O Conselho Estadual de Cultura (CEC) divulga os nomes dos agraciados com a Medalha Cruz e Sousa 2023. O processo de escolha passou por consulta popular pela internet e, depois, houve validação dos vencedores pelo CEC. Confira os nomes dos homenageados que receberão a comenda em solenidade no dia 24 de novembro, data de aniversário do poeta simbolista Cruz e Sousa, às 19h, na Casa José Boiteux, em Florianópolis.
Saiba mais sobre os homenageados deste ano:
IDA MARA FREIRE – escritora, pesquisadora, diretora e dançarina
Ida Mara Freire possui graduação em Pedagogia pela Universidade Metodista de Piracicaba (1984), Especialização em Dança Cênica pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2000), Mestrado em Educação Especial (Educação do Indivíduo Especial) pela Universidade Federal de São Carlos (1989) Doutorado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo (1995), Pós-doutorado em Tópicos Específicos da Educação (Disability Arts) pela University of Nottingham (2002). Pós-Doutorado na área de dança na Universitiy of Cape Town (2011-2012), professora aposentada da Universidade Federal de Santa Catarina. É membro do conselho editorial do periódico “Research in Dance Education”. Tem experiência nas áreas de Educação e Dança. Escreve e desenvolve estudos e pesquisa sobre os temas: alteridade, arte, cegueira, corpo, dança, África do Sul e teologia contemporânea. Integrante do Alteritas grupo de estudos e pesquisas sobre Diferença, Arte e Educação. Dirige a Potlach Editora e Ateliê de Arte Contemplativa. Autora do livro "A duração da dor", do conto "Inviabilidade Materna" selecionado do II Concurso Literário da Revista PUB- Diálogos Interdisciplinares, do e-book Diário Corpografias: aprenda a registrar suas memórias corporais.
NEIDE MARIARROSA – cantora, locutora e atriz
Neide Mariarrosa (1936-1994) nasceu em Florianópolis. Mulher negra, locutora, atriz de radionovela e cantora, foi uma das principais artistas de Santa Catarina, contribuindo para difundir, apresentar e projetar a arte e a cultura catarinenses para o Brasil. Em meados do anos 1960 foi convencida ela cantora Elizeth Cardoso a morar no Rio de Janeiro, tendo lá participado de vários espetáculos, festivais e programas de rádio e televisão. Foi intérprete da primeira versão do “Rancho de Amor à Ilha”, composição do artista Zininho que se tornou hino oficial da cidade de Florianópolis. Defendeu na 1ª Bienal do Samba de 1968 a canção “Protesto, Meu Amor”, de Pixinguinha e Hermínio Bello. No Rio, conviveu com Elis Regina e Banden Powell, para ficarmos em apenas dois dos ícones da música brasileira. Sua voz ecoou do Teatro Álvaro de Carvalho ao Golden Room do Copacabana Palace. Integrou o movimento Musicanossa ao lado de Beth Carvalho, Nara Leão, Paulo Sérgio Valle e Roberto Menescau. Com a carreira em plena ascensão decidiu retornar para sua cidade natal e começa uma carreira como empresária, conjugada com sua atividade de cantora, que jamais abandonou.
JEFFERSON BITTENCOURT – diretor, compositor, produtor e iluminador
Jefferson Bittencourt é graduado em Música e Mestre em Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina. É um dos fundadores, em 2001, da Persona Cia de Teatro, pela qual dirigiu 11 espetáculos até o momento. Em 2008, apresentou-se no circuito EmCena Catarina do SESC e no Viagem Teatral, SESI – SP, com a peça “A Galinha Degolada”. Em 2011, o espetáculo fez parte da programação do Palco Giratório – SESC (turnê nacional) e foi o representante brasileiro no CASA – Latin American Theatre Festival em Londres. Em 2014 dirigiu a montagem de “Otelo”, de W. Shakespeare, (Prêmio Myriam Muniz e Elisabete Anderle 2013) e, em 2016, estreou o espetáculo “Cena Morta”, com texto de sua autoria. Em 2022, estreou a peça “É Difícil encontrar um Homem Bom”, a partir do conto de Flannery O’Connor. Realizou a direção da “Trilogia Lugosi” (parceria de monólogos sobre contos de horror com o ator Renato Turnes) e “Visagem” com a atriz Josiane Geroldi, assim como “Os Bons Serviços” com a atriz Betinha Mânica. Realizou até o momento 25 direções teatrais.
