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Doraci Girrulat está de volta e ocupa a Sala Especial do Museu de Arte de Santa Catarina com uma exposição que reflete sobre o sentimento de "deslimites" provocado por sua obra. Artista desbravadora, que introduziu a linguagem contemporânea em Santa Catarina, é mestra na investigação e no experimento no campo da materialidade.

Doraci foi assim saudada pelo crítico João Evangelista de Andrade Filho em seu discurso de abertura, na noite de terça-feira, do 10º Salão Nacional Victor Meirelles, ao qual a exposição está integrada.

A mostra faz uma retrospectiva com plotagens de fotos de obras, esculturas, objetos e gravuras, e lança um novo olhar sobre sua gramática visual com uma exposição conjunta de obras de 10 ex-alunos de Doraci no curso de Artes Plásticas na Udesc. São eles: Adriana Fritzen, Carlos Asp, Dirce Körbes, Indian Hoewell, Luana Wedekin, Maia, Dirce Teresa da Guarda, Raquel Stolf, Regina Melim, Ricardo Ramos e Sílvia Teske.

Para João Evangelista a contemporaneidade de Doraci também está associada a sua convivência a outras artistas de vanguardas, que inclui Ligia Clark, José Rezende e Helio Oiticica. "Entre os catarinenses, quem mais prematuramente, mais completamente, mais apostolicamente se entregou a esse desejo de liberdade e se apegou às possibilidades reais que o novo estatuto artístico estava em condições de oferecer, foi a artista Doraci Girrulat", escreve João na apresentação da mostra.

João Otávio Neves também aponta em Doraci um referencial para romper com a arte anacrônica e de tosca execução que se fazia em Santa Catarina nos anos 1970. Na década seguinte, haveria um rompimento com a arte reinante, de mau gosto provinciano, cujo conceito "resumia-se a clichês permeados de peixes, bruxas, boitatás e similares", expõe Janga. Doraci é um dos pilares para a oxigenação ocorrida em Santa Catarina a partir dos anos 1980.

O artista e ex-aluno Carlos Asp diz que DG, conforme ele denomina, sempre foi visionária, sensitiva.

- Tive a grata felicidade de tê-la como professora na Udesc, quando, no final dos 1980, nos abria múltiplas oportunidades no território das investigações matéricas. Esta seria talvez uma boa ocasião para encetarmos uma reflexão sobre sua produção.

Serviço
Quando: até 4 de janeiro. De terça a domingo, das 13h às 21h
Onde: Sala Especial do Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), no Centro Integrado de Cultura (CIC), Av. Irineu Bornhausem, 5.600, Bairro Agronômica
Ingresso: entrada franca

Foto / Diário Catarinense: Na mostra de Doraci estão plotagens de fotos de obras, esculturas e gravuras que revelam uma nova gramática visual Serviço