FCC  Facebook Twitter Youtube instagram fcc

Marca GOV 110px

Governo divulga vencedores do Prêmio Cruz e Sousa
Romances de Ruy Reis Tapioca e Abelardo da Costa Arantes Junior recebem prêmio principal

Os romances "O Senhor da Palavra", de Ruy Reis Tapioca, e "Cruz do Campo", de Abelardo da Costa Arantes Junior, foram os grandes vencedores da edição 2008-2009 do Prêmio Cruz e Sousa de Literatura, promovido pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC). Enquanto a obra de Ruy Reis Tapioca venceu na categoria nacional, a de Abelardo da Costa Arantes Junior foi a vencedora da categoria catarinense. Em segundo lugar ficaram as obras "O Vestido Vermelho", de Vera Lucia Gonçalves Moll, e "O Livro Perdido de Baroque Marina", de Fernando José Karl, respectivamente na categoria nacional e catarinense. E em terceiro lugar ficaram as obras "A Cor das Palavras", de Ronaldo Antonelli (desclassificado por ter divulgado parte da obra na internet), e "A Morte dos Deuses", de Roy Warncke Ashton, também respectivamente na categoria nacional e catarinense.

Os nomes dos trabalhos vencedores foram divulgados no dia 28 de junho de 2009, em Florianópolis, pelos membros da Comissão Julgadora, formada pelo escritor e professor Deonísio da Silva, pelo escritor, crítico de arte e presidente do Conselho Estadual de Cultura Péricles Prade, e pelo crítico literário e editor Carlos Appel. Além dos seis vencedores, que ganharão prêmio em dinheiro e serão publicadas, a comissão listou outros vinte trabalhos, que devido a qualidade foram recomendados para publicação.

Esta foi a sétima edição da premiação. As inscrições ficaram abertas entre 21 de outubro de 2008 e 6 de abril de 2009, e eram específicas para romances inéditos, escritos em língua portuguesa por brasileiros. Um total de 626 obras foram inscritas, das quais 443 concorrem na categoria nacional e 183 na catarinense.

Os jurados tiveram que selecionar os três melhores trabalhos em cada uma das duas categorias. Na Nacional, foram destinados R$ 50 mil ao primeiro lugar, R$ 20 mil para o segundo e R$ 10 mil ao terceiro. Na categoria Catarinense, os mesmos valores: RS 50 mil para o primeiro lugar, R$ 20 mil ao segundo e R$ 10 mil para o terceiro. A entrega dos prêmios deverá ocorrer no mês de outubro de 2009, em Florianópolis.

Além do prêmio em dinheiro, os cinco trabalhos selecionados serão publicados e distribuídos nacionalmente. "Com esse prêmio, buscamos estimular a produção literária no Brasil e em Santa Catarina, além de incentivar a formação de leitores", lembra a presidente da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Anita Pires.

Os candidatos nascidos em Santa Catarina, bem como os residentes no Estado há no mínimo três anos, concorriam automaticamente nas duas categorias, nacional e catarinense, desde que tivessem escrito em cada uma das cópias, ao lado do título e do pseudônimo, a palavra "catarinense". Também foi possível inscrever mais de uma obra, bastando entregá-las separadamente, com inscrições exclusivas. Todos os romances deviam ser rigorosamente inéditos.

Mais informações: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou (48) 3953-2396.

Prêmio Cruz e Sousa de Literatura - Edição 2008-2009

VENCEDORES (prêmio em dinheiro mais publicação do romance)

Categoria Nacional

1º lugar - "O Senhor da Palavra", de Ruy Reis Tapioca (Rio de Janeiro)

2º lugar - "O Vestido Vermelho", de Vera Lucia Gonçalves Moll (Rio de Janeiro)

3º lugar - "A Cor das Palavras", de Ronaldo Antonelli (São Paulo)

Categoria Catarinense

1º lugar - "Cruz do Campo", de Abelardo da Costa Arantes Junior (Florianópolis)

2º lugar - "O Livro Perdido de Baroque Marina", de Fernando José Karl (São Bento do Sul)

3º lugar - "A Morte dos Deuses", de Roy Warncke Ashton (Florianópolis)

RECOMENDADOS pela Comissão Julgadora

"Juvenal", de Gilson B. Rampazzo (São Paulo)

"A Paixão Insone", de Ronaldo Monte de Almeida (João Pessoa / PB)

"O Testemunho segundo Martinho Cartago", de André Zanetti Papaphilippakis (São Paulo)

"Perdeu, Playboy", de Felipe Tazzo (Campinas / SP)

"Somos Todos Velhas Fotografias", de Sérgio Idelano Alves Matos (Teresina / PI)

"O Círculo", Miriam Halfim (Rio de Janeiro)

"A Dança das Paixões, Opus 15", Esdras do Nascimento (Rio de Janeiro)

"Inventário da Sombra", álvaro Cardoso Gomes (São Sebastião / SP)

"Deixa ir o meu povo", de Luzilá Gonçalves Ferreira (Recife / PE)

"Eu, Flavius Ropelius, Centurião Romano", de Milton Osny Stinghen (Ponta Grossa / PR)

"Demosthenes, uma Herança Grega", de Loreana Maria Constantino Valentini (São Paulo)

"A Ronda dos Infelizes", de Alberto Coelho Gomes Costa (Ibirama / SC)

"O Show da Vida", de Leandro Telles Franz (Florianópolis / SC)

"A Realidade e a Ficção", de Kátia Rebello (Florianópolis / SC)

"Os Estranhos", de Jaqueline de Mello (Joinville / SC)

"Desterro, Brasil", de Amilcar Neves (Florianópolis / SC)

"Ladrão de Quadros", de Mário Gentil Costa (Florianópolis / SC)

"ódio", de álvaro de Jesus Pissuto (Florianópolis / SC)

"Querência", de Rosangela Maria de Almeida Garcia (Florianópolis / SC)

"Diário Vazio", de Rafael Leiras (Florianópolis / SC)

A comissão julgadora: Deonísio da Silva, Péricles Prade e Carlos Appel

A comissão julgadora revela os nomes dos vencedores do Prêmio Cruz e Sousa

SAIBA MAIS:

As edições anteriores do concurso

1980/1981 - Poesia

1º - "As sombras luminosas", de Rui Espinheira Filho (Salvador/BA)

2º - "A mulher", de Yvone Gianetti Fonseca (São Paulo/SP)

