No dia 16 de junho, a partir das 19h, o Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina (MIS/SC), em parceria com o Departamento de Artes e a Secretaria de Cultura e Artes (SeCArte) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), receberá diversas intervenções artísticas, videográficas e web comemorando o Bloomsday, ou o Dia de Bloom, uma festa em homenagem ao célebre romance Ulisses, do escritor irlandês James Joyce (1882 -1942). Bloom é uma referência ao sobrenome da personagem central da trama, o angariador de anúncios de jornal, Leopold Bloom, que passa o dia caminhando pelas ruas de Dublin, capital da Irlanda.
O Bloomsday 2017 de Florianópolis será dedicado às duas grandes heroínas do escritor irlandês: Molly Bloom e Anna Livia, as quais serão interpretadas por mulheres do Coletivo Kurima e do Coletivo NEGA, grupos ativistas dos direitos das mulheres negras, e alunos e professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Haverá, ainda, intervenções artísticas e videográficas, com o Duo Strangloscope, Rodrigo Ramos, Donny Correia, Camille Malderez e Clélia Mello, além de apresentações de integrantes da Elefants Companhia de Teatro e projeções do Cine Paredão, entre outras atividades.
Neste ano, Florianópolis, São Paulo e Dublin estarão conectados via streaming, com transmissão ao vivo pelo facebook da SeCArte .O evento que ocorrerá no MIS/SC, em Florianópolis, será o cenário da comemoração de São Paulo, que acontecerá na Casa Guilherme de Almeida, e vice-versa. Dirce e o Sergio transmitirão também diretamente de Dublin, que, desse modo, estará integrada ao evento.
A organização do evento é de Clelia Mello, Dirce Waltrick do Amarante e Sergio Medeiros.
Sobre o Bloomsday
O Dia de Bloom poderia ser também, numa leitura que agora propomos, uma homenagem a Marion/Molly Bloom, mulher do protagonista do romance que no dia 16 de junho de 1904, data em que transcorre o enredo, permanece na cama à espera de seu marido. Porém, Molly Bloom não é uma mulher submissa: ela tem uma carreira como cantora lírica, além de ser mãe, amante e dona de casa pouco convencional para a época. Cabe lembrar que seu café da manhã é preparado e servido na cama por Leopold Bloom.
Em Ulisses, Molly, que simboliza a mãe mitológica, é ainda quem dá a "última palavra", literalmente, pois encerra o livro com um grande monólogo. Sobretudo, Molly é a mulher do "sim", palavra que Joyce associa à recusa de conflito: "eu queria dizer sim minha flor da montanha e primeiro eu pus meus braços a sua volta sem e o arrastei para baixo sobre mim para que ele pudesse sentir meus seios todos perfume sim e seu coração disparou como louco e sim eu disse sim eu quero Sim".
Afirmam os estudiosos que, se Ulisses é o romance do dia, Finnegans Wake, outra obra-prima de Joyce, é o romance da noite. Muitos veem o segundo, por conta disso, como a continuação do primeiro: Molly Bloom adormece e, em sonho, transforma-se em Anna Livia, ou em todas as figuras femininas do Wake.
Como Molly Bloom, heroína do romance Ulisses, Anna Livia Plurabelle também poderia ser considerada "a louca mulherzinha" do sim - "his wee follyo" [FW 197]: "Sim. Me leve junto, popai, como você fazia de cá pra lá na feira de brinquedos! Seu vissee ele caindo sobre mim agora sob as asas abertas como se ele tivesse vindo de Ankangelus, eu afundaria eu apagaria sobre seus pés, delicadamente debilmente, só pra lavá-los. Sim, mennina".
Em Finnegans Wake, Anna Livia seria a mulher e o símbolo da Irlanda e ambas - mulher e nação - teriam sido vítimas da autoridade patriarcal e colonizadora.
A questão feminina é um tópico crucial dentro do discurso pós-colonial, uma vez que tanto o patriarcado quanto o imperialismo podem ser entendidos como formas análogas de dominação sobre aqueles que eles julgam inferiores. As políticas feministas e pós-coloniais se opõem a tal dominação, no discurso e na prática. Da mesma forma, o feminismo, assim como o pós-colonialismo, se preocupa com a formação de uma identidade e com a construção de uma subjetividade. E é esse o tema que Joyce, em seus dois romances, traz à ao dar voz às mulheres.
Serviço:
O quê: Bloomsday em Florianópolis
Quando: 16 de junho de 2017, das 19h às 22h
Onde: Museu da Imagem e do Som (MIS/SC) - Localizado no Centro Integrado de Cultura (CIC)
Av. Governador Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica - Florianópolis (SC)
Entrada gratuita
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1128038387339988
Fonte: Com informações da organização do evento
Fonte: Com informações da organização do evento
O longa-metragem Ralé, dirigido por Helena Igez e protagonizado por Ney Matogrosso, é a pedida da Sessão Cinemática para o dia 14 de junho, às 19h20, no Cinema do Centro Integrado de Cultura (CIC). O projeto, uma produção da Cinemateca Catarinense em parceria com o Museu da Imagem e do Som (MIS/SC) e a Fundação Catarinense de Cultura (FCC), terá entrada gratuita, porém com classificação a partir de 12 anos.
