“A infinidade de expectativas que socialmente recaem sobre a mulher-mãe é proporcional ao peso da sua escolha por filhos, sejam eles biológicos ou afetivos. É eternamente esperado das mulheres que concebam pérolas. Sempre. Pérolas são dores travestidas de beleza.” A afirmação vem de oito artistas brasileiras - Ana Sabiá, Clarissa Borges, Juliana Crispe, Lu Renata, Paula Huven, Priscila Costa, Roberta Barros e Silvana Macêdo – interessada em discutir nas artes visuais o maternalismo, um termo inglês que indica a luta feminista contra os modelos patriarcais e machistas. No dia 1° de dezembro, às 19h, no Museu da Imagem e do Som (MIS), no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis, elas abrem a exposição “MadrePérola”, com trabalhos.
No texto de apresentação, o mote que aproxima esse conjunto de fotografias é a imagem simbólica das conchas e dos moluscos. Na leitura dos símbolos, as criaturas aquáticas remetem aos tempos imemoriais, aos mistérios submarinos, fazem alusão ao que está oculto do mundo. As imagens, “carregadas de cor, sabor, textura e resquícios de sal e mar”, mexem com um tema caro e delicado, o mito da maternidade que poucos ousam questionar.
Apresentados de formas diferenciadas, como instalação, videoarte ou fotocolagem, os títulos dos trabalhos – “Parto e Êxtase”, “Devastação”, “Madonas Contemporâneas”, “Tomar para Si”, “Livre Demanda”, “Eu Sou Outro Você”, “Travesseiros de Memórias”, “Na Terra do Nunca” e “Sombra de Névoa” sinalizam um conjunto de provocações que podem ser um ponto de partida para reflexões capazes de ajudar a desconstruir o mito de que a maternidade é o paraíso. De certo modo, por meio das artes visuais, na sensibilização e potência de uma obra artística, a mostra “MadrePérola” dialoga com o processo de empoderamento, palavra que agrega forças adotadas por diferentes grupos sociais, em especial o movimento feminista, que discutem direitos.
Aberta até o dia 14 de janeiro de 2018, a exposição coletiva assume importância pelo recorte curatorial: simples, direto, certeiro, razão pela qual alcança capacidade de atrair amplo público na temporada de verão. Fora isso, reúne profissionais que vivem e atuam em Florianópolis, como Ana Sabiá, Priscila Costa, Silvana Macêdo, Juliana Crispe e Lu Renata, e outras que moram em outros Estados, como Paula Huven, que vive em Belo Horizonte (MG), Clarissa Borges, em Uberlândia (MG) e Roberta Barros, no Rio de Janeiro (RJ). De regiões distintas do Brasil, estão em sintonia com as sombras, as devastações, o êxtase, as memórias, as dores e os prazeres do ser feminino.
Serviço:
O quê: Mostra “MadrePérola”
Abertura: 1º de dezembro de 2017, às 19h
Visitação: de 2 de dezembro de 2017 a 14 de janeiro de 2018 - de terça-feira a domingo, das 10h às 21h.
Onde: Museu da Imagem e do Som (MIS) - Centro Integrado de Cultura (CIC)
Av. Irineu Bornhausen, 5600, bairro Agronômica, Florianópolis (SC)
Quanto: Gratuito
Informações: (48) 3664-2650
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC