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A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) expõe a partir da próxima quinta-feira, dia 15, no Museu Histórico de Santa Catarina, em Florianópolis, as 29 telas do projeto Paint-a-Future (Pintar um Futuro), idealizado pela artista plástica holandesa Hetty van der Linden, que promove a iniciativa no Brasil, Chile, Croácia, Argentina, Marrocos, Bulgária, Moldávia, Madagascar.

A arte como instrumento para a realização de sonhos é a missão do projeto Paint-a-Future, que de forma despretensiosa, uma criança registra seu sonho num pedaço de papel e esta imagem acaba seduzindo um artista que a transforma numa tela.

O quadro criado a partir do trabalho da criança vai para uma mostra. O comprador da obra torna-se um realizador de sonhos, já que a renda com a venda do quadro é revertida integralmente em benefício da criança que originou a obra.

Há seis anos, a artista plástica holandesa Hetty van der Linden deu início ao Paint a Future, um ousado projeto que realiza os sonhos (ou ajuda nas necessidades básicas) de crianças carentes que moram em áreas pobres do Brasil.

é assim, de forma colaborativa, que Hetty vem trabalhando nos últimos anos em vários lugares do mundo tentando tornar, de alguma forma, a vida mais digna para as crianças.
Pela terceira vez, o projeto desembarca na Grande Florianópolis. Há algumas semanas Hetty visita comunidades carentes da região. Com a ajuda de assistentes sociais, ela coletou dezenas de desenhos, que foram transformados em telas pelas mãos e talento de 29 artistas (13 catarinenses e 16 estrangeiros). Ao visitar as comunidades para recolher os desenhos, Hetty conhece a família e identifica as necessidades. Mas ela sempre toma o cuidado de não criar expectativas uma vez que o retorno financeiro, ou a realização do sonho, depende da venda do quadro. às vezes, o pedido é uma bicicleta, uma boneca. Em outras é receber comida, uma cesta básica por mês para que a família não passe fome.
Hetty van der Linden e o grupo de voluntários - formado por europeus, norte e sul-americanos, além de brasileiros - realizaram os trabalhos no resort da Ilha do Papagaio, na Pousada Natur Campeche e na Pousada Quinta do Bucanero, na Praia do Rosa, a convite dos seus proprietários tradicionais apoiadores do projeto no Brasil.
A exposição do projeto Paint a Future será inaugurada no dia 15 de maio, às 19h, no Museu Histórico de Santa Catarina (Palácio Cruz e Sousa, Praça XV de Novembro, 227, no Centro da Capital. às 18 horas acontece uma conversa com todos os artistas envolvidos no projeto. A mostra permanece aberta à visitação até o dia 29 de junho, de terça à sexta-feira das 10h às 18h e, aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h.

Participações

Catarinenses

Silvio Pléticos

Rubens Oestroem

Loro

Flavia Fernandes

Susana Bianchini

Hugo Rubilar

Juliana Hoffmann

Dirce Korbes

Yara Guasque

Neno Brasil

Valdir Agostinho

Marinella

Mauro Costa

Outros

Hetty van der Linden, Holanda

Maria Villares, São Paulo

Paz Santos, Espanha

Marieke de Ridder, Bélgica

Mara Eijsbouts, Holanda

Gertruud van Ettinger, Holanda

Loreto Enriquez, Chile

Silvia Flichman, Argentina

Gayle Tustin, EUA

Rosie Newman, Escócia

Theo Koster, Holanda

Gilbert Uitdenhouwen, Bélgica

Gregório Gruber, São Paulo

Juan Fontana, Argentina

Ariel Cortez , Argentina

Jaan Elken, Estônia

Dos 112 filmes inscritos na Mostra Competitiva, 54 foram selecionados e serão exibidos na 7ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, que acontece de 27 de junho a 13 de julho. O número de inscrições duplicou em relação ao ano passado, apontando para um crescimento da produção audiovisual infanto-juvenil no país.

As produções foram selecionadas por uma comissão rigorosa, que avaliou qualidade técnica e artística, conteúdo próprio para o público alvo da Mostra (crianças entre seis e 10 anos de idade) e o caráter lúdico e educativo. Os filmes traçam um panorama nacional abrangente, pois vêm de diferentes Estados (confira lista completa abaixo).

Rede Ciniño: mais um avanço da Mostra

A Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, que tem apoio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC) através do Funcultural, avança a cada ano, transformando a Capital catarinense numa referência do setor. Além da divulgação dos selecionados, mais uma boa notícia trazida pela diretora Luiza Lins: o evento passa a fazer parte da Ciniño, a rede ibero-americana de festivais de cinema para crianças. A rede une os festivais que entendem ser o cinema a arte que pode aproximar os pequenos da diversidade cultural do mundo, contribuindo para o conhecimento, compreensão e um diálogo intercultural. Fazem parte da Ciniño os principais festivais de cinema infantil de países como Brasil, Argentina, Uruguai, México, Bolívia, Cuba e Espanha, entre outros.

Confira os filmes selecionados:

1. 1, 2, 3. Aonde vamos dessa vez (de Juliana Kaethe Moritz e William Yoshio Lima Koike, Ficção, SP, 2007, Vídeo, 41´)

2. A armada: o outro lado do descobrimento (de Ric Oliveira, Animação, SP, 2007, Vídeo, 14´)

3. A história de cada um (de Márcio Trigo, Ficção, RJ, 2007, Vídeo, 13´)

4. A língua do nhem (de Marcelo Branco, Animação, MG, 2006, Vídeo, 1´)

5. A peste da Janice (de Rafael Figueiredo, Ficção, RS, 2007, 35mm, 2´)

6. A pisadeira (de Ricardo Carneiro, Animação, DF, 2007, Vídeo, 2´)

7. Arthur e o armário gigante - ep. piloto (de Bruno Macedo da Silva, Kátia Nascimento e Gabriela Borghi, Ficção, SP, 2008, Vídeo, 25´)

8. A vida do Aedes Aegypti - o mosquito da dengue (de Pedro Pazelli, Documentário Animado, RJ, 2008, Vídeo, 5´)

9. As aventuras de Seu Euclides: parafusos (de Marcelo Roque Belarmino, Animação, SE, 2007, Vídeo, 16´)

10. As belas adormecidas (de Ale McHaddo, Animação,SP, 2007, Vídeo, 13´)

11. Balloons (de Jonas Brandão, Animação, Montreal - Canadá, 2007, Vídeo, 1´)

12. Bartô (de Luiz BoTosso e Thiago Veiga, Animação, GO, 2006, Vídeo, 6´)

13. Betinho (de Rafael Guimarães, Animação, MG, 2007, Vídeo, 3´)

14. Brincando de imaginar (de Rafael Rodrigues de Souza e Renato de Souza, Animação, ES, 2007, Vídeo, 4´)

15. Bumba meu peixe (de Luiza Falcão, Animação, CE, 2008, Vídeo, 3´)

16. Cordélicos - 5 cabras e 1 destino (de Ale MacHaddo, Animação, SP, 2006, Vídeo, 11´)

17. Criança não trabalha (de Marcelo Branco, Animação, MG, 2006, Vídeo, 2´)

18. Dia das crianças (de Cavi Borges, Ficção, RJ, 2008, Vídeo, 4´)

19. Disco voador (de Marcelo Branco, Animação, MG, 2007, Vídeo, 3´)

20. Doce turminha e o bom Samaritano (de Eduardo Drachinsky, Animação, SC, 2007, Vídeo, 10´)

21. Ele (de Alunos da Rede Municipal de Ensino de Vitória, Animação, ES, 2007, 35mm, 12´)

22. ícarus (de Victor Hugo Borges, Animação, SP, 2007, 35mm, 11´)

23. Jardim das cores (de Guilherme Reis, Ficção, MG, 2008, Vídeo, 8´)

24. Leste do sol, oeste da lua (de Patrícia Monegatto Lopes, Animação, SC,

2007, Vídeo, 12´)

25. Lumis, o vagalume (de Marcelo Tannure, Animação, MG, 2008, Vídeo, 15´)

26. Mãos de vento e olhos de dentro (de Susanna Lira, Ficção, RJ, 2008,Vídeo, 13´)

27. Melancia e coco verde (de André Macedo, Animação, RS, 2007, Vídeo, 11´)

28. Meninos do engenho (de Ademir Damasco, Documentário, SC, 2008, Vídeo, 18´)

29. Minha rainha (de Cecília Amado, Ficção, RJ, 2008, 16mm, 11´)

30. Na pista do apito (de Daniel Chaia, Ficção, SP, 2008, 16mm, 13´)

31. O corvo e a raposa (de Albertina Fonseca e Manuela Martins, Animação, Lisboa - Portugal, 2005, Vídeo, 2´)

32. O dia que a cidade acordou (de Ariane Piñeiro, Renê Schutz e Thiago Lessa, Animação, ES, 2007, Vídeo, 2´)

33. O globo mágico (de Marcelo Branco, Animação, MG, 2007, Vídeo, 2´)

34. O jogo (de César Raphael, Ficção, MG, 2006, Vídeo, 6´)

35. O menino das meias vermelhas (de Léo Fonseca e Gillian Queiroz, Ficção, BA, 2007, Vídeo, 7´)

36. O mistério do cachorrinho perdido (de Flavio Colombini, Ficção, SP, 2006, Vídeo, 23´)

37. O ninho (de Edson Mito, Animação, SP, 2008, Vídeo, 3´)

38. O povo atrás do muro (de Marconi Loures de Oliveira, Animação, 2007, Vídeo, 8´)

39. O sapo encantado (de Ale McHaddo, Animação, SP, 2007, Vídeo, 13´)

40. Os dois lados da moeda (de Everton Pereira, Felipe Machado, Juliana Vieira, Nathália Amorim, Rodrigo Xavier e Thais Fraga, Ficção, RJ, 2006, Vídeo, 4´)

41. O sol e a chuva (de Laura Bezerra Lima, Animação, RJ, 2008, Vídeo, 4´)

42. O Sonho de Jonas (de Gustavo Chiapetta e Jorge Henrique Maia, Ficção, SP, 2007, Vídeo, 6´)

43. Pajerama (de Leonardo Cadaval, Animação, SP, 2008, 35mm, 9´)

44. Pintinho (de Rafael Saar, Documentário, RJ, 2008, de Marcelo Tannure, Vídeo, 7´)

45. Pipo Pipa (de Sheila Neumayr e Marconi Loures, Animação, MG, 2007, Vídeo, 4´)

46. Quase sem querer (de Cristiano Luiz Freitas, Ficção, PR, 2007, Vídeo, 15´)

47. Quem é o bom? (de Marcelo Branco, Animação, MG, 2007, Vídeo, 1´)

48. Rose Dollz... se liga no som (de Rodrigo Santos, Animação, SP, 2007, Vídeo, 2´)

49. Rua das Tulipas (de Alê Camargo, Animação, DF, 2007, Vídeo, 10´)

50. Show do DJ Cão (de Mário Sérgio Cardoso, Animação, SP, 2008, Vídeo, 5´)

51. Simão e Bartolomeu (de César Cavelagna, Animação, SP, 2008, Vídeo, 10´)

52. Tratado de Liligrafia (de Frederico Pinto, Ficção, RS, 2008, Vídeo, 14´)

53. Turma do gato branco: a balada do chora menino (de Rodrigo Ayres de Araújo, Animação, SP, 2007, Vídeo, 5´)

54. Viagens de papel (de Maurício Gino, Animação, MG, 2007, Vídeo, 5´)

Mais informações: www.mostradecinemainfantil.com.br

A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) inaugurou no dia 19 de fevereiro de 2008 o Centro de Disseminação Cultural do Governo do Estado de Santa Catarina. Fruto de parceria entre FCC e Santur, ele funcionará na Casa da Alfândega, prédio histórico instalado na região central de Florianópolis. Receberá exposições com trabalhos representativos das diferentes etnias catarinenses, palestras e oficinas de culinária típica, e abrigará ainda um posto de informações turísticas, com mapas e folderes das diferentes regiões de Santa Catarina.

"Nosso objetivo é difundir a cultura catarinense", afirma a presidente da FCC, Elisabete Anderle. O Centro, que funcionará de segunda a sexta, das 13h às 19h, foi montado em uma parte da Casa da Alfândega que permanecia fechada, junto ao local onde continuará funcionando normalmente a venda de artesanato. O espaço passou por uma restauração, e ganhou mobiliário novo, com design de interiores que permitirá apresentações musicais, além das palestras e oficinas culinárias, que deverão ser realizadas todas as quintas-feiras.

Para a inauguração do Centro, foi escolhida como primeiro tema a etnia açoriana, em comemoração aos 260 anos de imigração. Para tanto, foi feita parceria com a Casa dos Açores da Ilha de Santa Catarina, presidida por Carin Machado, e que funciona como representação oficial dos Açores em Santa Catarina. Cultura, gastronomia, literatura açoriana serão abordados na exposição "A ponte entre o passado e o presente do nosso povo", que será aberta na mesma solenidade, e que poderá ser visitada até 12 de maio.

Em seguida, será proferida a palestra "Açores e Santa Catarina: uma ligação de 260 anos", com o professor Sérgio Luiz Ferreira. Doutor em história cultural pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Sérgio defendeu em 2006 sua tese "Nós não somos de origem - Populares de ascendência açoriana e africana numa freguesia do Sul do Brasil (1780-1960)". Na palestra, irá discorrer sobre a presença dos açorianos no litoral catarinense, sua importância para a efetivação do domínio português do Sul do Brasil e sua contribuição para a constituição do mosaico cultural catarinense.

O QUê: Inauguração do Centro de Disseminação Cultural, abertura da exposição "A ponte entre o passado e o presente do nosso povo", e palestra "Açores e Santa Catarina: uma ligação de 260 anos"

QUANDO: terça-feira, dia 19 de fevereiro, às 17 horas

ONDE: Casa da Alfândega, Rua Conselheiro Mafra, 141, Centro, Florianópolis, fone: (48) 3028-8101.

A Fundação Catarinense de Cultura (FCC), lançou seis livros nesta quarta-feira, dia 6, no Espaço Oficinas do Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis.

Integrantes da Coleção Experimento, com selo das Oficinas de Arte da FCC, foram lançados os títulos "etc é ter ás", de Vinícius Alves, "A Conquista - entregando-se ao prazer", de Aline Gallina, e "Páginas Esparsas", de Roberto Terra Costa, em edições artesanais, de pequena tiragem, com exemplares numerados e assinados pelo autor. Impressos por Zé Fagundes, as obras têm palavras e imagens, intermediadas com o planejamento gráfico do editor, Jayro Schmidt.

Já os livros "O lugar do escritor - Ensaio sobre Emil Cioran", "16 Ensaios sobre poesia, ficção e artes plásticas" e "Insignuações - ensaios sobre filosofia da arte e da literatura", pertencem à Coleção Ensaio, com selo das Oficinas de Arte da FCC em parceria com a Bernúncia Editora.

"O lugar do escritor - Ensaio sobre Emil Cioran", de Renato Tapado, vale-se de apurado espírito crítico para iluminar uma personagem ainda pouco conhecida no cenário cultural brasileiro: o escritor romeno Emil Cioran, autor de mais de uma dezena de títulos. Renato Tapado, autor também de "Mínimas", e responsável pela assinatura da tradução de "O poeta em Nova Iorque", de García Lorca, parte de uma inquietação comum a diversos ensaios contemporâneos sobre a arte da literatura: qual é o lugar do escritor em nossa sociedade? A personagem, um autor, alvo dos questionamentos do ensaísta, contribui com a complexidade da dúvida. Nascido em 1911 e morto em 1995, em tudo se distancia do atual mercado livreiro, voltado cada vez mais à construção de autores- celebridades, premiados em eventos a cada ano mais presentes nas capas dos cadernos culturais. Polêmico, acredita apenas na literatura legítima, nascida das entranhas do autor, plena de alma e mistério, distante das mesas-redondas, dos círculos literários e das academias.

Em trajetória oposta à empreendida pelo seu objeto de análise, Emil em sua luta pela preservação do mistério da arte, o estudo de Tapado reivindica o desvelamento da história deste fascinante protagonista, ainda rebaixada às coxias do mercado literário. Sua busca perpassa diversas trilhas, ao decorrer do pequeno ensaio. Em "O fantasma de Cioran", discorre as verdades do autor em relação ao seu ofício, bem com em "De onde vem o escritor". Em "A verdade da escritura", conhecemos suas opiniões polêmicas, seja sobre a academia, seja sobre o fazer literário, um ato sempre carregado de solidão, em sua opinião - caso contrário, jamais será literatura: "A pior forma de despotismo é o sistema - em filosofia e em tudo".

