(Discurso - 23/11/2007)
Desejo cumprimentar todas as autoridades, os homenageados e seus familiares, os membros do Conselho Estadual de Cultura, e todos os demais presentes.
é com imenso prazer que realizamos, hoje, a entrega da Medalha de Mérito Cultural "Cruz e Sousa".
Todos os homenageados, tanto os aqui presentes quanto os que aqui estão in memoriam, colaboraram, cada um a sua maneira, para o engrandecimento da cultura catarinense.
São todos nomes que freqüentam o dia-a-dia de quem trabalha com cultura, são todos nomes de referência nas artes de Santa Catarina.
Há poucos dias estive em Belo Horizonte, onde participei, entre outros compromissos, da cerimônia de entrega da Ordem de Mérito Cultural, promovida pelo Ministério da Cultura.
Entre os mais de 40 homenageados, que iam de Cacique Raoni a Jorge Ben Jor, não havia nenhum catarinense. Procurei no catálogo e percebi que desde que o prêmio foi criado, em 1995, mais de 350 brasileiros já receberam a comenda, mas apenas três deles eram de Santa Catarina: o maestro Edino Krieger, Dom Paulo Evaristo Arns e o cineasta Rogério Sganzerla.
O que isso significa? Que não somos bons o suficiente? Que somos um Estado menor na área cultural? De maneira nenhuma. Temos uma produção cultural significativa, de excelente qualidade e que ultrapassa nossas fronteiras.
O que nos falta é uma mudança de atitude. Temos que erguer a cabeça e gritar que estamos aqui e somos bons. Temos que lutar por visibilidade, temos que mostrar que o que fazemos pode contribuir para o engrandecimento da cultura nacional.
E tudo isso passa, também, pelo fortalecimento da Fundação Catarinense de Cultura. Um órgão cultural forte é sinônimo de boas políticas culturais, que sempre revertem em novos e bons estímulos para os nossos artistas.
Esse fortalecimento já está em andamento, e uma de suas faces mais brilhantes é o Fundo Estadual de Incentivo à Cultura. Somente neste ano de 2007, o governo estadual já destinou, através do Funcultural, mais de R$ 26 milhões para projetos nas áreas de letras, artes plásticas, música, artes cênicas, cinema e vídeo, folclore, artesanato e patrimônio cultural.
Entre os projetos apoiados pelo Funcultural estão a Maratona do Cinema - que desde sua criação, em 2005, já atingiu um público de 70 mil pessoas -, o Circuito Catarinense de Orquestras, as Oficinas Itinerantes de Arte, a exposição comemorativa ao Centenário de Martinho de Haro, que inclusive recebeu elogios da crítica especializada nacional.
Ciente da importância do Funcultural, o Governo do Estado vem ampliando, ano a ano, os montantes a ele destinados, o que se repetirá em 2008, quando teremos o fortalecimento da descentralização, com distribuição de cotas para cada Secretaria de Desenvolvimento Regional. O resultado será um número crescente de catarinenses com acesso à cultura.
O ano de 2008 deverá marcar a virada cultural de Santa Catarina. Nosso Estado será sede do 3º Fórum Nacional de Museus, evento que trará mais de 2,5 mil especialistas do setor. Realizaremos novas edições do Salão Nacional Victor Meirelles, do Prêmio Cruz e Sousa e do Prêmio Cinemateca.
Para completar, vamos retomar os Editais de Estímulo à Produção e Circulação Cultural, o que deverá representar um investimento de aproximadamente R$ 10 milhões em projetos culturais variados.
Juntas, todas essas ações elevarão Santa Catarina a um lugar de destaque no cenário nacional e - o que é mais importante - promoverão um saudável fortalecimento da nossa cultura estadual.
Elisabete Nunes Anderle
Presidente da Fundação Catarinense de Cultura