Confira o programa Miscuta desta segunda, 24 de abril de 2023, com a participação da coordenadora da Comisão de Operacionalização e Acompanhamento da Lei Paulo Gustavo em SC, Ana Lígia Becker, que fala sobre o formulário e oitivas do setor audiovisual; e da jornalista Néri Pedroso, falando sobre a quarta e última edição do encontro Homem Plural, que homenageia Harry Laus na Sala Lindolf Bell 1 do Centro Integrado de Cultura (CIC). Tem ainda a agenda da semana nos espaços administrados pela FCC; e trilha sonora especial com disco de Jerry Adriani homenageando Elvis Presley.
O pianista Pablo Rossi apresenta o espetáculo "Iluminuras" no palco do Teatro Ademir Rosa, no Centro Integrado de Cultura (CIC) nesta quinta-feira (27), às 20h, com composições de Frédéric Chopin e intervenção artística por Sandra Ferreira de Mello. Os ingressos são gratuitos, mediante doação de 1 kg de alimento não perecível, que será entregue ao Asilo Irmão Joaquim, e estão disponíveis no site Blueticket.
Considerado pela crítica especializada um dos mais importantes nomes da nova geração de pianistas brasileiros, com uma brilhante carreira em palcos nacionais e internacionais, Pablo Rossi retorna a Florianópolis com o espetáculo beneficente "Iluminuras". Por meio da união de diversas expressões artísticas, como a música, as artes plásticas e a literatura, o espetáculo também convida o público a refletir sobre temas importantes, como a sustentabilidade.
Iluminura era a denominação do delicado trabalho de pintura utilizado para adornar os textos eclesiásticos no período medieval. De extrema beleza artística, ornamentava os pergaminhos com materiais como o ouro ou a prata, verdadeiras joias artísticas, assim como as miniaturas para piano do compositor polonês Frédéric Chopin. Foi também o título utilizado pelo escritor francês Arthur Rimbaud para cunhar uma de suas coletâneas mais aclamadas de poemas - alguns deles serão declamados durante o espetáculo. Por meio da união entre essas diferentes expressões artísticas, Iluminuras convida a uma reflexão sobre luz e sombra.
“Não há iluminação sem escuridão. Notável pela sua delicadeza e refinamento, mas também pela sua tempestuosidade e dramatismo, Chopin encarnou na sua música sombra, mas também a luz. Através desse jogo de "chiaroscuro", onde o clarão e a escuridão se confundem, sua música nasce para iluminar a alma humana. Som, palavra e luz se unem para transportar a plateia numa experiência, por vezes introspectiva e intimista, por outras sagaz e implacável”, comenta Pablo Rossi.
A brincadeira do claro e do escuro também estará presente no cenário assinado pela artista plástica Sandra Ferreira de Mello, com galhos secos recolhidos da natureza, e que convidam o público a pensar sobre a importância da preservação e da preocupação sobre o futuro do planeta. “Dramatismo, introspecção, luzes e sombras transportam o público para um clima de delírio imaginário que se funde ao lirismo do poeta do piano, Frédéric Chopin”, adianta Sandra Ferreira de Mello.
Para o pianista Pablo Rossi, a cultura não pode ser apenas entretenimento, tem que entregar uma mensagem, tem que ir além. Ao homenagear dois artistas da época do Romantismo, quando o indivíduo, com seus sofrimentos e conflitos internos, era considerado o centro do universo, o pianista faz uma provocação:
“Hoje, o artista já não tem mais essa necessidade de trazer na sua arte algo que evoque essa luta interna do ser, pelo contrário, trazemos temas atuais e conscientizamos a plateia sobre questões mais amplas. Antes, o indivíduo era o centro da produção artística, e os artistas tentavam iluminar as pessoas por meio da arte para elas encontrarem sua essência. Hoje, é para que elas reflitam e se conscientizem sobre questões importantes do mundo”, finaliza.
Indicação ao Grammy - Recentemente, Pablo gravou com o violinista Emmanuele Baldini a “Integral das Sonatas para Violino e Piano de Villa-Lobos” para o selo internacional Naxos, álbum que tem sido reconhecido pela crítica especializada internacional. Também ganhou a “escolha do editor” da BBC Music Magazine, como a melhor gravação de música de câmara. A obra foi indicada ao Grammy Latino 2022, como “Melhor Álbum de Música Clássica”.
O espetáculo faz parte de uma série de concertos intitulada "Concertos Promenade", projeto cultural (PRONAC 172271) aprovado pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).
Repertório:
FRÉDÉRIC CHOPIN (1810-1849)
- Valsa op. 69, no. 1 ("Valsa do Adeus")
- Valsa op. 64, no. 2
- Balada No. 1 em Sol Menor, op. 23
- 6 Estudos op. 10
- Polonaise op. 53 ("Heroica")
Classificação etária: Livre
A escritora Adriana Martins Tijs lança seu livro "Poema ao Poente" no dia 5 de maio, às 17h, na Casa da Literatura Catarinense Poeta Cruz e Sousa, no centro de Florianópolis. A obra apresenta ao público poemas e poesias que fazem uma conexão entre a poetisa e a natureza. Entre as temáticas abordadas estão vivências, lembranças e sonhos.
O Teatro Álvaro de Carvalho (TAC) recebe nesta quinta-feira (27), às 20h, o espetáculo "Um Beijo em Franz Kafka". Sucesso de público e de crítica, o espetáculo trata da amizade entre os escritores Franz Kafka e Max Brod, vividos por Maurício Machado e Anderson Di Rizzi.
