"ô Catarina!", suplemento Cultural de Santa Catarina, está de volta. A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) retoma a publicação do periódico após dois anos de inatividade, junto com a publicação do Edital Cocali 2017 - Comissão Catarinense do Livro - para a aquisição de obras literárias de autores catarinenses ou residentes no Estado. O lançamento dos dois programas será no dia 21 de março, às 18h30, durante a solenidade de reabertura do Salão Nobre do Teatro álvaro de Carvalho, ocasião que contará com a presença do secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Leonel Pavan, e do presidente da FCC, Rodolfo Pinto da Luz, além de artistas, produtores e convidados.
Criado em 1992, "ô Catarina" cumpre a tarefa de publicar trabalhos em todos os segmentos da cultura, evidenciando a arte catarinense, as suas linguagens e as suas expressões. A partir de 2012, a publicação ganhou o amparo de uma lei específica (Lei Estadual 15.889/12) passando a se chamar Suplemento Cultural de Santa Catarina. "ô Catarina" volta após um hiato de dois anos sem ser publicado e a sua retomada vem atender a uma demanda preeminente da população e da classe cultural. A edição está a cargo do poeta e crítico teatral Marco Vasques, com o assessoramento de um conselho editorial formado por notáveis dos campos da literatura, teatro, artes visuais, música, cinema e dança. "Ao retomarmos as publicações de "ô Catarina" e do Edital Cocali, assim como o Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura, a ser lançado nos próximos dias, damos um importante passo na consolidação de uma política de estado para a cultura", adianta o presidente da FCC, Rodolfo Pinto da Luz.
Para Rodolfo, ainda que tenha a prerrogativa de evidenciar a arte e a cultura catarinenses, a publicação trará em suas páginas "artistas de outras regiões do país e até do mundo, bem como uma temática abrangente de assuntos". Como é o caso da tradução, feitas com exclusividade para "ô Catarina", dos poemas do espanhol Alfredo Pérez pelo dramaturgo, poeta e tradutor José Eduardo Degrazia, e um artigo do poeta gaúcho Ronald Augusto. A presente edição também traz poemas de Rogério Lenzi, de Navegantes, a dramaturgia do blumenauense Gregory Haertel, conto do jovem escritor Caléu Nilson Moraes, de Santa Cecília, e um trecho do novo romance do escritor Carlos Henrique Schroeder, de Jaraguá do Sul, além de uma entrevista com o dramaturgo Pépe Sedrez, diretor da companhia teatral blumenauense Carona. Outro aspecto de destaque é o visual, com a impactante capa assinada por Valdir Rocha (obra "O Duelo"), reprodução de obra da artista florianopolitana Juliana Hoffmann e ilustrações da jovem desenhista joinvilense Carol Silva.
Com periodicidade trimestral, o suplemento terá tiragem de 6 mil exemplares, com distribuição gratuita para todo o Estado e país, por meio de teatros, museus, secretarias e fundações culturais e também nos espaços administrados pela FCC. O Sesc continuará como parceiro na iniciativa, levando "ô Catarina" para todas as suas unidades no Estado. A publicação também estará disponível para leitura e download no hotsite www.fcc.sc.gov.br/ocatarina.
Cocali
O Edital Cocali 2017 - Comissão Catarinense do Livro - também foi criado por lei (Lei Estadual 8.759) em 1992 e agora volta a ser aplicado após oito anos de espera. Por meio de um concurso público, a FCC irá adquirir 300 exemplares de 12 obras de autores catarinenses ou residentes no Estado há pelo menos 10 anos. Os títulos serão distribuídos entre escolas públicas de Santa Catarina. "Essa é uma ferramenta importante para fomentar a cadeia produtiva da literatura catarinense, a difusão dos autores do nosso Estado e a formação de leitores", observa o presidente da FCC.
Poderão se inscrever no edital os autores que tenham livros publicados entre 2014 e 2017. O processo de inscrição começa no dia 22 de março e ficará aberto por 45 dias. Ao final do prazo, a comissão julgadora terá 60 dias para anunciar os selecionados. As informações e as orientações sobre o processo de inscrição estarão disponíveis no site da FCC ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Salão Nobre
A solenidade de lançamento do suplemento "ô Catarina!" e do Edital Cocali 2017 marcará também a reabertura do Salão Nobre do Teatro álvaro de Carvalho, interditado desde 2014 e que foi integralmente revitalizado com as reformas de manutenção e conservação do TAC a partir de janeiro desse ano. Durante o período, a edificação passou por intensas intervenções de pinturas interna e externa, manutenção de calhas e rufos, recuperação de janelas, passarelas e escadas sobre o palco, porta da saída de emergência, guarda-corpo da sacada e restauração de piso de parquet, lustres e portas do Salão Nobre.
O salão servirá para eventos de pequeno porte, como lançamento de livros, projetos culturais, saraus e solenidades. "O álvaro de Carvalho é um patrimônio da cultura catarinense, sendo hoje o teatro mais antigo em atividade no Estado e entregá-lo em condições para receber de maneira plena o público e os espetáculos é motivo para uma grande comemoração", celebra o presidente da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Rodolfo Pinto da Luz.
O TAC foi inaugurado em 7 de setembro de 1875, ainda como Teatro Princesa Isabel, sendo que em 2 de julho de 1894 recebeu o atual nome em homenagem ao primeiro dramaturgo catarinense.
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC
O presidente da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Rodolfo Pinto da Luz, assumirá a vice-presidência da regional Sul do Forum Nacional de Secretários e Dirigentes de Cultura, que ocorreu nesta quinta-feira (16) em Brasília (DF). O Fórum existe desde 1983 e é um importante espaço de debate, articulação e intercâmbio acerca das políticas culturais no Brasil, suas oportunidades e desafios, com função consultiva e opinativa. O encontro é promovido Secretaria de Cultura do Distrito Federal.
Eleito pelos dirigentes de Rio Grande do Sul e Paraná para o mandato de um ano, Rodolfo terá, entre outras funções, a incumbência de trabalhar uma maior articulação entre as secretarias de cultura dos três estados, com intercâmbio e parceria para ações na área. Durante o mesmo evento, o secretário de Cultura do Ceará, Fabiano dos Santos Piuba, foi escolhido presidente do Fórum, com votação aberta a todos os dirigentes presentes.
Audiência
Durante a tarde desta quinta-feira, os dirigentes participaram, ainda, de audiência com o Ministro da Cultura, Roberto Freire, quando apresentaram as principais questões debatidas na parte da manhã. Entre os assuntos tratados está a continuidade dos contratos em vigência atualmente, em especial no âmbito dos programas Pontos de Cultura, Viva Cultura, Cidades Históricas e Economia Criativa.
Além disso, as alterações na aplicação e distribuição de recursos da Lei Rouanet também foram pauta da audiência. Segundo Pinto da Luz, uma nova instrução normativa está em fase de análise e deve descentralizar os recursos destinados aos projetos para além do eixo Rio de Janeiro - São Paulo. "A ideia é que cada projeto possa captar no máximo R$ 10 milhões e cada empresa possa aplicar até R$ 40 milhões em projetos do eixo Rio-São Paulo", explica. Valores acima deste teto devem ser destinados a proponentes de outras regiões do país.
Na ocasião, o ministro se propôs, ainda, a estabelecer um diálogo mais próximo com o Fórum de Dirigentes e participar das próximas reuniões.
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC
Fonte: Museu de Formosa do Sul
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC
A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) promove de 10 a 30 de março a exposição fotográfica Claro Gustavo Jansson: o fotógrafo do Contestado, da escritora e pesquisadora Rosa Maria Tesser, na Biblioteca do Núcleo de Marcílio Dias da Universidade do Contestado, em Canoinhas, no Planalto Norte catarinense. A mostra tem visitação gratuita de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h; das 13h30 às 17h; e das 18h30 às 22h.
O projeto, que teve início em 2016 com uma exposição no Espaço Lindolf Bell, no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis, conta agora com um circuito expositivo por diversas cidades do Estado. A primeira a receber a mostra foi Piçarras, cidade onde Rosa Maria Tesser, que é natural de Irani, fixou residência. No roteiro da exposição já estão confirmadas as cidades de Porto União (com abertura no início de abril) e Matos Costa.
A autora pesquisou por quase dois anos e meio a vida do fotógrafo Claro Gustavo Jasson e seu acervo de 2,5 mil fotografias que retratam diversos momentos da história do Brasil, com destaque à Guerra do Contestado. Hoje, tem exclusividade na divulgação dessas fotos, autorizada pela filha do fotógrafo, Doroty Jansson. A exposição conta com 148 fotos divididas em 11 blocos distintos: O Contestado: o fotógrafo no front; A Grande Empresa Lumber no Brasil; Lumber em Sengés estado do Paraná; Construção da Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande do Sul; História da Construção da Estrada de Ferro Paranaguá - Curitiba; História da Linha de São Francisco do Sul; A Revolução de 1924; A Revolução de 1930; A Revolução de 1932; União da Vitória x Porto União; e Erva-mate uma árvore de tradição.
A iniciativa relembra a passagem do centenário do conflito, que ocorreu entre os anos de 1912 e 1916. Na noite da abertura, a escritora Rosa Maria Tesser lança o livro também intitulado Claro Gustavo Jansson: o fotógrafo do Contestado, sobre o sueco que fotografou boa parte deste sangrento episódio da história catarinense. O livro é uma parceria entre a FCC e Rosa, que imprimiu 500 exemplares e que foram distribuídos a bibliotecas públicas de todo o Estado.
