A atriz Barbara Biscaro conduz duas sessões da aula-espetáculo baseada obra poética “A Menina Boba”, de Oneyda Alvarenga (1911-1984) e no ciclo de canções de Claudio Santoro, que musicou quatro poemas da poetisa, no ano de 1940. As apresentações gratuitas serão nos dias 19 e 20 de novembro, às 17h, na Sala Claraboia, onde está em exposição "Arquivos Implacáveis Meyer Filho", em comemoração ao centenário do artista modernista catarinense, no Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis.
O universo do modernismo brasileiro e aspectos da vida de Oneyda Alvarenga, contada através de sua correspondência com o poeta Mário de Andrade, são o ponto de partida para a criação da dramaturgia do trabalho. A profunda amizade entre Oneyda e Mário de Andrade e o esforço de Oneyda para afirmar-se como poeta e artista nas décadas de 30 e 40 são recontados através de um olhar poético. Seu jeito simples, sua poesia e a sinceridade de suas confissões nas cartas que troca com Mário de Andrade foram fonte de inspiração para a criação desta obra, que se baseia na musicalidade da voz e no movimento corporal para reconstruir memórias, entrelaçando fatos reais e ficcionais, brincando com o canto e a voz falada em um jogo poético da voz em cena.
O espetáculo existe desde 2010, contemplado pelo Edital Elisabete Anderle 2010. Desde sua estreia possui três formatos, reforçando o caráter de pesquisa em eterno movimento. O primeiro formato marca uma parceria da artista com o pianista e compositor Alberto Andres Heller, tendo estreado e circulado em Santa Catarina. Uma nova versão surge em maio de 2012, apresentada pela primeira vez no festival VI Itajaí em Cartaz, na cidade de Itajaí (SC). Este trabalho, com sua versão em italiano, realizou apresentações na Itália em 2012, em cidades como Imola, Tonezza del Cimone e Este, em parceria com o Via Rosse Centro di Produzione Teatrale e o T.I.L.T. (Trasgressivo Imola Laboratorio Teatrale).
No mês de outubro do mesmo ano foi apresentado dentro da programação do Research Seminars Series, da Aberystwyth University, no País de Gales, como espetáculo convidado. No Brasil realizou apresentações em festivais e eventos de pesquisa, como no seminário nacional A Voz e a Cena. No ano de 2015 esteve no festival Giving Voice 13 como demonstração de trabalho, evento internacional de vocalidade na cena realizado pelo CPR (Centre of Performance Research) em Falmouth/ Cornwall – Reino Unido. Em 2016 é realizada uma versão em castelhano da obra, apresentada em Santiago e Talca (Chile), dentro do festival internacional organizado pelo Corredor latino-americano de Teatro. No ano de 2017 uma nova versão do trabalho é organizada em formato de desmontagem, condensando agora não somente a dramaturgia da obra em si, mas também as experiências da atriz-pesquisadora durante os anos de pesquisa e viagens com o trabalho, elaborando uma reflexão sobre o ofício teatral, vocalidade, vida e arte entrelaçadas com a trajetória do espetáculo, adquirindo o formato de aula-espetáculo.
A desmontagem estreou na UDESC em 2017, tendo integrado a programação do III Simpósio Corpo e Palavra na UFMG/Belo Horizonte, no mesmo ano. No ano de 2018 é apresentado novamente em Santiago do Chile, no festival Mestiza Chile (2018) e após a pandemia, a sua retomada se dá no Departamento de Artes da UFRN, em 2022, em comemoração pelos cem anos da Semana de Arte Moderna.
