânea organizada por ele mesmo e com a inclusão de poucas poesias novas.

Atendendo a um critério diferente, faço alguns apontamentos, obedecendo, com rigor, à ordem cronológica dos livros, por entender que, dessa forma, é mais fácil compreender a evolução de sua trajetória, remetendo-me, contemporaneamente, à síntese de sua fortuna crítica.

Quanto ao livro Os Póstumos e as Profecias, Carlos Felipe Moisés pôs realce maior nos núcleos emotivos, apontando que Bell se volta a si próprio, ao tempo perdido da infância e à natureza, considerando-o afeiçoado ao universo do lirismo.

Também Os Ciclos atraiu aplauso crítico. Dora Ferreira da Silva retomou o olhar sobre as origens, referindo-se ao rio heraclitiano, às águas do tempo, ao vocabulário agrário, à embira atávica, vendo, nele, um poeta preservando a memória, lírico transeunte selado pelo destino de filho pródigo da terra que tem, no amor fraterno, o seu lugar metafísico ladrilhado a partir da solidão obsessiva.

Já Convocação foi apresentado por Nogueira Moutinho, invocando o conceito de poesia de Pasternak como "tensão tradutora", ao acentuar a intuição do escritor russo para justificar o ideal do então jovem poeta à aptidão ao cântico, à intenção libertadora da música e à comunicação com o outro ao tematizar os problemas existenciais pela linguagem.

Em seguida manifestou-se Cassiano Ricardo, posfaciando A Tarefa. Salientou tratar-se de caso literário singular, réplica romântica aos experimentos de vanguarda, sem o caráter anterior dos livros repletos de "poesia de rua", ao mesmo tempo em que, ao admitir a relevância da oralidade (pós-vista por C.Ronald, à maneira de Maiakoswki), elogiou o aprendizado de sentido formal, a disposição gráfico-semântica das palavras, o despojamento das palavras-coisas, a imagem como veículo clarificador do conceito e a economia da linguagem, fruto de maior concisão.

E eis que surge As Annamárias. Lendo-o, imediatamente após a publicação, Carlos Drummond de Andrade assinalou que o livro é um dos mais importantes da poesia lírico-amorosa dos últimos 15 anos em língua portuguesa (a referência é de 1971). Antonio Carlos Vilaça, por sua vez, justificou a sensualidade desprovida de sabor nitidamente erótico. Além deles, Nereu Corrêa assegurou a perfeita coexistência da tensão lírica e da tessitura verbal, Maria Carneiro da Cunha registrou a presença da recriação lingüística em função do uso da riqueza dos anagramas, das homofonias, das aliterações e do ritmo, propiciatórios de experiência lúcida, e Marita Sasse remarcou a busca do instante metafísico bachelardiano, para, ao inaugurá-lo, ser congelado o próprio tempo.

Após essa criação poética (constituindo As Annamárias, sem dúvida, o ponto mais alto de seu virtuosismo), é publicado Vivências Elementares, constatando Reynaldo Bairão autêntica renovação semântica, perfeita adequação entre forma e conteúdo, revalorização metafórica, a par de equilibrada unidade, merecendo destaque álvaro Cardoso Gomes ao considerar a terra e o rio como os dois eixos do livro, o primeiro o elemento sólido e o segundo a imagem da coisa-em-seu-fluir, mediante a instauração de uma anarquia de sentimentos, sobrelevando-se a realidade pelo canto por ter recriado o tempo sob a forma da memória.

Sucede-lhe O Código das águas, apontado por Cláudio Willer como marco de mudança, ponto de inflexão, documento poético de transição se cotejado com os livros que o antecederam, não obstante o poeta os consolide quando, em vez de reescrevê-los, se refaz na celebração da efemeridade, pondo agora, em suspenso, a denúncia de perfil humanístico (a perda da fraternidade entre os homens). Nessa obra o crítico não reconheceu com igual grau a tendência à interiorização (a remissão à memória subterrânea, como ocorria no Vivências Elementares) e ao predomínio da metáfora (em alguns textos precedentes), mas percebeu, com agudeza, a incidência da mesma dicção (ritmo e sentido, inclusive) no tocante ao peso maior dado à palavra como entidade constitutiva do poema. E tudo por que interiorizar-se também significa voltar-se à palavra, resultando na poetização da própria poesia (metalinguagem). Apontou, ainda, a existência de aparente descontinuidade, marcada pela brevidade/concisão, em contraponto às estruturas fechadas de As Annamárias e Vivências Elementares, configuradoras de um longo poema. E observando que, apesar da unidade conservada, oferece-se aberto, inacabado, em processo de transformação. Enfim, poesia de ultrapassagem e movimento, reveladora de outra espécie de rio, buscando a escrita primordial por intermédio da construção e reconstrução dos signos, despojando-se na linguagem despojada, revelando-se no caminho das perdas constantes.

Os livros posteriores, no fundo, retomam poemas publicados ou encartam poucos novos (Pré-textos para um fio de Esperança e Réquiem, este um opúsculo) e que bem poderiam re-imantar os louvores de Donaldo Schüller ("os verbos soam como chamamento para o fundamental"), Cremilda Medina ("a opção ascética corresponde, ao nível da linguagem poética, a uma gradativa limpeza de estilo, a palavra agarrada ao que de mais essencial verticaliza"), Rinaldo Gama ("a convivência de metalinguagem com o protesto panfletário") ou de Lauro Junkes ("cosmovisão poética, abrangendo desde a ancestralidade das vivências elementares, passando pela despersonalização da grande cidade, até concentrar-se na temporalidade telúrica do Vale do Itajaí").

Feitas as referências aos comentários, pergunto: é fundamental algum acréscimo? Não, reconhecendo que a síntese realizada, cujo alvo precípuo é o de retratar a importância da fortuna crítica, mostra-se suficiente.

Permito-me, apenas, glosar que, em nenhuma passagem, os analistas se referiram às influências. Como todo escritor, o poeta foi afetado pelas leituras no transcurso de sua evolução. Harold Bloom que o diga.

A influência mais relevante de sua criação poética, pelo menos nas obras iniciais, é encontrável nos poetas bíblicos. Lembro-me de nossas antigas conversas. Sei que perpassou os poetas alemães Rilke, Hölderlin, Novalis e Goethe, bem como os portugueses Camões (o lírico) e Fernando Pessoa (ele mesmo e os heterônimos). Quantos aos brasileiros, asseguro, leu muito Manuel Bandeira, Drummond, João Cabral de Mello Neto e Jorge de Lima, este sempre o mais invocado por ele, apaixonado que era pela Invenção de Orfeu.

Parece, contudo, que, muito embora ele jamais tenha dito algo a respeito, foi influenciado por Walt Withman, no início e no período intermediário de sua produção. Tanto em relação à vida (o fascínio pela oratória: o efeito dramático da voz; o orgulho do físico; um certo culto de si mesmo, etc), quanto à obra (experiência rítmica; força verbal; desprezo pela linguagem hierática; passagens rapsódicas; musicalidade sensorial; ousadia verbal; versos aquisitivos; egotismo; vínculo com a infância; imagens especulares), avultando a merge, assim denominada pelo poeta norte-americano, isto é, "a fusão e a identificação do eu com o outro, da alma com a natureza", como explica Rodrigo Garcia Lopes.

Anoto que, voltado mais para o microcosmo na fase da madureza (na definitiva conjugação dos arquétipos terra e água, com ênfase neste, revelador psiquismo hidrante de Bachelard), do que para o macrocosmo (de ressonâncias sociais, urbanas, no estágio inicial), é dotado de transparente originalidade, malgrado a compreensível influência. E não se esqueça: utilizando, mormente nos últimos livros, com regularidade (na proustiana busca do tempo perdido e na dureé bergsoniana religada à memória-recordação), a técnica dos fragmentos compostos na direção da unidade estilística (à maneira de Eliot em determinados poemas), revelou-se Lindolf Bell obcecado pela carpintaria da linguagem caleidoscópica de sintaxe lúdica, esvurmando a palavra pertinente, criada ou recriada, para retirar-lhe o sumo criador, cuja notável dicção possessiva, fruto de epifânica intuição, transformou-lhe numa das antenas da raça de que falava Pound, por ter, exemplarmente, cumprido sua missão de poeta.

* Poeta, contista, crítico literário e de artes plásticas

Projeto oferece oficinas gratuitas para bandas de música

02/11/2008 - Estão abertas as inscrições para o projeto "As Quatro Estações", que oferecerá, neste sábado (6) e domingo (7), uma série de oficinas gratuitas de capacitação na área de bandas de música. "O objetivo é aprimorar os conhecimentos de regentes, músicos, estudantes e interessados em artes em geral", explica a coordenadora do projeto Bandas SC, da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Neiva Ortega, que será uma das ministrantes de oficina do evento.

