A nova lei de incentivo à cultura viveu, na semana passada, seu primeiro teste na frente de batalha. Cerca de 200 atores, dramaturgos, diretores e produtores de teatro ocuparam, na manhã de sexta-feira (27), a sede da Fundação Nacional de Arte (Funarte), em São Paulo, protestando contra a política cultural do governo. Segundo Pedro Pires, diretor de teatro e membro da Companhia do Feijão, os manifestantes integram o chamado Movimento 27 de Março, e promoveram a ocupação para firmar sua posição contrária à renúncia fiscal - querem a supressão pura e simples desse mecanismo no Projeto de Lei que pretende substituir a Lei Rouanet, apresentado pelo governo na semana passada. Também preconizam a destinação de 2% do orçamento da União para a área cultural.
Depois de alguma agitação, com a presença da Polícia Militar, os manifestantes resolveram sair e reiniciar o diálogo com o Ministério da Cultura e a Funarte. "Achamos que o capítulo 2 do Projeto de Lei, que trata do Fundo Nacional de Cultura, pode significar um avanço. A gente está aqui porque gostaria de negociar com o MinC o artigo segundo", considerou Pedro Pires.
Há uma outra mobilização em curso movida pelo pessoal do teatro, desta feita nacional, pedindo reformulação no Projeto de Lei. Trata-se do Movimento Redemoinho, que une grupos teatrais de 14 Estados do País e que divulgou na semana passada a Carta de Salvador. O documento critica o plano de reformulação da lei. Segundo a carta, a proposta sustenta-se sobre as mesmas bases da lei anterior: o Fundo Nacional de Cultura e a renúncia fiscal. "A novidade aparente é a tentativa de articular essas instâncias num sistema capaz de controlar aquilo que surge como excesso nas captações e destinações. O que permanece intocado, entretanto, é o fundamento da lei - que não é apenas um excesso, mas uma aberração: a gestão privada de recursos públicos."
Na sexta à noite, o staff do Ministério da Cultura se reuniu com cineastas, produtores e distribuidores de cinema na Cinemateca Brasileira, também em São Paulo. No intervalo das discussões, o ministro Juca Ferreira falou ao Estado sobre o incidente com grupos de teatro e as reivindicações da classe.
"é teatro. é natural dos que operam nesse setor se manifestarem através da linguagem que conhecem. Não se invade espaço aberto, nem se confronta com uma pessoa tão redonda quanto o Sérgio Mamberti. A tentativa de criar arestas não existe. E o que o setor levantou é acabar com a renúncia fiscal e mais recursos para a cultura. São as grandes demandas da invasão. Eu fico com medo até que pensem que a gente tem alguma coisa com essa invasão, tal é a semelhança que a demanda deles tem com a proposta nossa", disse o ministro.
Juca Ferreira diz que é contrário à extinção pura e simples da renúncia fiscal. Considera que não é impossível fazer isso, mas não seria positivo. "O nosso projeto tira a prioridade do financiamento da cultura da dependência em relação à renúncia e fortalece o fundo não só orçamentariamente, mas na capacidade de operar esse fomento. Ele passa a ser o principal mecanismo", disse. "Mas a renúncia, como mecanismo secundário, junto com outros, que nós estamos criando, adquire a sua feição adequada. é importantíssimo que a gente atraia a área privada para o financiamento e o fomento, que realize de fato uma parceria público-privada. A responsabilidade social é um discurso importante. Mas no modelo atual não foi possível realizar isso."
Segundo o ministro, em 18 anos de Lei Rouanet, só 10% dos investimentos vieram da contribuição privada. "90% foi o velho e bom dinheiro público", afirmou. O ministro já se encontrou também com lideranças dos partidos no Congresso nacional, e diz que "o nível de desconfiança é pequeno", especialmente porque as mudanças foram amplamente debatidas nos últimos seis anos.
"Acho que a grande vantagem da demora foi ter conquistado um certo espaço de credibilidade e de elucidação de algumas confusões que havia alguns anos atrás a respeito das nossas intenções nessa modernização. Acho que o setor todo amadureceu, a crise está chamando para a realidade. O modelo atual hoje tem uma fragilidade imensa, empresas recuando, até as estatais estão ausentes, não estão buscando dar uma contribuição para a área - por motivos que eu considero subjetivos."
Para o governo, o maior debate vai se travar agora, em torno das regulações da legislação - especialmente a discussão dos critérios pelos quais um projeto pode ser aprovado ou rejeitado. Pelo nova lei, serão criados comitês gestores setoriais, com participação igual da sociedade civil e do governo, para gerir os 5 fundos que serão criados: Fundo Setorial das Artes (que abrange teatro, circo, dança, artes visuais e música), Fundo Setorial da Memória e Patrimônio Cultural Brasileiro, Fundo Setorial da Cidadania, Identidade e Diversidade, Fundo Setorial do Livro e da Leitura e Fundo Global de Equalização.
"Há uma necessidade de pactuar publicamente os critérios para os comitês avaliarem os projetos. Isso acho que complementa o processo de transparência, explicita a ideia do controle social e da participação dos setores na formulação e na execução dessas políticas", afirmou Ferreira. O secretário executivo do Ministério, Alfredo Manevy, afirmou que outras demandas dos setores artísticos deverão ser levadas em conta. Ele considerou justa a reivindicação do grupo Literatura Urgente, que pede que o Fundo do Livro e da Leitura não beneficie somente o setor editorial e livreiro, mas também alcance o autor e a literatura.
Empresários e institutos também se mobilizam para marcar suas posições na legislação. Hoje, às 10 horas, investidores sociais privados irão ao gabinete do ministro da Cultura, em Brasília, para entregar um documento em que sugerem suas mudanças na legislação. Os investidores integram o Gife (Grupo de Institutos de Fundações e Empresas), a Confederação Nacional da Indústria e o Sesi. Segundo disse Fernando Rosseti, secretário-geral do Gife, a ideia é dar uma contribuição para a "análise mais técnica" necessária ao debate. O documento teve a participação de 70 pessoas ligadas a esses institutos e empresas.
O Projeto de Lei de incentivo à cultura está disponível no endereço http://blogs.cultura.gov.br/blogdarouanet/
LOTERIAS
Pelo texto da nova Lei Rouanet, a receita do incentivo virá do Orçamento da União, mas também das seguinte fontes: 3% das loterias federais, 100% da arrecadação de uma nova Loteria da Cultura, 1% dos Fundos de Investimentos Regionais (lei 8.167/91), devolução do dinheiro de projetos inacabados, entre outras. J.M.
O Clube de Cinema Nossa Senhora Desterro e a Fundação Catarinense de Cultura (FCC) convidam todos a prestigiarem a abertura da Festa do Cinema: "LA FETE DU CINEMA", de 17 a 26 de julho, na mesma época em que ocorre na França, com filmes da nova safra do cinema francês.
Na sexta-feira (17), noite de abertura, será empossada a nova presidente do Cineclube, Carmen Lúcia Cruz Lima. Após a exibição do filme Os Encantos de Paloma, será servida uma sopa de alho poró, no hall do Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis, para uma confraternização dos amantes do bom cinema.
Ingressos:
Segundas, terças e quartas-feiras: R$ 5,00 para todos
Quintas, sextas, sábados e domingos: R$ 12,00 / R$ 6,00 (meia-entrada)
Pacote para todos os filmes: R$ 20,00
LA FêTE DU CINéMA: A França
La France
França / 2007
Duração: 01:42
Realização: Serge Bozon, 2007. Com Pascal Greggory, Sylvie Testud, Guillaume Verdier, Guillaume Depardieu, François Négret, Jean Christophe Bouvet.
Recebeu o prêmio Jean Vigo em 2007 e esteve no festival de Cannes. Primeira guerra mundial, outono de 1917, uma mulher recebe carta do marido que está no front onde ele diz pretender romper o casamento. Desesperada, ela se veste de homem e vai atrás dele.
Horários:
17/07 sex | 19:00 | CIC |
19/07 dom | 21:00 | CIC |
LA FêTE DU CINéMA: Os encantos de Paloma
Délice Paloma
França / 2007
Duração: 01:30
Realização: Direção Nadir Moknèche. Com Aylin Prandi, Biyouna, Daniel Lundh, Nadia Kaci.
Uma divertida comédia passada na Argélia, onde uma mãe mafiosa, profundamente humana, de nome Madame Aldjéria, ajuda todos a serem felizes.
Horários:
17/07 sex | 21:00 | CIC |
19/07 dom | 19:00 | CIC |
LA FêTE DU CINéMA: Má fé
Mauvaise Foi
França / 2006
Duração: 01:27
Realização: Direção Roschdt Zem. Com Cécile de France, pascal Elbé, Leila Bekhti, Bérangère Bonvoisin, Jean Pierre Cassel.
Clara e Ismael, professor de música, formam um casal feliz, cada um de seu lado. Um dia ela descobre estar grávida dele. Precisam casar. Mas os pais muçulmanos dele e os pais judeus dela não aceitam tal união. Comédia tocante que ganhou o César de Melhor Primeiro Filme.
Horários:
18/07 sáb | 21:00 | CIC |
24/07 sex | 20:00 | CIC |
LA FêTE DU CINéMA: Quem me amar me siga
Qui m´aime me suive
França / 2005
Duração: 01:40
Realização: Benoit Cohen. Com Romane Bohringer, Fabio Zenoni, Eléonore Pourriat, Mathias Mlekuz, Mathieu Demy, Julie Depardieu. 1h40´.
A história de Máxime Marechal, 35 anos, brilhante em seu trabalho de clínica, casado com uma advogada que, um dia, resolve deixar tudo para realizar seu sonho de juventude: montar uma banda de rock.
Horários:
18/07 sáb | 19:00 | CIC |
23/07 qui | 20:00 | CIC |
LA FêTE DU CINéMA: Segunda de manhã
Lundi Matin
França / 2006
Duração: 02:00
Realização: Direção Otar Iosseliani. Com Jacques Bidou, Arrigo Mozzo, Anne Kravz Tarnavsky.
Todas as segundas de manhã, Vincent inicia a monótona rotina de ir para o trabalho. Um dia ele resolve quebrar este esquema e parte para Veneza na esperança de encontrar o que lhe falta. Urso de Prata no festival de Veneza e prêmio Fipresci da Crítica Internacional.
Horários:
20/07 seg | 20:00 | CIC |
LA FêTE DU CINéMA: é mais fácil um camelo...
C´est plus facile...
França / 2003
Duração: 01:46
Realização: Direção: Valeria Bruni-Tedeschi. Com Valeria Bruni-Tedeschi, Chiara Mastroianni, Jean Hugues Anglade, Denis Podalydes, Lambert Wilson, Marisa Borini.
Federica é muito rica. Isto, porém, deixa-a deprimida, e ela tenta então resolver esta questão. Recebeu o prêmio Louis Delluc de primeira obra e, no Tribeca Festival, melhor atriz e filme.
Horários:
21/07 ter | 20:00 | CIC |
LA FêTE DU CINéMA: Os amores de Astrea e de Celadon
Les amours d´Astrée ET de Céladon
França / 2007
Duração: 01:44
Realização: Direção Eric Rohmer. Com Andy Gillet, Stéphanie Crayencour, Cécile Cassel.
Na época do Renascimento, 1609, Rohmer leva para o campo a história da virgem justíssima Andrea e seu amor Celadon. Baseado em Honoré d´Urfé, trata-se de um cinema refinado.
Horários:
22/07 qua | 20:00 | CIC |
Lição de amor
Scusa ma ti Chiamo Amore
Itália / 2008
Duração: 01:22
Realização: Direção Federico Moccia.
O cinema Italiano é tão raro nas telas brasileiras que quando entra um logo tratamos de trazer.
é uma comédia leve sobre um publicitário bem sucedido que um dia atropela uma bela adolescente e esta passa a assediá-lo.
Horários:
14/07 ter | 20:30 | CIC |
15/07 qua | 20:30 | CIC |
16/07 qui | 20:30 | CIC |
A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) promove no Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa, no Centro de Florianópolis, a exposição Maria Celeste - 90 Anos. Com curadoria do crítico de arte João Otávio Neves Filho, o Janga, a mostra faz uma retrospectiva da obra da catarinense Maria Celeste Neves, que já acumula dezenas de exposições individuais e coletivas no currículo, e tem obras no Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil, no Rio de Janeiro.
Segundo Janga, "durante muito tempo Maria Celeste Neves - a Maria dos Paninhos, como carinhosamente a tratava Vechietti - guardou consigo o tesouro de suas preciosas memórias. Já madura, num amoroso gesto de doação, decidiu transformar através da arte estas memórias em algo ainda mais precioso. O resultado desta decisão está em parte registrado nesta retrospectiva que comemora 90 anos de vida sabiamente vividos."
O curador lembra que boa parte da obra de Maria Celeste espalhou-se pelo Brasil e pelo mundo, disputada por colecionadores sensíveis. A retrospectiva, inclusive, não abrange toda a sua vasta obra, mas apenas peças que integram o acervo particular da artista. "Seus trabalhos, originais e únicos, são mini-tapeçarias constituídas pela sobreposição de retalhos recortados de tecidos com as mais variadas cores e texturas, costurados de forma a criar planos que definem uma espacialidade bastante peculiar. Sobre estes panos de fundo, uma feérica e exuberante movimentação é criada através dos bordados, rendas e apliques de variados tipos e procedências", analisa Janga.
A paixão da autora por tudo o que se refere ao doméstico mundo das costuras e bordados, geralmente executados por mulheres, fez com que Maria Celeste elegesse como forma de expressão não as tradicionais telas e tintas, mas sim o tecido bordado utilizado como meio e suporte da obra. "Sua originalidade começa por aí, e sua genialidade revela-se ao reverter o quadro do menosprezo patriarcal pelas artes pertencentes ao universo feminino, preconceituosamente consideradas menores. Ao fazer do bordado uma arte com "A" maiúsculo, coloca este meio de expressão no mesmo patamar das demais linguagens das artes ditas maiores. Mantendo, aos noventa anos, a plenitude de sua capacidade criadora, presenteia-nos com a dádiva de podermos compartilhar deste seu universo interior, pautado pela sensibilidade, poesia e beleza", diz o crítico de arte.
Janga explica que os trabalhos de Maria Celeste inspiram-se nas cenas do cotidiano ilhéu, com suas labutas, suas festas, suas crenças e mitos. "São pequenas obras-primas, que em sua singeleza desafiam o aparato grandiloqüente de uma sociedade cada vez mais massificada e tecnocrata. Em seu processo de criação, os tecidos recortados criam formas às quais sobrepõe-se as figuras sempre bordadas com linha negra, outros detalhes são bordados em cores numa escala harmônica, esses signos e símbolos com seu grafismo peculiar, dinamizam os panos de fundo onde se inserem. Em alguns trabalhos, a utilização de colagens de rendas, véus e filós criam efeitos tridimensionais que projetam-se para fora da superfície", afirma Janga.
Para o curador, a inesgotável capacidade criadora de Maria Celeste, sua sensibilidade sui generis para com as linhas e tecidos, assim como sua intuitiva sabedoria plástica, fazem dela um dos fenômenos mais interessantes e originais da nossa visualidade. "Sua mítica Lilliput tropical, povoada de seres ternos e alegres, que em sua coreografia cotidiana celebram as mais essenciais forças vitais, nos mostra um mundo onde tudo é luz, amor, fraternidade. São obras que nos acenam com a possibilidade de sermos um pouco menos sombrios, menos mesquinhos, mais humanos, fraternos e felizes", completa
Exposição Maria Celeste - 90 Anos
Curadoria: João Otávio Neves Filho (Janga)
Abertura: 09 de julho de 2009, às 19h
Visitação: 10 de julho a 02 de agosto de 2009, de terça a sexta, das 10h às 18h, aos sábados e domingos, das 10h às 16h.
Onde: Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa, Praça 15 de Novembro, 227, Centro, Florianópolis, SC.
Contatos: (48) 3028-8091 / 3028-8092 / Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. / www.mhsc.sc.gov.br
Promoção: Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Museu Histórico de Santa Catarina e Museu de Arte de Santa Catarina (Masc)
Visitação: gratuita
Fotos: Márcio H. Martins / FCC
07/07/2009 :: A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) promove nesta sexta-feira (10), às 18 horas, nova edição do projeto Sexta no Jardim - Ano 3, com apresentação da banda Quebra com Jeito. Realizado no jardim do Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa, no centro de Florianópolis, o evento busca difundir e ampliar o acesso aos bens culturais, além de valorizar os artistas locais. A entrada é gratuita.
A banda Quebra Com Jeito surgiu com o objetivo de resgatar gêneros como foxtrote, baladas, swing, rumba e ritmos brasileiros como forró, frevo, bossa nova e sambas, todos com novos arranjos e harmonias inovadoras. Formada pelos músicos Silvia Beraldo (sax e flauta), Marco Aurélio (trombone), Fidel Piñero (trompete), Denise de Castro (piano e voz), Alexandre Vicente (baixo) e Victor Bub (bateria), produz um som de qualidade para ouvir e dançar.