Sobre Barbara Biscaro: atriz, cantora e pesquisadora vocal. Doutora em Teatro pelo PPGT - UDESC e atualmente é professora colaboradora na área de Voz da Graduação em Teatro da UDESC (Florianópolis), assim como faz parte do corpo docente do Mestrado em Investigação em Dramaturgia e Direção Cênica na Universidad Central de Ecuador (Quito). No campo das pedagogias da voz, tem atuado como professora-artista em diversos Estados do Brasil e em locais como Buenos Aires (Argentina), Imola (Itália), Cochabamba (Bolívia), Santiago (Chile), Quito (Equador). Juntamente com outras artistas de Florianópolis, é criadora e organizadora do projeto Vértice Brasil, um encontro e festival de teatro feito por mulheres que já teve edições em 2008, 2010, 2012 e 2014, ligado à rede internacional de mulheres de teatro The Magdalena Project. Seus espetáculos de repertório que pesquisam a palavra cantada e o movimento em cena são Récita – tudo aquilo que chama a atenção, atrai e prende o olhar (2006/2014), A Menina Boba (2010/2012) e As Mulheres Insolúveis (2019).
O Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) disponibilizou duas versões online do catálogo com as obras selecionadas pelo 11º Salão Nacional Victor Meirelles. Os trabalhos estiveram em exposição no Museu entre maio e julho de 2022.
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Depois de um hiato de quase 14 anos, o Salão Nacional Victor Meirelles voltou a ser realizado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) em 2022. Foram 560 inscritos de todo o país, dos quais 25 trabalhos selecionados para compor a exposição. Todos também foram contemplados com o Prêmio de Aquisição no valor de R$ 20 mil cada, e agora irão fazer parte do acervo permanente do MASC.
Além da exposição "Arquivos Implacáveis Meyer Filho" em cartaz até janeiro de 2023 no Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), também o livro que documenta sua vida e produção, os métodos utilizados por Meyer serão revistos e ensinados para o público interessado na oficina Dazibao. A atividade, gratuita, será realizada no sábado, 12 de novembro, das 10h às 13h e das 15h às 18h. São 20 vagas para cada turno - matutino e vespertino. As aulas acontecerão na sala 5 das Oficinas de Arte do Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis. A programação integra o projeto que celebra o centenário do artista catarinense Ernesto Meyer Filho.
Inscrições no link https://forms.gle/
Meyer Filho utilizou o método Dazibao nos seus processos criativos. Os cartazes feitos à mão com mensagens curtas e diretas compõem o acervo do artista e a proposta é justamente olhar para esses trabalhos e se inspirar em versões próprias com base no desenho, no letreiramento e na composição visual. A oficina será conduzida pelo artista e design Pedro Franz e a ação tem apoio do Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores (LIFE/UDESC), que forneceu os materiais necessários.
OFICINA DAZIBAO
Data: 12 novembro (sábado)
Dividida em dois grupos matutino e vespertino
Horário: 10 às 13h e 15 às 18h.
Local: Sala 5 das Oficinas de Arte do Centro Integrado de Cultura - CIC.
Endereço: Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5.600 –Agronômica, Florianópolis/SC
Sobre a atividade:
- carga horária: oficina de 3 horas oferecida em dois períodos
- 20 vagas para cada turma
- público-alvo: pessoas com + de 14 anos
- evento gratuito
- inscrições prévias clicando aqui
Arquivos implacáveis Meyer Filho é um projeto realizado pelo Instituto Meyer Filho, Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Governo do Estado de Santa Catarina e Governo Federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com o patrocínio da KREDILIG, ORSITEC e CASSOL Centerlar.
Tem apoio cultural do Bloco B Arquitetura; Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina; Estúdio Brandão Fotografias; Instituto de Documentação e Investigação em Ciências Humanas da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores (LIFE) da Udesc; Laboratório de Representação Fotográfica do Ceart/Udesc; Núcleo de Comunicação do Ceart/Udesc; Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Comunidade - Coordenadoria de Cultura da Udesc e Ouse Iluminação.
"Arquivos Implacáveis de Meyer Filho" é o título da exposição que o Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) recebe entre 29 de setembro de 2022 e 22 de janeiro de 2023, em homenagem ao artista catarinense Ernesto Meyer Filho (1919 - 1991). Entrada gratuita de terça-feira a domingo, das 10h às 21h.
