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Para acessar o regulamento, clique aqui

O prazo de encerramento das inscrições para o Prêmio Cruz e Sousa de Literatura, promovido pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), foi prorrogado para 06 de abril de 2009. O edital, que é nacional, está aberto desde 21 de outubro de 2008, e seria encerrado em 05 de março de 2009. Devido às chuvas que afetaram gravemente diferentes regiões de Santa Catarina nos últimos meses, a comissão de organização do concurso optou pela prorrogação do prazo. Esta é a sétima edição da premiação, que vai contemplar romances inéditos, escritos em língua portuguesa por brasileiros, em duas categorias: nacional e catarinense. Ao todo, serão distribuídos R$ 160 mil em prêmios, e os trabalhos selecionados também serão publicados e distribuídos nacionalmente. O regulamento com a ficha de inscrição está no link "Downloads".

Os candidatos nascidos em Santa Catarina, bem como os residentes no Estado há no mínimo três anos, concorrerão automaticamente nas duas áreas, nacional e catarinense, desde que escrevam em cada uma das cópias, ao lado do título e do pseudônimo, a palavra "catarinense". Também é possível inscrever mais de uma obra, bastando entregá-las separadamente, com inscrições exclusivas. Todos os romances devem ser rigorosamente inéditos.

O concurso vai premiar seis concorrentes nas duas categorias. Na nacional, serão destinados R$ 50 mil ao primeiro lugar, R$ 20 mil para o segundo e R$ 10 mil ao terceiro. Na categoria catarinense, os mesmos valores: RS 50 mil para o primeiro lugar, R$ 20 mil ao segundo e R$ 10 mil para o terceiro. Além do montante em dinheiro, cada autor premiado terá sua obra publicada pela FCC, à qual cederá os direitos autorais da primeira edição.

Os resultados do concurso serão divulgados em cerimônia pública, com a presença da Comissão Julgadora e dos meios de comunicação. A entrega dos prêmios será realizada em Florianópolis. Mais informações podem ser obtidas pelo email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo telefone (48) 3953-2396, entre 13h e 19h, de segunda a sexta-feira.

SAIBA MAIS:

As edições anteriores do concurso

1980/1981 - Poesia

1º - "As sombras luminosas", de Rui Espinheira Filho (Salvador/BA)

2º - "A mulher", de Yvone Gianetti Fonseca (São Paulo/SP)

Prêmio Especial para Autor Catarinense - "As paredes do mundo", de Osmar Pisani (Florianópolis/SC)

(Júri: Adonias Filho, Armindo Trevisan, Fausto Cunha, Ferreira Gullar e Marcos Konder Reis)

1982/1983 - Romance

1º - "Maria Wilker", de Suzana Albornoz (Porto Alegre/RS)

2º - "Mulher no espelho", de Helena Parente Cunha (Rio de Janeiro/RJ)

Prêmio Especial para Autor Catarinense - "Cândido assassino", de Miro Morais (Gravatal/SC)

(Júri: Antonio Houaiss, Guilhermino César, Hélio Pólvora, Nereu Corrêa e Otto Lara Resende)

1995

Romance - "Cebola", de Manoel Carlos Karam (Curitiba/PR)

(Júri: Deonísio da Silva, Urda A. Klueger e Carlos Nejar)

Conto - "Fractal em duas línguas", de Cunha de Leiradella (Belo Horizonte/MG)

(Júri: Flávio José Cardoso, Ignácio de Loyola Brandão e Moacir Scliar)

Poesia - "Balada do cárcere", de Bruno Tolentino (Rio de Janeiro/RJ)

(Júri: Lindolf Bell. Geraldo Galvão Ferraz e Ferreira Gullar)

1996

Romance/nacional - "A prosa gótica", de Nilto Fernando Maciel (Brasília/DF)

Romance/estadual - "Sassafrás", de Vicente Ataíde (Mafra/SC)

(Júri: Donaldo Schüller, Rui Mourão e Tabajara Ruas)

Poesia/nacional - "A lira da lida", de Gabriel Nascente (Goiânia/GO)

Poesia/estadual - "Diário estrangeiro", de Fernando José Karl (São Francisco do Sul/SC)

(Júri: Alcides Buss, Affonso Romano de Sant"Anna e Fernando Py de Melo e Silva)

Conto/nacional - "Contos", de Ricardo Henrique Rao (São Paulo/SP)

Conto/estadual - "Contos de passagem", de Marco Antônio Fernandes Arantes (Florianópolis/SC)

(Júri: Marina Colassanti, Sérgio da Costa Ramos e João Antônio)

Infantil/nacional - "Oitavo ano, primeiro amor", de Flávia Savary (Rio de Janeiro/RJ)

Infantil/estadual - "Introdução à arte de ser menino", de Paulo Venturelli (Brusque/SC)

(Júri: Ziraldo Pinto, Antônio Holhfeldt e Werner Zotz)

1997/1998

Romance/nacional - "Fronteira", de João Batista Melo (Belo Horizonte/MG)

Romance/estadual - "Lembranças", de Maria de Lourdes Krieger (Florianópolis/SC)

(Júri: Mário Pereira, Bruno Tolentino e Hélio Pólvora)

Poesia/nacional - "Janeiros como rios", de Reynaldo Valinho Alvarez (Rio de Janeiro/GO)

Poesia/estadual - "Travesseiro de pedra", de Fernando José Karl (São Francisco do Sul/SC)

(Júri: Iaponan Soares de Araújo, Ivan Junqueira e Alexei Bueno)

Conto/nacional: - "Aquários", de Edmar Monteiro Filho (Amparo/SP)

Conto/estadual - "Por um punhado de contos - Histórias do bem, histórias do mal", de Jaime Ambrósio (Florianópolis/SC)

(Júri: Raul Antelo, Godofredo de Oliveira e Cláudio Murilo Leal)

Ensaio - "Entre o inefável e o infando", de Ivone Daré Rabello (São Paulo/SP)

(Júri: Eglê Malheiros, Antonio Carlos Secchin e Gilberto Mendonça Teles)

2002 - Conto

Nacional

1º - "Hóspede secreto", de Miguel Sanches Neto (Ponta Grossa/PR)

2º - "Grande homem mais ou menos", de Luís Pimentel (Rio de Janeiro/RJ)

3º - "Pedacinho do céu", de Jerônimo Teixeira da Silva Neto (RS)

Estadual

1º - "As vísceras e o coração (História de homens e bichos)", de Jaime Ambrósio (Florianópolis/SC)

2º - "Fabulário dos ilustres desconhecidos", de Fábio Brüggemann (Florianópolis/SC)

3º - "Olá & outras mentiras", de Marco Antônio Fernandes Arantes (Florianópolis/SC)

(Júri: Moacir Scliar, Carlos Heitor Cony, Luiz Vilela, Flora Süssekind e Italo Moriconi)

PRêMIO CRUZ E SOUSA 2008-2009

REGULAMENTO

1. O Prêmio Cruz e Sousa 2008-2009 destina-se a romances inéditos, escritos por brasileiros em língua portuguesa, residentes no País ou no Exterior, em duas categorias de premiação - Categoria Nacional e Categoria Catarinense.

2. As inscrições para o Prêmio Cruz e Sousa 2008-2009 poderão ser realizadas do dia 21 de outubro até o dia 6 de abril de 2009.

3. Para participar do concurso, os candidatos deverão:

3.1 Enviar os originais do livro em três (3) vias identificadas apenas com o título da obra e o pseudônimo do autor. Os originais deverão ser digitados numa só face do papel, com todas as páginas numeradas e encadernadas em espiral.

