28.11.2007 - Um espetáculo de teatro e outro de música, o primeiro com o grupo Teatro Jabuti e o segundo com o Felipe Coelho Sexteto, são as atrações desta sexta-feira, dia 30 de novembro, respectivamente às 16h e 18h, no projeto "Sexta no Jardim", promovido pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e pelo Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa. O projeto oferece gratuitamente, todas as sextas-feiras, nos jardins do palácio, no Centro de Florianópolis, apresentações de música, teatro e dança.
No espetáculo "Eleontina", o Teatro Jabuti visita o universo cultural do litoral catarinense, dando continuidade a sua pesquisa relacionada à cultura popular. Elaborado a partir de três contos relacionados ao imaginário popular, e de pesquisas realizadas pelo elenco em comunidades de Florianópolis, o espetáculo acontece com muita música, dança e manipulação de bonecos de tamanhos e formas variadas, que enriquecem uma narrativa circular e poética.
Já o Felipe Coelho Sexteto é formado por músicos profissionais que residem na capital catarinense. Natural de Florianópolis, Felipe Coelho iniciou seus estudos musicais aos seis anos, na Escola de Música Hélio Amaral. Na juventude, como guitarrista, transitou por vários estilos como rock, blues, MPB, até que em 1998, durante intercâmbio estudantil nos Estados Unidos, recebeu aos 16 anos o prêmio de melhor guitarrista solo, no Grissom Jazz Festival, tendo como prêmio a participação no Jamey Aebersold Jazz Workshop em Chicago. Obteve uma bolsa de estudos para o curso de Jazz Studies, na Universidade do Alabama, graduando-se em 2003. No mesmo ano obteve uma bolsa de estudos para o curso de Mestrado em Jazz na Universidade da Geórgia em Atlanta, graduando-se em 2005.
Além do próprio Felipe Coelho no violão, integram o sexteto Paola Gibram no acordeão, Mauro Cislaghi no clarinete, Elias Vicente no violino, Ana Clavijo no violoncelo e Cristian Faig na flauta. O Sexteto apresentará uma instrumentação tradicional clássica de música de câmara, inusitadamente combinada a arranjos modernos de linguagem popular, reverenciando os ritmos culturalmente brasileiros e abrindo espaço para improvisos jazzísticos. A idéia do trabalho é criar músicas e ritmos a partir de influências da bagagem de todos os integrantes.
O QUê: Projeto "Sexta no Jardim", com os grupos Teatro Jabuti e Felipe Coelho Sexteto. QUANDO: sexta-feira (30), respectivamente às 16h e às 18h. ONDE: Jardins do Palácio Cruz e Sousa (em caso de chuva a apresentação será transferida para o interior do Museu Histórico de Santa Catarina), Praça 15 de Novembro, Centro, Florianópolis, fone: (48) 3028-8091. QUANTO: gratuito.
A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e a Cinemateca Catarinense promovem na segunda-feira, dia 21 de abril, às 18 horas, no cinema do Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis, um bate-papo informal com o premiado diretor Nelson Pereira dos Santos, primeiro cineasta eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em sua carreira de mais de 50 anos, ele realizou 24 filmes de longa-metragem, entre os quais clássicos como "Rio, 40 graus", "Vidas Secas" e "Memórias do Cárcere". Nelson está em Florianópolis para filmar cenas para o filme "O Homem Iluminado", sobre o músico Tom Jobim.
Segundo Nelson, a capital catarinense foi escolhida para cenário devido a sua exuberante beleza natural, já que um dos temas que mais cativava Tom era justamente a natureza. O diretor conta que o filme será um retrato afetivo do maestro, criado com os depoimentos dos familiares e amigos, no Rio, em Nova York e Los Angeles e com extenso material de arquivo audiovisual.
O filme será desenvolvido em três atos, cada um centralizado sucessivamente nas memórias de Helena, a irmã (em cuja biografia o filme foi inspirado), de Thereza, a primeira mulher, e de Ana, com quem viveu até o fim. Contará também com os depoimentos dos filhos e netos, parentes, amigos, de todos aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo e, principalmente, com a fala dele mesmo, expondo seu pensamento reconhecidamente original sobre a música, o Brasil e a natureza.