O escritor Franz Kafka (1883-1924) é um dos grandes nomes da literatura universal. Grande parte da sua obra veio a público após a sua morte. E isso só foi possível graças a um outro escritor: Max Brod (1884-1968). Foi a ele que Kafka confiou seus escritos numa demonstração de confiança. Essa amizade entre os dois escritores é a inspiração de “Um beijo em Franz Kafka”.
Kafka e Brod são vividos, respectivamente, por Maurício Machado (que recebeu em 2019 o prêmio nacional de melhor ator por sua performance como Kafka - Prêmio Nacional Cenym (ATEB - ACADEMIA DE ARTES NO TEATRO DO BRASIL) e por Anderson Di Rizzi (que também foi indicado como melhor ator coadjuvante no mesmo prêmio – onde seu último trabalho na TV foi a novela de enorme sucesso “A Dona do pedaço” de Walcyr Carrasco na TV Globo).
A dramaturgia tem a assinatura de Sérgio Roveri, a direção é de Eduardo Figueiredo, com a participação do ator/bailarino, Thiago Pach, e música ao vivo interpretada por Ricardo Pesce no acordeon e piano, que faz referências criativas à obra de Kafka. Kafka publicou em vida poucos de seus contos. Alguns deles foram “O veredito”, em 1913, e “A metamorfose” (que viria a tornar-se sua mais célebre obra), em 1915. Quando confiou seus escritos a Max Brod, Kafka fez a ele um pedido: que tudo fosse destruído. Tal incumbência foi expressamente feita numa carta endereçada a Brod – uma das muitas que o autor gostava de destinar ao amigo.
Max e Kafka se conheceram quando cursaram Direito, e o primeiro não demoraria a reconhecer o valor literário dos escritos do amigo. A recomendação de destruir tudo deve ter sido uma verdadeira (e crucial) escolha para Brod, que optou por não realizar o pedido do amigo. Tal decisão possibilitou às gerações seguintes conhecer obras-primas da literatura como “O processo” e “Na colônia penal”. Essa última obra, ainda que sob o verniz da ficção, é o testemunho de um ambiente que o escritor conheceu bem.
Tanto que a peça faz, através de sua dramaturgia, esse recorte na vida de ambos. O encontro entre eles dá-se dias antes de Kafka ser internado num sanatório na Áustria. E isso permite a ambos fazerem uma série de reflexões acerca da vida, da vocação literária – que Kafka chegaria a chamar de “seu chamado”—e, claro, do elo que os unia: a amizade. E a narrativa é entremeada de referências e de citações aos escritos de Kafka, sejam eles sua ficção ou as muitas cartas trocadas por ele com variados interlocutores. Outros elementos são usados para ilustrar a riqueza psicológica desse escritor. O bailarino Thiago Pach personifica,num segundo plano, alguns dos personagens e pensamentos do escritor. Já a trilha original, criada por Guga Stroeter e Matias Capovilla, é executada ao vivo por Ricardo Pesce, que se divide entre o piano e o acordeom.
Do século XX aos dias atuais, Franz Kafka inspirou, através de sua obra, muitos indivíduos a fazerem da escrita um meio de expressão. Homens e mulheres no mundo todo. Podemos citar como exemplos nomes como o franco-argelino Albert Camus, o francês Jean-Paul Sartre, além do português José Saramago e dos latino-americanos Vargas Llosa e Gabriel Garcia Márquez – tendo este sido agraciado com o Nobel de Literatura. No Brasil, podemos citar Clarice Lispector e, mais recentemente, João Ubaldo Ribeiro e Ruben Fonseca.
Mas foi Max Brod o primeiro – ou um dos primeiros, melhor dizendo – a reconhecer no amigo sua vocação para criar histórias geniais. E essa relação foi construída não só tendo por pilar o gosto pela literatura. Foi fundamentada também por valores como lealdade e generosidade. Valores dos quais muitos andam distantes nesses tempos de cizânia e intolerância. Que o teatro então nos resgate!
Ficha Técnica
Texto: Sérgio Roveri
Direção: Eduardo Figueiredo
Elenco: Anderson Di Rizzi e Maurício Machado
Músico: Ricardo Pesce
Bailarino: Thiago Pach
Direção Musical e Trilha Original: Guga Stroeter e Matias Capovilla
Preparação corporal e movimento cênico: Roberto Alencar e Renata Aspesi
Cenário e figurinos: Kleber Montanheiro
Visagismo/maquiagem: Armando Filho
Boneco e máscaras: Anie Welter
Desenho de Luz: Paulo Denizot
Fotografia: Priscila Prade
Programação Visual: Vitor Vieira
Assistente de Direção: Alex Bartelli
Estagiária de Direção: Mariana Amâncio de Sousa
Produção Executiva: Paulo Travassos
Assistente de Produção: Renan Correia
Administração: Paulo Paixão
Financeiro: Thaiss Vasconcellos
Leis de Incentivo: Renata Vieira
Consultoria Teórica: Prof. Sênior Pós-Doutora Celeste H. M. Ribeiro de Sousa
- Programa de Pós-Graduação em Língua Alemã – USP
Realização e produção: manhas & manias projetos culturais
Produção Local Belo Horizonte: Little John Entretenimento
Ingressos à venda no site Pensa no Evento
Classificação indicativa: 14 anos