Prêmio Especial para Autor Catarinense - "As paredes do mundo", de Osmar Pisani (Florianópolis/SC)

(Júri: Adonias Filho, Armindo Trevisan, Fausto Cunha, Ferreira Gullar e Marcos Konder Reis)

1982/1983 - Romance

1º - "Maria Wilker", de Suzana Albornoz (Porto Alegre/RS)

2º - "Mulher no espelho", de Helena Parente Cunha (Rio de Janeiro/RJ)

Prêmio Especial para Autor Catarinense - "Cândido assassino", de Miro Morais (Gravatal/SC)

(Júri: Antonio Houaiss, Guilhermino César, Hélio Pólvora, Nereu Corrêa e Otto Lara Resende)

1995

Romance - "Cebola", de Manoel Carlos Karam (Curitiba/PR)

(Júri: Deonísio da Silva, Urda A. Klueger e Carlos Nejar)

Conto - "Fractal em duas línguas", de Cunha de Leiradella (Belo Horizonte/MG)

(Júri: Flávio José Cardoso, Ignácio de Loyola Brandão e Moacir Scliar)

Poesia - "Balada do cárcere", de Bruno Tolentino (Rio de Janeiro/RJ)

(Júri: Lindolf Bell. Geraldo Galvão Ferraz e Ferreira Gullar)

1996

Romance/nacional - "A prosa gótica", de Nilto Fernando Maciel (Brasília/DF)

Romance/estadual - "Sassafrás", de Vicente Ataíde (Mafra/SC)

(Júri: Donaldo Schüller, Rui Mourão e Tabajara Ruas)

Poesia/nacional - "A lira da lida", de Gabriel Nascente (Goiânia/GO)

Poesia/estadual - "Diário estrangeiro", de Fernando José Karl (São Francisco do Sul/SC)

(Júri: Alcides Buss, Affonso Romano de Sant"Anna e Fernando Py de Melo e Silva)

Conto/nacional - "Contos", de Ricardo Henrique Rao (São Paulo/SP)

Conto/estadual - "Contos de passagem", de Marco Antônio Fernandes Arantes (Florianópolis/SC)

(Júri: Marina Colassanti, Sérgio da Costa Ramos e João Antônio)

Infantil/nacional - "Oitavo ano, primeiro amor", de Flávia Savary (Rio de Janeiro/RJ)

Infantil/estadual - "Introdução à arte de ser menino", de Paulo Venturelli (Brusque/SC)

(Júri: Ziraldo Pinto, Antônio Holhfeldt e Werner Zotz)

1997/1998

Romance/nacional - "Fronteira", de João Batista Melo (Belo Horizonte/MG)

Romance/estadual - "Lembranças", de Maria de Lourdes Krieger (Florianópolis/SC)

(Júri: Mário Pereira, Bruno Tolentino e Hélio Pólvora)

Poesia/nacional - "Janeiros como rios", de Reynaldo Valinho Alvarez (Rio de Janeiro/RJ)

Poesia/estadual - "Travesseiro de pedra", de Fernando José Karl (São Francisco do Sul/SC)

(Júri: Iaponan Soares de Araújo, Ivan Junqueira e Alexei Bueno)

Conto/nacional: - "Aquários", de Edmar Monteiro Filho (Amparo/SP)

Conto/estadual - "Por um punhado de contos - Histórias do bem, histórias do mal", de Jaime Ambrósio (Florianópolis/SC)

(Júri: Raul Antelo, Godofredo de Oliveira e Cláudio Murilo Leal)

Ensaio - "Entre o inefável e o infando", de Ivone Daré Rabello (São Paulo/SP)

(Júri: Eglê Malheiros, Antonio Carlos Secchin e Gilberto Mendonça Teles)

2002 - Conto

Nacional

1º - "Hóspede secreto", de Miguel Sanches Neto (Ponta Grossa/PR)

2º - "Grande homem mais ou menos", de Luís Pimentel (Rio de Janeiro/RJ)

3º - "Pedacinho do céu", de Jerônimo Teixeira da Silva Neto (RS)

Estadual

1º - "As vísceras e o coração (História de homens e bichos)", de Jaime Ambrósio (Florianópolis/SC)

2º - "Fabulário dos ilustres desconhecidos", de Fábio Brüggemann (Florianópolis/SC)

3º - "Olá & outras mentiras", de Marco Antônio Fernandes Arantes (Florianópolis/SC)

(Júri: Moacir Scliar, Carlos Heitor Cony, Luiz Vilela, Flora Süssekind e Italo Moriconi)

2008-2009 - Romance

Categoria Nacional

1º lugar - "O Senhor da Palavra", de Ruy Reis Tapioca (Rio de Janeiro)

2º lugar - "O Vestido Vermelho", de Vera Lucia Gonçalves Moll (Rio de Janeiro)

3º lugar - "A Cor das Palavras", de Ronaldo Antonelli (São Paulo)

Categoria Catarinense

1º lugar - "Cruz do Campo", de Abelardo da Costa Arantes Junior (Florianópolis)

2º lugar - "O Livro Perdido de Baroque Marina", de Fernando José Karl (São Bento do Sul)

3º lugar - "A Morte dos Deuses", de Roy Warncke Ashton (Florianópolis)

(Júri: Deonísio da Silva, Péricles Prade e Carlos Appel)

Depois de ser exibida em São Paulo, Salvador, Curitiba e Rio de Janeiro, está em Florianópolis a exposição Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand. A mostra, promovida pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e pela Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, apresenta uma das mais importantes coleções privadas de arte do país, e está aberta no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc). O evento de abertura, realizado no dia 9 de maio, contou com a presença de Carlos Alberto Govêa Chateuabriand, herdeiro da coleção e vice-presidente do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio Janeiro e de Reynaldo Roels, curador do MAM/RJ.

Cerca de 170 obras que compõem a coleção proporcionam um panorama das artes plásticas no país, apresentando artistas brasileiros e seus trabalhos em quatro núcleos históricos: do Modernismo das primeiras décadas do século 20, passando pelos movimentos Construtivista e Abstracionista, até chegar ao Experimentalismo e seus desdobramentos na década de 90.

Um dos destaques da exposição é a obra Urutu, de Tarsila do Amaral. A primeira obra adquirida pelo colecionador, Paisagem de Itapuã, do artista José Pancetti, também está na mostra. Dentre os artistas catarinenses que compõem a coleção, fazem parte da exposição obras de Ivens Machado, Ana Vitória Mussi e Paulo Greuel. "Será possível fazer visitas guiadas com os profissionais do nosso Núcleo de Arte-educação", lembra a presidente da FCC, Anita Pires.

A exposição, que fica aberta até o dia 15 de junho, tem curadoria de Fernando Cocchiarale e Franz Manata. "Estamos inserindo Santa Catarina no circuito das grandes exposições nacionais", afirma o secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Gilmar Knaesel, reforçando a importância do Funcultural, que destinou R$ 250 mil para permitir a realização da mostra.

Considerada a mais representativa coleção de obras de arte de artistas brasileiros, a Coleção Gilberto Chateaubriand possui em torno de 7.000 obras. São peças produzidas desde as primeiras décadas do século passado até a atualidade. é um dos mais completos panoramas existentes sobre a arte moderna e contemporânea brasileiras. Cedida em comodato para o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro a partir de 1993, a coleção tornou-se acessível permanentemente ao público e vem sendo mostrada regularmente não só no MAM, sob a curadoria de Reynaldo Roels, como em outras instituições do Brasil e do Exterior.

Serviço

O QUê: Exposição Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand

QUANDO: Abertura sexta-feira, dia 9 de maio, às 19h30. Visitação: de 10 de maio a 15 de junho, diariamente, das 9h às 21h.

ONDE: Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), Centro Integrado de Cultura - Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5.600 - Agronômica - Florianópolis/SC. Informações: (48) 3953-2317 / www.fcc.sc.gov.br

QUANTO: gratuito

Visitas guiadas (agendamentos e informações): (48) 3953-2324 / Fax: (48) 3953-2316, de segunda a sexta, das 13 às 19 horas - e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Núcleos da exposição

O Modernismo e seus desdobramentos - Este segmento mostra obras das manifestações da arte brasileira comprometidas com a vontade de atualizar a produção nacional em relação ao modernismo europeu - a Semana de Arte Moderna, em 1922, por exemplo. Estão também obras que representam os desdobramentos do Modernismo - a questão nacional dos anos 20, a emergência dos regionalismos na década de 30 e o realismo social dos anos 40 - até o fim da Segunda Grande Guerra e ao longo da década de 50. Anita Malfatti, Brecheret, Cândido Portinari, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Djanira, Flávio de Carvalho, Goeldi, Guignard, Ismael Nery, Lasar Segall, Pancetti, Tarsila do Amaral e Vicente do Rêgo Monteiro, entre outros, compõem a exposição.

Construtivismo e Abstracionismo - esta seção mostra o surgimento e a consolidação das tendências não-figurativas no Brasil entre 1948 e 1962, com obras de Abraham Palatnik, Aluísio Carvão, Antônio Bandeira, Fayga Ostrower, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Mary Vieira, Milton Dacosta, Samson Flexor, entre outros.

A Imagem Contemporânea - este núcleo representa as produções das décadas de 60 e de 80, que têm em comum o foco figurativo. O desgaste do repertório eminentemente formal do Abstracionismo, na passagem das décadas de 50 para a de 60, determinou a retomada da imagem figurativa. Baseada agora na fotografia, na publicidade e nas artes gráficas, essa nova imagem revogou definitivamente os modelos naturais da arte do passado. Aqui aparecem obras de artistas como Anna Maiolino, Anna Bella Geiger, Antônio Dias, Barrão, Beatriz Milhazes, Carlos Zilio, Cláudio Tozzi, Cristina Canale, Daniel Senise, Gerchman, Glauco Rodrigues, Leda Catunda, Luiz Zerbini, Maria do Carmo Secco, Nelson Leirner, Wanda Pimentel, Raimundo Collares e Carlos Vergara, entre outros.

O Experimentalismo e seus Desdobramentos - Parte conclusiva da exposição, este núcleo recobre o experimentalismo dos anos 70 e de sua retomada e, ainda que de modo singular, dos anos 90 até a atualidade. Parte significativa da produção artística brasileira e internacional dos 70 assimilou, de modo explícito, a palavra à obra, ou usou-a nos títulos como conceitos-chave para a leitura da obra. Da década de 90 em diante, o uso de suportes e meios não-convencionais da arte - as novas mídias, instalações e performances - é resultado de questões experimentais formuladas duas décadas antes. Destacam-se neste núcleo obras de artistas como Anna Bella Geiger, Antônio Dias, Antônio Manuel, Artur Barrio, Carlos Zilio, Cildo Meireles, Edgar de Souza, Helio Oiticica, Jac Leirner, Jorge Barrão, José Damasceno, José Resende, Luiz Fonseca, Marcos Chaves, Miguel Rio Branco, Milton Machado, Rosângela Rennó, Tunga, Waltércio Caldas e Vik Muniz, entre outros.

Sobre a curadoria

Os curadores Fernando Cocchiarale e Franz Manata explicam o perfil da mostra "Coleção Gilberto Chateaubriand: um Século de Arte Brasileira" salientando que "qualquer pessoa interessada em fruir, conhecer, interpretar e difundir a arte brasileira, de seus primórdios modernistas, na alvorada do século passado, aos desdobramentos mais recentes da produção contemporânea, acaba recorrendo à coleção Gilberto Chateaubriand... A coleção Gilberto Chateaubriand é, pois, uma espécie de enorme jazida da arte brasileira cuja investigação e exploração rende, e sempre renderá, incontáveis possibilidades curatoriais. Isto não quer dizer que essas possibilidades descartem a reapresentação de algumas obras em diferentes curadorias. Sabemos que a inserção de uma mesma obra em novos conjuntos ou recortes transfigura, a partir destas novas relações, sua fruição e apreensão anteriores". Complementam Cocchiarale e Manata enfatizando que "organizamos a mostra observando, quando possível, a representatividade das obras da coleção consagradas pela história como referências icônicas de nosso imaginário. Junto a outras menos conhecidas, elas mapearão os principais desdobramentos de nossa arte desde a segunda década do século passado, até os anos 80. Já os trabalhos que selecionamos como representativos da produção contemporânea das duas últimas décadas são antes apostas do colecionador e da curadoria, uma vez que ainda não contam com a contribuição de filtros históricos suficientes para consagrar reputações artísticas e apontar, com segurança, as obras mais emblemáticas desse período. A exposição é montada, pois, a partir de núcleos históricos que respeitarão a sucessão temporal desses desdobramentos embora não de modo estritamente cronológico".