O artista chamou de Arquivos Implacáveis um conjunto de obras e documentos, que guarda importantes fatos de sua trajetória e da memória do movimento artístico de Santa Catarina, especificamente do surgimento da arte moderna. O acervo a ser exposto reúne a produção de cinco décadas de atuação de Meyer Filho que, ao longo de sua trajetória, teve o cuidado de guardar obras representativas de suas mais significativas fases criativas, complementadas com um vasto conjunto de recortes de jornais e revistas, correspondências, fotos, manuscritos, anotações, charges, catálogos, convites de exposições dentre outros documentos, todos relativos à produção artístico-cultural das décadas de 1940 a 1980.
Abrir a caixa de Meyer, o amplo acervo que o artista deixou de 1940 a 1991, é uma rica experiência. Além da exposição que ficará por quatro meses em cartaz, diversas atividades serão oferecidas, como cursos, oficinas, ações educativas e seminário.
Arquivos implacáveis Meyer Filho é um projeto realizado pelo Instituto Meyer Filho, Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Governo do Estado de Santa Catarina e Governo Federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
A exposição tem coordenação geral de Sandra Meyer; curadoria geral de Kamilla Nunes; curadoria adjunta de Gabi Bresola e curadoria assistente de Aline Natureza. Entre os acervos que colaboraram com a exposição estão o Acervo Arquivos Implacáveis Meyer Filho, Acervo Adriano Pauli, Acervo Fundação Hassis, Acervo Ylmar Corrêa Neto, Acervo José Luiz Nuremberg, Acervo Jair da Silva Junior e Eliete Magda Colombeli, Acervo Lúcia Rupp Hamms, Acervo Luiz Ernesto Meyer Pereira, Acervo Marcelo Collaço Paulo, Acervo MASC, Acervo Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC – Oswaldo Rodrigues Cabral, Acervo Rafael Mund, Acervo Simone Bobsin, Acervo Thales Brognoli Acervo Tércio da Gama.
Esnesto Meyer Filho (Itajaí, SC, 1919 – Florianópolis, SC, 1991)*
Meyer Filho foi desenhista, pintor e tapeceiro. Estudou de forma autodidata pintura, desenho, história da arte e história natural. Atuante dinamizador cultural de sua época, organizou em 1958/59 os dois primeiros salões de arte moderna de Santa Catarina, fora do Estado. Meyer foi, também, um dos maiores dinamizadores da arte moderna do Estado, e sua história está intimamente relacionada com a do Museu de Arte de Santa Catarina (primeiro museu de arte moderna no País criado em 1949 por decreto de lei do Governo Estadual). Sua exposição, em 1958, foi a primeira individual de artista catarinense no mesmo Museu. Fundou e foi presidente do Grupo de Artistas Plásticos de Florianópolis e organizou em 1958/59 os dois primeiros salões de arte moderna de Santa Catarina, fora do Estado. Em 1957 realizou a primeira exposição de Pinturas e Desenhos de Motivos Catarinenses, com o artista plástico Hyedi de Assis Corrêa /Hassis. Participou como ilustrador da Revista Sul, editada pelo grupo que liderou o movimento de arte moderna em Santa Catarina nas décadas de 40 e 50- Circulo de arte de Moderna, mais tarde conhecido como Grupo SUL, tendo sido um dos integrantes deste grupo.
A obra de Meyer Filho, especialmente registrada entre os anos 1950 e 80, não encontra similar no circuito dos artistas, nem na Ilha-capital onde viveu, nem nos poucos interlocutores modernistas que encontrou no eixo Rio-São Paulo. Seguindo na contra-mão do realismo, em suas obras vigora uma potência imaginativa que se multiplica incessantemente e cuja geração de seres híbridos resulta em invenções surpreendentes e inversões perversas, produzindo uma fabulosa coleção de vidas rastejantes, voadoras e andantes. A partir das incursões feitas pelas enciclopédias artísticas e compêndios científicos de sua biblioteca, o artista embaralha e inventa taxionomias, originárias da botânica e da zoologia, da agricultura e da astronomia, da história da arte e da mineralogia. Há também uma interlocução com os estudos locais e antropológicos, em particular o imaginário da Ilha de SC e sua cultura popular, que nunca recebeu uma leitura para além da clave regional.
*(Fonte: Instituto Meyer Filho)
Serviço:
O quê: Exposição "Arquivos Implacáveis de Meyer Filho"
Abertura: 29/09/2022, às 18h
Visitação: até 22/01/2023. De terça-feira a domingo, das 10h às 21h.
Local: Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) - No Centro Integrado de Cultura (CIC)
Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica - Florianópolis (SC)
Entrada gratuita
No ano do centenário da artista Fayga Ostrower, o Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) recebe exposição de obras da polonesa radicada no Brasil, com curadoria de Susana Bianchini e Maria Helena Rosa Barbosa. A mostra, cuja abertura ocorre no dia 29 de setembro de 2022, às 19h, terá visitação gratuita até 23 de janeiro de 2023.
Fayga explorou e renovou as técnicas tradicionais da gravura como meio de expressão, assim como teorizou suas pesquisas estéticas e soluções plásticas inspirada nos processos de criação do abstracionismo informal. A exposição apresenta uma parcela da produção da artista em distintas técnicas e períodos. O público poderá conferir um conjunto de 37 obras entre xilogravuras, gravuras em metal, aquarelas, desenhos, serigrafias e litografias, além de matrizes de diferentes períodos, bem como material documental.
Sobre a artista
Gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, teórica da arte e professora, Fayga Ostrower nasceu em Lodz, na Polônia, em 1920, e chegou ao Rio de Janeiro em 1934. Cursou Artes Gráficas na Fundação Getúlio Vargas, em 1946, onde estudou xilogravura com Axl Leskoschek e gravura em metal com Carlos Oswald, entre outros.
Realizou exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Seus trabalhos se encontram nos principais museus brasileiros, da Europa e das Américas. Recebeu numerosos prêmios, entre os quais o Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo, em 1957; o Grande Prêmio Internacional da XXIX Bienal de Veneza, em 1958; e, nos anos seguintes, o Grande Prêmio nas bienais de Florença, Buenos Aires, México e Venezuela.
Foi membra honorária da Accademia delle Arti Del Disegno, de Florença. Em 1972, foi agraciada com a ordem do Rio Branco. Em 1998, recebeu o Prêmio do Mérito Cultural pelo Presidente da República do Brasil e, em 1999, o Grande Prêmio de Artes Plásticas do Ministério da Cultura.
Seus livros sobre questões de arte e criação artística são: Criatividade e processos de criação; Universo da arte; Acasos e criação artística; A sensibilidade do intelecto (Prêmio Literário Jabuti, 1999); Goya, artista revolucionário e humanista e A grandeza humana: cinco séculos, cinco gigantes da arte. Publicou numerosos artigos e ensaios na imprensa e na mídia eletrônica. A biografia Fayga Ostrower foi lançada em 2002.
Fayga foi casada com Heinz Ostrower, historiador cuja biblioteca foi doada para o Arquivo Edgard Leuenroth, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, SP. Deixou dois filhos, Anna Leonor (Noni) e Carl Robert; e três netos, João Rodrigo, Letícia e Tatiana.
A artista faleceu no Rio de Janeiro, em 2001. Em 2002 foi criado o Instituto Fayga Ostrower.
Serviço:
O quê: Exposição "Centenário de Fayga Ostrower"
Curadoria: Susana Bianchini e Maria Helena Rosa Barbosa
Abertura: 29 de setembro de 2022, às 19h
Visitação: até 23 de janeiro de 2023. De terça-feira a domingo, das 10h às 21h.
Local: Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) - No Centro Integrado de Cultura (CIC)
Av. Governador Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica – Florianópolis (SC)
Entrada gratuita