Nas linhas de "Uma escritura do corpo", Tapado revela o caráter visceral do ofício da literatura, ao menos a boa literatura, na concepção de Cioram. Nada de academias, nem corporativismos, nem mesmo de profissões paralelas ou concomitantes - aqui, literatura é entrega, antes de tudo. "Só a mentira do artista não é total, pois só inventa a si mesmo". Na seqüência, em "O lugar do escritor", o ensaísta responde sua inquietação inicial com uma insinuação de extrema relação com a obra e a ideologia do autor romeno: o lugar do escritor é a solidão. Afinal, "a única experiência profunda é a que se faz em solidão".

O lugar do escritor vale já pela apresentação de tal personagem, até então recolhida do cenário das letras nacionais, o talentoso e polêmico Emil Cioran. Vale também, porém, e principalmente, pela profundidade do olhar crítico de Renato Tapado, debruçado em seu objeto de estudo, ansioso pela descoberta dos caminhos e desvãos tão típicos da literatura.

Da mesma coleção, "16 Ensaios sobre poesia, ficção e artes plásticas", de Jayro Schmidt, artista plástico, professor de pintura e história da arte, divide seu conjunto de pensamentos em duas partes. A primeira, "ficção e poesia", discorre sobre diversos autores, atravessando assuntos que abraçam desde a literatura catarinense, representada pela poesia de Dennis Radünz, dentre outros, até clássicos de destaque internacional, como a prosa do brasileiro Guimarães Rosa e as sugestões da obra estrangeira de Dostoievski, Kafka e Camus.

Na segunda parte, "artes plásticas", a discussão redireciona as inquietações sem perder de vista, em nenhum momento, a complexidade da compreensão do fenômeno da arte. Artista plástico também, além de ensaísta e escritor, Jayro Schmidt discorre sobre a obra do holandês Vincent Van Gogh, as relações entre Leonardo da Vinci e Marcel Duchamp, a loucura talentosa de Camille Claudel, dentre outros temas. O catarinense compõe uma rara tradição de ensaístas: seus artigos não apenas informam sobre temas e personagens principais como, e sobretudo, revelam as peculiaridades existentes já no próprio olhar do crítico.

Em "Insignuações - ensaios sobre filosofia da arte e da literatura", último lançamento da Coleção Ensaio, Nazareno Eduardo de Almeida recupera sua experiência como professor nas Oficinas de Arte da Fundação Catarinense de Cultura, para organizar os pensamentos expostos no livro. Filósofo formado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com mestrado e doutorado na PUC-RS, Nazareno consegue problematizar as relações entre filosofia e literatura, analisando desconstruções e descaminhos, perseguindo a significação do sentido estético ao longo de três partes. Na primeira, o prólogo, discute as artimanhas do processo investigativo, o sentido geral da filosofia da arte, o papel da filosofia da literatura, e finaliza com uma breve arqueologia do conceito de literatura, traçando paralelos entre artes poéticas, belas-letras e literatura.

Na primeira parte, intitulada "A estrutura conceitual de uma filosofia da literatura", o universo em debate é a literatura em suas mais diversas particularidades: palavras, voz, escritura, leitura, silêncios, discursos, poéticas, fatos, ficções. A segunda parte, "Fronteiras internas e externas da literatura", disseca os cruzamentos entre a literatura e seu mundo circundando, (re) valorizando seus sentidos e significados a partir do teatro, da historiografia, da música, da dança e das artes plásticas. Dissolvendo fronteiras, Insignuações ultrapassa o interesse dos iniciados: seu poder é suficiente para atrair qualquer entusiasta de cultura, arte e estética.

Serviço:

:: "etc é ter ás". Vinícius Alves. Coleção Experimento. 17 páginas. R$ 50,00

:: "A Conquista - entregando-se ao prazer". Aline Gallina. Coleção Experimento. 3 páginas. R$ 50,00

:: "Páginas Esparsas". Roberto Terra Costa. Coleção Experimento. 7 páginas. R$ 50,00

:: "O lugar do escritor - Ensaio sobre Emil Cioran". Renato Tapado. Coleção Ensaio. 39 páginas. R$ 20,00

:: "16 ensaios sobre poesia, ficção e artes plásticas". Jayro Schimidt. Coleção Ensaio. 108 páginas. R$ 20,00

:: "Insignuações - ensaios sobre filosofia da arte e da literatura". Nazareno Eduardo Almeida. Coleção Ensaio. 332 páginas. R$ 30,00

O QUê: Lançamento de livros das Oficinas de Arte da Fundação Catarinense de Cultura

QUANDO: quarta-feira, dia 6, às 18h30

ONDE: Espaço Oficinas, Centro Integrado de Cultura (CIC), Av. Gov. Irineu Bornhausen, nº 5600 - Agronômica - Florianópolis - SC, fone: (48) 3953-2300.

QUANTO: entrada gratuita. Preços dos livros acima.

foto: Márcio Henrique Martins / acervo MIS / FCC

Coordenadora de preservação da Cinemateca Brasileira, Maria Fernanda Coelho está em Florianópolis até sexta-feira, dia 8, prestando consultoria ao Museu da Imagem e do Som, situado no Centro Integrado de Cultura (CIC), numa iniciativa do programa SiBia. Após uma série de análises sobre conteúdo e condições físicas, a consultora assegurou as boas condições de conservação do estabelecimento local, ressaltando a necessidade de continuidade do investimento para manutenção do bom prognóstico. O MIS compõe a estrutura da Fundação Catarinense de Cultura (FCC).

O diagnóstico demonstrou as excelentes possibilidades de conservação, por várias décadas, inclusive, sobretudo após a reunião de especialistas em cada área de conservação. Formada em museologia e cinema em São Paulo, Maria Fernanda destacou ainda as quatro palavras chave para a compreensão de qualquer processo de manutenção: recolher, documentar, conservar e difundir.

Para Ronaldo dos Anjos, técnico que recebeu a consultora, o principal destaque do acervo do MIS catarinense são os cine jornais da região, entre fins a década de 50 e 60, e alguns materiais da década de 70. Além disso, há ainda as produções regionais da Produtora Carreirão, os filmes atuais, premiados no edital da Cinemateca, e as imagens de Hamilton Martinelli - que reúne produções locais, e filmes sobre Victor Meirelles e Cruz e Sousa, por exemplo.

Maria Fernanda ressaltou a importância de preservação do material regional sob dois aspectos: refletem a vida local e jamais são conservados em outros lugares, a não ser suas próprias regiões de origem. A consultora comentou ainda o caráter inicial do reconhecimento do museu, em fase de catalogação, e ainda carente de imagens domésticas no acervo, referências sociais, bem como filmes comerciais. Tecnicamente, segundo o veredicto, há apenas a obrigatoriedade da seqüência, estabelecendo uma equipe fixa de profissionais, definindo procedimentos e políticas de acesso.

Acumulando visitas a acervos variados desde 1986, a consultora aponta como principal evolução as transformações no nível da consciência por parte das instâncias importantes. Em sua opinião, o cinema já deixou de ser visto apenas como entretenimento para ser encarado também como história e memória. O necessário agora, frisa, são ações propositivas de conservação.

A experiência também permitiu o reconhecimento de certa desigualdade: a conservação aumenta de acordo com a proximidade do eixo principal. Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba são as cidades que alcançam maior destaque positivo. O ponto comum entre todos os estados, entretanto, ainda é a necessidade de investimentos mais maciços. Os audiovisuais domésticos, por exemplo, precisam de esforço extra para registro, afinal estão entre os de mais difícil acesso, já que não são divulgados em qualquer tipo de mídia. Afinal, alerta a profissional: "tudo isso é memória, a nossa história".

O MIS já solicitou a ampliação do espaço físico, juntamente à próxima reforma do prédio do CIC. O alargamento dos espaços já está na planta, e servirá tanto para comportar o acervo quanto para divulgá-lo, construindo territórios específicos para exposição. A comemoração dos dez anos do Museu, em 24 de setembro, contará com adequação física dos espaços já existentes, com o acréscimo de iluminação diferenciada, apta a comportar exposições de fotografias.

Foto: Márcio H. Martins / acervo MIS/FCC