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A presidente da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Elisabete Nunes Anderle, que estava desde o final de fevereiro internada no Hospital de Caridade, em Florianópolis, lutando contra o câncer, morreu às 22h30 de domingo, dia 16 de março, aos 60 anos de idade. Seu corpo foi velado no Centro Administrativo do Governo do Estado, no bairro Saco Grande, na Capital, e enterrado às 16 horas de segunda-feira, dia 17, no Cemitério Jardim da Paz, no mesmo bairro, com salva de tiros e presença da Guarda de Honra do Governo do Estado. Ainda na manhã de segunda-feira, o governador Luiz Henrique da Silveira declarou luto oficial de três dias em todo o território estadual.

Nascida em Tubarão, viúva do ex-secretário de Estado da Educação Jacó Anderle, falecido em julho de 2005 também vítima de câncer, e mãe de três filhos - Fernando, Ricardo e Elisa -, Elisabete descobriu a doença em 2004. Os sucessivos tratamentos não impediram que ela, formada em Ciências Sociais, desempenhasse uma agitada vida pública, dedicando grande parte de sua vida à busca de melhorias para o povo catarinense.

Depois de exercer o cargo de Diretora Geral e de Secretária de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia do Governo do Estado de julho de 2005 a fevereiro de 2007, assumiu a presidência da FCC em março do ano passado, acumulando também a presidência do Conselho Estadual de Cultura (CEC). Sua última aparição pública foi em 28 de fevereiro, há pouco mais de duas semanas, quando transmitiu o cargo de presidente do CEC para o jurista e escritor Péricles Prade. Internada no dia seguinte, Elisabete não saiu mais do hospital, e há uma semana estava na UTI.

Durante o ano em que esteve à frente da FCC, Elisabete registrou várias conquistas. Viu o montante destinado ao Funcultural chegar, somente em 2007, a R$ 26 milhões, distribuídos para dezenas de projetos nas áreas de letras, artes plásticas, música, artes cênicas, cinema e vídeo, folclore, artesanato e patrimônio cultural. Participou do retorno dos restos mortais do poeta catarinense Cruz e Sousa, que estavam no Rio de Janeiro há mais de um século, e que agora permanecem resguardados no Palácio Cruz e Sousa, em Florianópolis. Promoveu a quitação de todas as parcelas atrasadas do Prêmio Cinemateca Catarinense / Fundação Catarinense de Cultura, e a retomada do Jornal "ô Catarina!", com tiragem bimestral de dez mil exemplares distribuídos gratuitamente por toda Santa Catarina, abordando temas culturais.

Lançou, em parceria com o Iphan, o Projeto "Roteiros Nacionais de Imigração" - que busca preservar conjuntos de propriedades e bens culturais representativos dos diferentes imigrantes estabelecidos em solo catarinense - com mais de uma centena de móveis tombados em 13 municípios. Trouxe para Santa Catarina a exposição de Camille Claudel, grande sucesso de público, e promoveu a exposição comemorativa ao Centenário de Martinho de Haro, com lançamento de um completo livro ilustrado sobre a obra do artista. Estimulou ainda da inauguração do Centro de Disseminação Cultural do Governo do Estado de Santa Catarina, na Casa da Alfândega, no Centro de Florianópolis, e a circulação, pelo interior catarinense, da Maratona do Cinema, do Circuito Catarinense de Orquestras, das Oficinas Itinerantes de Arte e das Oficinas do Sistema Estadual de Museus.

Antes de comandar a FCC e a Secretaria de Educação, Elisabete foi ainda membro do Núcleo da Criança e do Adolescente (NUCA) e do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas, representante estadual da antiga Fundação do Bem-Estar do Menor de 1986 a 1990, fundadora e membro do Conselho Pedagógico da Escola de Governo e Cidadania de Florianópolis, e desempenhou atividades no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento junto à Secretaria do Planejamento e Gestão, coordenando a capacitação do Projeto Meu Lugar, que vinha atuando em parceria com a Secretaria de Estado da Educação.

O poeta, escritor, jurista e presidente do Conselho Estadual de Cultura Péricles Prade, que acabou de escrever a novela Relatos de um corvo sedutor, lançará mais dois livros: Labirintos, com poemas baseados nos arcanos do Tarô (editora Letras Contemporânea) e Ao som do realejo - narrativas profanas (editora Nauemblu). O lançamento ocorrerá no dia 19 de dezembro, sexta-feira, a partir das 18 horas, na livraria Livros e Livros.