A obra de William Shakespeare, apesar de sua importância dentro da literatura mundial, está distanciada da vida de muitas pessoas. Embora lamentáveis, não importam os motivos para um grupo de adolescentes que descobriu o dramaturgo inglês como potência de construção de sensibilidade e de sonho. Desde outubro, os alunos da Escola de Educação Básica Dom Jaime de Barros Câmara, localizada no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis, integram o projeto de arte-educação "Shakespeare nas Escolas", idealizado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), com recursos do Fundo de Incentivo à Cultura (Funcultural).
Os adolescentes estão estudando o texto da peça "A Tempestade", que ganhará apresentações na instituição escolar e em quatro municípios catarinenses, dos quais três já estão definidos: Camboriú, Tijucas e Brusque. Na base conceitual do programa, o desejo de descentralizar as atividades das Oficinas de Arte da FCC e a convicção de que o teatro pode ser instrumento de formação cidadã. A iniciativa é inédita no Estado, porque não há no campo pedagógico das escolas públicas uma ação potencializadora do teatro como meio de disseminação dos conceitos de cidadania e que, simultaneamente, atenda cidades do interior, integrando comunidades escolares que, muitas vezes, atuam de forma isolada.
Com coordenação e aulas do arte-educador Luciano Mateus, a iniciativa amplia a formação de jovens com aptidões cênicas e propõe uma reflexão em torno da obra de Shakespeare, situando sua importância na dramaturgia mundial, demarcando o seu contexto histórico literário, a riqueza dos personagens e, fundamentalmente, circunscrevendo a atualidade dos temas enfocados no espetáculo.
Com metodologias adequadas, a estruturação do projeto prevê um modelo de montagem e pesquisa, que será apresentado aos professores dos cinco municípios contemplados na tentativa de estimular a multiplicação de iniciativas similares. Como complemento desta meta, ocorrerá a distribuição gratuita de um DVD contendo os principais momentos do trabalho e a realização de oficinas com alunos e professores e debates após os espetáculos.
Nos estudos e na dedicação dispensada aos três ensaios semanais, os jovens atestam a atualidade da obra do dramaturgo inglês. Para eles, Shakespeare fala da juventude, da vida, dos sonhos, das dificuldades, do poder. A experiência, segundo eles, revela que o teatro é fonte de alimento, exercício para trabalhar outras questões, entre elas a timidez, o corpo como fonte de expressão e comunicação, a auto-estima.
A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) realiza de segunda-feira (28) a quarta-feira (30), das 9h às 17h, nova "Semana do Troca-Troca" no hall da Biblioteca Pública de Santa Catarina. Mais de 600 livros foram disponibilizados pela FCC para essa edição do projeto, cujo objetivo é estimular a leitura e permitir que quem tem livros em casa e deseja trocá-los por outros possa fazer isso gratuitamente, sempre na última semana de cada mês.
Criado há 15 anos, o projeto estava há alguns anos sem ser realizado. Foi retomado em 2008, e somente no mês passado foram contabilizadas quase 500 trocas, tanto de livros de literatura quanto didáticos.
A Biblioteca fica no Centro de Florianópolis, na rua Tenente Silveira, 343, fone: (48) 3028-8060.
O Prêmio Cinemateca Catarinense, promovido pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), está viabilizando a realização do primeiro documentário sobre a trajetória do artista joinvilense Luiz Henrique Schwanke (1951-1992), dono de uma produção desenvolvida entre os anos 1970 e 90 que lhe assegurou o nome na história da arte brasileira. Maurício Venturi e Ivaldo Brasil, diretores do videodocumentário "à Luz de Schwanke", um dos vencedores do Prêmio Cinemateca em 2007, iniciaram o projeto em janeiro deste ano. Em fevereiro gravaram 14 entrevistas, totalizando dez horas de depoimentos concedidos em Joinville, Curitiba e São Paulo.
Em 2007 foram contemplados 13 projetos pelo Prêmio Cinemateca Catarinense/FCC, totalizando um valor de R$ 1,6 milhão. Além do prêmio principal para o longa-metragem "Querido Pai", de Everson Faganello, o edital contemplou ainda três projetos de curtas de R$ 100 mil cada um, dois documentários de R$ 100 mil, três vídeos de R$ 40 mil, dois projetos de desenvolvimento de roteiro de longa-metragem de R$ 15 mil, e dois projetos de roteiro de curta de R$ 5 mil.
"à Luz de Schwanke", com duração de aproximadamente 25 minutos, terá como fio condutor os pensamentos do artista, documentados em textos. Pretende revelar um pouco de sua erudição. A intenção dos realizadores é investigar a luz, quase uma obsessão nesta trajetória artística, e mostrar que nada foi colocado por acaso na obra na qual a metamorfose é intencional, é pensada, fruto de conceito elaborado com requinte.
A luz, o claro-escuro, como dizia Schwanke fazendo referência especialmente às telas de Caravaggio (1571-1610) e Guido Reni (1575-1642), aparece a partir dos anos 1970 em desenhos e, mais tarde, em pinturas. Na década de 90, ele incorporou o uso da energia elétrica em instalações complexas e misteriosas. Deslumbrado com o Renascimento, sobretudo o período do barroco, a questão do claro-escuro permeia toda a sua poética, do brilho intenso e difuso da pós-modernidade passando pela pop arte e a arte conceitual.
A realização do documentário motivou a montagem, pela terceira vez, da obra "Cobra coral", projeto criado em 1989. Sob a supervisão da curadora Nadja Lamas, presidente do Instituto Schwanke, Juarez Schroeder instalou a obra no jardim de sua casa, em Joinville, tarefa filmada enquanto ele comentava sua relação com o cunhado artista. Já no Anexo 1 do Museu de Arte de Joinville (MAJ), também para atender os documentaristas, ocorreu a exposição "Luz na Obra de Schwanke", que permanece aberta até o dia 15 de março.
Entre os entrevistados, estão Maria Schneider Schwanke, a mãe que, pela primeira vez, fala publicamente sobre o filho; a irmã, Maria Regina Schwanke Schroeder, que mantém o acervo; o fotógrafo Paulo de Araújo, que trabalhou com Schwanke e veio de Brasília para participar das gravações em Joinville. Já em Curitiba, foram ouvidos os críticos de arte Nilza Procopiak, João Henrique do Amaral e o diretor do Museu de Arte Contemporânea (MAC/PR), Alfi Vivern. Em São Paulo, a equipe foi atendida pelos críticos Agnaldo Farias e Fábio Magalhães.
O artista
Luiz Henrique Schwanke, artista joinvilense, formou-se em comunicação social pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Como autodidata inscreveu seu nome na arte brasileira. Representou Santa Catarina na Bienal Internacional de São Paulo em 1991, na mostra Bienal Brasil Século XX, em 1994, e está no livro "Bienal 50 anos - 1951-2001".
Em 2007, integrou duas exposições, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, um projeto com a pretensão de rever a história do Brasil no campo das artes visuais. A primeira, "80/90 Modernos e Pós-modernos ETC", o terceiro módulo de programa de quatro exposições destinadas a marcar aspectos decisivos da produção artística nacional das últimas cinco décadas, teve curadoria de Agnaldo Farias. Schwanke participou com duas obras de 1989, sem título, uma escultura de quatro colunas de baldes vermelhos e amarelos e uma mandala, de cor azul, criada com diâmetro de 1,60m, com mangueiras plásticas e madeira.
Já a mostra "Arte em Questão - Anos 70", com curadoria de Glória Ferreira, refletiu sobre a década de 1970, reunindo cerca de cem artistas de diferentes regiões brasileiras. No total, 200 trabalhos produzidos num momento de intensa experimentação no campo das artes visuais. Schwanke entrou com duas obras criadas no fim dos anos 70, quando ele apostava na ironia com desenhos, uso de letra set e decalcos.