A abertura oficial acontecerá na sexta-feira (5), com um concerto nos Jardins do Palácio Cruz e Souza, no centro de Florianópolis, com entrada franca.

Já nos dias 06 e 07 de dezembro, serão oferecidas as oficinas Arranjo de música brasileira para bandas de música, com Hudson Nogueira (foto), Noções Básicas de Técnica de Ensaio e Regência de Bandas, com Marcelo Jardim (foto), e Gestão da Corporação, com Luis Alberto Martins de Freitas, Neiva Ortega e Sergio Luiz da Silva. As oficinas acontecem no período da manhã e tarde, no Centro Integrado de Cultura de Florianópolis, e têm como público-alvo músicos, regentes, arranjadores e gestores de bandas. As inscrições são gratuitas.

O Projeto "As Quatro Estações" é uma realização da Ong Arte Movimenta, com a parceria da Fundação Catarinense de Cultura, Projeto Bandas/SC, Oficina de Artes e Centro Integrado de Cultura e, com patrocínio do Rexroth Bosch Group.

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Saiba mais:

A Oficina de Arranjo de Música Brasileira para Banda de Música, ministrada pelo saxofonista, clarinetista, arranjador e compositor Hudson Nogueira, está dividida em quatro módulos, que abordam os gêneros musicais brasileiros, a relação entre os gêneros musicais e a orquestração, os contrastes timbrísticos entre a melodia e o acompanhamento, o uso da orquestração para caracterizar ritmicamente um gênero musical, entre os principais temas.

A Oficina Noções Básicas de Técnica de Ensaio e Regência de Bandas, ministrada pelo maestro Marcelo Jardim, também está dividida em quatro módulos, em que se abordarão os principais padrões técnicos de regência (binário, ternário e quaternário), os princípios básicos do conhecimento musical (Harmonia, História da Música, Percepção Musical, entre outros), o estudo de repertório e técnica de ensaio, a análise harmônica, melódica, rítmica, textual, morfológica, estrutural da partitura, entre outros temas.

A Oficina de Gestão da Corporação, ministrada pelos gestores Luis Alberto Martins de Freitas e Neiva Ortega e pelo músico especialista em manutenção e reparos de instrumentos Sergio Luiz da Silva, tem como principal meta pedagógica a capacitação dos gestores das Corporações Musicais do estado, com a preocupação na manutenção e ampliação administrativa e musical das Bandas tradicionais catarinenses.

Na ocasião desta oficina, serão trabalhados partituras e manual de regência da Funarte, recém elaborada pelos dois profissionais convidados, assim como a Cartilha do Projeto Bandas SC, que trata da prática de assuntos do dia-a-dia das Corporações Musicais, resultado de pesquisas de campo. Este material é o início de um amplo processo de registros, no sentindo de contribuir e embasar os músicos e regentes das corporações musicais, bem como os gestores envolvidos no processo.

O QUê: Projeto "As Quatro Estações"

QUANDO e ONDE: abertura 5 de dezembro, sexta-feira, às 20h, nos Jardins do Palácio Cruz e Souza, no centro de Florianópolis. Oficinas nos dias 06 e 07 de dezembro, sábado e domingo, períodos matutino e vespertino, no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis.

QUANTO: gratuito

INFORMAçõES: Neiva Ortega, coordenadora do Projeto Bandas SC - Fundação Catarinense de Cultura e do Programa Nacional Bandas de Música em SC -fone: (48) 3953-2328 - 9979-0480 - Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Programação:

05/12, sexta:
20h: Abertura com a Banda Escolar Infantil da Grande Florianópolis, sob regência do Maestro Maycon Leandro de Souza


Local: Jardins do Palácio Cruz e Souza

06/12, sábado:
Das 9h às 12h e das 14 às 18h30: oficinas
Local: Centro Integrado de Cultura

15h: Apresentação da Banda da Lapa do Ribeirão da Ilha (Fpolis/SC), sob a regência do Maestro Wellington Correa

Local: Centro Integrado de Cultura

(Obs.: a apresentação faz parte do Laboratório da Oficina Noções Básicas de Técnica de Ensaio e Regência de Bandas)


07/12, domingo:
Das 9h às 12h e das 14 às 16h: oficinas

11h: Apresentação da Banda da Guarda Municial de São José (SC), sob a regência do Maestro Leandro Otávio da Rosa.
(Obs.: a apresentação faz parte do Laboratório da Oficina Noções Básicas de Técnica de Ensaio e Regência de Bandas)


16h30: Encerramento - apresentação do resultado das oficinas
Local: Centro Integrado de Cultura