A Fundação Cultural de Blumenau promove a 1ª Temporada de Exposições no Museu de Arte de Blumenau (MAB), nesta quinta-feira, 13 de março, com o lançamento das exposições "Miradouro Blumenau", de Fabiana Wielewicki; "A Margem", do Coletivo Garapa; "Entre a Fé e a Febre", de Guy Veloso; "Jam Session", de Avani Stein; "Dos Arquivos de Willy Sievert", de Willy Sievert; e "Deo Ignoto", de Audrian Cassaneli. A visitação às exposições podem ser feitas de terça-feira a domingo, das 10h às 16h, até o dia 22 de abril. Visitas mediadas podem ser marcadas pelo telefone (47) 3381-6176. A entrada é franca.
A apresentação dessas exposições ocorre em parceria com o Ponto de Cultura/Fotografia para todos/Foto Clube Santa Catarina, evento do Mês da Fotografia. A atração musical da noite será a Banda Municipal de Blumenau, que fará o lançamento do DVD comemorativo aos seus 51 anos. As louc@s de Sheakespeare também marcarão presença.
A promoção começa às 19h com uma conversa com artistas. Professores, arte-educadores, coordenadores pedagógicos, artistas, acadêmicos, fotógrafos, alunos de arte e de fotografia e comunidade em geral estão convidados a participar dessa roda de conversa.
A exposição "Miradouro Blumenau", de Fabiana Wielewickl, propõe o tensionamento das noções de lugar, imagem e ficção a partir do cruzamento entre narrativas cinematográficas e o ambiente do hotel - entendido como local físico e ficcionado.O modo como os hotéis aparecem em determinadas tramas cinematográficas motivou a construção um ensaio visual feito nos quartos do Hotel Miradouro (Porto, Portugal), em 2013. As relações entre as imagens dos filmes e a atmosfera do local formou um corpo de trabalho que articula fotografia, projeção, pequenos vídeos e narrativas ficcionadas. A proposta de exposição explora as possibilidades de construção de contra-narrativas no plano da imagem, procurando revelar e sugerir "outras imagens" por meio da articulação entre imagem, ficção e lugar.
Em "A Margem", do Coletivo Garapa, é uma exploração documental e afetiva do Rio Tietê, principal rio do Estado de São Paulo e importante via de acesso ao interior do Brasil desde o início da colonização. O projeto foi conceituado e desenvolvido a partir de uma série de experimentos multimídia relacionados a trechos dos relatos históricos de viajantes dos séculos 18 e 19 pelo rio. Compõem o projeto ensaios e montagens fotográficas, vídeos e material de arquivo recolhido durante as incursões do coletivo pelas cidades ribeirinhas.
Rituais misteriosos
A exposição "Entre a Fé e a Febre", de Guy Veloso, revela manifestações religiosas ímpares no interior profundo do Brasil. Ritos que mesmo em um mundo globalizado são desconhecidos, em muitos casos, até das pessoas que vivem nas cidades onde ocorrem. Registro de uma cultura imaterial que, se não está muito próxima do seu fim, ao menos a cada dia se modifica a olhos vistos. Algumas dessas práticas remontam à Idade Média como as ordens de penitentes que saem em procissão encapuzados e envoltos em mantos brancos noite à dentro. Certas irmandades, inclusive, mantém a autoflagelação. Há também o catolicismo laico da população rural em suas peregrinações periódicas e as comunidades religiosas exclusivamente brasileiras: místicas, mestiças, criadas sob influência da cultura indígena, negra e européia, com roupagem, calendário festivo e preceitos próprios.
A captação das imagens, iniciada em 1998 e feita exclusivamente com máquinas analógicas, durou sete anos. Contou com um complexo estudo prévio, exaustivas negociações com grupos religiosos fechados ou mesmo secretos - alguns aqui pela primeira vez documentados - e visitas sistemáticas a oito Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste em épocas específicas de festas, procissões, rituais e romarias. Assim são os projetos autorais de Guy Veloso: de cunho antropológico que demoram anos para ser apresentados ao público pela extensa pesquisa e envolvimento do autor, porém, sem esquecer a estética minuciosamente construída.
Em "Jam Session", Avani Stein produziu série de trabalhos com suas improvisações aliadas a grandes gênios do jazz. Com suas mãos encantadas, o processos criativo como ácido penetra fundo e sensualmente a pele dos retratos.
Na exposição "Dos arquivos de Willy Sievert", um pequeno recorte da obra desse comerciante e cineasta nascido em Blumenau em 20 de maio de 1903. Aos 15 anos Willy Sievert já estreava no comércio, ramo que mais tarde o consagraria como grande homem de negócios.
A mostra "Deo Ignoto", de Audrian Cassaneli, apresenta fotografias manipuladas, numa experiência através do corpo, criando composições diferentes, propondo um olhar renovado de pensar na memória do corpo, nas relações entre seres vivos e o que lhe é externo.
Serviço
Abertura da 1ª Temporada de Exposições no MAB
Data: quinta-feira, 13 de março
Horário: 19h
Local: Fundação Cultural de Blumenau (Rua XV de Novembro, 161, Centro)
Visitação: de terça-feira a domingo, das 10h às 16h, a até 22 de abril
Visitas mediadas: podem ser marcadas pelo telefone 3381-6176
Entrada franca
As atrações da noite
Música
Banda Municipal de Blumenau: sob a regência do maestro João Carlos Cunico, apresentará repertório e coreografias. Também fará o lançamento do DVD comemorativo aos 51 anos da banda
Filmes
Dos Arquivos de Willy Sievert: Sávio Abi-Zaid, apresentará, no auditório Edith Gaertner da Fundação Cultural de Blumenau, filmes da série Blumenau Jornal, que retratam a cidade e arredores, mostrando um recorte do cotidiano, no período compreendido entre as décadas de 50 e 60
Performance
A noite contará ainda com uma intervenção das Louc@s de Shakespeare, dando continuidade a sua pesquisa de linguagem e de adaptações e releituras de William Shakespeare para um público de nossa época sem distinção de idade. Na intervenção urbana Louc@s de de Shakespeare, o Coletivo Shakespeare Livre, por meio através de uma colagem de trechos famosos, brinca com alguns ícones e novos "devires" da sociedade moderna, como o "selfie", por exemplo, propondo que o espectador, de forma lúdica, reflita sobre os verdadeiros valores importantes da vida. Um conteúdo que se mantém atual e que não poderia ser mais propício, se levarmos em conta que a sociedade atual atravessa uma difícil fase de ausência de valores humanísticos, onde o ser humano perde a cada dia seu valor para si e para os outros
Fonte: Fundação Cultural de Blumenau