Após a exibição do filme, a Sessão Cinemática promoverá um debate sobre o tema "Diversidade e protagonismo feminino no cinema brasileiro", com a participação das cineastas Loli Menezes e Cíntia Domit Bittar e do jornalista e crítico de cinema José Geraldo Couto. A mediação ficará à cargo de Cristine Larissa Clasen, da Cinemateca Catarinense.
Com o título emprestado da obra do russo Máximo Gorki, Ralé é um "filme dentro do filme" com lógica narrativa sem lógica dramática linear e que aborda temas importantes para a cineasta, como resistência indígena, feminismo, liberação sexual, liberação das drogas, casamento gay e liberdade criativa.
O elenco traz o cantor e ator Ney Matogrosso que interpreta Barão, sujeito de origem aristocrática, ex-viciado em heroína que funda uma seita com drogas alucinógenas. Na trama, Simone Spoladore faz uma atriz escolhida para o filme "A Exibicionista" dirigido por crianças, e José Celso Martinez Corrêa interpreta um amigo do protagonista com "ares de Liberace", segundo a diretora.
O filme traz também a atriz Djin Sganzerla, filha da cineasta com o catarinense Rogério Sganzerla, e o dramaturgo Mário Bortolotto.
Cinemática
O evento produzido pela Cinemateca Catarinense tem curadoria de Pedro MC e todos os meses contará com projeção de filmes com formatos diversos, entre curtas, longas e videoarte. Segundo o curador, os temas escolhidos são emergentes e "transbordantes", com a proposta de compartilhar com o público filmes que dialoguem com temas atuais. Estreias de filmes relacionados à Santa Catarina também estarão na programação.
Na primeira edição, no dia 12 de abril, foram exibidos os curtas Heaven, S, O Novo Monumento e Modern, de Luiz Roque. As próximas edições estão previstas para os dias 14 de junho, 12 de julho, 16 de agosto, 13 de setembro, 18 de outubro, 15 de novembro e 13 de dezembro. A cada sessão será promovido debate com convidados.
Serviço
O quê: Sessão Cinemática - Ralé, de Helena Ignez
Quando: 14 de junho (quarta-feira), às 19h20min
Onde: Sala de Cinema do Centro Integrado de Cultura (CIC)
Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica - Florianópolis (SC)
Entrada gratuita
Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. / (48) 9 8866-6012 / (48) 3664-2650
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/118264835428346
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC
O Espaço das Oficinas de Arte do Centro Integrado de Cultura (CIC) abre no próximo dia 13 de junho, às 19h30, a exposição da instalação Devaneios. A visitação vai até o dia 13 de julho, das 10h às 20h30, com entrada gratuita.
A leitura de A Poética do Espaço de Gaston Bachelard ofereceu ao grupo Linguagem Visual II, coordenado pela professora Patrícia Amante nas Oficinas de Arte do CIC, a inspiração inicial para o processo que confluiu na exposição Devaneio.
Para Bachelard a imaginação é "um poder maior da natureza humana", pois a imagem é um produto fugaz da consciência, que precede o pensamento e, nos desligando da realidade e do passado, aponta para o futuro. As imagens de Bachelard, oriundas da literatura, se referem aos espaços essenciais à vida, que são inerentes à própria existência. São imagens que nos falam do desejo de abrigo e proteção, de calor e afeto.
Ao longo de dois semestres o grupo se reuniu em encontros presenciais semanais de discussão e criação, mantendo-se unido em intenso processo intersubjetivo deflagrado pelas palavras-leme subjetividade - percepção - devaneio, provocação inicial de Patrícia. O resultado foi a criação da instalação que se apresenta sob a imagem símbolo furacão, que emergiu com força do processo vivenciado pelo grupo. Talvez porque somente um furacão tenha a força suficiente para varrer a torrente de imagens invasivas de nosso tumultuado mundo atual, abrindo espaço para que a imaginação poética dê voz aos nossos anseios e devaneios.
A Poética do Espaço (1957). Rio de Janeiro, Liv. Eldorado Tijuca, s/d.
Serviço:
O quê: Exposição da instalação Devaneios
Onde: Espaço das Oficinas de Arte do Centro Integrado de Cultura (CIC)
Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica - Florianópolis (SC)
Abertura: 13 de junho, às 19h30, com intervenções artísticas de Digo de Haro
Visitação: de 14 de junho a 13 de julho, das 10h às 20h30
Entrada gratuita
Informações: (48) 3664-2639
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC