O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria e da Identidade e Diversidade Cultural, e o Ministério da Saúde, por intermédio da Fundação Oswaldo Cruz, comunicam que o prazo do edital "Loucos pela Diversidade 2009 - Edição Austregésilo Carrano" foi prorrogado até o dia 27 de agosto de 2009.
O edital destina-se a premiar 55 iniciativas culturais de instituições públicas ou privadas sem fins lucrativos que atuam na interface saúde mental e cultura, organizações da sociedade civil sem fins lucrativos e grupos artísticos ou artistas sem vínculo institucional que atuam na interface saúde mental e cultura e, pessoas em sofrimento psíquico.
A premiação será dividida em quatro categorias, que somam um investimento de R$ 675 mil. Podem se inscrever instituições públicas ou privadas sem fins lucrativos, que atuam na interface saúde mental e cultura; organizações da sociedade civil, entidades, ONGs, associações sem fins lucrativos que atuam na interface saúde mental e cultura; grupos artísticos que tenham ou tenham tido vínculo com instituições e/ou serviços integrando pessoas em sofrimento psíquico; e pessoas em sofrimento psíquico que tenham ou tenham tido vínculo com instituições ou serviços de saúde mental que desenvolvam atividades artístico-culturais e desejam concorrer individualmente, e que apresentem projetos voltados para os objetivos constantes no item 2 do Edital disponível em http://www.cultura.gov.br/site/2009/05/25/edital-premio-cultural-loucos-pela-diversidade
Os projetos deverão ser enviados, até 27 de agosto, para o endereço:
LABORATóRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM SAúDE MENTAL E ATENçãO PSICOSSOCIAL - ENSP / FIOCRUZ. Avenida Brasil, 4036 salas 506, Manguinhos. Rio de Janeiro, RJ.Cep: 21040-361/ Caixa Postal: 926
Mais informações: Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental da Fundação Oswaldo Cruz - endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. , ou pelo telefone: (21) 3316-0656.
A Academia Catarinense de Letras (ACL) promove, a partir de 11 de setembro, sempre às quintas-feiras, até o dia 2 de outubro, uma Oficina de Conto. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia do evento na sede da ACL, localizada no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis.
A oficina funcionará em quatro módulos, sempre com uma palestra, seguida do depoimentos de dois contistas e finalizando com um exercício de composição de conto. Os palestrantes serão Celestino Sachet, Regina Carvalho e Lauro Junkes. Os contistas convidados são Silveira de Souza, João Nicolau Carvalho, Flávio José Cardozo, Jair Francisco Hamms, Júlio de Queiroz, Hoyêdo de Gouvêa Lins, Salim Miguel e Olsen Jr.
O evento tem apoio da Fundação Catarinense de Cultura e do Governo do Estado através do Funcultural.
Mais informações pelo telefone (48) 3333-1733.
A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) promove nesta sexta-feira (28), às 18 horas, nova edição do projeto Sexta no Jardim - Ano 3, com apresentação do grupo de arte Alina Lamparina. Realizado no jardim do Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa, no centro de Florianópolis, o evento busca difundir e ampliar o acesso aos bens culturais, além de valorizar os artistas locais. A entrada é gratuita.
Alina Lamparina é composto por 20 integrantes, a maioria mulheres. Formado em 1999 em Brusque, já apresentou 13 espetáculos com temáticas diversas. A repressão dos anos 60, os poemas de Carlos Drummond de Andrade e a felicidade no mundo moderno estão entre os assuntos que viraram musicais no corpo e na voz das Alinas Lamparinas. Nesta sexta, o grupo se apresenta pela primeira vez ao ar livre e traz no repertório um apanhado de todos os musicais exibidos até o momento.
Inaugurado em setembro de 2006, o jardim do Palácio Cruz e Sousa tornou-se um ponto de referência no centro da cidade como espaço de convívio e lazer, onde se encontram diferentes grupos. Aberto diariamente das 10h às 18h, o local permite que a comunidade se aproprie e se reconheça, desfrutando momentos de deleite e bem-estar. O projeto Sexta no Jardim - Ano 3 busca manter um programa regular de apresentações artísticas no jardim do museu, sempre às sextas-feiras, no final da tarde.
O QUê: Projeto Sexta no Jardim - Ano 3, com o Grupo Alina Lamparina.
QUANDO: sexta-feira (28), às 18 horas.