T.S. Eliot diz que a poesia cabe sugerir, nunca dizer. Borges e Blanchot sustentam a sábia tese de que um livro existe sempre a partir de outros livros. O cosmos poético de Péricles Prade tem território delimitado: o ocultismo, a cabala, o misticismo, o endobarroco. A poeta e crítica de literatura Miriam de Carvalho, em seu extenso livro Metamorfoses na Poesia de Péricles Prade navega pelas mitologias criada por Prade.

Delimitar um espaço num cosmo poético significa apenas transferir a multiplicidade de espelhos reinantes, ou seja, nada está dado, somente pistas. Quem quiser se vestir do vasto universo pradeano terá que navegar por sua obra como se enfrenta um oráculo que nos desafia a cada passo.

Labirintos e Ao som do realejo - narrativas profanas são livros fundamentais para se buscar um fio no labirinto estético de Péricles Prade.

O quê: lançamento dos livros Labirintos (Letras Contemporâneas) e Ao som do realejo - narrativas profanas (Naemblu)

Quando: dia 19, às 18h.

Onde: Livraria Livros e Livros

Um recital do pianista Alexandre Dietrich marcará o encerramento da exposição "Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand". Com entrada gratuita, o recital será realizado no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), em Florianópolis, neste domingo, dia 15 de junho, às 18h.

No programa do recital, obras de Franz Liszt e Frederic Chopin, sendo apresentada também uma seleção de Mazurkas e Noturnos. O evento também será uma homenagem à memória da professora Elisabete Anderle, falecida no ano passado quando estava à frente da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), e uma homenagem à memória da profa Elisabete Anderle.

Saiba mais: Alexandre Dietrich

Um dos mais atuantes artistas de Santa Catarina,iniciou seus estudos musicais aos dez anos de idade sob orientação de Margareth Dhein,posteriormente teve a orientação de Paulo Rogério Faria e M. Bernardete Castelã Póvoas.

Participou de inúmeros Master Class com importantes pianistas de renome nacional e internacional: Ney Fialkow, Luis Senise, Fernando

Lopes, Fulvia Escobar, Ricardo Ballestero, Dirce knijinik, Eva Maria Alexandre, Thomas Steinhöfel, Marina Lomazov, John Rink.

Formado pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC com o título de Bacharel em Música - Piano, foi bolsista por dois anos do CNPQ. No início de 2008 Alexandre gravou para a rádio MEC do Rio de Janeiro uma seleção de obras de compositores brasileiros, em posteriormente a gravação reotrnou ao Rio de Janeiro para um recital de piano solo no Centro Cultural do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Em agosto de 2003 Alexandre participou do ?Atelier pianistíco? realizado em Bordeux - França, a convite da pianista Cristina Ortiz.

A convite do curso de cinema da Universidade do Sul do País ? UNISUL, Alexandre gravou a trilha sonora do curta metragem

?Você vem sempre aqui?.

Alexandre já apresentou-se em vários estados do Brasil: Turnê por São Paulo, Rio Grande do Sul, apresentou-se no Paraná - Curitiba e Rio de Janeiro.

Em setembro de 2007 Alexandre realizou uma Turnê pela Europa, contemplando as seguintes cidades: Paris ? França, Madri ? Espanha, Lisboa ? Portugal, e Bruxelas ? Bélgica. Onde na Bélgica seu recital abriu o ?Festival de Som e Cinema?, realizado pela Embaixada do Brasil na Bélgica.

O Ministério da Cultura ainda não é capaz de mensurar qual é o impacto da crise econômica internacional na captação de recursos por meio da Lei Rouanet - principal mecanismo de financiamento à cultura no País. Mas dados parciais mostram números já preocupantes: artistas e produtores conseguiram captar R$ 901 milhões em 2008, cerca de R$ 80 milhões a menos que no ano anterior (R$ 980 milhões de captação).

Os números integrais só serão fechados em abril ou maio, mas o secretário de Incentivo e Fomento à Cultura do MinC, Roberto Gomes Nascimento, crê que o valor revela ainda pouca influência da crise no desempenho da lei. "Apesar de termos vivido a crise já no último trimestre, o volume de recursos captados mantém-se", ponderou. "O impacto no terceiro trimestre não tem correspondência com o que sofreram outras economias. Há uma queda bem pequena, muito pequena perto do que poderia ter sido. Mas só em abril ou maio é que teremos esse dado consolidado."

