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A obra de William Shakespeare, apesar de sua importância dentro da literatura mundial, está distanciada da vida de muitas pessoas. Embora lamentáveis, não importam os motivos para um grupo de adolescentes que descobriu o dramaturgo inglês como potência de construção de sensibilidade e de sonho. Desde outubro, os alunos da Escola de Educação Básica Dom Jaime de Barros Câmara, localizada no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis, integram o projeto de arte-educação "Shakespeare nas Escolas", idealizado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), com recursos do Fundo de Incentivo à Cultura (Funcultural).

Os adolescentes estão estudando o texto da peça "A Tempestade", que ganhará apresentações na instituição escolar e em quatro municípios catarinenses, dos quais três já estão definidos: Camboriú, Tijucas e Brusque. Na base conceitual do programa, o desejo de descentralizar as atividades das Oficinas de Arte da FCC e a convicção de que o teatro pode ser instrumento de formação cidadã. A iniciativa é inédita no Estado, porque não há no campo pedagógico das escolas públicas uma ação potencializadora do teatro como meio de disseminação dos conceitos de cidadania e que, simultaneamente, atenda cidades do interior, integrando comunidades escolares que, muitas vezes, atuam de forma isolada.

Com coordenação e aulas do arte-educador Luciano Mateus, a iniciativa amplia a formação de jovens com aptidões cênicas e propõe uma reflexão em torno da obra de Shakespeare, situando sua importância na dramaturgia mundial, demarcando o seu contexto histórico literário, a riqueza dos personagens e, fundamentalmente, circunscrevendo a atualidade dos temas enfocados no espetáculo.

Com metodologias adequadas, a estruturação do projeto prevê um modelo de montagem e pesquisa, que será apresentado aos professores dos cinco municípios contemplados na tentativa de estimular a multiplicação de iniciativas similares. Como complemento desta meta, ocorrerá a distribuição gratuita de um DVD contendo os principais momentos do trabalho e a realização de oficinas com alunos e professores e debates após os espetáculos.

Nos estudos e na dedicação dispensada aos três ensaios semanais, os jovens atestam a atualidade da obra do dramaturgo inglês. Para eles, Shakespeare fala da juventude, da vida, dos sonhos, das dificuldades, do poder. A experiência, segundo eles, revela que o teatro é fonte de alimento, exercício para trabalhar outras questões, entre elas a timidez, o corpo como fonte de expressão e comunicação, a auto-estima.