João da Cruz e Sousa nasceu na antiga Desterro, em 24 de novembro de 1861, filho de escravos alforriados. Criado no solar dos que foram senhores de seus pais, recebeu, em 1874, uma bolsa de estudo para o Ateneu Catarinense. Desde cedo voltado para a literatura, fundou com os amigos Virgílio Várzea e Santos Lostada o jornalzinho “Colombo” e mais tarde “Tribuna Popular”. Dirigiu o semanário “Moleque”. em 1881, viajou ao norte, como ponto da companhia dramática Julieta dos Santos, lá voltando em 1883, quando recebeu homenagens de grupos abolicionistas.
Seus poemas são marcados pela musicalidade (uso constante de aliterações), pelo individualismo, pelo sensualismo, às vezes pelo desespero, às vezes pelo apaziguamento, além de uma obsessão pela cor branca. É certo que encontram-se inúmeras referências à cor branca, assim como à transparência, à translucidez, à nebulosidade e aos brilhos, e a muitas outras cores, todas sempre presentes em seus versos.
No aspecto de influências do simbolismo, nota-se uma amálgama que conflui águas do satanismo de Baudelaire ao espiritualismo (e dentro desse, idéias budistas e espíritas) ligados tanto a tendências estéticas vigentes como a fases na vida do autor.
Embora quase metade da população brasileira seja negra, poucos foram nossos escritores negros e mulatos. E, entre eles, poucos foram os que escreveram em favor da causa negra. Cruz e Souza, por exemplo, é acusado de ter-se omitido quanto a questões referentes à condição negra. Mesmo tendo sido filho de escravos e recebido a alcunha de "Cisne Negro", o poeta João da Cruz e Souza não conseguiu escapar das acusações de indiferença pela causa abolicionista. A acusação, porém, não precede, pois, apesar de a poesia social não fazer parte do projeto poético do Simbolismo nem de seu projeto particular, o autor, em alguns poemas, retratou metaforicamente a condição do escravo. Cruz e Souza militou, sim, contra a escravidão. Tanto da forma mais corriqueira, fundando jornais e proferindo palestras por exemplo, participando, curiosamente, da campanha antiescravista promovida pela sociedade carnavalesca Diabo a quatro, quanto nos seus textos abolicionistas, demonstrando desgosto com a condução do movimento pela família imperial.
Quando Cruz e Souza diz "brancura", é preciso recorrer aos mais altos significados desta palavra, muito além da cor em si.
Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.
Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!
Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas
Fonte: COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global.
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Além de democratizar a cultura e revelar novas tendências artísticas em Santa Catarina, o Projeto Caldo de Cultura proporciona a valorização dos talentos locais. Evento de lançamento acontece no Palácio Cruz e Sousa
No dia 18 de dezembro, Santa Catarina será palco do Projeto Caldo de Cultura, uma nova proposta de entretenimento gratuito, que surge com o objetivo de levar arte, cultura e lazer. O coquetel de lançamento do Projeto acontece no Palácio Cruz de Sousa, às 18h, em Florianópolis, e conta com programação especial. Durante quatro horas, o público terá a oportunidade de conferir atrações inéditas e imperdíveis, que vão desde mostras de cinema e animação, programação circense, musical, fotográfica e dança.
O Projeto Caldo de Cultura surge com o objetivo de promover a valorização da diversidade cultural, e, para isso, conta com a participação de artistas e grupos de reconhecimento nacional e local. A programação contempla todas as idades. Neste sentido, o Projeto Caldo de Cultura tem como premissa democratizar a cultura e revelar novas tendências artísticas, proporcionando também a valorização dos talentos locais.
O Projeto Caldo de Cultura é uma realização da Associacão Caretinhas Contra às Drogas Pelo Esporte (Acadesp-Floripaz) e da Mult Produções e Eventos, e conta com apoio do Museu Histórico de Santa Catarina, da Cinemateca Catarinense e Fundação Catarinense de Cultura e patrocínio do FUNCULTURAL, da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte e do Governo do Estado de Santa Catarina. “O Projeto inova o modelo de produção na articulação dos segmentos dos produtores locais no processo de realização e no estabelecimento de parcerias entre agentes públicos e privados em torno da geração de conteúdos nacionais”, diz o produtor Gastão Meirelles, da Mult Produções.
O Projeto contempla manifestações artísticas espontâneas e terá programação NA PRAÇA XV DE NOVEMBRO E PRAÇA HERCÍLIO LUZ, NOS CENTROS HISTÓRICOS DE FLORIANÓPOLIS E SÃO JOSÉ e em outros espaços públicos, como a Praça Getúlio Vargas e o Parque da Luz. Além da proposta diversificada, prevê ainda Feiras de Artesanato, de Recicláveis e Reutilizáveis.
Programação:
18h - Projeto Sexta no Jardim: Ricardo Graça Mello 19h - Solenidade e coquetel
20:15h - Projeto Sexta no Jardim: Orquestra de Cordas Allegro Vivace
Atrações:
Dj Rick – música eletrônica brasileira com percussão. Artes plásticas Circo Loko Hary Salgado (dança) Companhia de Teatro Háde Haver Flavio Oliveira (fotografia) Video institucional Cinema animação "Sereia" - direção de Yannet Briggler
Caldo de Cultura: 18/12/09, das 18h às 22h
Evento gratuito |
Cascaes como nunca se viu
Com curadoria de Fernando Lindote, exposição Franklin Cascaes: desenhos e esculturas será aberta em Florianópolis em 10 de julho.
Após alguns anos, o público novamente terá à disposição uma grande mostra com obras originais de Franklin Cascaes. Trata-se da exposição Franklin Cascaes: desenhos e esculturas, cuja abertura ocorrerá na manhã de sábado, 10 de julho, às 11h, no Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa. A proposta da curadoria, assinada por Fernando Lindote, é dar continuidade ao processo de releitura do artista, iniciado por ocasião do Centenário de Franklin Cascaes, comemorado nos anos de 2008 e 2009.
A exposição apresentará 29 desenhos e quatro conjuntos de esculturas feitas com argila não cozida, todas pertencentes ao acervo do Museu Universitário Professor Oswaldo Rodrigues Cabral, que estarão dispostas ao longo das salas de exposição temporária do Palácio Cruz e Sousa. O objetivo de Lindote, artista contemporâneo e curador da mostra, é fazer com que a obra de Cascaes se sustente por ela mesma, por sua originalidade e estética: "o personagem do Franklin é muito espesso e público, fazendo com que seja mais conhecido como pessoa do que com seu trabalho no desenho e na escultura. Nossa intenção é fazer o público olhar Cascaes de novo e de um ângulo diferente", acrescenta.
Franklin Cascaes: desenhos e esculturas contará com uma intensa agenda cultural. O projeto Paralelo Cascaes convidará os artistas contemporâneos Diego de los Campos, Maíra Dietrich e Diego Rayck a participar da exposição com trabalhos que dialoguem com a poética de Cascaes em diversos ambientes do Palácio Cruz e Sousa. Por sua vez, o lançamento do catálogo da mostra, que contará com texto especialmente redigido para a exposição por Raul Antelo, será acompanhado pelo Colóquio Cascaes que reunirá pesquisadores de renome em torno da obra do artista. O projeto Itinerários da Exposição proporá a escritura de ensaios com impressões sobre a exposição. Já a mostra Cine Cascaes, com curadoria de Alan Langdon, apresentará uma seleção inusitada de filmes que tangenciem o universo do artista. A programação completa de atividades está disponível no site www.exatosegundo.com.br/franklin-cascaes
A visita à exposição é gratuita e poderá ser realizada até o dia 29 de agosto de 2010, facilitadas por mediadores capacitados. O projeto é uma realização da Associação dos Amigos do Museu Universitário Professor Oswaldo Rodrigues Cabral (AMU), da Secretaria de Cultura e Arte (SecArte), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Museu Histórico de Santa Catarina (MHSC), com o patrocínio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Carbocloro. A produção é da Exato Segundo Produções Artísticas. O apoio é da Fundação Franklin Cascaes e do Rádio CBN Diário.
Informações:
Entrada franca SITE OFICIAL: TWITTER: www.twitter.com/Expo_Cascaes