Criado pela Lei Estadual nº 5.476, de 4 de outubro de 1978, o Museu Histórico de Santa Catarina (MHSC) teve sua abertura na Casa da Alfândega, em Florianópolis, realizada em 2 de março de 1979, conforme termo de abertura assinado pelo Secretario da Educação e Cultura, Professor Márcio Cesar Moraes.
A mudança efetiva da Alfândega para o Palácio Cruz e Sousa ocorreu antes mesmo que a lei que transferia o MHSC para a nova casa fosse sancionada: “No dia 5 de dezembro de 1986 ocorreu a solenidade em que o governador Esperidião Amin sancionou a lei que transferia definitivamente o MHSC e o IHGSC para o Palácio Cruz e Sousa”. (BRUHNS, 2010, p 143.), Na Lei n. 6.900, de 5 de dezembro de 1986, o Palácio passa aos cuidados do MHSC. (SOUSA, 2004, p 74.).
A História
Em meados do século XVIII, época em que foi criada a Capitania da Ilha de Santa Catarina e nomeado seu primeiro governador, o brigadeiro José da Silva Paes, foi também construído junto à praça da Vila de Desterro um prédio de três secões e dois pavimentos para ser a nova "Casa de Governo". Durante mais de um século, o Palácio passou por diversas modificações, até que na mudança republicana uma grande reforma (1894–1898) foi realizada, adquirindo as características arquitetônicas preservadas até o presente.
Dez estátuas alegóricas esculpidas pelo artista italiano Gabriel Silva ornamentam a parte externa do prédio, coroando as platibandas. Entre elas, a padroeira do estado, Santa Catarina; a ninfa evocativa dos mares, Anfitrite; e o deus mitológico Mercúrio, compondo com duas barricas, alegoria alusiva ao comércio e à indústria catarinenses, respectivamente, sendo o último localizado no alto da fachada lateral, à direita. Os ladrilhos da calçada à frente do palácio foram importados e assentados no ano de 1910.
Posteriormente, nas obras de manutenção, foram realizados inúmeros acréscimos e modificações internas, além de repinturas que se acumularam em várias camadas com o passar dos anos. Em 1977 deu-se início a um grande trabalho de restauração do edifício, que passou a denominar-se, em 1979, Palácio Cruz e Sousa, em homenagem ao grande poeta catarinense.
A partir de 2005 foram retomados os trabalhos de restauração das pinturas decorativas das paredes internas e dos forros de estuque, tratamento emergencial necessário, que vem sendo realizado por uma equipe de profissionais qualificados, dentro de rigorosos critérios técnicos. Quem visita o Museu pode acompanhar as etapas da restauração.
crédito foto: Márcio Henrique Martins / ASCOM FCC
Tombado como patrimônio histórico do Estado em 26 de janeiro de 1984, através do Decreto nº 21.326, o prédio é um importante exemplar da arquitetura eclética do final do século XIX, caracterizado por uma conciliação de estilos anteriores, principalmente o barroco e o neoclássico.
Sobre as platibandas do telhado, existem figuras simbólicas inspiradas na mitologia greco-romana, modeladas com cimento. Na parte frontal do Palácio, estão inseridas as armas do Estado, além de dois nichos que trazem entronizadas imagens de bronze, simbolizando a agricultura e a indústria.
Internamente, destacam-se as escadarias de mármore de Carrara, as clarabóias de ferro no telhado, os trabalhos de marchetaria nos assoalhos, as pinturas nas paredes, os detalhes de estuque nos tetos – que têm um significado relacionado à antiga utilização das salas – e o vitral com influência art noveau na Sala de Jantar.
Confira a Galeria de fotos e as plantas baixas dos espaços das Exposições Temporárias disponível para baixar em download nesta página: