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Com mais de uma centena de obras, abriu na terça-feira, dia 31 de março, a exposição "MASC 60 Anos", com pinturas e gravuras do acervo do museu e trabalhos de artistas premiados nos salões Victor Meirelles realizados entre 1993 e 2008. A exposição, que tem curadoria de João Otávio Neves Filho, integra as comemorações de aniversário do Museu de Arte de Santa Catarina (Masc) e da Fundação Catarinense de Cultura (FCC).

A cerimônia de abertura contou com uma programação especial (veja as fotos abaixo). Sob orientação da professora Betânia Silveira, as alunas do curso de cerâmica das Oficinas de Arte da FCC fizeram uma homenagem ao museu, apresentando "Ato". Segundo Betânia, no dia anterior ao evento ela e as alunas fizeram a queima de vários objetos, que no dia foram usados em uma performance. "Fizemos uma montagem performática", explica a artista, completando que o fruto da ação ficará no jardim, ao lado do museu.

Na mesma noite de abertura ainda houve uma serenata, com o grupo Maria Helena e Quinteto, do qual participam Wagner Segura (violão de sete cordas), Marco Aurélio (trombone), Fernanda Silveira (cavaco) e Fabrício Gonçalves (pandeiro). Também houve apresentação de saxofone com o músico Giann Carlo.

"Nosso museu tem um acervo maravilhoso, e queremos que o público prestigie essa riqueza. Por isso estamos buscando realizar exposições itinerantes pelas diferentes regiões catarinenses. Também planejamos criar, com a reforma da estrutura física do Masc, que deverá começar dentro de algumas semanas, um espaço para exposição permanente desse acervo", afirma a presidente da FCC, Anita Pires. A administradora do Masc, Lygia Helena Roussenq Neves, tem buscado parcerias. "Queremos dar maior visibilidade à atuação do museu, não só nas diversas regiões do Estado como também em outros espaços culturais brasileiros", afirma.

Para a montagem da exposição "MASC 60 Anos", foram realizados contatos com diferentes personalidades da cultura catarinense, envolvidos de alguma forma com a história do Masc, como Eglê Malheiros. "Nós, do Círculo de Arte Moderna, que ficamos conhecidos como Grupo Sul, em razão do nome de nossa revista, amávamos nossa ilha, mas não queríamos viver ilhados, afundamos nossas raízes na terra, braços estendidos em busca de irmãos. Cultura e arte são feitas de afirmação e troca, o isolamento depaupera e esteriliza, impede o senso crítico. Mente e coração abertos para o mundo, lutamos por fraternidade e paz e para que todos democraticamente criem e usufruam os frutos do espírito humano. Um dos feitos de nossa luta foi contribuir efetivamente para a criação do Museu de Arte Moderna de Florianópolis, hoje MASC, que resultou da Exposição de Arte Contemporânea e das palestras feitas por Marques Rebelo em nossa cidade, em 1948. Por várias vezes foi preciso salvá-lo do fechamento, contudo hoje é nacionalmente reconhecido", escreveu a artista.

Acompanhe toda a programação no novo portal do MASC: http://www.fcc.sc.gov.br/masc/

SERVIçO:

O QUê: Exposição "MASC 60 Anos"

QUANDO: abertura terça-feira, 31 de março, às 19 horas. Visitação até 30 de abril, de terça a domingo, das 13h às 21 horas.

ONDE: Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica, Florianópolis, SC. Fone: (48) 3953-2318

QUANTO: gratuito

ABERTURA DA EXPOSIçãO "MASC 60 ANOS"

Fotos: Márcio H. Martins / FCC - MIS

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Um moderno sessentão

Em Santa Catarina, primeiro museu oficial de arte moderna do país comemora aniversário com mostra e reformas

Nem o MASP de São Paulo, nem o MAM do Rio de Janeiro. O primeiro museu de arte moderna brasileiro criado com patrocínio do Estado fica em Florianópolis. Tudo começou há exatos sessenta anos, com uma pequena coleção doada pelo romancista Marques Rebelo (1907-1973) e pelo governo estadual. De lá pra cá, o Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), instalado no Centro Integrado de Cultura da capital, diversificou o seu acervo e hoje reúne mais de 1.700 obras modernas e contemporâneas.

Foi na década de 1940 que Rebelo, Salim Miguel e outros artistas do Grupo Sul organizaram uma mostra itinerante para fomentar e "educar" o público pelo Brasil. Em Florianópolis, a Exposição de Arte Contemporânea, com mais de setenta peças de artistas nacionais e estrangeiros, foi inaugurada em setembro de 1948, no pátio do antigo Grupo Escolar álvaro Dias. Permaneceu ali por uns dez dias apenas, mas o espaço continuou aberto, exibindo desenhos e aquarelas ofertadas por Rebelo e pela secretaria estadual de Justiça, Educação e Saúde. O lugar - logo chamado de Pátio Marques Rebelo - acabou virando, seis meses depois, o Museu de Arte Moderna de Florianópolis.

Na mesma época, São Paulo e Rio de Janeiro já tinham seus museus de arte, mas eram iniciativas privadas. Em 1947, o jornalista Assis Chateaubriand fundara o Museu de Arte de São Paulo (MASP). No ano seguinte, nasciam o Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, pelas mãos do industrial Francisco Matarazzo Sobrinho, e o MAM do Rio, obra da diretora do jornal Correio da Manhã, Niomar Muniz Sodré. "Nossas relações com esses museus eram distantes. Poucos contatos ou intercâmbios. Atualmente o Masc tem feito parcerias para empréstimos de obras para exposições itinerantes", diz a diretora da instituição catarinense, Lygia Roussenq Neves.

Mesmo afastado dos principais centros culturais, o museu de Florianópolis conseguiu atrair obras de todas as partes do país e também do exterior. Nos primeiros anos, privilegiavam-se modernistas como Iberê Camargo, Djanira e Alfredo Volpi. Aos poucos, artistas regionais e produções mais recentes foram se destacando. "A criação do Salão Vitor Meirelles, em 1993, teve papel fundamental na formação da coleção contemporânea que hoje o Masc possui. Através de prêmios de aquisição, o acervo ganhou mais obras catarinenses e nacionais", comenta a produtora cultural Maria Teresa Lira Collares, que dirigiu o Masc entre 1993 e 1998.

Para celebrar o aniversário, estão programadas reformas dos espaços de exposição, lançamento de um dicionário de artes plásticas de Santa Catarina e mostras do acervo em outras cidades. "Queremos sair em busca de parceiros para dar maior visibilidade à sua atuação nas diversas regiões do estado e outros espaços culturais brasileiros", anuncia a diretora Lygia Neves.

Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional - março 2009 - Juliana Barreto Farias