Sobre a coleção Gilberto Chateaubriand

A coleção Gilberto Chateaubriand possui em torno de 7.000 obras. São peças produzidas desde as primeiras décadas do século passado até a atualidade. é uma das coleções mais importantes do País e um dos mais completos panoramas existentes sobre a arte moderna e contemporânea brasileiras, já que Gilberto Chateaubriand optou por montar um acervo abrangente, plural e representativo da arte brasileira.

As obras que integram a Coleção Gilberto Chateaubriand pertencem a um período histórico mais extenso do que os 52 anos de existência da mesma, contados a partir de 1954, quando o pintor José Pancetti deu para Chateaubriand a tela "Paisagem de Itapoá". Segundo depoimento do próprio colecionador "a partir de então, comprar obras de arte tornou-se para mim uma segunda natureza - talvez a primeira. Sempre optei pela arte brasileira; gosto de conhecer o artista, ver seu atelier, descobrir novos talentos, ser surpreendido". Estas peculiaridades estreitaram o contato do colecionador com os artistas, e a busca por novos talentos e obras - especialmente aqueles iniciantes - fez com que a coleção tenha hoje obras que revelam a trajetória completa de muitos de nossos mais importantes nomes das artes visuais. é indiscutível a representatividade da coleção Gilberto Chateaubriand, considerada, sobretudo no meio especializado, como o melhor e mais completo panorama da arte brasileira, do modernismo aos nossos dias.

Cedida em comodato para o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro a partir de 1993, a coleção tornou-se acessível permanentemente ao público e vem sendo mostrada regularmente não só no MAM, como em outras instituições do Brasil e do Exterior.

Sobre o colecionador

Gilberto Chateaubriand nasceu em Paris em 1925. Vive no Rio de Janeiro. Hoje divide seu tempo entre o Rio de Janeiro e Porto Ferreira, onde tem sua fazenda, a Rio Corrente. Como diplomata residiu na Europa, particularmente em Paris, de 1956 a 1959. De volta ao Brasil foi um dos fundadores da Ediarte, ao lado de Carlos Scliar e José Paulo Moreira da Fonseca; através dela editou álbuns de reproduções de obras de artistas como Scliar (1962), Di Cavalcanti (1963), Pancetti (1964) e Guignard (1966), além do primeiro volume do Panorama da Pintura Moderna Brasileira (1966), de Antonio Bento. Atuou como membro do júri, entre outros, dos IV e V Salões de Verão (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 1972 e 1973), do I Salão Global de Inverno (Belo Horizonte, 1973), do Salão da Bahia (MAM/Bahia, desde 1994). Foi presidente da Sociedade dos Amigos do Museu Nacional de Belas Artes e membro das comissões de arte da galeria IBEU do Rio de Janeiro e da Galerie de la Maison de France, na mesma cidade. Participa dos conselhos das seguintes instituições: Fundação Castro Maya (Rio de Janeiro), Fundação Bienal de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Museu de Arte Moderna de Nova York - MoMA, Fondation Cartier pour L"Art Contemporain (Paris, França) e é Presidente do Conselho Deliberativo do MAM/Rio. Foi co-editor dos livros Arte Brasileira Contemporânea - Coleção Gilberto Chateaubriand (1976) e América Latina: Geometria Sensível (1978) de Roberto Pontual. Com sua própria editora (GBM), publicou, em 1979, o livro Waltércio Caldas Jr. - "Aparelhos", de Ronaldo Brito, e um álbum de litografias de ângelo de Aquino, com texto de José Carlos de Oliveira. Em 1978 produziu o filme de Luiz Alphonsus de Guimaraens sobre o pintor Nilton Bravo.

Sobre os curadores

Fernando Cocchiarale é crítico de arte, curador e professor de filosofia da arte do Departamento de Filosofia da PUC-RJ (desde 1978) e do curso de especialização em história da arte e arquitetura do Brasil, da mesma universidade entre 1983 e 2005. é também professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Autor, com Anna Bella Geiger, do livro Abstracionismo Geométrico e Informal (Funarte) e de centenas de artigos, textos e resenhas publicados em livros, catálogos, jornais e revistas de arte do Brasil e do exterior. Foi curador-coordenador do programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais nas edições 1999 / 2000 e 2001 / 2002 e coordenador de artes visuais da Funarte, entre 1991 e 1999; membro de júris e comissões de seleção de mais de 20 mostras e salões tais como o 10o, o 15o e o 16º Salões Nacionais de Artes Plásticas, Rio de Janeiro (em 1987, 1995 e 1998, respectivamente); e curador independente, entre outras, de exposições tais como O Moderno e o Contemporâneo, Coleção Gilberto Chateaubriand, MAM-RJ, 1981 (com Wilson Coutinho); Rio de Janeiro 1959 / 1960, Experiência Neoconcreta, MAM, RJ, 1991; O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira, Itaú Cultural, SP, 2005 (com Viviane Matesco); é Hoje na Arte Contemporânea Brasileira, Santander Cultural, RS, 2006 (com Franz Manata). Em novembro de 2000 assumiu a curadoria do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Franz Manata é artista, curador, professor e produtor. Graduado em economia pela PUC-MG. Mestre em Linguagens Visuais pela Escola de Belas Artes/Universidade Federal do Rio de Janeiro 2002. Desde 2001 trabalha no MAM/RJ como Curador Assistente e Coordenador de Produção. Em 1997, foi premiado no First International Instalation Art Award, de Nova Iorque. Em 2004, realizou a primeira Cronologia da Arte Brasileira do Século XX e pela Rede Nacional de Artes Visuais ministrou cursos, produzidos pela FUNARTE. Desde 2004 ministra o curso Arte como artifício na EAV-Parque Lage, RJ. Em 2006, assinou a curadoria da mostra é Hoje na Arte Contemporânea Brasileira no Santander Cultural, RS, com Fernando Cocchiarale.

Estão abertas até 26 de setembro as inscrições para a exposição organizada pela Associação Fotográfica da Região de Canoinhas - Afoca. O concurso tem como tema solidariedade e é aberto a fotógrafos amadores e profissionais. Para participar, o interessado deve enviar até cinco fotografias, em um tamanho mínimo de 20 x 30 cm para a sede da Afoca, via correio ou pessoalmente.

Serão selecionadas 40 obras. As fotos escolhidas ficarão expostas no salão da Igreja Matriz Cristo Rei, no município de Canoinhas - SC, durante a realização do 4º Café Solidário de Canoinhas - SC, no dia 03 de outubro de 2009.