3.2 Anexar um envelope opaco e lacrado contendo a ficha de inscrição e cópias da carteira de identidade, frente e verso. No caso de autores não catarinenses, mas residentes em Santa Catarina, anexa à ficha de inscrição deverá ser apresentado comprovante de que reside no Estado há pelo menos três (3) anos (conta de água, luz, telefone ou contrato de locação, dos três últimos anos). O envelope deverá ser identificado, externamente, apenas com o pseudônimo do autor e o título da obra.

4. Concorrerão automaticamente nas duas categorias, Nacional e Catarinense, os candidatos nascidos no Estado de Santa Catarina ou aqui residentes há pelo menos três (3) anos, desde que escrevam em cada uma das três (3) vias, ao lado do título e do pseudônimo, a palavra "Catarinense".

5. Os originais devem ser encaminhados à Secretaria do Prêmio Cruz e Sousa, no seguinte endereço:

Fundação Catarinense de Cultura

Av. Irineu Bornhausen, 5600

88025-202 Florianópolis - SC

6. Se desejar concorrer com mais de uma obra, o autor deverá fazer uma inscrição para cada obra e tratá-las separadamente, conforme especificado no item 3.

7. Para efeito de cumprimento do prazo, será considerada a data de postagem do material.

8. As obras devem ser rigorosamente inéditas. Qualquer publicação, não importa o meio, se gráfico, eletrônico ou outro que possibilite acesso aos leitores, infringe esta cláusula.

9. Ao fazer a inscrição, o autor manifesta plena aceitação do disposto neste regulamento.

10. Os originais serão avaliados por uma Comissão Julgadora composta de três membros de reconhecida qualificação, a serem indicados pela FCC.

11. A Comissão Julgadora se reunirá em Florianópolis (SC) por três dias, para deliberar sobre suas avaliações e escolher os premiados.

12. Poderá a Comissão decidir pela não outorga de qualquer um dos prêmios ou pela concessão das Menções Honrosas que considerar cabíveis.

13. Não caberá nenhum tipo de recurso contra as decisões da Comissão Julgadora.

14. Está prevista a premiação de seis concorrentes nas duas categorias, sujeita a tributação:

. Categoria Nacional

1º lugar - R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais)

2º lugar - R$ 20.000,00 (vinte mil reais)

3º lugar - R$ 10.000,00 (dez mil reais)

. Categoria Catarinense:

1º lugar - R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais)

2º lugar - R$ 20.000,00 (vinte mil reais)

3º lugar - R$ 10.000,00 (dez mil reais)

15. Os resultados do concurso serão divulgados em cerimônia pública no mês de junho de 2009, em dia a ser definido, com a presença da Comissão Julgadora e dos meios de comunicação.

16. A entrega dos prêmios ocorrerá no mês de outubro de 2009, em Florianópolis (SC).

17. Além do prêmio em dinheiro, cada autor premiado terá sua obra publicada pela FCC, à qual cederá os direitos autorais da primeira edição.

18. Se, após a premiação, for constatado o descumprimento da cláusula 8, ficará o autor obrigado a devolver à FCC o valor corresponde ao prêmio e aos custos da edição do livro, sem prejuízo das medidas judiciais cabíveis.

19. Os originais enviados não serão devolvidos.

20. Os casos omissos serão resolvidos em conjunto pela Comissão Julgadora e pela Comissão Organizadora.

Florianópolis, 20 de outubro de 2008.

PRêMIO CRUZ E SOUSA 2008-2009

FICHA DE INSCRIçãO

Título da obra .............................................................................................................

Pseudônimo .................................................................................................................

Nome do autor .............................................................................................................

Endereço ......................................................................................................................

Telefones ..................................................... e-mail ....................................................

Data e local de nascimento..........................................................................................

Nº do CPF ......................................... PIS/PASEP ....................................................

Breve currículo ............................................................................................................

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28.11.2007 - Um espetáculo de teatro e outro de música, o primeiro com o grupo Teatro Jabuti e o segundo com o Felipe Coelho Sexteto, são as atrações desta sexta-feira, dia 30 de novembro, respectivamente às 16h e 18h, no projeto "Sexta no Jardim", promovido pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e pelo Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa. O projeto oferece gratuitamente, todas as sextas-feiras, nos jardins do palácio, no Centro de Florianópolis, apresentações de música, teatro e dança.

No espetáculo "Eleontina", o Teatro Jabuti visita o universo cultural do litoral catarinense, dando continuidade a sua pesquisa relacionada à cultura popular. Elaborado a partir de três contos relacionados ao imaginário popular, e de pesquisas realizadas pelo elenco em comunidades de Florianópolis, o espetáculo acontece com muita música, dança e manipulação de bonecos de tamanhos e formas variadas, que enriquecem uma narrativa circular e poética.

Já o Felipe Coelho Sexteto é formado por músicos profissionais que residem na capital catarinense. Natural de Florianópolis, Felipe Coelho iniciou seus estudos musicais aos seis anos, na Escola de Música Hélio Amaral. Na juventude, como guitarrista, transitou por vários estilos como rock, blues, MPB, até que em 1998, durante intercâmbio estudantil nos Estados Unidos, recebeu aos 16 anos o prêmio de melhor guitarrista solo, no Grissom Jazz Festival, tendo como prêmio a participação no Jamey Aebersold Jazz Workshop em Chicago. Obteve uma bolsa de estudos para o curso de Jazz Studies, na Universidade do Alabama, graduando-se em 2003. No mesmo ano obteve uma bolsa de estudos para o curso de Mestrado em Jazz na Universidade da Geórgia em Atlanta, graduando-se em 2005.

Além do próprio Felipe Coelho no violão, integram o sexteto Paola Gibram no acordeão, Mauro Cislaghi no clarinete, Elias Vicente no violino, Ana Clavijo no violoncelo e Cristian Faig na flauta. O Sexteto apresentará uma instrumentação tradicional clássica de música de câmara, inusitadamente combinada a arranjos modernos de linguagem popular, reverenciando os ritmos culturalmente brasileiros e abrindo espaço para improvisos jazzísticos. A idéia do trabalho é criar músicas e ritmos a partir de influências da bagagem de todos os integrantes.

O QUê: Projeto "Sexta no Jardim", com os grupos Teatro Jabuti e Felipe Coelho Sexteto. QUANDO: sexta-feira (30), respectivamente às 16h e às 18h. ONDE: Jardins do Palácio Cruz e Sousa (em caso de chuva a apresentação será transferida para o interior do Museu Histórico de Santa Catarina), Praça 15 de Novembro, Centro, Florianópolis, fone: (48) 3028-8091. QUANTO: gratuito.

O projeto Sexta no Jardim recebe nesta sexta, dia 12 de dezembro, a Velha Guarda da Copa Lord. A apresentação começa às 18 horas, no jardim do Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa.

A Velha Guarda da Copa Lord, uma das quatro escolas do Carnaval de Florianópolis, traduz em música toda a sabedoria e irreverência do morro. Como bons sambistas que são, se encontram em volta de uma mesa. Os dedos vão tamborilando e acompanhando o som irresistível da cuíca, do pandeiro e do tamborim. No repertório, as músicas dos velhos bambas que eternizaram o samba na Ilha de Santa Catarina.

é assim que a Velha Guarda da Copa Lord vem ganhando espaço desde que foi criada, no final do ano passado - descendo o morro e levando a outros cantos da cidade as canções destes antigos sambistas, alguns deles ainda integrantes do grupo. São 40 músicos ao todo, 20 dedicam-se aos shows, em idade que varia de 30 a 75 anos. O sonho da Velha Guarda, depois de ver materializada a sua estréia no Carnaval com uma ala exclusivamente dedicada aos sambistas, é poder tocar e cantar durante todo o ano.

Com o objetivo de reconhecer a atuação de catarinenses nos movimentos de resistência ao golpe militar, a Assembléia Legislativa realizou na quinta-feira (29) uma sessão solene em alusão aos 40 anos dos Movimentos Sociais de 1968. A homenagem, feita em parceria com a Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e a ONG Cidade Futura, contou com a participação do jornalista e escritor Zuenir Ventura, que lançou o livro "1968 - O que fizemos de nós". As galerias do Plenário Osni Régis foram ocupadas por jornalistas, escritores, líderes estudantis e políticos que vivenciaram "os anos de chumbo", bem como de jovens alunos matriculados em escolas da capital.


Durante o evento nove personalidades receberam uma placa comemorativa: Sérgio da Costa Ramos (que discursou por todos os homenageados - veja abaixo o discurso na íntegra), Salim Miguel, Marcílio Krüeger, Rogério Queiroz, Derley de Lucca, ex-senador Nelson Wedekin, Romário José Borelli (que cantou uma música de sua autoria - veja abaixo a letra) e o ex-deputado estadual Roberto Motta (in memoriam), além do escritor mineiro Zuenir Ventura.


Para o deputado Edison Andrino, que propôs a homenagem, quando se fala em 1968 vem à memória acontecimentos que estão no nosso inconsciente da sociedade que ainda hoje é motivo de estudos e pesquisas. Muitos fatos que aconteceram naquele período justificam mudanças nos costumes que influenciaram gerações. "Esta época foi balizada por acontecimentos que revolucionaram a ciência, como a primeira cirurgia cardíaca. Foi um tempo de transformações para a vida das pessoas, de modernização e liberação da sociedade", declarou.


A constante agitação política e social que o mundo passava também foi mencionada pelo parlamentar. "O país inicia as manifestações populares e as lutas pelo fim da ditadura militar, mas junto com elas também iniciam os conhecidos anos de chumbo. Que balanço se pode fazer de um ano tão carregado de sonhos?", questionou Andrino.


Anita Pires falou em nome da Fundação Catarinense de Cultura (FCC). Ela relatou que esta homenagem é cheia de emoção porque reuniu pessoas que caminharam juntas na mesma época, com os mesmos sonhos, em uma época de muito sofrimento.


A presidente da FCC aproveitou a oportunidade para falar diretamente aos estudantes que assistiram à sessão solene. Conforme Anita, além de ser uma homenagem a todos os companheiros, também são eles que devem conhecer esta história e exercer a cidadania. "Quando falam sobre 1968 tenho a lembrança de que tínhamos uma revolta existencial, que fez romper com o machismo, autoritarismo e principalmente o rompimento com a guerra, lutando pela construção de uma sociedade solidária e fraterna. A nossa palavra de ordem era faça amor e não faça a guerra e cantávamos a canção quem sabe faz a hora e não espera acontecer", relatou.


Em nome dos homenageados, o jornalista Sérgio da Costa Ramos falou sobre as censuras sofridas pelos intelectuais da época. "A palavra, a prece, a música, tudo passou a ser negado. O bicho da ditadura não era folclórico ou um bicho do bem. O bicho da ditadura era o carcará que pega, mata e come", frisou.


Presidente da Cidade Futura, Paulo Teixeira mencionou a dificuldade que tinham de fazer uma pequena reunião e manifestar o que seria os desejos naquele período. "Acreditávamos que naquela reunião poderíamos mudar não só a nossa a vida, mas a sociedade brasileira, as leis desse país, a condição humana das pessoas que necessitavam das outras para ter uma vida saudável. Tínhamos orgulho de ser militantes das causas que acreditávamos. Foi um ano de muitos sonhos", concluiu.

1968 - O que fizemos de nós


Zuenir Ventura lançou seu livro "1968 - O que fizemos de nós" durante a sessão solene. Ele fez uma pequena explanação sobre a sua obra, na qual declarou que se sentia cobrado a relatar o que aconteceu naquele ano e a obra acabou sendo um segundo balanço sobre o período. "Não quero ser saudosista, é um olhar generoso, mas não saudoso. O legado de 1968 é uma herança positiva muito importante deixada por quem viveu aquele ano, a quebra dos valores e as mazelas do país não podem ser remetidas a 1968", ressaltou.


O escritor também traçou um paralelo entre a geração de 1968 e a geração de 2008. "A geração de 1968 é muito mais aguerrida e solidária, enquanto a geração de hoje é mais tímida e voltada para si", refletiu.

Fizeram acontecer

(Sérgio da Costa Ramos)

Neste maio de 2008, de céu azul e plenilúnios, recebi de um repórter do etéreo, desses que fazem questão de ouvir "o outro lado", a notícia de que o Papa Gregório XIII, o do calendário, não se conforma com aquele ano incompleto, o de 1968.

Debruça-se, até hoje, aflito, sobre a tragédia de um de seus filhos, o Ano da Graça de 1968. Aquele ano que não teria terminado, segundo a antológica reportagem de um arguto filósofo do cotidiano brasileiro, Zuenir Ventura.

O que teria acontecido com o ano de 1968 no Brasil?

Para resumir o sinistro hiato do calendário, recuperaram-se as imagens da Agência Nacional, capturando a "fala do trono" das 19 horas do dia 13 de dezembro de 1968. O ano, que começara com a esperança de uma primavera institucional, sob os acordes de "Alegria, Alegria", de Caetano Veloso, tingia-se de chumbo, com as duas interjeições agudas do preâmbulo de "O Guarani", aquele prefixo da "Voz do Brasil", sempre confundido com as más notícias.

Na tela, em preto e branco, delinearam-se duas figuras, o locutor oficial Alberto Cúri e o Ministro da Justiça, Luiz Antônio da Gama e Silva.

Ali, 99 anos depois da estréia de O Guarani no Scala de Milão, um libreto liberticida e uma ópera obscura cavaram frêmitos de repulsa no peito do maestro Carlos Gomes, desencarnado, mas não insensível. Os prelúdios do Guarani invadiram a atmosfera da Tropicália, esquartejando a frustrada brandura do regime e recrudescendo a ditadura.

O ano foi brutalmente interrompido, os verbos deixaram de ser flexionados no presente e no futuro. Um Big-Bang abriu um buraco negro na Ordem Jurídica, um golpe no golpe. Um Ato Institucional se sobrepôs à Constituição e, na prática, revogou-a em todos os capítulos civilizatórios, de garantias e direitos individuais.

à medida que expelia o seu veneno, lendo o édito "legalicida", o ministro Gaminha tremia sob os óculos um dia partilhados com Joseph Goebbels e Heinrich Himmler, capos do cabo Hitler. Fez o país refluir até a Idade Média e sob a noite de dezembro, já não se esperava o Messias, mas o Príncipe das Trevas.

De repente, antes das 20 horas daquele dia 13, todos os brasileiros vestiram as roupas do bancário K, de "O Processo", de Franz Kafka. Todos se tornaram suspeitos e processados, tendo que provar a própria inocência. Processados sem ter direito a conhecer os autos do processo. Quanto mais procuravam saber sobre os seus processos, mais os brasileiros se comprometiam.

O AI-5 bastava-se pelo parágrafo em que excluía de "quaisquer apreciações judiciais" os atos fundados "neste édito". Perseguidos por tribunais misteriosos, por uma culpa incerta e não formada, os brasileiros encarnados no bancário K. agravavam a sua pena sempre que tentavam se defender.

Para quê defesa? Para quê o contraditório? E para quê, se todos eram mesmo culpados? Se a sentença de morte já estava escrita?

Todos os aqui hoje homenageados foram réus de um governo pária, que cuspiu em todas as fontes e frontes do Direito. Era proibido permitir - o que quer que fosse, nesta República de um só artigo e de uma única voz: a do general-rei.

Pois era preciso calar jovens estudantes, jornalistas, professores, profissionais liberais, funcionários públicos, era preciso, enfim, calar o povo brasileiro. Calar as guerreiras de Atenas contra os generais de Esparta - nossas Anitas, herdeiras da Garibaldi, como a Anita Pires e a Derley Catarina de Lucca.

Derley Catarina, líder estudantil, Derley militante da AP, Derley presa e torturada, Derley ressurgida, como sinônimo de ética, de bravura, de resistência, de reserva moral.

Era proibido pensar e cultivar uma utopia - como era norma na vida do patriota líbano-biguaçuense Salim Miguel, que ficou literalmente "Nur na Escuridão", a caminho de se tornar, hoje. um dos mais importantes intelectuais e escritores do país. A violência da ditadura contra a palavra está resumida num episódio de sua vida. O incêndio de sua livraria, livros ardendo numa fogueira na Praça XV, numa cena brechtiana.

Era proibido o livre-pensar e o jovem idealismo de Rogério Queiroz, presidente da União Catarinense dos Estudantes, e era condenável a valente militância da juventude católica de Marcílio Ramos Krieger, alma da AP em Santa Catarina, que pensava numa Teologia social, capaz de imaginar um melhor destino para o homem enquanto este ainda habitasse a Terra.

Tudo isso era proibido. Como era proibida a destemida atuação de um jovem advogado de sindicatos e, depois, de um espadachim imbatível na defesa dos direitos humanos e dos presos políticos, como o hábil esgrimista Nelson Wedekin.

A palavra, a prece, a música. Tudo passou a ser renegado. A música de Romário José Borelli, um homem de teatro, um criador, um bandonéon que Piazzola acolheria, emocionado, enquanto a Nova Ordem tentava transformar os gemidos do seu instrumento no miado de um gato escaldado, eviscerado e perseguido.

O bicho da Ditadura não era a folclórica e doce bernunça, bicho do Bem, que engolia sem matar e fumava sem tragar. O bicho da Ditadura era o Carcará. Que, como dizia o refrão: Pega, mata e come!

O Carcará não se contentava em comer e calar consciências. Censurar redações, canções e obras de arte. Precisava matar sua fome "do absurdo" e levar Roberto Motta - jovem a quem a tortura psicológica não deixou de cobrar o seu preço kafkiano.

E, no entanto, meu caro Zuenir Ventura, "mais que nunca era preciso cantar e alegrar a cidade," como aliás, cantava a musa Nara Leão, interpretando a clássica e premonitória "Marcha da Quarta-Feira de Cinzas", protesto de Carlinhos Lira e do perseguido poetinha Vinicius de Moraes.

- Acabou nosso Carnaval/ Ninguém ouve cantar canções/ Ninguém passa mais brincando feliz/ E nos corações,/ Saudades e cinzas foi o que restou...

Para consolar o Papa Gregório XIII, porém, poderíamos dizer, hoje, que em nenhum outro ano floresceram tanto as artes, a literatura e a música. A "fechadura" estimulou os vapores artísticos a saírem das panelas de pressão e, transpassados de dor, os corações se puseram a cantar: o tropicalismo, que nascera suave e polimorfo com "Baby", de Caetano Veloso e, "Geléia Geral", de Gilberto Gil, VESTIU-SE para a guerra com "Quem te viu, Quem te vê", "Apesar de Você" e "Roda Viva", de Chico Buarque, o explosivo "Disparada" e aquele que é o hino de todos os protestos, "A Caminhada", ou "Para Não Dizer que Não falei de Flores", de Geraldo Vandré. Entre os sucessos da época, "Travessia", de Milton Nascimento, "Ponteio", de Edu Lobo, "Alvorada", de Cartola, "Andança", de Danilo Caymmi, e o belo e intimista "Sabiá", de Chico e Tom, uma "Canção do Exílio" avant-la-letre, como se os dois já estivessem prevendo a diáspora dos brasileiros, e já chorando pelo próprio desterro: "Vou voltar4/ Sei que ainda vou voltar4/ Para o meu lugar....é lá que eu hei de ouvir cantar uma sabiá..."

E, "Apesar de Você ", Gama e Silva", inspirador do AI-5, e apesar da Ditadura, prosperaram as artes, os espetáculos, a literatura, o teatro, com uma luminosa resistência cultural, estimulada pelos gritos pré-AI-5, como "Liberdade, Liberdade", "Arena conta Zumbi", "O Rei da Vela" e a verdadeira revolução artístico-lítero-musical que se seguiu, num ano que marcaria o relançamento da criatividade "antropofágica" de Oswald de Andrade, num universo reprimido, mas indomável.

O que nos consola, e ao papa do Calendário, é que 1968 finalmente terminou. E terminou bem.

Tem por saldo um período de iluminismo da inteligência e de prevalência do humanismo sobre o obscurantismo.

Sabíamos que não bastava esperar. Era preciso fazer a hora.

Os desafios de hoje são outros. Os alimentos tratados como ações nas bolsas de mercadorias e futuros, o petróleo borbulhando preços especulativos, a Amazônia cobiçada pelos que já destruíram o Mundo duas vezes. A Internet será mesmo a sucedânea de um "Grande Irmão" democratizado? O Google é o sábio supremo? E a Ecologia, deve ser preventiva ou teleológica?

Os jovens, meu caro homenageado Zuenir Ventura, é que saberão nos responder.

Esperemos que eles não... esperem. Que saibam fazer a hora para antecipar o acontecer.

Não está aí, Zuenir, mais um motivo para um terceiro livro?

XXXXXXXXXX

1968

(Romário José Borelli)

Naquele tempo as palavras tinham asas

E escapando por janelas e frestas das casas

Iam voando, murmurando, sobre os vales

Sobre os rios, sobre os campos e florestas

Naquele tempo as palavras tinham cores

E cobriam de repente as cidades com flores

Iam pintando, murmurando, sobre os cenhos

Sobre as bocas, afastando as tempestades

Naquele tempo as palavras tinham fogo

E acendiam nos lares a ternura em todos

Iam queimando, murmurando, sobre as camas

Nos cabelos, destinos da loucura

Naquele tempo as palavras davam vivas

E bebiam nas taças madrugadas festivas

Iam cantando, murmurando, nas tavernas

Nos poemas, nas estrofes das baladas.

Naquele tempo as palavras tinham ninhos

E investiam disparadas com lanças contra moinhos

Ian lutando, murmurando, cavalgando,

Tresloucadas, mensageiras de esperanças.

Mas de repente as palavras sem fronteiras

Acordaram entre muros, assustadas, prisioneiras...

Vieram juízes com mordaças,

Com sentenças no papel

Homens com tochas e lenha

Ah, quantos dias de fel!

Arrastando as correntes, murmuradas com segredo

As palavras tinham senhas, ah quantas noites de medo!

Quanta agonia, para abrir de novo as asas

Para replantar as flores e reconstruir Babel.

No dia 18 de dezembro, Dia do Museólogo, o Senado aprovou em Plenário o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 191/08 que cria o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). A autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura e deve coordenar a Política Nacional de Museus prevê uma estrutura com 425 cargos efetivos. O mesmo projeto de Lei reorganiza o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Também foi aprovado o PLC 115/2008, que institui o Estatuto de Museus. Trata-se de legislação que regula toda a atividade museológica no país, da segurança à aquisição de obras, da gestão financeira à curatorial, do financiamento à prestação de contas, das ações educativo-culturais aos projetos de pesquisa.

O presidente do Departamento de Museus do Iphan, José do Nascimento Jr. disse que a aprovação desses dois projetos estrutura melhor o setor museológico brasileiro e coloca o Brasil no mesmo patamar dos países de grande expressão na área museológica.

Ambas as matérias seguem para a sanção presidencial.