Nascimento se reuniu na quinta-feira em Brasília com representantes da Frente Parlamentar para a Cultura, integrada por mais de 300 parlamentares da Câmara Federal; esteve em reunião do Fórum Nacional dos Secretários Estaduais de Cultura e dos Conselhos Estaduais de Cultura (haviam representantes de 16 Estados brasileiros). O ministério mantém a fé na aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC 150/03), que deverá incluir no Orçamento da União recursos para a Cultura de nunca menos do que 2% da receita tributária.

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, tem a convicção de que os problemas cíclicos enfrentados derivam de problemas estruturais do próprio modelo de financiamento, que depende do bom resultado das empresas. O Congresso Nacional vai examinar este ano a nova proposta de reforma da Lei Rouanet, apresentada pelo governo.

O sistema de incentivo totalmente baseado na renúncia fiscal é deficiente e falho, analisa o ministério. "é claro que as empresas vão gerenciar seus riscos cortando o que não é atividade-fim, aquilo que consideram acessório", diz Roberto Gomes Nascimento.

O primeiro trimestre de 2009 pode trazer números ainda mais sombrios no balanço do incentivo. Muitos patrocinadores de cultura, amedrontados pela situação financeira, preferiram manter dinheiro em caixa do que adiantá-lo aos produtores culturais (trata-se de parcela do Imposto de Renda devido, que só será pago à Receita Federal no meio do ano, o que garante alguns meses a mais no caixa das empresas).

Entre as empresas que recuam de patrocínios já assumidos estão estatais importantes, como a Petrobras. "Apesar de serem estatais, são empresas de sociedade anônima, têm conselhos e capitais abertos e disputam palmo a palmo o mercado. Têm também uma lógica de sobrevivência", diz Nascimento.

"Não existem coelhos para tirar da cartola. Os dados estão aí", afirmou, acrescentando que só resta ao Executivo "executar o marco legal" no manejo da Lei Rouanet. "Mas o ministério está acompanhando. Faremos medições trimestrais para ver como se comporta isso e para poder responder prontamente às dificuldades", considerou o secretário. "Com as medidas que foram tomadas recentemente pelo governo, o Brasil tende a não ser um dos territórios mais afetados por essa realidade."

Mas o dirigente adverte que não é possível esperar milagres, já que se trata de uma situação generalizada - e circunstancial, acredita. "A própria queda de arrecadação sinaliza um horizonte de ajustes fiscais em todos os gastos públicos. Não se está penalizando a cultura de forma diferenciada. Há posições mais conservadoras, de acordo com cada patrocinador."

A expectativa do MinC, que acena até com um pacote de estímulo ao setor, é convencer o governo do momento estratégico que enfrenta. "Na crise de 1929, os Estados Unidos gestaram uma estratégica de desenvolvimento baseada na cultura, e sua cultura se tornou hegemônica mundialmente. Nós vivemos um momento similar, e é hora de dar à cultura um papel equivalente."

"Os investimentos na cultura brasileira devem ser mantidos, apesar da atual crise econômica, pela centralidade do setor no processo de desenvolvimento sustentável do País", disse Osvaldo Viégas, presidente do Fórum Nacional dos Secretários de Cultura do País.

Sete cidades catarinenses - Blumenau, Rio dos Cedros, Treze Tílias, Bom Jesus, Maravilha, Rio Fortuna e Florianópolis - estão sendo mapeadas por Sofia Carvalho, autora do projeto Crê Ser, uma iniciativa da Fundação Catarinense de Cultura (FCC) que propõe usar as artes visuais como instrumento de liberação da criatividade e do fortalecimento da auto-estima, motivando crianças e adolescentes a pintarem seus desejos. O projeto prevê atividades iniciais nas cidades, envolvendo escolas e instituições de ensino de arte, uma mostra no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), a produção de um catálogo e de um DVD.

Brasileira, mas moradora da cidade de Berlim, onde realiza projetos de arte, Sofia Carvalho chegou em Florianópolis em fevereiro, onde permanece até agosto. A primeira etapa do trabalho começa em março (veja cronograma das primeiras viagens) com pesquisas de reconhecimento do campo de intervenção. "Queremos contatar as pessoas, as escolas, obter informações sobre a comunidade para escolher os participantes. O maior número possível, contanto que as condições técnicas para trabalhar as crianças fiquem garantidas", diz Sofia, que quer abranger diferentes classes sociais, garantindo especialmente o acesso à população carente. O projeto, situa ela, não é fechado numa única representação social.

