Relatos e memórias de quem era criança nos anos 1940 servem de matéria-prima para o documentário Sem Palavras, de Kátia Klock, que será exibido neste domingo, 9 de agosto, às 17 horas, no Salão Comunitário da Igreja Evangélica Luterana, em Jaraguá do Sul, durante 10º Bunter Abend (Entardecer Colorido). O evento terá também apresentações musicais e teatrais. A iniciativa é promovida pelo Centro de Cultura Alemã e faz parte da programação dos 180 anos da imigração alemã de Santa Catarina. Realizado pela Contraponto, Sem Palavras aborda um período polêmico da história brasileira durante a Campanha de Nacionalização de Getúlio Vargas (1937-1945) e a Segunda Guerra Mundial,e que deixou amargas lembranças a muitos alemães e descendentes. O documentário teve até agora 14 exibições e será distribuído em DVDs para escolas, bibliotecas e instituições culturais do país e exterior.
Quando o Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados, em 1942, os idiomas alemão, italiano e japonês tornaram-se proibidos no país. Estrangeiros e descendentes foram perseguidos. A obra de 52 minutos faz um recorte dessa história pelos olhos de descendentes de origem alemã, e conta com entrevistas em Pomerode, Jaraguá do Sul, Blumenau, Vila Itoupava, Balneário Camboriú, Joinville, Brusque, Jaraguá do Sul e Florianópolis. Em Jaraguá, a equipe entrevistou a senhora álida Grubba, de 107 anos, que recorde histórias não só da Segunda, como da Primeira Guerra.
Pesquisa e Produção
O trabalho documental reúne fotografias de entrevistados e arquivos públicos (de Jaraguá do Sul, Joinville e Blumenau), assim como material audiovisual da época, revelando uma criteriosa pesquisa. Sem Palavras baseia-se também em estudos de historiadores, como das professoras Janine Gomes da Silva (Univille) e Marlene de Fáveri (Udesc). Os romances O guarda-roupa alemão, de Lausimar Laus, e No Tempo das Tangerinas, de Urda Klueger, também serviram de inspiração.
O documentário reconstrói o clima da época através de cenas dramatizadas por descendentes de famílias alemãs. A trilha sonora é outro detalhe bem afinado no documentário. O maestro brusquense Edino Krieger cedeu gentilmente composições que foram utilizadas pelo produtor musical Ricardo Fujii. A finalização do documentário é assinada por Paulo Calasans, que montou ao lado da diretora e do produtor executivo Mauricio Venturi.
à flor da pele
Sem Palavras é desenhado por uma mescla de memória, história, cultura e identidade. A partir de revelações e lembranças pessoais, o objetivo da diretora Kátia Klock foi construir narrativas orais e resgatar dados históricos para estimular reflexões sobre o passado e o presente. "Investigamos histórias vividas por descendentes de alemães no Estado, quando foram proibidos de falar outra língua em território nacional que não fosse o português. Nesta época existiram 12 presídios no país que eram denominados "campos de concentração". Dois ficavam em Santa Catarina, Florianópolis e Joinville, para onde eram levados alemães e descendentes sob suspeita aos olhos dos generais brasileiros. A perseguição marcou muitas famílias".
O medo, o silêncio, o drama das perseguições e seus efeitos são visíveis e ainda presentes nas memórias. Inquietudes e reflexões são sentimentos que a equipe do documentário espera provocar ao abordar um tema sobre a perda da liberdade em virtude de uma ditadura. Os traumas são tão reais quanto o governo militar.
Prêmio Cinemateca
Sem Palavras foi realizado com o Prêmio Cinemateca Catarinense/FCC 2007, do Governo do Estado. O edital apoia e ajudar a viabilizar a produção independente de audiovisual em Santa Catarina, gerando novas possibilidades para a criação autoral.
O QUê: exibição dodocumentárioSEM PALAVRAS
no 10º Bunter Abend
QUANDO: 9 de agosto de 2009 - 17 horas
ONDE: Salão Comunitário da IECLB | Jaraguá do Sul.SC
Rua Estheria Lenzi Friedrich, 62 - Centro
E MAIS: Coral do Centro de Cultura Alemã
Teatro DIE GLUKE, a choca
Apresentações instrumentais
INGRESSO: R$ 5
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CONTATO
CONTRAPONTO | Comunicação - Julia Assef
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15/12/2009 - Foram empossados nesta terça-feira (15) os membros do Comitê Gestor do Sistema Estadual de Museus de Santa Catarina (SEM/SC), entidade vinculada à Fundação Catarinense de Cultura. De forma inédita no País, o Estado de Santa Catarina promoveu eleições para que os membros do Comitê Gestor fossem escolhidos por voto democrático, para sete das dez categorias, sendo que concorreram 23 instituições. "A maioria dos Estados simplesmente indica quem serão os representantes das regiões, sem recorrer ao voto", explica a coordenadora da SEM/SC, Marli Fávero.
O processo de pleito eleitoral foi realizado em dezembro de 2007, através de um programa de votação via internet, desenvolvido pelo Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina (Ciasc). O acesso ao programa deu-se através de senhas distribuídas antecipadamente às instituições. Mesmo sem terem sido legitimados oficialmente - ato que ocorre hoje, numa Homologação Ratificadora - os membros do Comitê trabalharam incessantemente durante os dois últimos anos, participando de reuniões ordinárias, representando as categorias às quais foram eleitas e atendendo as necessidades que o Sistema exige.
O cargo dessas instituições está prorrogado até 30 de junho de 2010, quando então deverá acontecer uma nova eleição, durante a realização do 2º Fórum Estadual de Museus, previsto para o 1º semestre de 2010, em Joinville. "é um setor que está crescendo, se comprometendo, ficando mais dinâmico", afirma Anita Pires, presidente da FCC, lembrando que será feito um concurso público para contratação de pessoal efetivo para a fundação, com vagas para museólogo.
São membros do Comitê Gestor: Marli Fávero, da Fundação Catarinense de Cultura, representando a Coordenação do Sistema Estadual de Museus - SEM/SC; Francisco do Vale Pereira, da Universidade Federal de Santa Catarina, representando o Núcleo de Estudos Museológicos; Darlan Pereira, Superintendente da Fundação Genésio Miranda Lins, de Itajaí, representando os Museus Municipais do Estado de Santa Catarina, através do Museu Histórico de Itajaí; Lygia Helena Roussenq Neves, administradora do Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), representando os Museus Estaduais do Estado de Santa Catarina; Maria Regina Schwanke Schroeder, Diretora Administrativa do Instituto Luiz Henrique Scwanke, representando os Museus Privados ou Mistos do Estado de Santa Catarina, através do Museu de Arte Contemporânea Luiz Henrique Schwanke; Lourdes Rossetto, diretora do Museu Victor Meirelles, representando os Museus Federais localizados no Estado de Santa Catarina; Valda Fagundes, diretora do Ecomuseu Dr. Agobar Fagundes, representando as organizações sociais, museus comunitários, ecomuseus, grupos étnicos e culturais e entidades organizadas que tenham efetiva atuação na área museológica no Estado de Santa Catarina; Marco Antonio Ballester Junior, acadêmico em museologia, representando, através do Centro Universitário Barriga Verde, as escolas e universidades que tenham efetiva atuação na área museológica no Estado de Santa Catarina; ângela Paiva, museóloga, representando o Conselho Regional de Museologia; e Nivaldo Aníbal Goulart, diretor do Museu Universitário do Extremo Sul Catarinense, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, representando os museus universitários do Estado de Santa Catarina.
O Sistema Estadual de Museus de Santa Catarina é um setor na Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural, da Fundação Catarinense de Cultura. Numa iniciativa do Ministério da Cultura, em 2003, o Departamento de Museus, setor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), deu início um encaminhamento que reuniu a classe museológica do Brasil na formatação do Sistema Brasileiro de Museus. A partir de então, o Ministério estimulou para que os Estados Brasileiros também criassem os Sistemas Estaduais de Museus.
Santa Catarina se fez presente nas discussões e, a partir de 2004, iniciou os contatos com os profissionais de museus do Estado, criando Grupos de Trabalhos para a formatação da Política Estadual de Museu. Em junho 2005, na realização do 1º Fórum Estadual de Museus, em Florianópolis, foram discutidas a Minuta do Decreto que criava o SEM/SC e a Minuta da Política Estadual de Museus. Em 29 de março de 2006, o Decreto nº 4.163 oficializou o Sistema Estadual de Museus, estando entre os três primeiros Estados a criarem um sistema específico para a área.
Foto: Márcio H. Martins / FCC
Espírito de Porco, documentário que estreia hoje em Seara, no Oeste do Estado, aborda o impacto da suinocultura industrial no meio ambiente por um ponto de vista bem inusitado: o de um porco que morreu e está de volta para defender sua espécie das calúnias que sofre. Dirigido por Chico Faganello e Dauro Veras, a obra usa artifícios de comédia para mostrar um drama catarinense.
O local escolhido para a estreia não foi por acaso. é no Oeste que está uma das maiores concentrações de suínos do planeta. Por isso também é que as cenas foram gravadas em cidades da região.
De acordo com Chico Faganello, que nasceu em Seara, onde trabalhou até os 14 anos na suinocultura, o filme chama a atenção para o fato de que a evolução tecnológica percebida nas grandes indústrias não é compatível com os meios utilizados para proteger o meio-ambiente dos dejetos suínos.
O tema desperta interesse em todo o Estado, mas a criação de suínos faz parte da história e da cultura daquela região. A atividade gerou prosperidade e alavancou o crescimento de grandes agroindústrias instaladas no Oeste, mas também provoca desequilíbrios ambientais. Segundo a Embrapa, em pesquisa realizada no ano 2000, a suinocultura contribui com 65% da emissão de poluentes no Estado e isto se deve ao uso insatisfatório de sistemas de tratamento de dejetos pelos produtores.
No documentário, o porco, que é o narrador, irrita-se porque o acusam pela poluição de rios, do solo e do ar. Com a participação de produtores, consumidores, pesquisadores e trabalhadores ligados à suinocultura industrial, o filme mostra que, em tempos de gripe suína, a relação entre os humanos e os animais da criação industrial precisa mudar.
- Em nome da produtividade e do lucro imediato, grandes indústrias não consideram a saúde humana, nem a do planeta. No documentário, especialistas sugerem mudanças que começam na alimentação do porco - comenta Faganello.
Para Dauro Veras, jornalista e roteirista, em sua primeira experiência de co-direção, "o consumidor também faz parte da história, mesmo que não tenha consciência de seu papel e de sua força".
Depois do lançamento desta quarta-feira, o filme será exibido em outras sessões, amanhã e sexta-feira, para alunos das oitavas séries da rede pública de ensino de Seara. A restrição do público se deve às cenas de sexo, violência e aos palavrões que têm no filme.
O documentário foi produzido com o prêmio de R$ 60 mil do edital de apoio à produção da Cinemateca Catarinense, ligada à Fundação Catarinense de Cultura. Uma equipe de 20 pessoas se envolveu na pesquisa e na produção do média-metragem.
Espírito de Porco foi selecionado entre 556 obras de 51 países para exibição no 11º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, realizado em junho na cidade de Goiás. Renato Turnes, que faz a voz do porco-protagonista, ganhou o prêmio de melhor ator na edição 2009 do Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM), com o filme ângelo, O Coveiro.
Além de democratizar a cultura e revelar novas tendências artísticas em Santa Catarina, o Projeto Caldo de Cultura proporciona a valorização dos talentos locais. Evento de lançamento acontece no Palácio Cruz e Sousa
No dia 18 de dezembro, Santa Catarina será palco do Projeto Caldo de Cultura, uma nova proposta de entretenimento gratuito, que surge com o objetivo de levar arte, cultura e lazer. O coquetel de lançamento do Projeto acontece no Palácio Cruz e Sousa, às 18h, em Florianópolis, e conta com programação especial. Durante quatro horas, o público terá a oportunidade de conferir atrações inéditas e imperdíveis, que vão desde mostras de cinema e animação, programação circense, musical, fotográfica e dança.