Como premiação, serão concedidas cinco Menções Honrosas para os trabalhos vencedores e certificados a todos que participarem da exposição fotográfica.

Edital e Ficha de inscrição:

A) Cronograma:

Inscrições e envio das fotos: 16 de julho 2009 a 26 de setembro de 2009

Divulgação das fotos selecionadas: 01 de outubro de 2009

Exposição: 03 de outubro de 2009.

Local da exposição: Salão da Igreja Matriz Cristo Rei, no município de Canoinhas - SC, durante a realização do 4º Café Solidário de Canoinhas - SC

OBS: A exposição poderá percorrer outros locais conforme aviso prévio aos expositores.

B) Regulamento:

1. Finalidade:

O presente edital tem por finalidade regular a seleção de 40 (quarenta) fotografias para serem expostas durante o 4º Café Solidário no município de Canoinhas - Santa Catarina, que irá acontecer no dia 03 de outubro de 2009. Sob o tema Solidariedade.

2. Organização:

A exposição será organizada pela Associação Fotográfica da Região de Canoinhas - SC (Afoca-SC).

3. Tematização:

As fotografias deverão ser relacionadas ao tema "Solidariedade", podendo, ou não, aparecer pessoas nas fotos.

Nas fotografias, não poderão aparecer publicidades que tomem grande espaço na imagem.

4. Participação:

O presente concurso destina-se a fotógrafos em geral (amadores e profissionais).

5. Inscrições:

As inscrições serão realizadas no período de 16 de julho 2009 a 26 de setembro de 2009, na sede da Afoca, rua Marechal Floriano, 1363, centro, Canoinhas - SC, ou encaminhadas via correio, no endereço: rua Marechal Floriano, 1363, centro, Canoinhas - SC, CEP 89460-000, até a data limite da inscrição 26 de setembro. Não serão aceitas inscrições com data posterior, confirmação pelo carimbo dos correios.

Não nos responsabilizamos por possíveis atrasos do Correio.

5.1 Os candidatos deverão apresentar, no momento da inscrição ou no envio via correio:

a) Ficha de inscrição preenchida, contendo: nome completo, endereço completo (Rua, Bairro, Cidade, Estado e CEP), telefone, e-mail, RG, CPF, quantidade de obras entregues/enviadas, títulos das fotografias e assinatura. (em anexo modelo de ficha de inscrição).

b) Poderá ser enviada no máximo 5 (cinco) fotografias por ficha de inscrição, em um tamanho de no mínimo, 20 x 30 cm. Cada fotografia deverá conter uma etiqueta no verso com nome do autor, título da fotografia.

6. Local e data:

As obras deverão ficar expostas no salão da Igreja Matriz Cristo Rei, no município de Canoinhas - SC, durante a realização do 4º Café Solidário de Canoinhas - SC, no dia 03 de outubro de 2009, podendo serem expostas em outros locais, conforme aviso prévio aos expositores.

7. Seleção das Fotografias:

7.1. Será designada uma Comissão de Seleção, formada por profissionais vinculados ao meio fotográfico, que ficará responsável pela escolha das 40 (quarentas) fotografias que ficarão em exposição durante a realização do 4º Café Solidário no município de Canoinhas - Santa Catarina. A Comissão de Seleção é soberana no que se refere à seleção, e obedecerão a critérios como qualidade estética e adequação entre conceito e linguagem, não cabendo recursos por parte dos concorrentes ou terceiros.

7.2. Da Comissão de Seleção:

A Comissão de Seleção será formada por membros, não remunerados, sendo representantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Fundação Cultural, Associação Fotográfica da Região de Canoinhas (Afoca) e convidados.

7.2.1 Cabe à Comissão de Seleção:

a) Selecionar as imagens fotográficas que ficaram em exposição;

b) Recusar as inscrições que não preencham os requisitos apresentados;

c) Divulgar o resultado do presente edital, em veículos de comunicação e no site da Afoca (www.afoca.wordpress.com).

7.2.2 Os integrantes da Comissão de Seleção, os organizadores do evento, bem como da exposição e seus parentescos até terceiro grau não poderão participar do presente edital de seleção.

8. Devolução dos Trabalhos:

As fotografias poderão ser retiradas na sede da Afoca, pelo próprio autor da imagem, a partir do mês de dezembro de 2009.

Após este período a Afoca colocará as imagens como sendo de seu arquivo, porem a utilização da mesma pela associação, será mediante apresentação de seu autor.

9. Premiação:

Serão concedidas cinco Menções Honrosas para as fotografias que ficarem em exposição durante a realização do 4º Café Solidário.

Serão distribuídos certificados a todos que participarem da exposição fotográfica.

10. Esclarecimentos:

Quaisquer esclarecimentos sobre o presente edital de seleção poderão ser obtidos junto à Associação Fotográfica da Região de Canoinhas (Afoca), sita à Rua Marechal Floriano, 1363, Centro, Canoinhas - SC. Fone (47) 3622 3206 ou (47) 9917-9959, e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., ou no site http://www.afoca.wordpress.com.

Exposição Fotográfica Solidariedade/2009

Associação Fotográfica da Região de Canoinhas - Afoca

FICHA DE INSCRIçãO

Nome do Fotógrafo:

Telefone: __

E-mail:_

Endereço:

Cidade: UF: CEP: _______

Quantidade de Fotografias:

_______________, ____de de 2009.

________________________

Assinatura do Fotógrafo

A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) expõe a partir da próxima quinta-feira, dia 15, no Museu Histórico de Santa Catarina, em Florianópolis, as 29 telas do projeto Paint-a-Future (Pintar um Futuro), idealizado pela artista plástica holandesa Hetty van der Linden, que promove a iniciativa no Brasil, Chile, Croácia, Argentina, Marrocos, Bulgária, Moldávia, Madagascar.

A arte como instrumento para a realização de sonhos é a missão do projeto Paint-a-Future, que de forma despretensiosa, uma criança registra seu sonho num pedaço de papel e esta imagem acaba seduzindo um artista que a transforma numa tela.

O quadro criado a partir do trabalho da criança vai para uma mostra. O comprador da obra torna-se um realizador de sonhos, já que a renda com a venda do quadro é revertida integralmente em benefício da criança que originou a obra.

Há seis anos, a artista plástica holandesa Hetty van der Linden deu início ao Paint a Future, um ousado projeto que realiza os sonhos (ou ajuda nas necessidades básicas) de crianças carentes que moram em áreas pobres do Brasil.

é assim, de forma colaborativa, que Hetty vem trabalhando nos últimos anos em vários lugares do mundo tentando tornar, de alguma forma, a vida mais digna para as crianças.
Pela terceira vez, o projeto desembarca na Grande Florianópolis. Há algumas semanas Hetty visita comunidades carentes da região. Com a ajuda de assistentes sociais, ela coletou dezenas de desenhos, que foram transformados em telas pelas mãos e talento de 29 artistas (13 catarinenses e 16 estrangeiros). Ao visitar as comunidades para recolher os desenhos, Hetty conhece a família e identifica as necessidades. Mas ela sempre toma o cuidado de não criar expectativas uma vez que o retorno financeiro, ou a realização do sonho, depende da venda do quadro. às vezes, o pedido é uma bicicleta, uma boneca. Em outras é receber comida, uma cesta básica por mês para que a família não passe fome.
Hetty van der Linden e o grupo de voluntários - formado por europeus, norte e sul-americanos, além de brasileiros - realizaram os trabalhos no resort da Ilha do Papagaio, na Pousada Natur Campeche e na Pousada Quinta do Bucanero, na Praia do Rosa, a convite dos seus proprietários tradicionais apoiadores do projeto no Brasil.
A exposição do projeto Paint a Future será inaugurada no dia 15 de maio, às 19h, no Museu Histórico de Santa Catarina (Palácio Cruz e Sousa, Praça XV de Novembro, 227, no Centro da Capital. às 18 horas acontece uma conversa com todos os artistas envolvidos no projeto. A mostra permanece aberta à visitação até o dia 29 de junho, de terça à sexta-feira das 10h às 18h e, aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h.

Participações

Catarinenses

Silvio Pléticos

Rubens Oestroem

Loro

Flavia Fernandes

Susana Bianchini

Hugo Rubilar

Juliana Hoffmann

Dirce Korbes

Yara Guasque

Neno Brasil

Valdir Agostinho

Marinella

Mauro Costa

Outros

Hetty van der Linden, Holanda

Maria Villares, São Paulo

Paz Santos, Espanha

Marieke de Ridder, Bélgica

Mara Eijsbouts, Holanda

Gertruud van Ettinger, Holanda

Loreto Enriquez, Chile

Silvia Flichman, Argentina

Gayle Tustin, EUA

Rosie Newman, Escócia

Theo Koster, Holanda

Gilbert Uitdenhouwen, Bélgica

Gregório Gruber, São Paulo

Juan Fontana, Argentina

Ariel Cortez , Argentina

Jaan Elken, Estônia

Produção e acesso à cultura são discussões que se tornaram centrais no Brasil de tempos recentes. O que é popular continua a ser produzido e aceito em escala local. E o que não é, o produto nascido da elaboração industrial, e que resulta em cinema, artes plásticas, livro, teatro e música, entre outras manifestações culturais, enfrenta dificuldades para encontrar canais de distribuição e consumo em todo o território brasileiro.

Os gestores da cultura são as figuras centrais para que esse quadro se modifique. Baseados em diretrizes governamentais e particulares, nascidas de leis e editais, eles têm as armas para modificar esse quadro de empobrecimento. Não só agem em prol da produção de bens de cultura, a parte sensível dessa cadeia, mas cuidam para que o acesso a eles se transforme em realidade. Esses profissionais, contudo, ainda são raros no Brasil. Sua formação é uma necessidade urgente detectada por poucos e bons especialistas da área em todo o país.

O médico Albino Rubim entende há algum tempo que, para ser efetiva, a cultura brasileira necessita de planejamento constante. Nas últimas duas décadas, Rubim trocou a medicina por esta nova espécie de missão, a de comunicar a seus alunos a importância de participar da cadeia cultural em outro nível que não apenas o criador. Professor da Universidade Federal da Bahia responsável pelas cadeiras de políticas da cultura e da comunicação, em graduação, e por políticas culturais, no curso e pós-graduação, Albino Rubim promove cursos acadêmicos em que está implícita a necessidade de formar o profissional que tornará possível o exercício da arte no Brasil. Rubim é o responsável por organizar anualmente o encontro internacional de estudos multidisciplinares de cultura na Bahia. E, de forma permanente, ele informa os pesquisadores em políticas culturais por meio da revista on-line www.politicasculturaisemrevista.ufba.br.

Para que um sistema cultural funcione, entende Albino Rubim, há vários atores. Os primeiros seriam os inventores, ou criadores, responsáveis pelo nascimento do produto cultural. Em seguida viriam os que preservam aquilo que foi feito pelos inventores: são os museólogos e outros profissionais com o intuito de manutenção. Existem, a seu ver, também os que agem no plano de transmissão da cultura, como jornalistas e educadores. E há aqueles que organizam a cultura em vários níveis.

Esferas complementares de atuação

Ele entende que, entre os organizadores, existem três perfis principais. O primeiro deles seria preenchido por quem formula e implementa as políticas culturais em uma categoria que se pode entender como executiva. Secretários e ministros seriam os titulares desse empenho. E, a fazer valer essas diretrizes, tirando delas o melhor proveito, haveria os gestores e os produtores culturais.

Rubim vê o gestor não como aquele que formula ou implementa diretrizes culturais, mas como o profissional que está à frente de projetos permanentes de cultura. O produtor cultural, por seu lado, organizaria projetos específicos e descontinuados no tempo, dentro ou fora da esfera governamental.

A confusão entre os papéis do gestor e do produtor nasceu de uma característica brasileira, ele crê. Depois de anos em que a produção cultural foi desmobilizada, a partir da administração presidencial de Fernando Collor de Melo, entre 1990 e 1992, só se ouviu alar da figura do produtor, enquanto, em toda a América Latina, o entendimento era o

de gestor da cultura. E isso teria ocorrido no Brasil porque aqui o Estado se ausentou de

fomentar a produção cultural. No lugar dele, entrou em cena a lei de incentivo cultural,

para a qual o produtor é o agente pedido.

"Tenho tudo contra o fato de as leis de incentivo se verem transformadas em única política cultural para o Brasil", afirma o professor Rubim. Na administração de Francisco Weffort à frente do Ministério da Cultura, entre 1995 e 1999, a idéia, diz ele, era a de fixar a cultura como um negócio a ser gerido por agentes particulares. E os negócios, como os via o ministro, seriam eminentemente desobrigados de uma continuidade. "Leis como a Rouanet não podem ocupar um lugar que não é seu. Deve haver uma política cultural a organizar a produção brasileira", ele acredita. O produtor, no contexto único das leis de incentivo, substituiu a idéia do gestor porque a cultura teria passado a ser vista como produto de mercado, obedecendo a suas flutuações.