Inaugurado em setembro de 2006, o jardim do Palácio Cruz e Sousa tornou-se um ponto de referência no centro da cidade como espaço de convívio e lazer, onde se encontram diferentes grupos. Aberto diariamente das 10h às 18h, o local permite que a comunidade se aproprie e se reconheça, desfrutando momentos de deleite e bem-estar. O projeto Sexta no Jardim - Ano 3 busca manter um programa regular de apresentações artísticas no jardim do museu, sempre às sextas-feiras, no final da tarde.
O QUê: Projeto Sexta no Jardim - Ano 3, com a banda Quebra com Jeito. QUANDO: sexta-feira (10), às 18 horas. ONDE: Jardim do Palácio Cruz e Sousa (em caso de chuva a apresentação será transferida para o interior do Museu Histórico de Santa Catarina), Praça 15 de Novembro, Centro, Florianópolis, fone: (48) 3028-8091 / Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. QUANTO: gratuito.
O Cineclube Nossa Senhora do Desterro apresenta, durante o mês de agosto, um ciclo de cinema alemão. Os quatro filmes selecionados são pouco conhecidos até pelos cinéfilos. As sessões serão sempre às terças-feiras, no horário das 20h, com entrada a um preço reduzido, R$ 5.
A programação começa hoje com um exemplar do expressionismo alemão. A obra Espiões (Spione), de Fritz Lang, é um filme de ação e espionagem de 1927. Haighi é o chefe de uma rede de espionagem que se esconde atrás da imagem de um bem-sucedido banqueiro. Ele está por trás da morte de um diplomata e do misterioso desaparecimento de documentos secretos. Haighi sonha tornar-se o o homem mais poderoso do mundo.
O roteiro é de Thea von Harbou, mulher de Lang na época. A história foi inspirada por um incidente com uma carta de Zinoviev, um espião russo em atividade em Londres. Depois da extravagante ficção científica Metropolis (1926), Lang decidiu fazer filmes menos grandiosos e lançou Spione por sua produtora independente. A sequência inicial do filme é frenética e o ator de silhueta assustadora Rudolf Klein-Rogge faz o papel principal.
O Homem Perdido (Der Verlorene), de 1951, é dirigido e estrelado por Peter Lorre. Mais conhecido como ator - foi o assassino protagonista de M (1931), de Fritz Lang - Lorre dirigiu seu único filme ao retornar à Alemanha, depois de uma carreira promissora na França, Inglaterra e Estados Unidos. Rodado em Hamburgo, o filme não foi bem recebido pela crítica, apesar de ter levado o prêmio especial do cinema alemão de 1952. Lorre faz o papel de um cientista que é levado a cometer crimes durante a guerra de 1943.
Aconteceu em 20 de Julho (Aufstand Gegen Adolf Hitler), dirigido por Georg Wilhelm Pabst em 1955, trata da Operação Walkiria, a tentativa frustrada de assassinato de Adolf Hitler.
Os últimos anos de vida de um gênio da música
O tema foi recentemente abordado num filme protagonizado por Tom Cruise (Operação Valquíria, 2008). Pabst faz parte do tripé do expressionismo alemão, ao lado de Lang e Murnau, e em final de carreira fez esta obra, um retrato bastante fiel e realista do famoso episódio.
Fecha o ciclo a obra Crônica de Anna Magdalena Bach (Chronik der Anna Magdalena Bach), de 1967-1968 (foto). Falado em alemão, esta cópia tem legendas em francês, mas quem não entende o idioma não precisa se preocupar: o filme é feito essencialmente da música de Bach. é uma obra rara, minimalista, com poucos planos e movimentos de câmera.
O filme cobre apenas os últimos anos da vida de Bach, do seu segundo casamento em 1721 até a morte em 1750.
PROGRAMAçãO
Horário: sempre às 20h
Onde: Cineclube Nossa Senhora do Desterro (Centro Integrado de Cultura, Avenida Governador Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis)
Ingressos: R$ 5,00
Telefone: (48) 3953-2301
04 de agosto Os Espiões (Spione, 1927), de Fritz Lang 11 de agosto O Homem Perdido (Der Verlorene), de Peter Lorre (1951) 18 de agosto Aconteceu em 20 de Julho (Aufstand Gegen Adolf Hitler, 1955), de Georg Wilhelm Pabst 25 de agosto Crônica de Anna Madalena Bach (Chronik der Anna Magdalena Bach, 1967-68), de Jean-Marie Straub