O Projeto Caldo de Cultura surge com o objetivo de promover a valorização da diversidade cultural, e, para isso, conta com a participação de artistas e grupos de reconhecimento nacional e local. A programação contempla todas as idades. Neste sentido, o Projeto Caldo de Cultura tem como premissa democratizar a cultura e revelar novas tendências artísticas, proporcionando também a valorização dos talentos locais.
O Projeto Caldo de Cultura é uma realização da Associacão Caretinhas Contra às Drogas Pelo Esporte (Acadesp-Floripaz) e da Mult Produções e Eventos, e conta com apoio do Museu Histórico de Santa Catarina, da Cinemateca Catarinense e Fundação Catarinense de Cultura e patrocínio do FUNCULTURAL, da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte e do Governo do Estado de Santa Catarina. "O Projeto inova o modelo de produção na articulação dos segmentos dos produtores locais no processo de realização e no estabelecimento de parcerias entre agentes públicos e privados em torno da geração de conteúdos nacionais", diz o produtor Gastão Meirelles, da Mult Produções.
O Projeto contempla manifestações artísticas espontâneas e terá programação NA PRAçA XV DE NOVEMBRO E PRAçA HERCíLIO LUZ, NOS CENTROS HISTóRICOS DE FLORIANóPOLIS E SãO JOSé e em outros espaços públicos, como a Praça Getúlio Vargas e o Parque da Luz. Além da proposta diversificada, prevê ainda Feiras de Artesanato, de Recicláveis e Reutilizáveis.
Programação:
18h - Projeto Sexta no Jardim: Ricardo Graça Mello19h - Solenidade e coquetel
20:15h - Projeto Sexta no Jardim: Orquestra de Cordas Allegro Vivace
Atrações:
Dj Rick - música eletrônica brasileira com percussão.
Artes plásticas
Circo Loko
Hary Salgado (dança)
Companhia de Teatro Háde Haver
Flavio Oliveira (fotografia)
Video institucional
Cinema animação "Sereia" - direção de Yannet Briggler
Caldo de Cultura: 18/12/09, das 18h às 22h
Evento gratuito
MUSEU HISTóRICO DE SANTA CATARINA
Palácio Cruz e Sousa - Praça XV de Novembro, 227 - Centro - 88010-400 - Florianópolis - SC
Fone:(48)3028-8091 - Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
O Centro Cultural do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anuncia sua convocatória de propostas para concessões de ajuda financeira em 2009 a projetos de desenvolvimento cultural de pequena escala. As propostas devem ser enviadas antes de 31 de janeiro de 2009 para as Representações do BID nos 26 países da América Latina e do Caribe que são membros mutuários do Banco.
As doações únicas, em valores que variam de US$ 3.000 a US$ 10.000, serão concedidas a propostas que satisfaçam uma necessidade local, contribuam para os valores culturais, estimulem a atividade econômica e social de forma inovadora e bem-sucedida, apóiem a excelência artística e contribuam para o desenvolvimento dos jovens e da comunidade.
O Programa de Desenvolvimento Cultural foi concebido para estimular o desenvolvimento de projetos inovadores, preservar e recuperar tradições e conservar o patrimônio cultural, entre outros objetivos. Os projetos são avaliados de acordo com sua viabilidade, alcance educativo, uso eficaz de recursos, capacidade de mobilizar recursos financeiros adicionais e impacto de longo prazo sobre a comunidade. O BID pode financiar até dois terços de um projeto. As organizações locais são responsáveis por proporcionar o resto dos recursos e apoiar o projeto de modo sustentável.
Desde 1996, o Programa de Desenvolvimento Cultural tem demonstrado a eficácia de microinvestimentos em empresas culturais comunitárias para a geração de empregos e desenvolvimento de capacidade.