ARNOU TEIXEIRA DE MELO FILHO - músico, compositor e produtor musical
Arnou Teixeira de Melo Filho é músico autodidata. Natural de Itajaí (SC), cursou nos anos de 1989/1990 a escola BIT (Bass Institute of Technology), do Musicians Institute, Hollywood, Califórnia – USA, recebendo de sua escola o prêmio de “Outstanding Student of the Year” (“O Aluno do Ano”). Músico há mais de 50 anos, começou sua carreira profissional aos 17 anos. Tocou com nomes como Luiz Meira, Cláudio Infante, Vinícius Dorin, Arismar do Espírito Santo, Jorginho do Trompete, Toninho Horta, Lupa Santiago, Guinha Ramirez, Alessandro Kramer, Robertinho Silva, Téo Lima, Alegre Correa, João Donato entre outros grandes nomes da música brasileira. Atualmente vive em Itajaí (SC) onde dá aulas e trabalha em estúdios, casas noturnas, shows, na produção de diversos outros artistas, produz e dirige seu trabalho focado na Música Popular Brasileira e no Jazz.
NADJA LAMAS – professora e pesquisadora
Nadja Lamas possui doutorado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2005), doutorado sanduiche pela Université Paris 1- Panthéon Sorbonne, mestrado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1996), especialização em arte na educação, pela FAP (1992), e graduação em Administração pela Fundação Educacional da Região de Joinville (1981). Professora titular da Universidade da Região de Joinville nos cursos de Artes Visuais, Publicidade e Propaganda. Professora no Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade, da Univille, nas disciplinas de Estética, Cultura verbal e cultura visual e Pensamento contemporâneo. Pesquisadora na área de Artes, com ênfase em História, Teoria e Crítica da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: arte contemporânea, arte/ cultura e ensino da arte. Realiza estágio pós-doutoral em Ciências da Linguagem, na Unisul, Campus de Palhoça.
DRAG SUZANINHA (Arthur Gomes) – performer, artista da cena e produtora cultural
Drag Suzaninha, personagem criada em 2014 por Arthur Gomes, é hoje uma das figuras mais importantes da cultura LGBTQIAPN+ do sul do país. Atua na promoção, divulgação e reconhecimento da arte drag e da cultura LGBTQIAPN+, sendo convidada para painéis, rodas de conversa e debates em todo o país. Hoje, o cenário drag em Florianópolis é fruto de seu trabalho como produtora, gerando empregabilidade, renda e protagonismo para diferentes agentes culturais LGBTQIAPN+. Enquanto pesquisadora, produziu os estudos “Criança viada entra na sala: a arte da montação como emancipação do ser bicha” discorrendo sobre infância e arte transformista; e a pesquisa mais recente, a qual garantiu seu título de mestra pela UFSC, “Corporalidade dissidente na velhice: corpo-texto da bicha-velha montada”, um estudo sobre velhice e arte drag. Suzaninha é voz importante que ecoa por toda Santa Catarina, auxiliando na construção de políticas públicas para corporalidades LGBTQIAPN+
PALHAÇO BIRIBA (Geraldo Santos Passos) – palhaço, ator e artista da cena
Geraldo Santos Passos é um dos três filhos de Geraldo e Suzy. Nasceu em 3 de dezembro de 1962 na cidade de Santo Ângelo (RS). Geraldinho, como era carinhosamente chamado pelos amigos e colegas de trabalho, acompanhou seus pais e irmã na vida itinerante e na inauguração do Teatro Biriba, em 1970. Atuou como ator mirim e destacou-se em diversos personagens, interpretando brilhantemente até mesmo personagens femininos. Quando houve necessidade, foi músico, baterista e cantor. Em 1991, Geraldo Santos Passos assumiu o papel de seu pai como o palhaço da companhia, então batizada de Biribinha. Mais tarde, Geraldo seguiu na formação de seu Circo Teatro e, posteriormente, assumiu o nome artístico de seu pai, Biriba. O ator tem três filhos: Samarina e Samira, de seu primeiro casamento; e Vitório, de seu casamento com sua esposa Leila.
ASSOCIAÇÃO MUSICAL AMOR À ARTE
A Sociedade "Amor à Arte" foi fundada em Desterro, por volta de 1897, por músicos locais conhecidos como "Os Cupinianos". Seu hino inicial, "Hino dos Cupins", foi substituído pela "Valsa Amor à Arte" composta por José Brasilicio. A banda foi oficialmente fundada em 12 de outubro de 1897, com o hino oficial sendo posteriormente composto por Maestro João Augusto Penedo. Os fundadores, liderados por Indalicio Pires, formaram a primeira diretoria e elegeram Pires como o primeiro presidente. A Banda passou por diversos regentes, como o Maestro Felipe Rosa. Considerada de utilidade pública, a Banda Amor à Arte tornou-se um patrimônio cultural em Santa Catarina. Participa anualmente da Procissão do Senhor dos Passos e desempenha papel importante na abertura dos festejos carnavalescos na Praça XV de Novembro. Além disso, a banda participa de eventos filantrópicos, festivais de bandas e programas de rádio, recebendo reconhecimento por suas contribuições culturais e sociais. O artista Nélio Schmidt esteve à frente da presidência por quase quatro décadas. Hoje, o presidente da Associação Musical de Amor à Arte é Jonathas Barcelos de Simas.