A Fundação Catarinense de Cultura (FCC), por meio da Gerência de Pesquisa e Tombamento da Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural, divulga o resultado da pesquisa realizada entre os dias 21 de setembro e 8 de outubro sobre o patrimônio cultural, mais especificamente os bens tombados, do município de Urussanga, no Sul de Santa Catarina. O questionário contou com 213 respostas de pessoas de variadas faixas etárias, sendo a mais representativa entre 26 e 40 anos, que correspondeu a 48% dos participantes.
Crédito: Tatiana Tomazzini
O objetivo do projeto, do qual a pesquisa faz parte, é lançar um novo olhar sobre o patrimônio cultural catarinense, pensando nos bens tombados a partir de seus conjuntos, na interface dos diferentes elementos que o compõe, nos processos coletivos, que perpassam as características materiais e imateriais da nossa cultura. O projeto piloto em Urussanga vai promover o estudo específico de preservação de conjunto urbano/arquitetônico através da delimitação de poligonal de entorno dos bens já tombados pelo Governo do Estado. A partir daí será desenvolvido um projeto que subsidie uma normativa clara de intervenção nestas áreas, deixando os processos mais transparentes, e que ao mesmo tempo permita uma proteção patrimonial mais efetiva, que valorize os diversos aspectos representados por tais bens, incrementando, inclusive, a dimensão econômica do patrimônio cultural.
Resultados
A proposta do questionário foi compreender como a população residente e não residente da cidade de Urussanga percebe seus espaços, seus elementos construídos e naturais, e se existem dificuldades ou necessidades diante de tais elementos. A partir dele é possível embasar tal projeto-piloto de requalificação das edificações históricas da cidade.
A palavra mais citada na questão que solicitava que fossem elencadas as três palavras que melhor referenciavam a cidade foi "vinho", remetendo à forte conexão que a cidade possui com a produção e comercialização do produto tradicional da região, ligado à cultura local e ao patrimônio imaterial deste povo. As demais palavras mais citadas, relacionam-se também ao patrimônio histórico cultural material e imaterial da cidade tais como: "cultura", "Itália", "história" e "tradição".
Entre ambientes edificados de importância coletiva, foram citados os casarões históricos ao redor da Praça, a própria Praça Anita Garibaldi, a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Percebe-se que tais edificações segundo as respostas recebidas, de alguma forma estão desvalorizadas, não sendo utilizados da maneira mais adequada a todos os possíveis usuários. Novos usos para as edificações foram propostos pela população e também novos horários de utilização e programações especiais, como shows e eventos, o que remete a um potencial econômico latente voltado à prestação de serviços ligados ao lazer, cultura e gastronomia.
Essa consulta foi extremamente relevante para que a equipe de técnicos da FCC pudesse entender a importância da identidade local para a população, e ajudará a tomar importantes decisões quanto às diretrizes de intervenção para edificações tombadas, para normatização de comunicação visual, intervenções em fachadas e entorno de bens tombados, com o intuito de deixar o processo mais claro e de fácil acesso a todos os interessados em intervir de alguma forma neste conjunto urbano/arquitetônico.
Acredita-se que a experiência adquirida em Urussanga, por meio deste projeto piloto, sirva de base para o desenvolvimento de uma metodologia de trabalho a ser aplicada futuramente nas demais cidades do Estado, uma nova política de preservação do patrimônio cultural catarinense. Outras ações já estão sendo desenvolvidas buscando alinhavar os estudos de tombamento pelo Estado como um todo.
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Pesquisa: bens tombados de Urussanga
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC
Em visita a Florianópolis para acompanhar os vencedores do 6º Prêmio Marcantonio Vilaça para as Artes Visuais, Marcus Lontra - coordenador do Prêmio - se reunirá com o artista Fernando Lindote e o curador Josué Mattos, ambos ganhadores da edição 2017, no Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), para um debate aberto sobre as próximas etapas do evento. O encontro será na próxima quarta-feira (6), às 19h, com entrada gratuita.
Na ocasião, Lontra fará uma apresentação sobre a história deste que é considerado o principal prêmio de artes visuais do Brasil. Fernando Lindote e Josué Mattos apresentarão suas respectivas pesquisas, desenvolvidas para as exposições do Prêmio, que ocorrerão a partir de março de 2018 em Goiânia, Rio de Janeiro, Fortaleza e Porto Alegre.
Sobre os participantes
Marcus Lontra é crítico de arte e curador independente. Foi diretor dos Museus de Arte Moderna, de Brasília, do Rio de Janeiro e de Recife. Foi curador, ente outras, das mostras: “Como vai você, geração 80?” (junto com Sandra Magger e Paulo Roberto Leal); “Infância perversa”, no MAM- RJ. Atualmente é curador da exposição “Amélia Toledo: lembrei que esqueci”.
Fernando Lindote é artista visual. Faz uso de diversas linguagens em seu trabalho – instalações, performances, pintura, fotografia, vídeo, desenho e escultura. Já expôs individualmente, entre outros espaços, no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro; Instituto Tomie Ohtake (SP) e MAM - Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Josué Mattos é diretor e curador do MASC. Graduou-se em História da Arte e Arqueologia na Université Paris X Nanterre e concluiu mestrados em História da Arte contemporânea (Paris X) e Práticas Curatoriais (Paris I Panthéon-Sorbonne). A convite do Sesc Sorocaba, concebeu o projeto “Frestas - Trienal de Artes” e assumiu a curadoria da primeira edição.
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC
Dando continuidade às comemorações dos 156 anos de nascimento do poeta João da Cruz e Sousa, o Museu Histórico de Santa Catarina promoveno dia 5 de dezembro, às 18h, uma Conversa no Museu, com as curadoras e os artistas das exposições Dizer e Ver Cruz e Sousa e Abalo. A entrada é gratuita.
Na ocasião, haverá, também, apresentações artísticas com performance do artista Franzoi; poemas recitados pelo ator João Batista Costa (JB); e as versões musicais cantadas pelo músico Pepê Machado.
Crédito: Márcio Henrique Martins / Assessoria de Comunicação FCC
A exposição “Dizer e Ver Cruz e Sousa” segue aberta até 10 de dezembro, na Sala Martinho de Haro. A coletiva reúne obras de 29 artistas, como Cássia Aresta, Carlos Asp, Raquel Stolf, Diego de Los Santos, Sandra Alves, Rubens Oestroem, Silvana Leal, Pedro Driin, e que dialogam com aspectos da vida e obra do simbolista. A curadoria é das professoras do Centro de Artes (Ceart) da Udesc Rosângela Cherem e Juliana Crispe.
Já Abalo é uma intervenção artística nos jardins do Palácio Cruz e Sousa que vai até 4 de março de 2018. Tendo à frente 16 artistas, entre elas Andreza Guerner, Rosana Bortolin, Marta Martins e Anete George, a mostra consiste em duas instalações: uma com troncos de madeira e outra com tijolos. Na primeira, os troncos exibirão colagens e trechos de poemas do simbolista para construir uma espécie de “paisagem humana do Brasil”. A segunda terá como matéria-prima tijolos de cerâmicas que trarão impressos palavras extraídas dos poemas “Livre!”, “Litania dos Pobres”, “Tortura Eterna” e “Invulnerável”. Cada tijolo representará uma palavra e eles serão colocados nos jardins do palácio para que sejam manipulados pelo público, formando novos versos.
Serviço:
O quê: Conversa no Museu sobre as exposições Dizer e Ver Cruz e Sousa e Abalo
Quando: 5 de dezembro, às 18h
Onde: Museu Histórico de Santa Catarina - Sediado no Palácio Cruz e Sousa
Praça XV de Novembro - Centro - Florianópolis (SC)
Entrada gratuita
Mais informações: (48) 3665-6363
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/132217194129253/
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC
Palco do emblemático embate que, em 30 de novembro de 1979, colocou a população de Florianópolis frente a frente com o então presidente da república e último general a comandar o Brasil durante a Ditadura Militar, João Baptista Figueiredo, o Palácio Cruz e Sousa rememora nesta quinta-feira o histórico episódio conhecido nacionalmente como Novembrada.
A programação é do Museu Histórico de Santa Catarina e consistirá em um encontro para debater e refletir com especialistas e protagonistas o episódio que foi, também, um dos marcos da redemocratização do país. Abre às 19h, com a exibição do premiado curta-metragem “Novembrada”, do cineasta Eduardo Paredes, e estrelado pelo ator Lima Duarte no papel do general Figueiredo. A entrada é gratuita.
Após a exibição do filme, o encontro contará com uma mesa-redonda que terá a presença do cineasta, de Rosângela de Sousa, na época uma das estudantes da UFSC presas acusadas de liderarem a manifestação contra o ex-presidente militar, e de Thais Lippel. Também está programada uma exposição fotográfica do acervo da Casa da Memória alusiva ao episódio ocorrido há exatos 38 anos. O objetivo do encontro é trazer reflexões, diálogos e narrativas acerca do que foi e significou o movimento para o momento político do Brasil no ano de 1979, suas repercussões ao longo do tempo e como ainda se mantém vivo no presente.
Sobre a Novembrada
Em Florianópolis, no dia 30 de novembro de 1979, com a vinda do presidente da República Joao Baptista Figueiredo, o Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), organizou uma manifestação em frente à então sede do governo do Estado, o Palácio Cruz e Sousa, situado na Praça XV de Novembro. O ato era um protesto contra a carestia resultante dos abusivos aumentos de gêneros alimentícios, de gás de cozinha e combustível de veículos. A população aderiu imediatamente a manifestação para dar um basta ao regime de exceção da ditadura civil- militar.
Em represália, no dia seguinte, as forças da repressão prenderam sete estudantes acusados de serem os responsáveis pela organização da manifestação popular. De imediato, o DCE organizou dia 04 de dezembro uma grande manifestação em frente a Catedral Metropolitana para libertação dos estudantes, que contou com a participação de representantes da União Nacional do Estudantes (UNE), além de parlamentares e lideranças políticas locais e nacionais, em defesa das liberdades democráticas. Ainda que duramente reprimido pela Polícia Militar, o ato reuniu mais de 20 mil pessoas.
Os estudantes foram libertados 15 dias depois, mas foram submetidos a julgamento pela Justiça Militar que os absolveu por absoluta falta de evidencias de que teriam desacatado a lei de segurança nacional. Estes dias chamados de Novembrada foram decisivos para o início da chamada transição democrática e reabertura política do país anos depois.
SERVIÇO
O quê: Apresentação do curta-metragem “Novembrada”, de Eduardo Paredes, e mesa-redonda
Quando: Quinta-feira (30/11), a partir das 19h
Entrada: Gratuita
Local: Auditório do Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa, Praça XV de Novembro, 227, Florianópolis – SC
Informações: (48) 36656363 / 36656362
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC