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O que vocês comem? Como tomam banho? Como escovam os dentes e dormem? Vocês caçam? Essas e muitas outras perguntas embalaram a palestra que ocorreu na tarde do último dia 17/4, no Museu de Zoologia Professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski da Unesc. O evento, em alusão ao Dia do Índio, (comemorado em 19 de abril) trouxe o índio Werá Tupã Leonardo, de Palhoça. Ele é do Morro dos Cavalos, região da terra indígena da tribo Guarani, da qual Werá faz parte. Além do espaço aberto às perguntas, o índio tratou de questões culturais, como costumes, arte, língua, alimentação, crenças e, sobretudo, a ligação dos índios com os animais.

“Espero que com minha palestra eu possa incentivar e mostrar a cultura para os alunos. Só conhecendo e tendo contato com nós que eles passarão a respeitar”, destacou Leonardo. Segundo o índio, o preconceito já diminuiu bastante, mas a falta de informação ainda é grande entre a população. “As pessoas guardam muitas informações do passado e isto lhes causa preconceito”, complementou.

Mistura de raças

Cinco cidades diferentes estiveram presentes no encontro, entre elas, Criciúma, Siderópolis, São João do Sul, Urussanga e Treviso. Desta última, a professora Cristiane Pagani trouxe sua turma para conhecer o índio. “As crianças não tem visto mais índios na região. Dessa forma elas podem resgatar os valores culturais, tendo contato e conhecendo os povos. Além disso, a aprendizagem educativa deles é ampliada”, afirmou Cristiane.

A professora salientou que mesmo a maioria sendo descendente de italianos, para eles não há mais diferença entre as raças. “Não há mais discriminação entre índios e descendentes. Com certeza os alunos estão felizes por conhecer um índio que ainda vive como tal. O dia de hoje ficará para a história deles”, complementou.

Maísa da Silva Martins, de 10 anos, estudante de Treviso, achou muito importante a visita do índio. “Eu tenho um primo que é índio, mas dessa forma eu pude conhecer a cultura e vida deles”, contou Maísa.

Outra prova da mistura de raças foi o diálogo em guarani no meio da palestra traçado por Werá Tupã e a professora do curso de Odontologia da Universidade, Keico Sano, que é natural do Japão, cresceu no Paraguai, aprendendo a língua Guarani e reside atualmente em Criciúma. “Realmente há uma miscigenação muito grande hoje em dia”, observou Keico.

Exposição de peças do artesanato Guarani

Werá Tupã Leonardo mora com 120 índios em sua terra indígena. Para o encontro com os alunos na Unesc o índio trouxe exemplares de seu artesanato e um CD com músicas do seu povo.

Fonte: Secom