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Ao contrário de um índio, que não acumula mais do que 20 objetos durante a vida, o homem "civilizado" junta uma quantidade absurda de quinquilharias. Se todos viverem com o padrão de consumo norte-americano, por exemplo, seria necessário dois planetas Terra para abrigar os homens urbanos e seus produtos manufaturados.

A maneira de viver da sociedade industrializada põe em risco a sobrevivência do planeta e a reflexão sobre o assunto é o tema do documentário O último Kuarup Branco, de Bhig Villas Bôas, da produtora SetCom de Itajaí. O filme recebeu menção honrosa, este mês, na categoria de Melhor Documentário Ibero-americano no Festival DocsDF, na Cidade do México.

A estréia ocorreu no Festival é Tudo Verdade 2008, e houve exibições também no 12º Florianópolis Audiovisual Mercosul e na Jornada da Bahia. O último Kuarup Branco tem uma carreira internacional já agendada. A distribuição para cinema, videolocadoras e TVs da Europa será feita pela empresa francesa 10 Francs.

Em tom onírico, o documentário exibe o kuarup feito em homenagem ao sertanista Orlando Villas Bôas, o último ritual feito em reverência a um homem branco. Bhig é parente dos irmãos Villas Bôas. O kuarup é um ritual indígena para homenagear os mortos. é uma festa alegre, exuberante.

Bhig considera que o O último Kuarup Branco é um audiovisual que também reflete sobre a cultura indígena, especialmente do Xingu, uma cultura "sofisticada socialmente, equilibrada e sensível, mas que está sendo destruída". O documentário deve ainda participar de mais alguns festivais e partir do final de 2009 chegará aos cinemas de formato digital, e de maneira gratuita, ao circuito educacional.

Aos 56 anos de idade, o paulista Bhig está há quatro anos em Itajaí. é sócio de Vanessa Leal, de Joinville. Veio para Santa Catarina atraído pela tranqüilidade e pela cultura, mas também viu a perspectiva de produzir cinema de qualidade.

Já produziu quatro documentários para o Santa Catarina Em Cena da RBS TV: Semente Japonesa, Os Monges e o Exército Encantado, Caro Mr. Muller e O Colecionador de Insetos.

O cineasta atua também no mercado publicitário e já realizou mais de 600 filmes comerciais e vídeos promocionais. No cinema, dirigiu os curtas Frio na Barriga, melhor filme no Riocine Festival em 1988 e A Mulher do Atirador de Facas, melhor diretor, atriz e trilha sonora no Festival de Gramado, 1990, e melhor filme no Festival de Havana, em 1990, entre outros.

Atualmente a SetCom desenvolve o documentário Dear Mr. Darwin, que surgiu inicialmente como um projeto desenvolvido para o Santa Catarina em Cena. O filme vai abordar a vida e obra de Fritz Müller, naturalista alemão radicado em Blumenau na metade do século 19, que colaborou com a Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin. O longa vai combinar ficção, animação e documentário.