A oficina

O objetivo da oficina Crê Ser é utilizar a arte como instrumento de liberação da criatividade e auto-afirmação. "Desde o paleolítico, o homem tem o impulso de pintar seus desejos na esperança de realizá-los. é uma confirmação de atitude mental e emocional, ou seja, a passagem do plano ideológico para o concreto. O que as crianças querem ser serão inicialmente nos quadros. E, por que não, futuramente na vida, se realmente acreditarem em si mesmas", situa Sofia Carvalho.

A artista trabalha com crianças desde 1988, no Brasil e na Alemanha, adotando técnicas lúdicas, dinâmicas, induzidas por sugestões comportamentais, ao invés de pictóricas. A metodologia inclui movimentos corporais (pintar voando, pulando, de olhos fechados), vocalização de sons (pintar cantando a música preferida, o som do mar, a voz da mãe) e relaxamento infantil (rolar sobre o papel com tinta grudada no corpo, deitar no chão sobre o papel, pintar dançando com uma cor diferente em cada um dos dedos dos pés).

A intenção é preparar o corpo e a mente para conquistar os próprios objetivos. Cada uma das etapas da oficina ocorre de acordo com a constelação de cada grupo. O processo auxilia na ruptura de expectativas, encoraja a ação de pintar e orienta a concentração infantil para a liberação de si mesmas por intermédio das cores e formas que "acontecem" quase que inesperadamente. "O resultado surpreende os participantes, até mesmo os que nem costumam pintar", garante Sofia.

A diversão é o ponto ideal para motivar mutações saudáveis e eficientes na personalidade infantil ainda em formação. A utilização desta técnica de ensino conduz claramente a criança ou adolescente ao autoconhecimento e auto-estima. Os trabalhos são analisados um a um, dando ênfase ao ponto forte da individualidade pictórica e, assim, ajudando os alunos na experiência do reconhecimento social no grupo.

Sofia Carvalho exemplifica: com freqüência, crianças com temperamento inquieto e superativas pintam freneticamente. O resultado é a pintura gestual, corajosa e forte, pois contestadores trazem em si a necessidade de ruptura. Ao enfatizar esses aspectos frente aos outros, a criança adquire outro referencial de atuação e respeito perante o seu grupo de convivência. Ou seja, tem a possibilidade de atuar em outra freqüência e sair do padrão já conhecido, evitando agressividades ou atos de violência oriundos de preconceitos, frustrações ou competitividade.

A análise individual integra cada um, com suas próprias características no grupo e exalta a importância das diferenças, pois, na realidade, todos são complementares. Isso fica claro e explícito na observação e no comentário sobre os trabalhos.

Breve currículo

Formada pela Escola Superior de Propaganda & Marketing, em São Paulo, Sofia Carvalho tem 52 anos e traz em seu currículo aprendizagens que passam pelo caminho das artes visuais. Estudou cinema com Plínio Salgado, aquarela com Rubens Matuk, fez ateliê com Maria Bonomi. Nos anos 1980 saiu do Brasil para viver nas Ilhas Canárias e, por fim, seguiu para Berlim, na Alemanha, onde casou e mora até hoje. Seus interesses são amplos, a ponto de estudar caligrafia japonesa e modelo vivo na Escola de Belas Artes de Berlim, onde também estudou mais tarde com John Cage. Realizou projeto no Himalaia, na índia, onde estudou escultura em argila e, no fim dos anos 90, voltou ao Brasil, onde realizou até 2000 workshops para adultos e crianças. Com o apoio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), desenvolveu no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), o projeto Despertar, com crianças de rua. A partir de 2002 passa a atender convites de diferentes entidades privadas e governamentais interessadas na Kinder Kunst Galerie, um projeto temporário e ambulante realizado tanto em escolas, museus e instituições para menores na Alemanha. Como artista, seu currículo aponta mostras coletivas e individuais. Já expôs, entre outros espaços, no Centro Cultural São Paulo; em Fuerteventura, na Espanha; no Atelier der Künste, em Berlim; na Galeria Art-Quadrat, em Munique; na embaixada brasileira em Berlim.