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Escondida no meio da urbe da capital catarinense, encontra-se a Reserva Extrativista Marinha (Resex) do Pirajubaé - área protegida que guarda o mangue e é sustento dos pescadores artesanais que fazem parte da população tradicional da Costeira do Pirajubaé, em Florianópolis. É justamente nesse local invisibilizado que “Artes de pesca: saberes e fazeres dos pescadores tradicionais da Costeira do Pirajubaé" vai atuar. O intuito é mapear e registrar, no contemporâneo, as práticas tradicionais artesanais de uso dos recursos pesqueiros na Resex. O projeto foi selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – Edição 2020, e está sendo executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense da Cultura.

“O projeto surge a partir da visão da importância da pesca artesanal e da comunidade de pescadores da Resex para Santa Catarina. Entendemos que, devido à degradação ambiental, expansão urbana, destruição dos espaços costeiros, entre outros, os pescadores artesanais estão numa constante luta pela sobrevivência”, explica a coordenadora do projeto, Inara Fonseca.

A comunidade de pescadores artesanais faz parte da primeira Reserva Marinha do Brasil (uma das primeiras reservas extrativistas criadas fora da região amazônica e a única existente até o momento no sul do Brasil) e sua criação é inspiração para luta de preservação dos territórios, dos saberes e fazeres das populações tradicionais de todo o país. Conforme Decreto Federal 6.040/2000, são consideradas populações tradicionais grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social e ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.

Os pescadores e pescadoras da Resex, como população tradicional, são símbolo da resistência, em contexto urbano, do patrimônio imaterial ancestral pela proteção dos modos de vida, memórias e saberes da pesca artesanal, que asseguram o uso sustentável dos recursos naturais e a conservação do maior fragmento contínuo de manguezal ao sul do Brasil. Atualmente, 191 famílias do bairro Costeira são autorizadas a realizar a pesca artesanal, sendo que 45 delas dependem exclusivamente da pesca para sua sobrevivência.

Redes sociais como instrumento de democratização

A Resex do Pirajubaé é um território dentro de Florianópolis gerido de forma compartilhada pela população tradicional e pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio). Dessa forma, seu acesso é limitado. Inicialmente, apenas um artigo científico seria fruto do trabalho. Mas, para garantir a socialização e a democratização do conhecimento de uma forma mais horizontal, a equipe de pesquisadoras criou um perfil no Instagram e um blog. Neles, será possível acessar registros fotográficos da Reserva e um pouco do processo da coleta de informações junto aos pescadores. Uma oportunidade para quem quer conhecer mais Florianópolis.

O projeto será realizado através de trabalho de campo (visitas no local) e entrevistas. Com isso a equipe pretende: 1) colaborar com a construção de uma memória coletiva da comunidade tradicional de pescadores da Resex, tanto para seus descendentes quanto para toda a população catarinense; 2) visibilizar os mestres detentores dos saberes da pesca artesanal; e valorizar e promover a diversidade cultural.

Acompanhe o Projeto e conheça mais sobre os pescadores da Resex do Pirajubaé pelas redes sociais:
Blog: https://artesdepescaresex.wordpress.com/
Instagram: @artesdepesca.resex