“Minha música é movida pela dor. Em minhas composições, trabalho artesanalmente com palavras e notas musicais que nascem do sentimento histórico de nossa aldeia contestada”
Mestre Vicente de Paula Telles (1931-2017)
Credito: Emilio Guerreiro
A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e o Conselho Estadual de Cultura (CEC) expressam condolências pelo falecimento do professor, escritor, compositor e historiador Vicente de Paula Teles, que partiu na manhã desta quarta-feira (28), aos 85 anos. Criado na histórica Irani, onde viveu até seus últimos dias, Mestre Vicente foi a voz do Contestado. O velório ocorrerá a partir das 15h na Câmara de Vereadores de Irani e o sepultamento está marcado para às 8h desta sexta-feira (29).
Vicente de Paula dedicou as últimas quatro décadas à missão de tirar das sombras parte ainda sepulcra do legado da Guerra do Contestado (1912-1914): a do povo caboclo, no caso os “vencidos” daquele que foi o maior conflito bélico ocorrido no Brasil. Na colheita de relatos e histórias de remanescentes e descendentes construiu um peculiar e rico cabedal memorial que se traduziu em textos, palestras e na música. Sua última obra, a “Aquarela do Contestado”, virou um espetáculo encenado em março deste ano em Florianópolis.
Neto de um caboclo que combateu ao lado do Exército Encantado liderado pelo monge José Maria, Vicente compôs a sua aquarela tendo como cenário a batalha que desencadeou a guerra, em 22 de setembro de 1912. Ocasião em que os caboclos impuseram uma sangrenta derrota aos soldados comandados pelo coronel João Gualberto.
O palco da Batalha do Irani se avizinha a menos de um quilômetro da propriedade onde viveu até seus últimos dias e lá ainda repousam os restos mortais dos caboclos e do monge José Maria. Em sua residência recebia rotineiramente grupos de estudantes, pesquisadores de universidades e interessados na Guerra do Contestado. Integrando-se aos espaços sagrados, como o Cemitério, o Museu e o Parque do Contestado, Vicente era um memorial vivo sobre a história daquele conflito.
O Contestado é marcado pela sua complexidade: da discussão dos novos limites geográficos entre Santa Catarina e Paraná, a sanha por poder dos coronéis e líderes políticos locais e a chegada da Estrada de Ferro Brasil-Rio Grande e a companhia norte-americana Southern Brazil Lumber Southern Brazil Lumber & Colonization Company, ambas controladas pelo magnata nova-iorquino Percival Farquhar. A população cabocla, até então dedicada à cultura de subsistência e à exploração da erva mate, se viu à margem do processo, ou melhor, expulsa de suas terras, marginalizada e perseguida. Mas por anos, esse lado da Guerra permaneceu em silêncio, foi subjugado em massacres e numa verdadeira limpeza étnica, até que, ao final da década de 1970, Vicente resolveu dar voz a saga cabocla.
Se em uma guerra a primeira vítima é a verdade, o tempo se encarregou de conferir a Vicente Telles o poder de fazer justiça histórica. A FCC e o CEC expressam neste momento gratidão à memória deste bravo catarinense e se solidariza com seus familiares, amigos e o povo de Irani.
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC
A Fundação Catarinense de Cultura (FCC), por meio da sua Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural, e a Prefeitura do Município de Penha firmaram um termo de cooperaçã técnicas para o restauro da Capela de São João Batista, construída em 1759, na localidade conhecida como Armação do Itapocorói. A parceria terá validade até dezembro de 2018, ficando a FCC encarregada de uma série de ações, dentre elas promover a higienização e guarda das obras sacras na reserva técnica do Ateliê de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Atecor).
O termo foi assinado na quarta-feira (20) em Florianópolis entre o prefeito de Penha, Aquiles José Scheider da Costa, e o presidente da FCC, Rodolfo Joaquim Pinto da Luz. Caberá a Fundação Catarinense de Cultura elaborar o termo de referência para a contratação do projeto de restauração da capela e de suas obras sacras, além de auxiliar o município na busca de recursos para contratar o projeto e a obra de restauro. Para isso se valerá da busca de mecanismos de incentivo, como editais públicos e programas de financiamento de projetos culturais.
A FCC também acompanhará a execução do projeto e o desenvolvimento dos trabalhos. “Além de garantir o restauro desse bem cujo valor histórico e artístico é incontestável, temos a missão também de auxiliar o município na busca de parceiros para fomentar as atividades de preservação e conscientização naquele espaço após a obra”, adianta o Rodolfo Pinto da Luz.
A Capela de São João Batista é datada de 1759 e foi construída em alvenaria de pedra ajuntada, com argamassa de cal do mar e areia. Fica até hoje localizada em região privilegiada, na elevação da extremidade sul da enseada do Arraial de Itapocorói – como era chamada a localidade à época. As linhas retas, ao estilo colonial é um marco característico das construções da época que se conservam até hoje.
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC
O Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina recebe as compositoras e musicistas Pacato Plutão, Kia Sajo, Luana Mockffa e reNataSwoboda no dia 18 de janeiro de 2018, às 21h. No evento, dando continuidade ao projeto Drops Sonora e à hashtag #mulherescriando, serão lançados novos trabalhos das convidadas, tais como videoclipes, singles, EPs e músicas inéditas. Os 10 primeiros a chegar terão entrada gratuita no show.
Drops Sonora é um projeto criado para valorizar a cena autoral de mulheres compositoras e musicistas que estão conquistando cada vez mais espaço e caindo nas graças do público. Esta edição leva o título MIS Verão 2018, uma brincadeira com a sigla do museu e os concursos femininos de beleza que acontecem no verão.
Os ingressos já podem ser adquiridos ao preço de R$20 e R$10 (meia-entrada) com as Comissárias Cacá (48)9 9903.8763, Renata (48)9 9149.6696 e na portaria no dia do evento.
Sobre as artistas:
Pacato Plutão
A música corre no sangue dessa família amazonense radicada em Florianópolis. Há pouco mais de um ano em terras catarinenses, o grupo está divulgando seu primeiro disco. Com seu trabalho autoral já conhecido em diversos cantos do país, a banda prepara agora as músicas para o próximo disco que será lançado em 2018.
A Pacato Plutão conta com as composições e a poderosa voz de Cynara Lima, os acordes bem marcados e harmoniosos do guitarrista Leonardo Lima, as notas mais graves o baixista também manauara Thomaz Campos e a mais nova integrante do grupo e já experiente com as baquetas e quase manézinha, Cacá Fritsch.
Luana Mockffa
É cantora e compositora, nascida no Rio Grande do Sul e radicada em Florianópolis desde 2004. Tendo iniciado seu processo de composição aos 17 e integrado junto a sua primeira banda, "All About Drinks", aos 19, durante os anos de 2008 e 2009. Em 2013, aos 25, iniciou a gravação de seu primerio EP autoral, junto ao produtor Isaac Varzim, lançado pelo selo independente SIC Music em 2014.
Com inclinações para o jazz e o psicodelismo, a artista não acredita na ideia de dar nomenclaturas ou gêneros às suas composições e prefere que o indivíduo esteja livre para ouvir a música sem pré denominações ou estereótipos sonoros. "Basta ficar tudo soando bem aos ouvidos".
Kia Sajo
Cantora e compositora brasileira apaixonada por várias culturas e sons e também radicada em Florianópolis. Depois de compor e transitar do blues ao samba, fez um mix de ritmos brasileiros com uma cara moderna de MPB. Como a artista mesmo se denomina, é cantora, compositora e intérprete das (trans) mutações da vida, do som, do ser. Com letras cruas e cheias de segundas intenções ela lançará esse ano (2017) seu primeiro EP solo: Mutá. "Mutá é sinônimo desse processo de transmutação infinito da vida, o movimento constante que traz transformação a todo ser. Por isso escolhi esse nome para o EP", diz a artista.
reNataSwoboda
reNata tem algumas experiências únicas de palco pra contar: abriu os shows de Gal Costa, Maria Gadú, Arnaldo Antunes e Tulipa Ruiz. Em 2012, pisou em palcos cariocas como revelação da MPB no festival Oi Levada e nos últimos tempos tem se dedicado no estúdio para lançar seu primeiro albúm, além de produzir o festival Sonora Ciclo internacional de compositoras, em Florianópolis.
Suas primeiras músicas surgiram enquanto aprendia os primeiros acordes do violão quando era criança e a família se mudou para os EUA. Lá, Renata absorveu o r&b e o grunge, grandes influências para as suas composições. Com a maturidade e de volta ao Brasil, começou a utilizar também nuances da música brasileira nas suas canções.
Serviço:
O que: MIS Verão 2018
Quando: Quinta-feira 18/01/2018, às 21h.
Ingresso: R$ 20 (inteira) e R$10 (meia-entrada)
Onde: Museu da Imagem e do Som (MIS) - Centro Integrado de Cultura (CIC)
Av. Irineu Bornhausen, 5600, bairro Agronômica, Florianópolis (SC)
Informações: (48) 3664-2650
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC