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O Museu Amazônico da UFAM, o Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC (MArquE) – Oswaldo Rodrigues Cabral, juntos no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – INCT/ Instituto Brasil Plural (CNPq/FAPEAM/FAPESC) abriram, dia 10 de abril, a exposição Ticuna em dois tempos. Paralelo entre duas épocas: objetos indígenas coletados pelo antropólogo catarinense Sílvio Coelho na Amazônia dos anos 60 ao lado da coleção do artista plástico amazonense Jair Jacqmont reunida nos anos 70. A exposição permanecerá no Museu Amazônico até o dia 31 de outubro de 2013. O horário de visitação será de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

A mostra Ticuna em dois tempos traz o resultado de duas histórias de amor e homenagem ao mais numeroso Povo Indígena do país, os Ticuna. A exposição cruza dois olhares de duas épocas distintas em duas coleções produzidas com critérios e objetivos diferentes sobre a mesma etnia, os Ticuna, originários do Povo Magüta, que vivem na região do Alto Solimões, na Amazônia, na tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru. De um lado, o olhar do historiador e antropólogo catarinense Sílvio Coelho dos Santos, que reuniu sua coleção quando participou de expedição à Amazônia do Curso de Especialização em Antropologia do Museu Nacional, na década de 1960. De outro, o olhar estético do artista plástico Jair Jacmont, que formou sua coleção na década de 1970, adquirindo os objetos dos próprios índios, na cidade de Manaus.

As duas coleções, juntas, foram exibidas pela primeira vez ao público no Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC e fascinaram pela beleza e expressividade. A exposição conjunta é um projeto alimentado há longa data pelas duas instituições de extremos opostos do Brasil, com o objetivo de promover o diálogo entre esses dois reveladores olhares para a mesma cultura. No Museu Amazônico a exposição terá como marca a participação dos Ticuna moradores da cidade de Manaus, da Associação Cultural Wotchimaücü, em atividades previstas para acontecer no decorrer do período de seis meses. Estão previstas mesas-redondas, palestras, oficina de vídeo e curso de extensão de língua Ticuna, com divulgação no decorrer do semestre.

O artista plástico amazonense Jacqmont, que se inspira nos Ticuna para produzir seus quadros, começou a colecionar as peças de arte indígena que as elites da região consideravam “panema” (azar) dentro de casa. Influenciado pelo movimento cubista na arte, Jair Jacqmont passou a observar tridimensionalidade, textura, cores, formas e conceitos das peças indígenas, como Picasso fez com máscaras e estátuas dos povos africanos. Passou a comprar no Mercado Municipal Adolpho Lisboa, em Manaus, peças Ticuna que os vendedores consideravam “artesanatos”, valorizando-as como genuínas obras de arte, sobretudo pela sua tridimensionalidade.

Assim, reuniu 135 peças, entre esculturas antropomorfas e bastões de ritmo e de comando usados para danças e rituais, além de uma considerável quantidade de máscaras esculpidas em madeira. Este acervo foi adquirido do colecionador pelo Museu Amazônico da Universidade Federal do Amazonas em 1996, esteve em exposição no Marque da UFSC durante o ano de 2012. A exposição Ticuna em dois tempos está agora no Museu Amazônico da UFAM, como parte da parceria entre os museus universitários do Amazonas e de Santa Catarina, por meio da rede de pesquisadores do INCT Brasil Plural.

Fonte: Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC