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A artista plástica Beta Monfroni abriu na quinta-feira (31 de janeiro de 2008), no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), em Florianópolis, uma exposição de pinturas que usam o papel como suporte. A mostra, fruto de parceria com a Fundação Catarinense de Cultura (FCC), que administra o Masc, reúne 22 trabalhos nos quais são utilizados tinta acrílica sobre papel, além de giz pastel, lápis e nanquim.

"Uma década atrás, quando eu ainda trabalhava com publicidade, o papel era a mídia para ilustrações e lay-outs, na época todos executados à mão livre. Ao optar pelas artes plásticas, o estilo espontâneo e abstrato encontrou na tela e no acrílico o melhor suporte para expressar minhas idéias, com pinceladas fortes e espaçosas. Há pouco tempo, redescobri a relação com o papel e tem sido estimulante porque, ao trabalhar sobre uma superfície tão delicada e absorvente, tenho que controlar o ímpeto, a inquietação e angústia ao iniciar uma obra. O papel é frágil, exige cuidado, carinho, e isso torna o trabalho mais intimista, suave", afirma a artista.


Nascida no Rio Grande do Sul há 60 anos, Beta vive há duas décadas na catarinense São José, e aproveitou que a empresa de publicidade onde trabalhava fechou para mudar de vida. Desde pequena gostava de desenhar e pintar e resolveu que era disso que passaria a viver. Começou com pinturas figurativas, mas os conhecidos diziam o resultado era meio publicitário demais, com traços de ilustração. Em vez de mudar sua pintura figurativa, ela mudou de rumo: partiu para os abstratos.


Com um forte apelo de cor - ela usava e abusava do vermelho - Monfroni logo caiu no gosto de arquitetos e decoradores, que até hoje fazem encomendas. Há três anos ela realizou uma exposição individual no Masc, com telas em que botava a cor e depois cobria de preto, que depois era riscado até a cor aparecer de novo. As telas chegaram a ser levadas para São Paulo.

Convidado a escrever sobre a atual exposição, o administrador do Masc, João Evangelista de Andrade Filho, afirma que "como Carlos Eduardo Uchôa ou Maria Annita Luzzati, Beta Monfroni cria seus padrões plásticos no limite fugidio entre a abstração e a figura, fronteira que corresponde ao território do enigma e da gênese. Mas ao invés de levar ao matérico e ao elemental, ou à cena do mundo, como fazem aqueles artistas, Beta sugere firmamentos interiores, paisagens da possibilidade. Na série que apresenta no Masc, Beta desliga a luz do dizível; restringe o campo cromático e insere a visualidade no domínio da incerteza. Ali, apesar de tudo, o leitmotiv pode ser, de qualquer modo, o invólucro carnal do eu empírico. Beta não se interessa em arranjar o mundo, mas em diagnosticar a incerteza irremissível da vida. Ou a imprecisão do destino".

O QUê: Exposição "Beta Monfroni - Desenhos".

QUANDO: Visitação até 2 de março, terça a domingo, das 13h às 21h.

ONDE: Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), Avenida Gov. Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis, fone: (48) 3953-2323.

QUANTO: gratuito.