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06/11/2008 - Há 15 dias em Santa Catarina, o cineasta Sylvio Back está rodando o documentário O Contestado - Restos Mortais, 37 anos depois de ter realizado A Guerra dos Pelados (1971), uma ficção sobre o mesmo tema.

Hospedado no hotel Esplanada do Contestado, no município de Caçador, Back fala sobre esta opção:

O Contestado ainda não entrou na corrente sangüínea da historiografia brasileira - diz, em entrevista concedida por telefone na manhã de ontem.

Há quatro anos dedicado à produção do longa, o diretor está fazendo um filme essencialmente documental, com entrevistas com remanescentes da época, material iconográfico e imagens, incluindo material inédito. Uma das descobertas de Back são imagens de cinema de alguns segundos do sepultamento do capitão João Gualberto, que morreu num confronto com as tropas de João Maria, e outros filmes realizados pela Lumber, empresa construtora da ferrovia que está no centro do conflito, que ocorreu no interior do Paraná e Santa Catarina entre 1912 e 1916.

Não há praticamente mais testemunhas oculares vivas. As entrevistas com os "velhíssimos", conforme Back denomina, inclui um pequeno grupo de pessoas de 80 a 103 anos de idade. Além de depoimentos de moradores da região, o cineasta vai finalizar o documentário em Florianópolis com entrevistas com estudiosos sobre o tema. Estes depoimentos incluem a fala do norte-americano Todd Diacon, brasilianista, vice-reitor da Universidade de Tennessee, e entendido da guerra do Sul.

O cineasta blumenauense reflete que o conflito do Contestado é inesgotável e que outros diretores já visitaram a região dispostos a tratar do assunto, mas desistiram da empreitada.

Não basta ler apenas um livro para absorver a complexidade do tema - diz ele.

Back considera que o seu interesse não é só pelo fato de ele ser catarinense, mas por ser "um cineasta cuja obra é seduzida pela ânsia de reverter as falácias e o esquecimento da história oficial".

O Contestado - Restos Mortais não é um documentário com a narrativa habitual de Back, que combina a ficção em seus docudramas. O que é certo é que o filme vai ter começo, meio, fim.

Não necessariamente neste ordem, como diria Godard (Jean Luc Godard, cineasta francês), brinca Sylvio Back.

Além de Back, o diretor de fotografia Antonio Luiz Mendes e o assistente de direção Zeca Pires estão trabalhando no trecho entre Porto União e Lages, ao longo da estrada de ferro, e no Vale do Rio do Peixe para a produção do longa.

A previsão é que O Contestado - Restos Mortais tenha uma duração final de 80 minutos e fique pronto no primeiro semestre de 2009.

Foto / Diário Catarinense: O diretor Sylvio Back (de chapéu) e o assistente de direção Zeca Pires (usando fones) filmam entrevista com Dona Rosalina, 98 anos, em Canoinhas

O Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina, da Universidade Comunitária Regional de Chapecó (CEOM/UNOCHAPECó), realiza o seminário Cultura, Memória e Patrimônio no Oeste Catarinense, aprovado no edital Seminários sobre patrimônio, memória e sociedade nos museus, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O evento ocorrerá entre os dias 15 e 17 de outubro.

A programação do seminário inclui conferências, mesas-redondas e oficinas. Estarão presentes profissionais de várias instituições do país, como a própria UNOCHAPECó, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) e o Departamento de Museus e Centros Culturais (Demu) do Iphan. Os encontros acontecerão durante a totalidade dos três dias, perfazendo uma carga horária de 24 horas, excluindo as oficinas (4 horas para cada uma das nove).

As inscrições para o seminário já estão abertas e devem ser feitas pelo endereço www.unochapeco.edu.br/inscricoes .

Mais informações com o CEOM, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. A UNOCHAPECó fica na Avenida Senador Attílio Fontana, 591, em Chapecó (SC).

Os recursos mais criativos e inovadores do teatro vão estar em cena a partir de hoje em Jaraguá do Sul, com a abertura do 8o Festival de Formas Animadas. Até sábado, a cidade receberá grupos que vêm se destacando no Brasil e também em países vizinhos.

A programação do festival ocorre pela manhã, tarde e noite, tanto nos teatros da Sociedade Cultura Artística (Scar), quanto em espaços públicos, como terminal urbano, Museu da Weg, espaço cultural do Supermercado Angeloni e praça ângelo Piazera. A largada fica a cargo da Turma do Papum, de Florianópolis, que se apresenta às 8h30, na Scar.

à noite, é a vez do grupo argentino-chileno El Chonchón ocupar o palco principal do local com o espetáculo "Juan Romeo y Julieta María". A trupe do El Chonchón também traz "Los Bufos de la Matiné", que poderá ser visto no teatro e na praça ângelo Piazera.

A participação internacional terá, ainda, a presença dos peruanos do Teatro Hugo e Inés com a peça "Cuentos Pequeños". Entre os representantes brasileiros, os destaques ficam com os grupos XPTO, de São Paulo, que irá encerrar o festival no sábado, às 20h30, com o espetáculo "Utopia - Terra de Dragões"; o Anima Sonho, de Porto Alegre; e Tato Criação Cênica, de Curitiba.

Mas o diferencial do festival não pode ser visto nos palcos. Desde a terceira edição, o evento promove seminários em paralelo às apresentações. Com o tema "Teatro de Formas Animadas e suas Relações com as Outras Artes", o encontro deste ano terá a participação de profissionais de diversas regiões e pesquisadores da Udesc - responsável pela organização do seminário - Unicamp e USP, além do lançamento da 5a edição da revista "Móin-Móin". O seminário ocorre amanhã, sexta e sábado, na sala multimídia da Scar. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou durante o evento.

Saiba mais
Utopia em cena
A montagem do grupo XPTO é voltado ao público infantil. Três palhaços partem em busca de "Utopia", um mundo esquecido habitado por cinco dragões. Com canções, danças, e bonecos de grande porte, 12 atores abordam questões ligadas à cidadania, ao meio ambiente e ao respeito das diferenças.
Serviço
O QUê: 8º Festival de Formas Animadas.
QUANDO: de hoje até sábado.
ONDE: Sociedade Cultura Artística (Scar), terminal urbano, Museu da Weg, espaço cultural do Supermercado Angeloni e praça ângelo Piazera.
QUANTO: R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada para estudantes e maiores de 60 anos). Grupos de escolas que agendarem participação não pagam entrada.
MAIS INFORMAçõES:(47) 3275-2477.

O Senado Federal aprovou, no último dia 1º, a lei que torna a profissão de restaurador de bens culturais regulamentada. O projeto é de 2007, de autoria do senador Edison Lobão (PMDB-MA), e dá status de nível superior para a profissão, além de criar para ela reservas de mercado.

A inspiração para o projeto foi o Centro de Conservação e Restauração da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), único estabelecimento de ensino superior da área reconhecido pelo Ministério da Educação. Recentemente, a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) anunciou o lançamento de curso superior tecnológico de Conservação e Restauro, com 34 vagas disponíveis.

Entre um turno e outro, o operador de máquinas Wantuir Mateus dá uma pausa no trabalho braçal para se dedicar à leitura. Não, ele não é um daqueles ratos de livraria sempre com um exemplar debaixo do braço - suas histórias preferidas estão na biblioteca da Tupy, uma das empresas joinvilenses que montou o espaço dentro da fábrica. "Se não tivesse aqui, eu nem teria como ir, porque onde moro fica tudo longe", explica.

Não há um estudo para comprovar o aumento de produtividade dos funcionários com iniciativas como essa, nem a intenção de forçar os trabalhadores a ficarem mais tempo dentro da empresa. A idéia é incentivar um hábito muitas vezes esquecido ou renegado pela falta de tempo. Assim como Wantuir, muitos outros trabalhadores passam diariamente na frente do local e se sentem tentados a entrar e conhecer o mundo das palavras.

Em Joinville, a Tupy está apoiada pelo projeto Indústria do Conhecimento, do Sesi - Whirlpool e Parco Perini também estão em processo de implantação das bibliotecas nos mesmos moldes. A Electro Aço Altona e a Coteminas, de Blumenau, e a Metalúrgica Riosulense, em Rio do Sul, são outras empresas já inseridas no programa, desenvolvido junto ao Ministério da Educação. Forquilinha (com a Seara) e São Lourenço do Oeste (representada pela Parati Alimentos) também deverão participar a partir de 2009.

Nessa parceria, o Sesi é responsável pela construção do espaço, equipamento, mobília e montagem do acervo inicial. "Geralmente, fazemos a instalação perto do refeitório ou da área de lazer, para atrair o funcionário nos seus momentos de folga", explica a coordenadora de educação do Sesi/SC, Maria Tereza Cobra.

O que poderia ser apenas uma distração virou verdadeira febre na Tupy. O trabalhador desavisado, em busca de um exemplar de "A Menina que Roubava Livros", por exemplo, terá de esperar mais de um mês na lista de espera para empréstimo. Os dois DVDs do longa-metragem "10.000 a.C." é outro que não fica muito tempo na estante. Fora os livros infantis e de auto-ajuda, os preferidos da maioria dos freqüentadores.

A biblioteca atinge sete mil funcionários e outros 15 mil dependentes. No total, entre livros, gibis e DVDs de filmes e documentários, o acervo é de aproximadamente 6,8 mil volumes, sendo cinco mil voltados para a área de metalurgia, uma das referências de produção da empresa. A unidade tem ainda oito computadores com acesso à internet, sempre ocupados durante o horário de almoço ou na troca de turnos.

O sucesso está nos números: a cada mês, são feitos 2,8 mil empréstimos. "Desde que abriu, há um ano, não tivemos um dia de biblioteca vazia", conta a bibliotecária Adriana Crispim. A divulgação boca-a-boca ajudou principalmente quem nunca tinha entrado numa biblioteca e agora tem um acervo à sua disposição gratuitamente. "Muitos contam que agora ficam mais em casa porque precisam ler".

E o hábito realmente pegou. Funcionários como Wantuir viraram visitantes assíduos do espaço, sempre cobrando por novidades. "é um lugar democrático, vem desde gente do chão de fábrica até executivos", avalia Adriana. Em comum, todos têm agora o gosto pela leitura.