Na noite desta sexta-feira (10), aproximadamente 60 pessoas, entre pescadores e representantes de entidades envolvidas com a pesca artesanal da tainha na praia do Campeche, em Florianópolis, se reuniram em uma plataforma digital para falar sobre a modalidade, que foi reconhecida pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) como patrimônio imaterial de Santa Catarina, em maio de 2019.
Conduzido por Rodrigo Rosa, historiador e gerente de patrimônio imaterial da FCC, o diálogo teve como intuito propor a criação de comitês para elaborar e gerir ações de salvaguarda dessa importante manifestação cultural multissecular. “A pesca artesanal da tainha transborda significados: sejam ecológicos, econômicos, sociais e culturais no âmbito da formação e consolidação do estado de Santa Catarina. Por isso a sua importância como patrimônio cultural do Estado”, disse ele.
Marcos Farias de Almeida, analista pericial do Ministério Público Federal, enalteceu tanto a atividade como a iniciativa: “é muito positivo que haja a aplicação de procedimentos de salvaguarda. A Constituição Federal de 1988 diz que a identidade nacional é formada pela composição de uma série de práticas culturais. É muito bom que a gente tenha a oportunidade de fazer esse registro”.
Na opinião de Ana Lúcia Coutinho, presidente da FCC, a parceria entre tantas entidades tende a trazer resultados promissores nesta relação de salvaguarda desse bem cultural catarinense. “É muito bom estarmos com todas essas instituições reunidas para discutirmos formas de preservação e de cuidado com esse patrimônio. É importante mencionar a complexidade que envolve esse bem cultural. Estarmos unidos em parcerias institucionais e com a comunidade fortalece as relações no cuidado. A pesca é milenar. Não é possível que isso vá embora de uma hora para outra. A gente tem que olhar esse patrimônio com o coração”, concluiu.