A experiência do mercado

é uma posição firme, não compartilhada por um gestor público de cultura como

o gerente do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB Rio), Marcos

Mantoan. "Penso que não se trata de associar leis de incentivo cultural à eventual escassez

de diretrizes públicas", ele afirma. Não são, a seu ver, fatores excludentes, já que, como

ele o vê, o fenômeno é universal, antes de se apresentar exclusivamente brasileiro.

"As empresas se tornaram atores importantes na promoção da cultura e nossa realidade,

hoje, é afetada pelas estratégias de marketing das corporações", defende Mantoan. "A

formação de gestores culturais, portanto, tem a ver com a complexidade desse cenário de

muitos atores, muitas interlocuções: poder público, empresas privadas, movimentos sociais organizados, universidades. A formação de profissionais em nível público tem a ver com a capacidade do Estado e, em conseqüência, dos cidadãos de intervir criticamente nessa realidade", ele afirma.

Mantoan acredita que o trabalho em um centro cultural, ou em qualquer instituição

do gênero, traduz a convergência de muitas áreas de conhecimento, de muitas especializações. A formação de gestores culturais seria um grande passo, conforme

ele a avalia. As especializações se dariam em relação à gestão administrativa e orçamentária, mas não só.

Na opinião do gerente do CCBB Rio, existiria ainda a necessidade de aprofundar a formação dos programadores culturais. Isso sem que Mantoan mencione o óbvio, situado, como ele cita, no conhecimento que cada gestor deve ter de história da arte e do percurso de suas manifestações até chegar às "polêmicas expressões contemporâneas".

O gerente do CCBB Rio diz usar uma associação conhecida para definir o gestor. "Ele é o maestro da orquestra", afirma. Não se pode pensar em uma gestão cultural pública de longo prazo sem contar, a seu ver, com um leque bem diverso de especialistas.

Para o professor baiano Albino Rubim, os gestores podem ser classificados em âmbito público, com atuação nas secretarias ministério, e privado, nas empresas. A formação do gestor é distinta daquela do produtor porque este, segundo Rubim, lida com um projeto cultural específico. Uma coisa, diz o professor, é um profissional formado para gerir ventos, como shows, concertos ou exposições, e que atua dentro do perfil de produção. Outra bem diferente é o gestor, que se vê diante da necessidade de lidar com uma idéia de permanência, em atividades constantes.

O Brasil dos últimos anos parece ter o desejo de implementar uma política de cultura,

embora com desacertos ocasionais. Para contribuir com a fixação de uma política

de Estado cultural, desenvolver o perfil de gestores parece urgente. Eles são poucos à

frente de organizações não-governamentais e associações, por exemplo. Mas quem vai

formá-los?

Definir capacidades novas e novos perfis profissionais

Profissionalizar professores de gestão é uma tarefa que Rubim entende por crucial. Seus

cursos, realizados no âmbito da Universidade Federal da Bahia, consideram que o professor

dessa área precisa conhecer, além das leis e da redação dos projetos culturais, os

problemas teóricos da cultura, sua dinâmica, as indústrias e políticas culturais no mundo,

a questão da diversidade e a economia brasileira.

Os gestores formados por esses profissionais necessariamente conhecem políticas

culturais no Brasil e no mundo, e dominam conteúdos importantes, como a convenção

da diversidade cultural da Unesco, por exemplo. Uma das exigências essenciais impostas ao gestor é que fale a língua universal, por meio da internet e outros meios. "Antigamente, só o Ministério das Relações Exteriores podia estabelecer um elo com o mundo. Hoje, qualquer cidade tem permissão, condição e até dever de se comunicar internacionalmente", considera o professor.

Somente depois disso, ele acredita, um gestor saberá o que gerir, no Brasil e no mundo.

Ele deve conhecer não somente as leis de incentivo como também toda a política de editais estabelecida por secretarias, mas também por empresas e bancos, como o Banco do Nordeste do Brasil. A captação de recursos não é restrita à iniciativa privada, ele diz. Para garantir a circulação de produtos como peças teatrais, por exemplo, está definida a necessidade, em muitos casos, de estabelecer consórcios culturais.

A historiadora Maria Helena Cunha é autora de um livro fundamental e quase único, no

Brasil, para o entendimento da ação desse profissional, intitulado Gestão Cultural: Profissão em Formação (Duo Editorial). O livro sinaliza a importância da formação de

um profissional de que pouco se sabe, mas sobre o qual recaem questões essenciais

de natureza cultural. "O mercado ganha complexidade a cada dia e surgem novas dimensões da cultura, no meio educacional e ambiental", diz Maria Helena, diretora da Duo informação e Cultura, empresa criada há nove anos, em Minas Gerais, para gerir cultura. "Não adianta abrir um centro cultural e não saber que profissional colocar lá dentro. Esse profissional é o gestor."

Sensibilidade e visão estratégica

Para Maria Helena, o primeiro requisito que se pede a quem enfrenta a gestão da cultura é sensibilidade para entender uma manifestação artística e cultural. Só depois viria a visão estratégica da cadeia produtiva cultural, sobre a qual ele vai atuar. é essencial a um gestor saber planejar, conhecer o processo, coordená-lo, enxergá-lo com amplitude.

Maria Helena vê o produtor cultural como alguém que caminha de mãos dadas com o gestor, sob sua coordenação. "Dentro dessa divisão profissional, ele tem a atribuição de executar tarefas", ela crê. Ao contrário do que estabelece o professor Albino Rubim, a gestora Maria Helena não submete a função de produtor estritamente aos eventos pontuais. A seu ver, ele pode estar envolvido em projetos de longa duração; é antes um apoiador, já que fornece suporte à ação planejada da gestão. O gestor, por seu lado, teria a obrigação do raciocínio de longo prazo: "Até as empresas particulares deixaram de pensar somente em projetos pontuais. Se elas se envolvem em um festival, por exemplo, vão querer promover edições continuadas".

Para Maria Helena, um profissional dessa área tem a "responsabilidade de qualificar a discussão cultural". Ela concorda com o professor Albino Rubim quanto à necessidade de uma formação ampla e generalista para ele, e entende que também pode ser bem-vinda a especificidade técnica (um profissional dessa área pode ser um advogado, por exemplo). "O gestor tem de ler, ver filme, conhecer antropologia, sociologia, teoria cultural, diversidade", ela ensina. "Em seguida, precisa dominar a área em que trabalhará, suas políticas."

O gestor particular, diz ela, pode ou não atuar de mãos dadas com o produtor. "Se tiver condições, ele pedirá a um produtor que trabalhe com ele, que aja rapidamente, que vá à rua. O produtor é aquele com um decretinho no bolso, pronto para ser usado", ela exemplifica. Situa um exemplo de atuação dentro de um seminário. Nesse caso, os gestores, como os de sua empresa Duo, formulariam o tema central, articulariam parceiros e fariam contatos com os palestrantes, além de oficialmente convidá-los para o evento que criaram. A cargo de uma empresa de produção contratada estaria o estabelecimento de uma logística de hotel, transporte, material gráfico e receptivos, para que o evento se desse com uma infraestrutura adequada.

Na área pública, crê Maria Helena, o ponto de vista de atuação é mais abrangente. O gestor tem de interferir ali como quem estrutura uma área, um espaço a ser utilizado pela população. Ele deve se basear em pesquisas e ter a formação necessária para entender que aquilo com que trabalha permanecerá por longo prazo, mesmo após se cumprir seu período à frente da gestão.

Já o gestor privado, acredita ela, não tem como obrigação - embora fosse importante, até mesmo para sua sobrevivência - conhecer a lógica de mercado. Além de saber como se definem as políticas públicas no Brasil, precisa saber como atuam as empresas, sua visão de marketing e produção: "Ele faz a mediação entre o diálogo do mercado, o público e o artista", ela crê.

Cultura e gestão: uma contradição aparente

Formada em direito e música e doutorada pela Sorbonne em sociologia, Cláudia Sousa Leitão tornou-se em 2003 secretária de Cultura do Ceará. Hoje, é professora de políticas públicas na Universidade Estadual, em Fortaleza. Conhece, teoricamente e na prática, os problemas vivenciados pela gestão cultural. Para ela, um profissional da área deve ser alguém capaz de superar "a eterna contradição em termos, como diziam os gregos", entre gestão e cultura.

"Ainda há mitos sobre a cultura que precisam ser desmontados. Um deles é que indivíduos que protagonizam o campo artístico e cultural não possuem competência para a gestão, e vice-versa", ela diz. "Não vejo contradição entre essas áreas, pelo contrário, a tensão entre elas é interessante e desafiadora. Gerir significa negociar, compartilhar, sonhar, mas também liderar, tomar decisões, construir indicadores, definir metas e cobrar resultados."

No campo público, argumenta a professora, é fundamental compreender o timing político para a obtenção de resultados, mas, acima de tudo, torna-se necessário garantir que as políticas governamentais sejam realmente políticas públicas, ou seja, políticas formuladas pela sociedade, para a sociedade.

"O Estado deve liderar e controlar a execução dessas políticas, avaliando os resultados obtidos, sendo o grande avalista da realização das mesmas", ela aponta. "As gestões pública e privada para a cultura, ainda que possuam objetivos distintos, tendem a se encontrar em torno da responsabilidade social e cultural. Mesmo no espaço do privado, a tendência das empresas, para o novo século, é a de considerar o marketing cultural um instrumento importante de responsabilidade social."

Cláudia crê, como Albino Rubim e Maria Helena Cunha, que a formação para a gestão cultural é um dos grandes desafios para os gestores dessa área. Ela ainda se revela insignificante no país, diante do crescimento da economia criativa, especialmente da economia da cultura. A institucionalização da cultura sugere também um grande desafio, em especial para o gestor público. "O número de secretarias municipais de cultura no Brasil é ínfimo e a compreensão dos governos sobre os significados da cultura, para o desenvolvimento local, também parece pequena. Esses desafios precisam ser enfrentados para que se reduza a vulnerabilidade do setor cultural", ela crê.

Soluções institucionais inovadoras

Na visão de Cláudia, o Ceará é um estado marcado pelo empreendedorismo, talvez pelas dificuldades econômicas e climáticas tradicionais do seu território. No campo da cultura, em seu entender, há tecnologias sociais realmente inovadoras. Ela cita o caso do Edisca, uma escola de dança em Fortaleza, liderada por Dora Andrade, que realiza inclusão social por meio da cultura sem menosprezar a qualidade do produto oferecido. No interior do estado, cita a Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, liderada por Alemberg Quindins, que se dedica à cadeia produtiva da comunicação (rádio, audiovisual, música, história em quadrinhos etc.) e ao o protagonismo infanto-juvenil.

O Ceará, diz Cláudia, busca formas de gerir a cultura que estejam além das tradicionais. Foi o primeiro estado brasileiro a criar uma organização social para o setor cultural, o Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura. Em São Paulo, por exemplo, a administração do Museu da Língua Portuguesa, que vinha acontecendo por meio do Instituto Brasil Leitor, uma organização da sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos, passa agora às mãos de uma organização social empenhada em obter recursos privados, a Poiesis Associação dos Amigos da Casa das Rosas, da Língua e da Literatura.

"A organização social (OS) não deve ser julgada de forma maniqueísta, pois ela não é nem um problema nem uma solução no que se refere aos problemas relativos à vulnerabilidade da institucionalização da cultura no país", avalia Cláudia. A OS, a seu ver, favorece o incremento de parcerias, uma maior flexibilidade de gestão, uma oferta mais dinâmica de produtos e serviços culturais, mas não viabilizará necessariamente a desoneração do Estado, no seu papel de formulador e executor de políticas públicas culturais.

"Livrarias e cafés, por sua vez, não dão nem darão sustentabilidade econômica a um museu ou a um centro cultural. Os papéis de manutenção e de produção de programas e ações para os equipamentos culturais são, prioritariamente, do Estado, embora possam também ser assumidos pela iniciativa privada", ela crê.

No Brasil, Cláudia detecta um problema de difícil enfrentamento. O patrocínio direto das empresas em cultura, ela diz, ainda é tímido, quase sempre fruto das leis de incentivo e dos desígnios do mercado. Para esses casos, o professor baiano Albino Rubim sugere a adoção gradual de um modelo tão presente nos Estados Unidos: o do apoio ao investimento cultural por parte das pessoas físicas. Esses e outros instrumentos, a serem criados e sofisticados, ampliarão a ação de gestores e produtores no campo cultural.