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Relatos e memórias de quem era criança nos anos 1940 servem de matéria-prima para o documentário Sem Palavras, de Kátia Klock, que teve pré-estreia para convidados no dia 27 de abril, no Clube Pomerode, em Pomerode, dentro da programação dos 180 anos da imigração alemã de Santa Catarina. Realizado pela Contraponto, o filme aborda um período polêmico da história brasileira, os efeitos provocados pela Campanha de Nacionalização de Getúlio Vargas (1937-1945), um conjunto de ações que deixou amargas lembranças.

Quando o Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial com os Aliados, em 1942, os idiomas alemão, italiano e japonês tornaram-se proibidos e estes estrangeiros e seus descendentes começaram a ser perseguidosno país. O documentário de 52 minutos faz um recorte sob a ótica das lembranças e narrativas orais dos descendentes de origem alemã. A equipe entrevistou moradores de Blumenau, Vila Itoupava, Pomerode, Balneário Camboriú, Joinville, Jaraguá do Sul, Brusque, Jaraguá do Sul e Florianópolis, locais em que também teve acesso a arquivos públicos e privados. O trabalho reúne fotografias e arquivos sonoros, revelando uma criteriosa pesquisa.

Sem Palavras reconstrói o clima da época com cenas dramatizadas. As encenação foram realizadas com pessoas que não são atores, e sim descendentes de famílias alemãs de Blumenau. A trilha sonora é outro detalhe bem afinado no documentário. O maestro brusquense Edino Krieger cedeu gentilmente composições para o documentário. Ficou a cargo do músico Ricardo Fujii montar a trilha final e afinar a sonoplastia.

A finalização caprichada é assinada por Paulo Calasans, que montou ao lado da diretora e do produtor executivo Mauricio Venturi. A equipe editou com objetividade, sem efeitos, sem melodramas, tarefa difícil porque os traumas expostos nos testemunhos transcendem a ordem do simbólico. Campo minado aquele que remexe a memória, a documentarista tem em seu currículo outros trabalhos importantes para o registro da história catarinense. Sem Palavras apresenta um dos lados da história através das memórias de quem era criança e descendente de alemão na época da Segunda Guerra Mundial em Santa Catarina. O medo, o silêncio, o drama das perseguições e seus efeitos são visíveis e ainda presentes para quem vivenciou o momento.

Prêmio Cinemateca

Em 2007, o governo do Estado, por meio da FCC, contemplou 13 projetos pelo Prêmio Cinemateca Catarinense/FCC, totalizando um valor de R$ 1,6 milhão. Sem Palavras foi contemplado na categoria documentário média-metragem com R$ 100 mil para a produção. Este edital é o principal mecanismo de incentivo ao audiovisual que já existiu no Estado e tem ajudado a impulsionar a atividade e a gerar novas possibilidades para a criação autoral.

O documentário Sem Palavras baseia-se em pesquisas realizadas no Arquivo Histórico de Joinville, no Arquivo Histórico de Blumenau, entre outros, bem como em estudos acadêmicos, como Tempo de Lembrar, Tempo de Esquecer, tese de doutorado de Janine Gomes da Silva, da Universidade Regional de Joinville (Univille), defendida em 2004 no curso de história da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O livro Memórias de uma (outra) guerra, da historiadora Marlene de Fáveri, e os romances O guarda-roupa alemão, de Lausimar Laus, e No Tempo das Tangerinas, de Urda Klueger, também serviram de pesquisa e inspiração.

Agenda de exibições

- 27 de abril - Pré-estreia para convidados, 19h30, Clube Pomerode, rua dos Atiradores, 247, Pomerode, dentro da programação dos 180 anos da imigração alemã em SC

- 28 de abril, 19h30, Clube Pomerode, exibição aberta

- 29 de abril, 19h30, Sala de Cinema da Cidadela Cultural Antarctica, rua 15 de Novembro, 1.383, centro, Joinville

- 30 de abril, 19h30 e 20h30, Fundação Cultural de Blumenau (FCB), auditório Edith Gaertner, rua 15 de Novembro, 161, Centro, Blumenau, tel.: (47) 3326-6871

- 7 de maio, 20h, Cineclube Nossa Senhora do Desterro, Centro Integrado de Cultura (CIC), av. Gov. Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis

- 8 de maio, 13h, 3º Simpósio de Imigração e Cultura Alemãs da Grande Florianópolis, auditório do Tribunal de Contas do Estado, rua Bulcão Viana, 90, Florianópolis

Equipe técnica SEM PALAVRAS

direção e roteiro Kátia Klock

produção executiva Mauricio Venturi

assistência de produção Cinthia Creatini da Rocha

consultoria histórica Janine Gomes da Silva

trilha sonora Edino Krieger

direção de fotografia Patrício Furlanetto

direção de cena Mauricio Venturi

figurino e produção de objeto Emanuela Vieira

assistência de cena Andreas Peter

assistência de câmera Amarildo Ribeiro e Ricardo

produção musical Ricardo Fujii

edição Paulo Calasans - Kátia Klock - Mauricio Venturi

finalização e motion graphics - Paulo Calasans

assessoria de imprensa - Nproduções - Néri Pedroso

Ainda estão chegando originais pelo correio, mas até o momento (14 de abril) a Fundação Catarinense de Cultura (FCC) já recebeu 490 romances para o Concurso Cruz e Sousa. O concurso vai premiar com R$ 50 mil, R$ 20 mil e R$ 10 mil os três primeiros colocados das categorias nacional e estadual. A primeira categoria teve 324 inscritos e a segunda, 166.

Mary Garcia, diretora de difusão artística da FCC comemora o resultado. "Ainda receberemos mais inscrições, que estão nos correios, mas o número até agora é surpreendente. Escrever um romance é algo demorado, que exige muita dedicação, então impressiona o número de trabalhos que recebemos."

A FCC recebeu até originais vindos de Lisboa e de Bucareste. Quanto ao número bem menor de inscritos na categoria catarinense, Mary aponta que é apenas uma questão de lógica. "Os escritores catarinenses não podem competir em número com o resto do País. Mas 166 romances catarinenses é um montante notável", elogia.

Os originais serão avaliados por três autores de renome nacional. Em junho, serão revelados os ganhadores e em outubro, ocorrerá a cerimônia de entrega. Este ano, houve uma redução no valor dos prêmios do Concurso Cruz e Sousa. Em 2002, o prêmio era de R$ 80 mil para o primeiro colocado nacional, R$ 40 mil para o segundo e R$ 20 mil para o terceiro, mesmos valores entregues na categoria estadual.

Ainda não há data para uma nova edição do Cruz e Sousa. Mary acredita que o próximo concurso será de ensaios. "Ainda não foi feita nenhuma edição voltada a esse categoria. E temos ótimos ensaístas no Estado".

SAIBA MAIS - Outros prêmios literários

Prêmio Portugal Telecom

Criado em 2003 pela Portugal Telecom, estende-se a todos os livros escritos em língua portuguesa editados no Brasil. O prêmio é conferido aos três melhores livros nas categorias romance, conto, poesia, crônica, dramaturgia, biografia ou autobiografia. O primeiro lugar recebe R$ 100 mil.

Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura

Organizado pela Jornada Nacional de Literatura (projeto da Universidade de Passo Fundo e da prefeitura de Passo Fundo), premiou na última edição o escritor moçambicano Mia Couto com R$ 100 mil pelo romance O outro pé da sereia.

Prêmio Jabuti

Promovido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), é o mais antigo (está na 50º edição) e tradicional de todos. Distribui R$ 120 em prêmios aos melhores trabalhos de 20 categorias. O prêmio principal, para o Livro do Ano, é de R$ 30 mil.

Prêmio Casa das Américas

Voltado a autores brasileiros ou naturalizados com livros publicados em português nos gêneros de ficção - romance, conto e poesia. O prêmio ao primeiro lugar é de US$ 3 mil.

Prêmio São Paulo de Literatura

Recém-lançado, vai pagar R$ 200 mil para o melhor livro de ficção do ano, mais R$ 200 mil para o melhor livro estreante, também de ficção. é promovido pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

Prêmio Leya

Também criado há pouco, é realizado pelo grupo editorial português de mesmo nome (das editoras Caminho, Dom Quixote, Texto Editores e ASA). O prêmio será de US$ 100 mil para o melhor romance inédito escrito em português.

Prêmio Afrânio Coutinho

A segunda edição do prêmio promovido pela Academia Brasileira de Letras e Petrobras tem como tema neste ano "Machado de Assis: o crítico literário". Os três melhores trabalhos receberão, respectivamente, R$ 10 mil, R$ 6 mil e R$ 3 mil. Inscrições de abril a setembro.

Concurso Literário Mario Quintana

São três as categorias previstas: conto, crônica e poesia. Os textos premiados nos três primeiros lugares em cada categoria serão publicados em antologia, que será lançada na Feira do Livro de Porto Alegre. Não há premiação em dinheiro. O regulamento está disponível no site.

Prêmio Sesc de Literatura

Destinado a brasileiros ou estrangeiros residentes no país, nas categorias conto e romance. A premiação consiste na edição, lançamento e distribuição da obra pela editora Record. As inscrições para a edição de 2008 vão até 15 de agosto.


Estão abertas as inscrições para a sexta edição do programa Rumos Cinema e Vídeo 2009 - 2011, promovido pelo Itaú Cultural, que se destina a apoiar a produção audiovisual contemporânea. As inscrições são gratuitas e podem ser efetuadas no período de 4 de março a 29 de maio de 2009.

Em sua sexta edição, o programa seleciona obras em três categorias:

- Filmes e Vídeos Experimentais.
- Eventos Multimídia.
- Documentário para Web, em que deverá ser explorado um dos temas: velocidade ou ruído.

Para saber mais sobre as categorias, a inscrição e o processo de seleção, leia o edital. Ao se inscrever, você participará de uma pesquisa sobre o perfil sociocultural dos participantes do programa, que será utilizada de maneira sigilosa exclusivamente pela equipe do Observatório Itaú Cultural.

Para divulgar os novos editais e começar o mapeamento de artistas, produtores e jornalistas em formação, o Itaú Cultural leva seminários e oficinas para todas as 27 capitais do país. No blog do Rumos você acompanha a repercussão dos debates em cada cidade, tira dúvidas, dialoga e entende melhor como rastreamos o país em busca de talentos emergentes nas mais diversas áreas.

Desde 1997, o Rumos Itaú Cultural mapeia, incentiva e reflete sobre a produção artística brasileira. Navegue pelo histórico do Rumos, conheça os selecionados e seus trabalhos produzidos nesses 12 anos, não só em cinema e vídeo, mas também em arte e tecnologia, artes visuais, dança, educação, jornalismo cultural, literatura, música e pesquisa.


O poeta, escritor, jurista e presidente do Conselho Estadual de Cultura Péricles Prade, que acabou de escrever a novela Relatos de um corvo sedutor, lançará mais dois livros: Labirintos, com poemas baseados nos arcanos do Tarô (editora Letras Contemporânea) e Ao som do realejo - narrativas profanas (editora Nauemblu). O lançamento ocorrerá no dia 19 de dezembro, sexta-feira, a partir das 18 horas, na livraria Livros e Livros.

T.S. Eliot diz que a poesia cabe sugerir, nunca dizer. Borges e Blanchot sustentam a sábia tese de que um livro existe sempre a partir de outros livros. O cosmos poético de Péricles Prade tem território delimitado: o ocultismo, a cabala, o misticismo, o endobarroco. A poeta e crítica de literatura Miriam de Carvalho, em seu extenso livro Metamorfoses na Poesia de Péricles Prade navega pelas mitologias criada por Prade.

Delimitar um espaço num cosmo poético significa apenas transferir a multiplicidade de espelhos reinantes, ou seja, nada está dado, somente pistas. Quem quiser se vestir do vasto universo pradeano terá que navegar por sua obra como se enfrenta um oráculo que nos desafia a cada passo.

Labirintos e Ao som do realejo - narrativas profanas são livros fundamentais para se buscar um fio no labirinto estético de Péricles Prade.

O quê: lançamento dos livros Labirintos (Letras Contemporâneas) e Ao som do realejo - narrativas profanas (Naemblu)

Quando: dia 19, às 18h.

Onde: Livraria Livros e Livros

O Ministério da Cultura ainda não é capaz de mensurar qual é o impacto da crise econômica internacional na captação de recursos por meio da Lei Rouanet - principal mecanismo de financiamento à cultura no País. Mas dados parciais mostram números já preocupantes: artistas e produtores conseguiram captar R$ 901 milhões em 2008, cerca de R$ 80 milhões a menos que no ano anterior (R$ 980 milhões de captação).

Os números integrais só serão fechados em abril ou maio, mas o secretário de Incentivo e Fomento à Cultura do MinC, Roberto Gomes Nascimento, crê que o valor revela ainda pouca influência da crise no desempenho da lei. "Apesar de termos vivido a crise já no último trimestre, o volume de recursos captados mantém-se", ponderou. "O impacto no terceiro trimestre não tem correspondência com o que sofreram outras economias. Há uma queda bem pequena, muito pequena perto do que poderia ter sido. Mas só em abril ou maio é que teremos esse dado consolidado."

Nascimento se reuniu na quinta-feira em Brasília com representantes da Frente Parlamentar para a Cultura, integrada por mais de 300 parlamentares da Câmara Federal; esteve em reunião do Fórum Nacional dos Secretários Estaduais de Cultura e dos Conselhos Estaduais de Cultura (haviam representantes de 16 Estados brasileiros). O ministério mantém a fé na aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC 150/03), que deverá incluir no Orçamento da União recursos para a Cultura de nunca menos do que 2% da receita tributária.

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, tem a convicção de que os problemas cíclicos enfrentados derivam de problemas estruturais do próprio modelo de financiamento, que depende do bom resultado das empresas. O Congresso Nacional vai examinar este ano a nova proposta de reforma da Lei Rouanet, apresentada pelo governo.

O sistema de incentivo totalmente baseado na renúncia fiscal é deficiente e falho, analisa o ministério. "é claro que as empresas vão gerenciar seus riscos cortando o que não é atividade-fim, aquilo que consideram acessório", diz Roberto Gomes Nascimento.

O primeiro trimestre de 2009 pode trazer números ainda mais sombrios no balanço do incentivo. Muitos patrocinadores de cultura, amedrontados pela situação financeira, preferiram manter dinheiro em caixa do que adiantá-lo aos produtores culturais (trata-se de parcela do Imposto de Renda devido, que só será pago à Receita Federal no meio do ano, o que garante alguns meses a mais no caixa das empresas).

Entre as empresas que recuam de patrocínios já assumidos estão estatais importantes, como a Petrobras. "Apesar de serem estatais, são empresas de sociedade anônima, têm conselhos e capitais abertos e disputam palmo a palmo o mercado. Têm também uma lógica de sobrevivência", diz Nascimento.

"Não existem coelhos para tirar da cartola. Os dados estão aí", afirmou, acrescentando que só resta ao Executivo "executar o marco legal" no manejo da Lei Rouanet. "Mas o ministério está acompanhando. Faremos medições trimestrais para ver como se comporta isso e para poder responder prontamente às dificuldades", considerou o secretário. "Com as medidas que foram tomadas recentemente pelo governo, o Brasil tende a não ser um dos territórios mais afetados por essa realidade."

Mas o dirigente adverte que não é possível esperar milagres, já que se trata de uma situação generalizada - e circunstancial, acredita. "A própria queda de arrecadação sinaliza um horizonte de ajustes fiscais em todos os gastos públicos. Não se está penalizando a cultura de forma diferenciada. Há posições mais conservadoras, de acordo com cada patrocinador."

A expectativa do MinC, que acena até com um pacote de estímulo ao setor, é convencer o governo do momento estratégico que enfrenta. "Na crise de 1929, os Estados Unidos gestaram uma estratégica de desenvolvimento baseada na cultura, e sua cultura se tornou hegemônica mundialmente. Nós vivemos um momento similar, e é hora de dar à cultura um papel equivalente."

"Os investimentos na cultura brasileira devem ser mantidos, apesar da atual crise econômica, pela centralidade do setor no processo de desenvolvimento sustentável do País", disse Osvaldo Viégas, presidente do Fórum Nacional dos Secretários de Cultura do País.