ONDE: Jardim do Palácio Cruz e Sousa (em caso de chuva a apresentação será transferida para o interior do Museu Histórico de Santa Catarina), Praça 15 de Novembro, Centro, Florianópolis, fone: (48) 3028-8091 / Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
QUANTO: gratuito.
O foco do documentário "Entrelinhas", que será exibido dia 04 de setembro na Fundação Cultural Badesc, é o diálogo da equipe de produção com o imaginário de pacientes internados no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico do Estado de Santa Catarina (HCTP).
Serão duas sessões, a primeira às 19h, seguida de um debate com os convidados José Geraldo Couto, crítico de cinema da Folha de S.Paulo, e Maria Cristina Riesinger Pereira, médica, picoterapeuta junguiana e antropóloga. A segunda sessão será às 21h, ambas com entrada livre.
A proponente do projeto contemplado no III Edital Armando Carreirão do Fundo Municipal de Cinema de Florianópolis, Letícia Cardoso, artista plástica com mestrado em artes visuais, tem como investigação poética o paradoxo entre a transitoriedade de um acontecimento e o seu registro em fotografia e vídeo.
"O tempo acabou se tornando não só um aspecto importante do espaço fílmico, mas uma condução mesmo da narrativa" afirma a artista, que assina o roteiro, direção e produção em parceria com o cineasta Pedro MC, que neste ano lançou seu documentário de longa-metragem "Maciço" , ainda em circuito de exibição.
"Para conseguirmos realizar a proposta de abordagem estética do projeto, optamos em minimizar o corpo de produção. Ao invés de uma equipe com formação clássica, nos dividimos nas tarefas com três câmeras", revela Pedro.
Apresentada a proposta à direção da Penitenciária Estadual de Santa Catarina, Letícia e Pedro começaram então a frequentar o HCTP a partir do final de 2008 até junho deste ano, capturando cerca de 25 horas de material bruto.
O dispositivo de filmagem foi baseado num conceito definido por Freud como "atenção flutuante", que consiste numa escuta sem preocupação imediata com o que poderá ser retido da conversa. Dessa forma os diretores se colocaram numa situação de aleatoriedade desejada, sem entrevista pré-marcada abrindo espaço à espontaneidade das falas.
Considerados esquizofrênicos, os próprios pacientes/personagens abordavam a equipe, e quatro deles se destacaram pela intenção e intensidade das conversas.
M.R. tem várias tatuagens feitas por ele próprio. Além de desenhar ele escreve poesias. Numa delas define os pacientes como "pássaros feridos", capazes de se curar com o tempo. Seu maior desejo é atuar num filme de Kung Fu.
Já V. é um paciente que precisa de terra para plantar. Sua meta é acabar com a fome no mundo, além de projetar a lápis a arca de Noé nas paredes do cubículo.
No pátio seco do Hospital, V. conseguiu cultivar um jardim de rosas vermelhas.
O jovem G. veio de Joinville de bicicleta para ser internado no Hospital. Segundo ele, não existe tratamento de adicção no serviço público e o único local em que há prisão perpétua no Brasil é no manicômio judiciário. A proposta estética criada por Letícia e Pedro contemplou a captação do olhar do próprio interno, e uma das câmeras foi manipulada pelo próprio G.
Muitos deles perderam o vínculo familiar antes mesmo da internação, ainda que já tenham cumprido suas medidas de segurança, isto é, a penalidade. O serviço social muitas vezes não consegue reestruturar estes vínculos familiares, ora por problemas de convívio, ou seja pela situação precária de suas famílias. Aliada à falta de residência terapêutica no estado, o HCTP, criado nos anos 1970, conta hoje com uma população permanente.
é o caso do personagem W. que teve uma "vida intensa de aventuras", segundo ele próprio. Hoje conversa muito sobre a memória e o tempo futuro, além de se se concentrar no desenho de mandalas (diagramas com figuras concêntricas ricas de simbolismo pessoal). Numa das séries os diretores observaram o uso de ponteiros de relógio como rosas do vento e pontos cardeais imaginários.
A experiência do tempo no universo simbólico de W. é representada quando diz que "aqui eu não preciso de relógio, quando eu estiver na liberdade, sim".
O documentário Entrelinhas mostra esta relação com o tempo fugidio, a perspectiva de saída, o relógio quebrado no corredor, o tempo morto no pátio onde se caminha sem direção, a rotina regulada das refeições, a hora do remédio, os segundos de recreação, num recorte de 37 minutos de vídeo.
Para montar o projeto, Letícia Cardoso e Pedro MC pesquisaram o trabalho da médica psiquiatra brasileira Nise da Silveira (1906-1999), que rompeu com as formas agressivas de tratamento do doente mental no país, sugerindo religação de vínculos com a realidade por meio da expressão simbólica e a criatividade.
Nise da Silveira criou o Museu do Inconsciente em 1954, obra que inspirou a edificação do Museu Bispo do Rosário e inúmeros outros empreendimentos no mundo. Nos anos 1980 escreveu roteiros para a série "Imagens do Inconsciente" dirigida por Leon Hirszman, sobre a produção criativa dos doentes mentais.
O doente mental que cumpre pena é estigmatizado como perigoso, desajustado e incapaz de restabelecer um vínculo social. Porém, segundo a diretora, "eles nos apresentaram um universo simbólico diversificado e muito interessante".
"Durante nossas visitas ao HCTP frequentemente eu ouvia de W. suposições de ´quando eu for para liberdade´. Várias vezes no verão escaldante eu saía da filmagem me perguntando o que eu vou fazer na liberdade", relata Letícia.
Muitos dos personagens foram acompanhados na oficina realizada pela professora de Geografia da Udesc, Ana Maria Preve, que realiza doutorado em Educação na Unicamp. Ela percebe a nítida melhora de convívio nos pacientes que se envolvem nos processos de criatividade e auto expressão, as "fugas" pela imaginação, em relação aos que se mantém enclausurados em seus sonhos.
No documentário "Janela da Alma" de João Jardim e Walter de Carvalho, o cineasta alemão Wim Wenders relata que quando criança, começou a assitir aos filmes, querendo " ler entre as linhas, e na época isso era possível (nos faroestes) ler entre as imagens. Havia tanto tempo entre as tomadas que poderíamos nos projetar dentro deles. Atualmente os filmes são enclausurados, sem espaço para projetar o sonho".
Para a edição, os realizadores decidiram dividir a tela, em planos que não ficam necessariamente em sincronia, brincando com a simultaneidade no tempo dos acontecimentos. As linhas que separam os planos sugerem dicotomias, inter-relações de antíteses sonoras, e contrastes entre o cárcere e a liberdade.
"Nós discutimos muito com a Yannet Briggiler, montadora do filme, para que o filme primasse pela relação da equipe com os personagens", acrescenta o co-diretor, que explica porque muitas imagens não entraram no corte final.
"Documentário é um recorte de olhar, as aulas de tapeçaria e tear por exemplo, que são muito interessante em termos visuais e simbólicos, vão aparecer melhor num futuro vídeo institucional que tentaremos fazer", finaliza Pedro.
Rita de Cássia Darós, assistente social que trabalha vários anos no HCTP, conhece bem o histórico de vários dos pacientes protagonistas. "é muito interessante a produção de um filme para mostrar um pouco do trabalho multidisciplinar que é realizado aqui dentro, que às vezes a sociedade não conhece pela simples falta de oportunidade". Agora é a hora.
O QUE: Exibição do Documentário Entrelinhas de Letícia Cardoso e Pedro MC
QUANDO: Dia 04 de Setembro de 2009
ONDE: Fundação Cultural Badesc (Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis) Fone 3224.8846
HORáRIO: Primeira Sessão 19h / Debate 20h / 2ª Sessão 21h
DEBATEDORES: José Geraldo Couto e Maria Cristina Riesinger Pereira
ENTRADA: Gratuita
INFORMAçõES: Website: http://entrelinhasdoc.tumblr.com
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Pedro MC | Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. | 8405.5375 / 3025.5375
Letícia Cardoso | Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. | 9926.4224 / 3025.5066
Segue até o dia 25 de setembro, as inscrições dos delegados e suplentes dos Pontos de Cultura para o Fórum Nacional dos Pontos de Cultura, que acontece durante a Teia Brasília 2008, realizada entre os dias 12 e 16 de novembro. Para se inscrever, os representantes devem enviar e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., informando o nome do Ponto de Cultura, cidade e UF, nome, identidade, telefone e e-mail de delegado e suplente.
Dentro da programação, já está previsto para acontecer o seminário "Pontos de Cultura e Gênero", que tem como objetivo a avaliação, discussão e elaboração de uma estratégia estruturante de pontos de cultura com a temática de gênero. O seminário está previsto para os dias 14 e 15 de novembro. Outras informações: www.cultura.gov.br/culturaviva/.