A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e o Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro promovem, em homenagem ao aniversário de 60 anos do Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), a exibição de quatro filmes sobre o pintor holandês Rembrandt (1606-1669). Na quarta-feira, dia 25, às 20h, com entrada gratuita, será exibido o documentário "Rembrandt - 400 anos", filme inglês com duas horas de duração lançado em 2006 como parte dos eventos comemorativos aos 400 anos de nascimento do artista. O documentário mostra, em capítulos, detalhes sobre a época em que Rembrandt viveu, sua vida e sua obra, sua técnica de pintura, mostra a cidade natal do pintor nos dias atuais e ainda passeia pelos quatro principais museus que abrigam sua obra.
Já dias 31 de março, 7 de abril e 14 de abril, sempre às terças-feiras, às 20h, com ingressos a R$ 5, serão exibidos, respectivamente, "Rembrant", de Alexander Korda, "A Ronda da Noite", de Peter Greenaway, e "Rembrandt fecit 1669", de Jos Stelling. "Mostrar a vida e a obra de um dos mais importantes pintores mundiais é uma maneira enriquecedora de comemorar o aniversário do nosso Museu de Arte", afirma a presidente da FCC, Anita Pires. A exibição dos filmes será no cinema do Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis.
Produzido na Inglaterra e lançado em 1936, "Rembrandt" é um clássico que tem no elenco Charles Laughton, Elsa Lanchester, Edward Chapman, George Merritt, Gertrude Lawrence, Henry Hewitt, John Bryning, John Clements, John Turnbull, Meinhart Maur, Richard Gofe, Roger Livesey, Walter Hudd. No ano de 1642, em Amsterdã, o grande pintor Rembrandt Van Rijin (Charles Laughton) desfruta de uma vida cheia de fama e fortuna, mas com a morte de sua esposa/musa, seu trabalho encontra a escuridão. Falido e desolado, ele busca consolo nos braços de uma bela jovem, Hendrickje (Elsa Lanchester), uma empregada de sua casa.
Para comemorar os 400 anos de Rembrandt, o diretor Peter Greenaway realizou o drama inglês "A Ronda da Noite", lançado em 2007, obra que tenta mostrar a vida profissional do artista Rembrandt (Martin Freeman), bem como seu romantismo. O ano 1642 marca uma virada na vida do famoso pintor holandês, que perde o seu status de respeitada celebridade e se transforma num pobre desacreditado. Perante a insistência da sua mulher grávida, Saskia, Rembrandt aceita pintar a Milícia dos Mosqueteiros de Amesterdão, num retrato de grupo que mais tarde ficará conhecido como "A Ronda da Noite".
Drama holandês lançado em 1977, "Rembrandt fecit 1669" tem direção de Jos Stelling. No último ano se sua vida, Rembrandt pintou uma série de auto-retratos que o mostram de forma sombria e solitário em seu estado de espírito. O título do filme remete ao último auto-retrato. O roteiro, porém, não enfoca apenas o artista: mostra também seu modo de ver o mundo. Cada fato da vida de Rembrandt corresponde a uma de suas obras, desde seu casamento com uma mulher rica até o seu abandono, incompreensão e completa solidão. Em seu último auto-retrato, ele encontrou forças para pintar a si mesmo com uma perfeita objetividade e resignação. O diretor Stelling recria de forma detalhada esse momento de Rembrandt, cuja autenticidade permite concluir a real relação do mestre da pintura entre vida e arte.
Saiba mais:
Rembrandt Van Rijn é uma das mais eminentes figuras na história da arte européia; muitos o classificariam como o maior de todos os pintores. Trabalhou dentro da tradição superficialmente limitada da arte protestante holandesa e nunca deixou sua terra natal. Ainda assim, foi não apenas um pintor tecnicamente brilhante como também mostrou um novo tipo de percepção: ninguém antes de Rembrandt fez as coisas comuns da humanidade parecerem tão profundamente sérias e interessantes. Em seus quadros sobre episódios históricos e bíblicos, assim como nos seus retratos de contemporâneos ricos e pobres, Rembrandt parece ir direto ao coração. Sua capacidade de percepção pode ter sido baseada no autoconhecimento, pois ele pintou sua própria imagem repetidas vezes, fazendo um registro único da peregrinação da juventude e de sucesso rumo à velhice e ao sofrimento.
Rembrandt Harmensz van Rijn nasceu em 15 de julho de 1606 na cidade holandesa de Leyden. Seu pai era um moleiro, evidentemente próspero o bastante para dar a seu filho mais velho uma educação sólida e matriculá-lo na Universidade de Leyden (1620). Rembrandt, porém deve ter escolhido quase que imediatamente tornar-se artista, pois fez um aprendizado de três anos com um pintor local e então, em 1624, passou seis meses como estudante com Pieter Lastman em Amsterdã. Lastman era um artista habilidoso, educado na Itália, e apresentou Rembrandt ao chiaroscuro, o uso da luz e das sombras para modelar formas e produzir efeitos dramáticos; a técnica seria central à sua arte.
Durante alguns anos, Rembrandt trabalhou em sua cidade natal, fazendo sua reputação como pintor de quadros bíblicos e mitológicos. Em 1631, ou no início de 1632, mudou-se para Amsterdã, onde fez sucesso imediato com A Lição de Anatomia do Dr. Tulp. Rembrandt alojou-se com o negociante de artes Hedrick van Uylenburgh, que se tornou seu sócio e o ajudou a conseguir as muitas encomendas de retratos que o tornaram um jovem artista da moda e de vida abastada.
Em 1634, Rembrandt fez um bom casamento com a sobrinha de seu sócio, Saskia van Uylenburgh, e em 1639 o casal pôde comprar uma bela casa na cidade. Três filhos de Rembrandt morreram na infância, e embora um dos filhos, Tito, tenha nascido em 1641 e sobrevivido, Saskia, a esposa de Rembrandt, viria a morrer no ano seguinte. Mesmo assim, este foi o ano em que o artista pintou o mais celebrado de seus quadros, A Ronda Noturna e alcançou o ápice de seu sucesso público.
A partir desse momento, a vida particular de Rembrandt tornou-se emaranhada, posto que as evidências sejam muito difíceis de interpretar. Em 1642, o pintor empregou uma viúva, Geertge Dircx, para cuidar de Tito. Em 1649 ela o processou, com sucesso, por quebra de compromisso. Um anos mais tarde estava em uma casa de correção, sustentada à custa de Rembrandt; não temos meio de saber se ele estava sendo generoso ou, muito pelo contrário, de forma bastante egoísta conseguira afastá-la.
Uma das testemunhas durante a disputa legal foi uma jovem criada, Hendrickje Stoffels, que foi trabalhar para Rembrandt por volta de 1647. Ela pode ter sido a causa de seu rompimento com Geertge Dricx; de qualquer forma, permaneceu como governanta e amante do pintor até sua morte, em 1663. O rosto que aparece em Betsabá e muitos outros quadros famosos, carinhosamente pintados na década de 1650, deve ser dela; há motivos para supor que ela era companheira fiel e de confiança de Rembrandt. Em 1654, engravidou e foi levada perante a Igreja Reformista local e censurada; mais tarde ossunto parece ter sido esquecido. Em outubro de 1654, Hendrickje deu a Rembrandt uma filha, Cornelia.
No início da década de 1650, Rembrandt pintava uma obra-prima após outra. Havia deixado de ser um sucesso da moda, mas nunca lhe faltaram clientes ricos. Foi provavelmente a má administração que o levou à falência em 1656, culminado com a venda de sua casa em 1660. Tito e Hendrickje formaram uma sociedade para empregar Rembrandt -- de modo que os quadros deles não caíssem nas mãos dos credores --, e a família mudou-se para os arredores de Amsterdã.
Daí por diante, a vida de Rembrandt foi externamente sem dramas. Ele sobreviveu tanto a Hendrickje como a Tito, morrendo em outubro de 1669.
(fonte: www.pintoresfamosos.com.br)