Sobre a autora
Rosa Maria Tesser é formada em Pedagogia com a habilitação em Administração Escolar, pós-graduada em Recursos Humanos pelo Instituto Nacional de Pós-Graduação de São Paulo, possui especialização em Pré-Escola pela UNICEF - Secretaria de Educação de Santa Catarina e é autodidata em História. Foi professora atuante na área do Bem-Estar Social; gerente na Fundação Catarinense de Cultura (FCC) entre os anos de 1999 e 2002; e membro do Conselho Estadual de Cultura entre 2005 e 2006. Em 2008, exerceu o cargo de Diretora de Cultura no Município de Irani (SC).
A pesquisadora, historiadora e literária da Guerra do Contestado nasceu em Irani, município do Meio-Oeste catarinense chamado de "Berço do Contestado". é autora dos livros direcionados ao Ensino Fundamental e Médio O Espirito Catarinense do Homem do Contestado, O Contestado - A história que o Brasil não conhece e A Guerra do Contestado - Um século de vidas e histórias. Pertence à Academia Brasileira de Letras - Seccional de Balneário Piçarras, onde ocupa a cadeira de número quatro.
Sobre Claro Jansson
Claro Gustavo Jansson (foto) nasceu em 5 de Abril de 1877, em Hedemora, província de Dalarma, na Suécia, com o nome de Klas Gustav. Viveu na cidade natal até os 12 anos de idade, mudando-se com a família para Estocolmo. Pouco depois, os Jansson imigraram para o Brasil, onde se dedicaram à agricultura de minifúndio.
Em 1893, já com o nome abrasileirado para Claro Gustavo Jansson, o futuro fotógrafo residiu na cidade da Lapa, estado do Paraná, quando ocorreu a Revolução Federalista. Algum tempo depois, já estava em União da Victória Paraná / Porto União Santa Catarina atuando em serrarias e olarias, onde foi capataz de turma na extração da erva-mate no Brasil, Argentina e Paraguai.
Durante todo ano de 1912 residiu em Barracon (hoje Bernardo de Irigoyen), retornando a União da Victória e Porto União na véspera do início da Guerra do Contestado. Depois disso, adquiriu aparelhos fotográficos para se dedicar ao ramo. Entre suas fotos famosas está a do Coronel Gualberto de Sá Filho junto com a força pública do Paraná, rumo aos campos de Irani, onde morreria em combate.
Com a instalação da Lumber - madeireira e colonizadora fundada nos Estados Unidos, subsidiária da empresa construtora da ferrovia São Paulo / Rio Grande e cerne dos conflitos -, Claro foi contratado para fotografar a rotina da empresa, quando acaba registrando imagens da Guerra do Contestado. Muito da memória visual do conflito se deve ao fotógrafo, que teve suas imagens publicadas e seu nome citado. Ele também cobriu as Revoluções de 1924, 1930 e 1932.
Jansson faleceu no dia 10 de março de 1954, com 77 anos de idade, sendo sepultado em Curitiba (PR), onde residia a maioria de seus filhos. Pela sua trajetória de vida, também lhe foi auferido o título de "O fotógrafo Viajante".
Sobre a Guerra do Contestado
Entre os anos de 1912 e 1916, a região do Contestado, cujo território era alvo de disputas entre os estados de Santa Catarina e Paraná, foi palco de um dos mais sangrentos episódios da história do Brasil. Juntou-se à questão das fronteiras a eclosão de um surto messiânico influenciado pelo grande número de pessoas sem terras e sem emprego na região. Eram ex-camponeses, expulsos de suas terras para a implantação de uma madeireira, e ex-operários da estrada de ferro Brazil Railway, que trabalharam na construção e se viram sem trabalho com o fim do empreendimento.
Nesse cenário, surgiram profetas e monges pregando ideais que iam de encontro à ordem republicana vigente. Preocupados com o crescimento do movimento popular, os governos estadual e federal começaram a agir contra a comunidade, com o envio de tropas militares para a região. Os sertanejos resistiram à ação da artilharia pesada do exército até 1916.
Serviço:
O quê: Exposição fotográfica Claro Gustavo Jansson: o fotógrafo do Contestado
Onde: Biblioteca da Universidade do Contestado - Núcleo Marcílio Dias
Rua Wendelin Metzger, s/nº - Marcílio Dias - Canoinhas (SC)
Visitação: de 10 a 30 de março de 2017
Horário: de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h; das 13h30 às 17h; e das 18h30 às 22h.
Entrada gratuita
Informações: (47) 3622-6696
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC