O Museu de Arte de Santa Catarina (Masc) completa 60 anos de existência neste dia 18 de março, e para comemorar a data a Fundação Catarinense de Cultura (FCC) promoverá uma série de ações ao longo de 2009. Na quarta-feira (18), dia do aniversário, às 14 horas, o museu realiza o "Encontro no Masc: o artista fala de sua obra", com as artistas que atualmente estão expondo no espaço. Albertina Prates, Betânia Silveira, Fabiana Wielewicki e Sela participarão de um bate-papo descontraído e informal, com acesso à trajetória das artistas em suas linguagens e técnicas, em um encontro que propõe a aproximação entre artista e público.
Na quinta-feira (19), às 14 horas, acontece o Projeto Quinta-feira no Masc, quando integrantes do Núcleo de Estudos da Terceira Idade da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) farão uma visita mediada pelos arte-educadores do museu. No dia 25, quarta-feira, às 20 horas, com apoio do Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro, será exibido um filme documentário sobre a vida do pintor Rembrandt, com entrada gratuita.
Já no dia 31 de março, uma terça-feira, às 19 horas, será realizada uma solenidade oficial em comemoração aos 60 anos do Masc. O museu também está ganhando uma logomarca comemorativa, fruto de um concurso público promovido pela FCC. Também estão programadas uma mostra de cinema sobre arte com debates, chamada "Cinearte", no Museu da Imagem e do Som, a exposição itinerante "Arte Catarinense através do acervo do Masc", que deverá passar por São Joaquim, Rio do Sul e Balneário Camboriú, o projeto "Conversas sobre arte contemporânea", em São Miguel D´Oeste, Treze Tílias, Criciúma e Rio do Sul, e o projeto "Museu, educação e cultura em debate", em Orleans, São Joaquim, Timbó e Brusque.
O novo Portal do Masc estará em breve com vocês http://www.fcc.sc.gov.br/masc/
Fonte: Assessoria de Comunicação / FCC
Um moderno sessentão
Em Santa Catarina, primeiro museu oficial de arte moderna do país comemora aniversário com mostra e reformas
Nem o MASP de São Paulo, nem o MAM do Rio de Janeiro. O primeiro museu de arte moderna brasileiro criado com patrocínio do Estado fica em Florianópolis. Tudo começou há exatos sessenta anos, com uma pequena coleção doada pelo romancista Marques Rebelo (1907-1973) e pelo governo estadual. De lá pra cá, o Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), instalado no Centro Integrado de Cultura da capital, diversificou o seu acervo e hoje reúne mais de 1.700 obras modernas e contemporâneas.
Foi na década de 1940 que Rebelo, Salim Miguel e outros artistas do Grupo Sul organizaram uma mostra itinerante para fomentar e "educar" o público pelo Brasil. Em Florianópolis, a Exposição de Arte Contemporânea, com mais de setenta peças de artistas nacionais e estrangeiros, foi inaugurada em setembro de 1948, no pátio do antigo Grupo Escolar álvaro Dias. Permaneceu ali por uns dez dias apenas, mas o espaço continuou aberto, exibindo desenhos e aquarelas ofertadas por Rebelo e pela secretaria estadual de Justiça, Educação e Saúde. O lugar - logo chamado de Pátio Marques Rebelo - acabou virando, seis meses depois, o Museu de Arte Moderna de Florianópolis.
Na mesma época, São Paulo e Rio de Janeiro já tinham seus museus de arte, mas eram iniciativas privadas. Em 1947, o jornalista Assis Chateaubriand fundara o Museu de Arte de São Paulo (MASP). No ano seguinte, nasciam o Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, pelas mãos do industrial Francisco Matarazzo Sobrinho, e o MAM do Rio, obra da diretora do jornal Correio da Manhã, Niomar Muniz Sodré. "Nossas relações com esses museus eram distantes. Poucos contatos ou intercâmbios. Atualmente o Masc tem feito parcerias para empréstimos de obras para exposições itinerantes", diz a diretora da instituição catarinense, Lygia Roussenq Neves.
Mesmo afastado dos principais centros culturais, o museu de Florianópolis conseguiu atrair obras de todas as partes do país e também do exterior. Nos primeiros anos, privilegiavam-se modernistas como Iberê Camargo, Djanira e Alfredo Volpi. Aos poucos, artistas regionais e produções mais recentes foram se destacando. "A criação do Salão Vitor Meirelles, em 1993, teve papel fundamental na formação da coleção contemporânea que hoje o Masc possui. Através de prêmios de aquisição, o acervo ganhou mais obras catarinenses e nacionais", comenta a produtora cultural Maria Teresa Lira Collares, que dirigiu o Masc entre 1993 e 1998.
Para celebrar o aniversário, estão programadas reformas dos espaços de exposição, lançamento de um dicionário de artes plásticas de Santa Catarina e mostras do acervo em outras cidades. "Queremos sair em busca de parceiros para dar maior visibilidade à sua atuação nas diversas regiões do estado e outros espaços culturais brasileiros", anuncia a diretora Lygia Neves.
Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional - março 2009 - Juliana Barreto Farias
Foto: Márcio H. Martins / FCC-MIS