FCC  Facebook Twitter Youtube instagram fcc

Marca GOV 110px

Depois de ser exibida em São Paulo, Salvador, Curitiba e Rio de Janeiro, está em Florianópolis a exposição Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand. A mostra, promovida pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e pela Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, apresenta uma das mais importantes coleções privadas de arte do país, e está aberta no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc). O evento de abertura, realizado no dia 9 de maio, contou com a presença de Carlos Alberto Govêa Chateuabriand, herdeiro da coleção e vice-presidente do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio Janeiro e de Reynaldo Roels, curador do MAM/RJ.

Cerca de 170 obras que compõem a coleção proporcionam um panorama das artes plásticas no país, apresentando artistas brasileiros e seus trabalhos em quatro núcleos históricos: do Modernismo das primeiras décadas do século 20, passando pelos movimentos Construtivista e Abstracionista, até chegar ao Experimentalismo e seus desdobramentos na década de 90.

Um dos destaques da exposição é a obra Urutu, de Tarsila do Amaral. A primeira obra adquirida pelo colecionador, Paisagem de Itapuã, do artista José Pancetti, também está na mostra. Dentre os artistas catarinenses que compõem a coleção, fazem parte da exposição obras de Ivens Machado, Ana Vitória Mussi e Paulo Greuel. "Será possível fazer visitas guiadas com os profissionais do nosso Núcleo de Arte-educação", lembra a presidente da FCC, Anita Pires.

A exposição, que fica aberta até o dia 15 de junho, tem curadoria de Fernando Cocchiarale e Franz Manata. "Estamos inserindo Santa Catarina no circuito das grandes exposições nacionais", afirma o secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Gilmar Knaesel, reforçando a importância do Funcultural, que destinou R$ 250 mil para permitir a realização da mostra.

Considerada a mais representativa coleção de obras de arte de artistas brasileiros, a Coleção Gilberto Chateaubriand possui em torno de 7.000 obras. São peças produzidas desde as primeiras décadas do século passado até a atualidade. é um dos mais completos panoramas existentes sobre a arte moderna e contemporânea brasileiras. Cedida em comodato para o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro a partir de 1993, a coleção tornou-se acessível permanentemente ao público e vem sendo mostrada regularmente não só no MAM, sob a curadoria de Reynaldo Roels, como em outras instituições do Brasil e do Exterior.

Serviço

O QUê: Exposição Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand

QUANDO: Abertura sexta-feira, dia 9 de maio, às 19h30. Visitação: de 10 de maio a 15 de junho, diariamente, das 9h às 21h.

ONDE: Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), Centro Integrado de Cultura - Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5.600 - Agronômica - Florianópolis/SC. Informações: (48) 3953-2317 / www.fcc.sc.gov.br

QUANTO: gratuito

Visitas guiadas (agendamentos e informações): (48) 3953-2324 / Fax: (48) 3953-2316, de segunda a sexta, das 13 às 19 horas - e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Núcleos da exposição

O Modernismo e seus desdobramentos - Este segmento mostra obras das manifestações da arte brasileira comprometidas com a vontade de atualizar a produção nacional em relação ao modernismo europeu - a Semana de Arte Moderna, em 1922, por exemplo. Estão também obras que representam os desdobramentos do Modernismo - a questão nacional dos anos 20, a emergência dos regionalismos na década de 30 e o realismo social dos anos 40 - até o fim da Segunda Grande Guerra e ao longo da década de 50. Anita Malfatti, Brecheret, Cândido Portinari, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Djanira, Flávio de Carvalho, Goeldi, Guignard, Ismael Nery, Lasar Segall, Pancetti, Tarsila do Amaral e Vicente do Rêgo Monteiro, entre outros, compõem a exposição.

Construtivismo e Abstracionismo - esta seção mostra o surgimento e a consolidação das tendências não-figurativas no Brasil entre 1948 e 1962, com obras de Abraham Palatnik, Aluísio Carvão, Antônio Bandeira, Fayga Ostrower, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Mary Vieira, Milton Dacosta, Samson Flexor, entre outros.

A Imagem Contemporânea - este núcleo representa as produções das décadas de 60 e de 80, que têm em comum o foco figurativo. O desgaste do repertório eminentemente formal do Abstracionismo, na passagem das décadas de 50 para a de 60, determinou a retomada da imagem figurativa. Baseada agora na fotografia, na publicidade e nas artes gráficas, essa nova imagem revogou definitivamente os modelos naturais da arte do passado. Aqui aparecem obras de artistas como Anna Maiolino, Anna Bella Geiger, Antônio Dias, Barrão, Beatriz Milhazes, Carlos Zilio, Cláudio Tozzi, Cristina Canale, Daniel Senise, Gerchman, Glauco Rodrigues, Leda Catunda, Luiz Zerbini, Maria do Carmo Secco, Nelson Leirner, Wanda Pimentel, Raimundo Collares e Carlos Vergara, entre outros.

O Experimentalismo e seus Desdobramentos - Parte conclusiva da exposição, este núcleo recobre o experimentalismo dos anos 70 e de sua retomada e, ainda que de modo singular, dos anos 90 até a atualidade. Parte significativa da produção artística brasileira e internacional dos 70 assimilou, de modo explícito, a palavra à obra, ou usou-a nos títulos como conceitos-chave para a leitura da obra. Da década de 90 em diante, o uso de suportes e meios não-convencionais da arte - as novas mídias, instalações e performances - é resultado de questões experimentais formuladas duas décadas antes. Destacam-se neste núcleo obras de artistas como Anna Bella Geiger, Antônio Dias, Antônio Manuel, Artur Barrio, Carlos Zilio, Cildo Meireles, Edgar de Souza, Helio Oiticica, Jac Leirner, Jorge Barrão, José Damasceno, José Resende, Luiz Fonseca, Marcos Chaves, Miguel Rio Branco, Milton Machado, Rosângela Rennó, Tunga, Waltércio Caldas e Vik Muniz, entre outros.

Sobre a curadoria

Os curadores Fernando Cocchiarale e Franz Manata explicam o perfil da mostra "Coleção Gilberto Chateaubriand: um Século de Arte Brasileira" salientando que "qualquer pessoa interessada em fruir, conhecer, interpretar e difundir a arte brasileira, de seus primórdios modernistas, na alvorada do século passado, aos desdobramentos mais recentes da produção contemporânea, acaba recorrendo à coleção Gilberto Chateaubriand... A coleção Gilberto Chateaubriand é, pois, uma espécie de enorme jazida da arte brasileira cuja investigação e exploração rende, e sempre renderá, incontáveis possibilidades curatoriais. Isto não quer dizer que essas possibilidades descartem a reapresentação de algumas obras em diferentes curadorias. Sabemos que a inserção de uma mesma obra em novos conjuntos ou recortes transfigura, a partir destas novas relações, sua fruição e apreensão anteriores". Complementam Cocchiarale e Manata enfatizando que "organizamos a mostra observando, quando possível, a representatividade das obras da coleção consagradas pela história como referências icônicas de nosso imaginário. Junto a outras menos conhecidas, elas mapearão os principais desdobramentos de nossa arte desde a segunda década do século passado, até os anos 80. Já os trabalhos que selecionamos como representativos da produção contemporânea das duas últimas décadas são antes apostas do colecionador e da curadoria, uma vez que ainda não contam com a contribuição de filtros históricos suficientes para consagrar reputações artísticas e apontar, com segurança, as obras mais emblemáticas desse período. A exposição é montada, pois, a partir de núcleos históricos que respeitarão a sucessão temporal desses desdobramentos embora não de modo estritamente cronológico".

Sobre a coleção Gilberto Chateaubriand

A coleção Gilberto Chateaubriand possui em torno de 7.000 obras. São peças produzidas desde as primeiras décadas do século passado até a atualidade. é uma das coleções mais importantes do País e um dos mais completos panoramas existentes sobre a arte moderna e contemporânea brasileiras, já que Gilberto Chateaubriand optou por montar um acervo abrangente, plural e representativo da arte brasileira.

As obras que integram a Coleção Gilberto Chateaubriand pertencem a um período histórico mais extenso do que os 52 anos de existência da mesma, contados a partir de 1954, quando o pintor José Pancetti deu para Chateaubriand a tela "Paisagem de Itapoá". Segundo depoimento do próprio colecionador "a partir de então, comprar obras de arte tornou-se para mim uma segunda natureza - talvez a primeira. Sempre optei pela arte brasileira; gosto de conhecer o artista, ver seu atelier, descobrir novos talentos, ser surpreendido". Estas peculiaridades estreitaram o contato do colecionador com os artistas, e a busca por novos talentos e obras - especialmente aqueles iniciantes - fez com que a coleção tenha hoje obras que revelam a trajetória completa de muitos de nossos mais importantes nomes das artes visuais. é indiscutível a representatividade da coleção Gilberto Chateaubriand, considerada, sobretudo no meio especializado, como o melhor e mais completo panorama da arte brasileira, do modernismo aos nossos dias.

Cedida em comodato para o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro a partir de 1993, a coleção tornou-se acessível permanentemente ao público e vem sendo mostrada regularmente não só no MAM, como em outras instituições do Brasil e do Exterior.

Sobre o colecionador

Gilberto Chateaubriand nasceu em Paris em 1925. Vive no Rio de Janeiro. Hoje divide seu tempo entre o Rio de Janeiro e Porto Ferreira, onde tem sua fazenda, a Rio Corrente. Como diplomata residiu na Europa, particularmente em Paris, de 1956 a 1959. De volta ao Brasil foi um dos fundadores da Ediarte, ao lado de Carlos Scliar e José Paulo Moreira da Fonseca; através dela editou álbuns de reproduções de obras de artistas como Scliar (1962), Di Cavalcanti (1963), Pancetti (1964) e Guignard (1966), além do primeiro volume do Panorama da Pintura Moderna Brasileira (1966), de Antonio Bento. Atuou como membro do júri, entre outros, dos IV e V Salões de Verão (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 1972 e 1973), do I Salão Global de Inverno (Belo Horizonte, 1973), do Salão da Bahia (MAM/Bahia, desde 1994). Foi presidente da Sociedade dos Amigos do Museu Nacional de Belas Artes e membro das comissões de arte da galeria IBEU do Rio de Janeiro e da Galerie de la Maison de France, na mesma cidade. Participa dos conselhos das seguintes instituições: Fundação Castro Maya (Rio de Janeiro), Fundação Bienal de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Museu de Arte Moderna de Nova York - MoMA, Fondation Cartier pour L"Art Contemporain (Paris, França) e é Presidente do Conselho Deliberativo do MAM/Rio. Foi co-editor dos livros Arte Brasileira Contemporânea - Coleção Gilberto Chateaubriand (1976) e América Latina: Geometria Sensível (1978) de Roberto Pontual. Com sua própria editora (GBM), publicou, em 1979, o livro Waltércio Caldas Jr. - "Aparelhos", de Ronaldo Brito, e um álbum de litografias de ângelo de Aquino, com texto de José Carlos de Oliveira. Em 1978 produziu o filme de Luiz Alphonsus de Guimaraens sobre o pintor Nilton Bravo.

Sobre os curadores

Fernando Cocchiarale é crítico de arte, curador e professor de filosofia da arte do Departamento de Filosofia da PUC-RJ (desde 1978) e do curso de especialização em história da arte e arquitetura do Brasil, da mesma universidade entre 1983 e 2005. é também professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Autor, com Anna Bella Geiger, do livro Abstracionismo Geométrico e Informal (Funarte) e de centenas de artigos, textos e resenhas publicados em livros, catálogos, jornais e revistas de arte do Brasil e do exterior. Foi curador-coordenador do programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais nas edições 1999 / 2000 e 2001 / 2002 e coordenador de artes visuais da Funarte, entre 1991 e 1999; membro de júris e comissões de seleção de mais de 20 mostras e salões tais como o 10o, o 15o e o 16º Salões Nacionais de Artes Plásticas, Rio de Janeiro (em 1987, 1995 e 1998, respectivamente); e curador independente, entre outras, de exposições tais como O Moderno e o Contemporâneo, Coleção Gilberto Chateaubriand, MAM-RJ, 1981 (com Wilson Coutinho); Rio de Janeiro 1959 / 1960, Experiência Neoconcreta, MAM, RJ, 1991; O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira, Itaú Cultural, SP, 2005 (com Viviane Matesco); é Hoje na Arte Contemporânea Brasileira, Santander Cultural, RS, 2006 (com Franz Manata). Em novembro de 2000 assumiu a curadoria do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Franz Manata é artista, curador, professor e produtor. Graduado em economia pela PUC-MG. Mestre em Linguagens Visuais pela Escola de Belas Artes/Universidade Federal do Rio de Janeiro 2002. Desde 2001 trabalha no MAM/RJ como Curador Assistente e Coordenador de Produção. Em 1997, foi premiado no First International Instalation Art Award, de Nova Iorque. Em 2004, realizou a primeira Cronologia da Arte Brasileira do Século XX e pela Rede Nacional de Artes Visuais ministrou cursos, produzidos pela FUNARTE. Desde 2004 ministra o curso Arte como artifício na EAV-Parque Lage, RJ. Em 2006, assinou a curadoria da mostra é Hoje na Arte Contemporânea Brasileira no Santander Cultural, RS, com Fernando Cocchiarale.

Sete cidades catarinenses - Blumenau, Rio dos Cedros, Treze Tílias, Bom Jesus, Maravilha, Rio Fortuna e Florianópolis - estão sendo mapeadas por Sofia Carvalho, autora do projeto Crê Ser, uma iniciativa da Fundação Catarinense de Cultura (FCC) que propõe usar as artes visuais como instrumento de liberação da criatividade e do fortalecimento da auto-estima, motivando crianças e adolescentes a pintarem seus desejos. O projeto prevê atividades iniciais nas cidades, envolvendo escolas e instituições de ensino de arte, uma mostra no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), a produção de um catálogo e de um DVD.

Brasileira, mas moradora da cidade de Berlim, onde realiza projetos de arte, Sofia Carvalho chegou em Florianópolis em fevereiro, onde permanece até agosto. A primeira etapa do trabalho começa em março (veja cronograma das primeiras viagens) com pesquisas de reconhecimento do campo de intervenção. "Queremos contatar as pessoas, as escolas, obter informações sobre a comunidade para escolher os participantes. O maior número possível, contanto que as condições técnicas para trabalhar as crianças fiquem garantidas", diz Sofia, que quer abranger diferentes classes sociais, garantindo especialmente o acesso à população carente. O projeto, situa ela, não é fechado numa única representação social.

A oficina

O objetivo da oficina Crê Ser é utilizar a arte como instrumento de liberação da criatividade e auto-afirmação. "Desde o paleolítico, o homem tem o impulso de pintar seus desejos na esperança de realizá-los. é uma confirmação de atitude mental e emocional, ou seja, a passagem do plano ideológico para o concreto. O que as crianças querem ser serão inicialmente nos quadros. E, por que não, futuramente na vida, se realmente acreditarem em si mesmas", situa Sofia Carvalho.

A artista trabalha com crianças desde 1988, no Brasil e na Alemanha, adotando técnicas lúdicas, dinâmicas, induzidas por sugestões comportamentais, ao invés de pictóricas. A metodologia inclui movimentos corporais (pintar voando, pulando, de olhos fechados), vocalização de sons (pintar cantando a música preferida, o som do mar, a voz da mãe) e relaxamento infantil (rolar sobre o papel com tinta grudada no corpo, deitar no chão sobre o papel, pintar dançando com uma cor diferente em cada um dos dedos dos pés).

A intenção é preparar o corpo e a mente para conquistar os próprios objetivos. Cada uma das etapas da oficina ocorre de acordo com a constelação de cada grupo. O processo auxilia na ruptura de expectativas, encoraja a ação de pintar e orienta a concentração infantil para a liberação de si mesmas por intermédio das cores e formas que "acontecem" quase que inesperadamente. "O resultado surpreende os participantes, até mesmo os que nem costumam pintar", garante Sofia.

A diversão é o ponto ideal para motivar mutações saudáveis e eficientes na personalidade infantil ainda em formação. A utilização desta técnica de ensino conduz claramente a criança ou adolescente ao autoconhecimento e auto-estima. Os trabalhos são analisados um a um, dando ênfase ao ponto forte da individualidade pictórica e, assim, ajudando os alunos na experiência do reconhecimento social no grupo.

Sofia Carvalho exemplifica: com freqüência, crianças com temperamento inquieto e superativas pintam freneticamente. O resultado é a pintura gestual, corajosa e forte, pois contestadores trazem em si a necessidade de ruptura. Ao enfatizar esses aspectos frente aos outros, a criança adquire outro referencial de atuação e respeito perante o seu grupo de convivência. Ou seja, tem a possibilidade de atuar em outra freqüência e sair do padrão já conhecido, evitando agressividades ou atos de violência oriundos de preconceitos, frustrações ou competitividade.

A análise individual integra cada um, com suas próprias características no grupo e exalta a importância das diferenças, pois, na realidade, todos são complementares. Isso fica claro e explícito na observação e no comentário sobre os trabalhos.

Breve currículo

Formada pela Escola Superior de Propaganda & Marketing, em São Paulo, Sofia Carvalho tem 52 anos e traz em seu currículo aprendizagens que passam pelo caminho das artes visuais. Estudou cinema com Plínio Salgado, aquarela com Rubens Matuk, fez ateliê com Maria Bonomi. Nos anos 1980 saiu do Brasil para viver nas Ilhas Canárias e, por fim, seguiu para Berlim, na Alemanha, onde casou e mora até hoje. Seus interesses são amplos, a ponto de estudar caligrafia japonesa e modelo vivo na Escola de Belas Artes de Berlim, onde também estudou mais tarde com John Cage. Realizou projeto no Himalaia, na índia, onde estudou escultura em argila e, no fim dos anos 90, voltou ao Brasil, onde realizou até 2000 workshops para adultos e crianças. Com o apoio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), desenvolveu no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), o projeto Despertar, com crianças de rua. A partir de 2002 passa a atender convites de diferentes entidades privadas e governamentais interessadas na Kinder Kunst Galerie, um projeto temporário e ambulante realizado tanto em escolas, museus e instituições para menores na Alemanha. Como artista, seu currículo aponta mostras coletivas e individuais. Já expôs, entre outros espaços, no Centro Cultural São Paulo; em Fuerteventura, na Espanha; no Atelier der Künste, em Berlim; na Galeria Art-Quadrat, em Munique; na embaixada brasileira em Berlim.

A luz foi uma idéia constante no pensamento estético de Luiz Henrique Schwanke (1951-1992), artista joinvilense que ganha, há exatos 16 anos de sua morte, o primeiro audiovisual em torno de sua vida e obra. "à Luz de Schwanke", dirigido por Ivaldo Brasil Jr. e Maurício Venturi, será lançado dia 5 de junho, às 19h30, na sala de cinema da Cidadela Cultural Antarctica. No dia 7 de junho, será exibido na Mostra de Vídeo do Festival de Audiovisual do Mercosul (FAM), no Teatro Ademir Rosa, no Centro Integrado de Cultura (CIC) e, no dia 8 de junho, às 18h30, no Cineclube Sol da Terra, na Lagoa da Conceição.

Com uma obra extremamente complexa, Schwanke desenhou, pintou, esculpiu, fez instalações a partir de objetos chulos (baldes de plástico) e usou a luz elétrica como matéria-prima, antecipando uma prática que começou a se disseminar no Brasil especialmente no século 21. Formando em comunicação social em Curitiba (PR), onde começou sua carreira artística como autodidata, seu nome confunde-se entre os dois Estados, muitos até pensando que ele seja paranaense. Fascinado pelo claro-escuro, que vislumbrou nas telas de Caravaggio (1571-1610) e Guido Reni (1584-1593), a busca pela transparência e luminosidade tornou-se, segundo o artista, uma obsessão.

Com uma produção mergulhada na história da arte, o passado permanentemente megulhado no presente, Schwanke inseriu Santa Catarina na história da arte brasileira. é citado especialmente na chamada Geração 80, período em que conquistou mais de 20 prêmios em certames nacionais. Em 1991, foi o único catarinense incluído na Bienal Internacional de São Paulo, onde apresentou a obra "Cubo de Luz - Antonomia". Com efeitos surpreendentes, sonhou com a possibilidade de uma escultura imaterial, criada a partir da projeção de 160 mil watts de luz.

Realização da Contraponto, o documentário, de forma sensível, alinha as concepções schwankenianas, enriquecidas pelos textos do artista e duas entrevistas obtidas na TV Cultura e no arquivo da RBS TV e Rede Globo. Com duração de 17 minutos, tem como fio condutor pensamentos reveladores da erudição de quem sonhava transformar o presente para que o novo fosse total. Além disso, traz depoimentos da mãe, Maria Schneider Schwanke; da irmã, Maria Regina Schwanke Schroeder; de amigos; da presidente do Instituto Schwanke, Nadja de Carvalho Lamas; da marchande Marina Mosimann, do fotógrafo Paulo de Araújo, que detém o maior volume de imagens do artista, entre outros. Familiares, amigos, críticos de arte, pesquisadores e curadores contribuem em favor de uma melhor compreensão deste legado.

Entre os críticos brasileiros aparecem João Henrique do Amaral, Fábio Magalhães, Nilza Procopiak e Agnaldo Farias. A narração é de Franzoi, artista joinvilense, e a trilha sonora leva a assinatura de Jorge Gómez, baixista do Quarteto Nota Jazz, ex-integrante do Phunky Buddha e da Landau 76.
A intenção dos realizadores é mostrar que nada foi colocado por acaso na obra na qual a metamorfose é intencional, é pensada, fruto de conceito elaborado com requinte e erudição.

O lançamento contará com a presença dos diretores Ivaldo Brasil Jr. e Maurício Venturi, além de outras pessoas envolvidas no projeto.

Serviço

O QUê: Lançamento do documentário "à Luz de Schwanke". ONDE: Sala de Cinema da Cidadela Cultural Antarctica, rua 15 de Novembro, 1.383, centro, Joinville. QUANDO: Dia 5/6/08, 19h30. QUANTO: Gratuito.

PRé-ESTRéIA - 5 de junho - 19h30 - JOINVILLE

Sala de Cinema da Cidadela Cultural Antarctica - Rua XV, 1383

EXIBIçõES - FLORIANóPOLIS

7 de junho - FAM - Mostra de Vídeo - 16h30 - Teatro Ademir Rosa - CIC (previsão 17h40)

8 de junho - 18h30 - Cineclube Sol da Terra (Av. Afonso Delambert Neto, 885, Lagoa da Conceição)

A artista plástica Beta Monfroni abriu na quinta-feira (31 de janeiro de 2008), no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), em Florianópolis, uma exposição de pinturas que usam o papel como suporte. A mostra, fruto de parceria com a Fundação Catarinense de Cultura (FCC), que administra o Masc, reúne 22 trabalhos nos quais são utilizados tinta acrílica sobre papel, além de giz pastel, lápis e nanquim.

"Uma década atrás, quando eu ainda trabalhava com publicidade, o papel era a mídia para ilustrações e lay-outs, na época todos executados à mão livre. Ao optar pelas artes plásticas, o estilo espontâneo e abstrato encontrou na tela e no acrílico o melhor suporte para expressar minhas idéias, com pinceladas fortes e espaçosas. Há pouco tempo, redescobri a relação com o papel e tem sido estimulante porque, ao trabalhar sobre uma superfície tão delicada e absorvente, tenho que controlar o ímpeto, a inquietação e angústia ao iniciar uma obra. O papel é frágil, exige cuidado, carinho, e isso torna o trabalho mais intimista, suave", afirma a artista.


Nascida no Rio Grande do Sul há 60 anos, Beta vive há duas décadas na catarinense São José, e aproveitou que a empresa de publicidade onde trabalhava fechou para mudar de vida. Desde pequena gostava de desenhar e pintar e resolveu que era disso que passaria a viver. Começou com pinturas figurativas, mas os conhecidos diziam o resultado era meio publicitário demais, com traços de ilustração. Em vez de mudar sua pintura figurativa, ela mudou de rumo: partiu para os abstratos.


Com um forte apelo de cor - ela usava e abusava do vermelho - Monfroni logo caiu no gosto de arquitetos e decoradores, que até hoje fazem encomendas. Há três anos ela realizou uma exposição individual no Masc, com telas em que botava a cor e depois cobria de preto, que depois era riscado até a cor aparecer de novo. As telas chegaram a ser levadas para São Paulo.

Convidado a escrever sobre a atual exposição, o administrador do Masc, João Evangelista de Andrade Filho, afirma que "como Carlos Eduardo Uchôa ou Maria Annita Luzzati, Beta Monfroni cria seus padrões plásticos no limite fugidio entre a abstração e a figura, fronteira que corresponde ao território do enigma e da gênese. Mas ao invés de levar ao matérico e ao elemental, ou à cena do mundo, como fazem aqueles artistas, Beta sugere firmamentos interiores, paisagens da possibilidade. Na série que apresenta no Masc, Beta desliga a luz do dizível; restringe o campo cromático e insere a visualidade no domínio da incerteza. Ali, apesar de tudo, o leitmotiv pode ser, de qualquer modo, o invólucro carnal do eu empírico. Beta não se interessa em arranjar o mundo, mas em diagnosticar a incerteza irremissível da vida. Ou a imprecisão do destino".

O QUê: Exposição "Beta Monfroni - Desenhos".

QUANDO: Visitação até 2 de março, terça a domingo, das 13h às 21h.

ONDE: Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), Avenida Gov. Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis, fone: (48) 3953-2323.

QUANTO: gratuito.

A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) expõe a partir da próxima quinta-feira, dia 15, no Museu Histórico de Santa Catarina, em Florianópolis, as 29 telas do projeto Paint-a-Future (Pintar um Futuro), idealizado pela artista plástica holandesa Hetty van der Linden, que promove a iniciativa no Brasil, Chile, Croácia, Argentina, Marrocos, Bulgária, Moldávia, Madagascar.

A arte como instrumento para a realização de sonhos é a missão do projeto Paint-a-Future, que de forma despretensiosa, uma criança registra seu sonho num pedaço de papel e esta imagem acaba seduzindo um artista que a transforma numa tela.

O quadro criado a partir do trabalho da criança vai para uma mostra. O comprador da obra torna-se um realizador de sonhos, já que a renda com a venda do quadro é revertida integralmente em benefício da criança que originou a obra.

Há seis anos, a artista plástica holandesa Hetty van der Linden deu início ao Paint a Future, um ousado projeto que realiza os sonhos (ou ajuda nas necessidades básicas) de crianças carentes que moram em áreas pobres do Brasil.

é assim, de forma colaborativa, que Hetty vem trabalhando nos últimos anos em vários lugares do mundo tentando tornar, de alguma forma, a vida mais digna para as crianças.
Pela terceira vez, o projeto desembarca na Grande Florianópolis. Há algumas semanas Hetty visita comunidades carentes da região. Com a ajuda de assistentes sociais, ela coletou dezenas de desenhos, que foram transformados em telas pelas mãos e talento de 29 artistas (13 catarinenses e 16 estrangeiros). Ao visitar as comunidades para recolher os desenhos, Hetty conhece a família e identifica as necessidades. Mas ela sempre toma o cuidado de não criar expectativas uma vez que o retorno financeiro, ou a realização do sonho, depende da venda do quadro. às vezes, o pedido é uma bicicleta, uma boneca. Em outras é receber comida, uma cesta básica por mês para que a família não passe fome.
Hetty van der Linden e o grupo de voluntários - formado por europeus, norte e sul-americanos, além de brasileiros - realizaram os trabalhos no resort da Ilha do Papagaio, na Pousada Natur Campeche e na Pousada Quinta do Bucanero, na Praia do Rosa, a convite dos seus proprietários tradicionais apoiadores do projeto no Brasil.
A exposição do projeto Paint a Future será inaugurada no dia 15 de maio, às 19h, no Museu Histórico de Santa Catarina (Palácio Cruz e Sousa, Praça XV de Novembro, 227, no Centro da Capital. às 18 horas acontece uma conversa com todos os artistas envolvidos no projeto. A mostra permanece aberta à visitação até o dia 29 de junho, de terça à sexta-feira das 10h às 18h e, aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h.

Participações

Catarinenses

Silvio Pléticos

Rubens Oestroem

Loro

Flavia Fernandes

Susana Bianchini

Hugo Rubilar

Juliana Hoffmann

Dirce Korbes

Yara Guasque

Neno Brasil

Valdir Agostinho

Marinella

Mauro Costa

Outros

Hetty van der Linden, Holanda

Maria Villares, São Paulo

Paz Santos, Espanha

Marieke de Ridder, Bélgica

Mara Eijsbouts, Holanda

Gertruud van Ettinger, Holanda

Loreto Enriquez, Chile

Silvia Flichman, Argentina

Gayle Tustin, EUA

Rosie Newman, Escócia

Theo Koster, Holanda

Gilbert Uitdenhouwen, Bélgica

Gregório Gruber, São Paulo

Juan Fontana, Argentina

Ariel Cortez , Argentina

Jaan Elken, Estônia