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Nasce na segunda-feira uma nova legislação de estímulo à cultura nacional. Um novo projeto de lei será colocado à disposição para consulta pública no site do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br). Debatida durante seis anos no governo, liberada esta semana pelo setor jurídico da Casa Civil, a nova lei vai serenar os ânimos de quem achava que seria extinto o mecanismo de renúncia fiscal. Não vai.

Além de manter a renúncia fiscal, chave da Lei Rouanet (Lei nº 8.313) desde sua criação, em 1991, a nova legislação estabelece seis faixas de dedução do imposto de renda devido - além do máximo de 100% de abatimento e do mínimo de 30%, como é atualmente, outras quatro novas faixas foram criadas (90%, 80%, 70% e 60%).

A maior novidade da legislação, entretanto, não está na reconfiguração do sistema de renúncia fiscal, mas na criação de cinco novos fundos de financiamento direto à cultura: Artes, Patrimônio, Cultura e Diversidade e Audiovisual, além da manutenção do Fundo Nacional de Cultura (para tratar de áreas não específicas do espectro cultural).

Dessa forma, a Lei Rouanet muda na essência. A lei existente hoje prevê três formas de financiamento: a renúncia fiscal, o Fundo Nacional de Cultura (FNC) e o Ficart, um fundo de capitalização. A renúncia fiscal acabou se tornando o único mecanismo efetivo e os outros ficaram atrofiados.

"A lei necessita de ajustes para sanar distorções que provocam a concentração regional do financiamento e o baixo apoio a atividades culturais em áreas, por exemplo, de baixo índice de Desenvolvimento Humano (IDH)", disse o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), que encaminhou requerimento esta semana pedindo acesso ao texto integral da nova lei.

Santiago, que integra a Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Câmara dos Deputados, diz que será criada uma relatoria na comissão apenas para debater o projeto, e ele também defende uma audiência pública. Diz que há grande simpatia no Congresso pela modernização da lei, mas que ainda é preciso avaliar o novo sistema.

O Ministério da Cultura, pai da nova lei, considera que as relações da pasta com o Congresso Nacional se aprimoraram muito durante a gestão de Gilberto Gil e que há boa receptividade dos congressistas, que têm tratado a cultura com um apreço suprapartidário. Atualmente, a Frente Parlamentar para a Cultura é integrada por mais de 300 parlamentares.

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, disse na semana passada que a abertura da consulta pública do texto da lei permitirá que entidades do setor, produtores culturais, empresas e artistas façam sugestões ao projeto durante um período de 45 dias. Ele também pretende viajar pelo País para debates públicos.

Além de reformar a lei, o ministério confia que o Congresso poderá aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (a PEC 150/03), que deverá incluir no Orçamento da União recursos para a Cultura de nunca menos do que 2% da receita tributária.

A Fundação Catarinense de Cultura e o Museu Nacional do Mar, em São Francisco do Sul, montaram uma intensa programação para este mês de outubro, em comemoração aos "260 Anos da Imigração Açoriana em Santa Catarina" e aos "100 Anos de Nascimento de Franklin Cascaes". Haverá desde exposições sobre mitologia marinha nos desenhos de Cascaes até oficinas sobre o imaginário do artista com a temática bruxólica.
Abaixo, a programação.

Programação:

08/10 - (Quarta-Feira)

20h - Abertura da Exposição: "Mitologia Marinha, Desenhos de Franklin Cascaes", do Serviço Social do Comércio (SESC), em comemoração dos 260 anos da imigração açoriana e aos 100 anos de nascimento de Franklin Cascaes. Na ocasião haverá uma palestra sobre Franklin Cascaes com a Profª Drª Aglair Maria Bernardo, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), apresentações artísticas com performance do personagem Francolino, representando Franklin Cascaes, com a atriz Andréa Rihl, de Florianópolis, e outra performance com a atriz Rosane Bonaparte, de São Paulo, e alunos de São Francisco do Sul, sobre a vida de Franklin Cascaes, além de uma apresentação da dança açoriana "Balainha". Logo após, um coquetel com música ao vivo.

09/10 - (Quinta-Feira)

10h às 16h - "Ciranda do Conto - homenagem ao Universo de Franklin Cascaes" com a Associação de Contadoras de Histórias de Florianópolis (Aconthif) e intervenções do personagem "Francolino", representando Franklin Cascaes, com agendamento.

11/10 - (Sábado)

Oficina sobre o Imaginário Franklin Cascaes com a Temática Bruxólica, do projeto "Veio da Terra" (trabalhando e recriando coisas do passado com pigmentação natural). Período matutino e vespertino(Manhã: 9h às 12h / Tarde: das 14h às 16h) com o artista plástico em Artes Visuais Laércio Luis da Silva.

13/10 - (Segunda-Feira,às 20h, no Auditório do Museu)

21º Sarau Literomusical - "Homenagem ao Centenário de Franklin Cascaes" com: *Lançamento dos livros: "13 Cascaes" e "Santo Antonio de Lisboa, 310 anos: Sua gente, sua Igreja e sua Festa do Divino", de Sérgio Luiz Ferreira; *Roda de Conversa com escritores e pesquisadores como: Isabel Ourofino, Sergio Ferreira, Peninha, Adalice Mª. de Araújo, Flávio José Cardozo, João Paulo Silveira de Souza, Gelci José Coelho (Peninha), Dennis Radünz; o Superintendente da Fundação Franklin Cascaes, Vilson Rosalino da Silveira. Mais: Performances, Leituras, Poesias, Músicas.

14/10- (Terça-Feira, às 16hs)

Capacitação de Professores - Palestra: "Exposição dos trabalhos vivenciados : Museu Victor Meirelles" - Conferencista: Maria de Lourdes Rosseto - Diretora do Museu Victor Meirelles;

18/10 - (Sábado, das 9h às 17h)

Oficina com Marionetes: Nas Asas das Bruxas e das Fadas - Trabalhando a Mitologia de Franklin Cascaes "A Arte de Ler, Criar e Contar Histórias com o Teatro de Animação" com Elisabete Gil Bolfer - marionetista, arte-educadora e representante do Brasil na Federation Internationale Marionnette pour la Santé. Parceria com o SESC Joinville;

07, 14, 21, 21 e 28/10 - (todas às Terças-Feiras) - das 8h30 às 11h30 e das 14h às 17h.

Projeto: "Proseando com o Marinheiro" na Biblioteca "Kelvin Duarte" do Museu Nacional do Mar - E.B., destinado às escolas municipais, estaduais e particulares de ensino fundamental, com agendamento;

06, 13, 20, e 27/10 - (todas as Segundas-Feiras no período matutino e vespertino)

Projeto : "Música no Museu" - Aulas de Ritmo e canto com formação de coral infantil;

01, 08, 15, 22 e 29/10 - (todas as quartas-feiras no período matutino e vespertino)

Projeto : "Música no Museu" - Aulas de Piano e teclado;

02, 07, 09, 14, 16, 21, 23, 28 e 30/10 - (Terças e Quintas-Feiras das 10h às 16h)

ESQUETES TEATRAIS no Hall do Museu: "Homem e o Mar", na sala das jangadas: "O jangadeiro", na sala da Amazônia: A lenda do "Boto Cor-de-rosa", com a atriz Rosane Bonaparte;

28/10 - (Terça-Feira às 16hs)

Capacitação de Professores - Palestra: "Museu Nacional do Mar - E.B., histórias e casos" - Conferencista: Ana Lúcia Coutinho - Historiadora, Pesquisadora e Diretora do Museu Nacional do Mar - E.B.;

Mais informações:

Direção do Museu Nacional do Mar - E.B.

www.museunacionaldomar.com.br

Fones: (47) 3444-1868 / 3444-2612

Foto: Márcio H. Martins / FCC

Descolar o Contestado das páginas dos livros e tratar o tema também como fator de desenvolvimento turístico da região é a proposta da Semana do Contestado, que ocorre de 20 a 27 de outubro nas cidades de Porto União (SC) e União da Vitória (PR). Na programação, há lançamento de livros, exposição de fotografias e artesanato, teatro, cinema, palestras, passeio de trem e corrida rústica.

A Guerra do Contestado é um embate com luta pela posse da terra, conflito de fronteiras, interesses políticos e eclosão messiânica, que ensangüentou o interior de Santa Catarina e do Paraná entre 1912 e 1916. Embora seja objeto de estudos, e tenha sido convertido em obra literária e teatral, o tema é raríssimo no cinema. O único filme é A Guerra dos Pelados, de Sylvio Back, baseado no romance Geração do Deserto, de Guido Wilmar Sassi, será exibido em três sessões em Porto União e União da Vitória durante esta semana.

O longa foi rodado em 1972 na região de São João de Cima, hoje município de Calmon. Atualmente, Back e o cineasta Zeca Pires estão filmando o documentário Contestado, Restos Mortais, que volta ao tema por meio da narração de pessoas que vivem na região e conhecem algum fato ligado a esta história

Segundo Lício Ferreira, coordenador da Semana, o Contestado estava esquecido e a proposta é resgatar o tema para a comunidade e como atração turística da região. O evento já era realizada em SC desde de 2004 e agora passa a ocorrer nas duas cidades, que estão no centro do conflito ocorrido na região.

Uma das atrações é o passeio de trem por um percurso de 15 quilômetros pela ferrovia construída na época do conflito. A partida é no Espaço Estação União, na divisa entre as duas cidades até Engenheiro Mello, no interior de Porto União. Promovido pela Associação Amigos do Trem, durante o passeio pelas propriedade rurais, os passageiros assistem a uma peça sobre o Contestado com os atores da Cênica Cia Teatral.

Serviço:

Semana do Contestado

Quando: de 20 a 27 de outubro de 2008

Onde: Porto União (SC) e União da Vitória (PR)

Ingresso: gratuito, com exceção dos passeios de trem, a R$ 8

Programação

Dia 20/10

18h - Exposição no Museu da Polícia Militar do Paraná até o dia 27, no Espaço Estação União em

União da Vitória

20h - Exposição sobre o Contestado até o dia 27 na Casa Cultural Aníbal Khury, em Porto União

Dia 21/10

Exposição de fotografias sobre o Contestado no Terminal de ônibus Coletivo de União da Vitória.

10h - Palestra: "A Permanência no Imaginário das Lendas e Predições dos Monges", com o

professor Dr. Eloy Tonon no Núcleo Educacional Jornalista Ermínio Muller em Porto União

19h - Lançamento do Livro: A Guerra Santa Revisada: Novos Estudos Sobre o Movimento do

Contestado (EdUfsc, 2008)

Palestra "Uma Guerra e Muitas Leituras: Novos Estudos Sobre o Contestado", com o professor

Paulo Pinheiro Machado - UFSC, na Fundação Municipal de Cultura de União da Vitória

20h30 - Filme Guerra dos Pelados, de Sylvio Back no Cine Teatro Luz, em União da Vitória

Dia 22/10

8h - Exposição de fotos sobre o Contestado no Terminal de ônibus Coletivo de Porto União

9h - Encontro Cultural Religioso, na Associação de Eco-turismo de São Pedro do Timbó

10h - Palestra: "A Permanência no Imaginário das Lendas e Predições dos Monges", com Dr. Eloy

Tonon, no Colégio São José - Porto União

19h - Palestra; "O Contestado" com o Resgate de Calmon, no Centro Universitário de União da

Vitória - UNIUV

20h - Filme Guerra dos Pelados no Clube de São Miguel da Serra - Comunidade de São Miguel da

Serra

Dia 23/10

9h - Encontro Cultural Religioso na Associação de Eco-turismo de São Pedro do Timbó em Porto

União

9h - Palestra: "Resgate do Contestado", com Aluísio Witiuk, na Universidade do Contestado, em Porto União

10h - Palestra: "A Permanência no Imaginário das Lendas e Predições dos Monges", com Dr. Eloy

Tonon no Núcleo Educacional João Fernando Sobral, em Porto União

19h30 - Peça O Buraco da Minha Cidade, na Unidade de Ensino Superior do Vale do Iguaçu -

Uniguaçu

19h30 - Filme Guerra dos Pelados, no Centro Comunitário do Bairro Limeira, em União da

Vitória

Dia 24/10

8h - Exposição de fotografias sobre o Contestado. Das 8h às 17h

Centro Comercial de Porto União

9h - Palestra: "Resgate do Contestado", com o professor Aluísio Witiuk - Universidade do Contestado - Porto União

20h30 - Auto de São João Maria - Morro da Cruz -Parque Monge João Maria de Porto União

Dia 25/10

8h - Exposição de fotografias sobre o Contestado. Das 8h às 17h - Parque de Exposições Jaime Ernesto Bertaso /UVA

Dia 26/10

10h - Corrida Rústica do Contestado

Saída: Praça Alvir Riesemberg em União da Vitória. Chegada: Praça Hercílio Luz. Porto União

Dia 27/10

9h -Palestra: "Resgate do Contestado", com o professor Aluísio Witiuk

Universidade do Contestado - Porto União

19h30 -Palestra: "O Contestado em Permanente Investigação: Entre a Memória e a Lembrança",

com o professor dr. Nilson Tomé - UNC de Caçador - Auditório da UNC de Porto União

A Universidade Federal de Santa Catarina realiza outro importante evento cultural neste mês. De 13 a 17 de outubro, acontece a primeira Semana de Teatro da UFSC, em diversos espaços do campus universitário. O evento, em sua primeira edição, homenageia o reconhecido diretor paulista Celso Nunes, e foi criado com o intuito de estimular e ampliar o público consumidor de teatro, com peças gratuitas e abertas à comunidade.

O campus, que ainda vibra com o sucesso da Semana Ousada de Artes UFSC-Udesc, ocorrida de 21 a 26 de setembro, agora realiza um evento cultural com enfoque nas artes cênicas. Essa nova injeção artística dá continuidade à proposta da Secretaria de Cultura e Arte (SeCArte) da UFSC de transformar e promover a cultura no ambiente universitário. A SeCArte realiza a Semana de Teatro da UFSC em conjunto com o seu Departamento Artístico Cultural (DAC) e com o Curso de Artes Cênicas da UFSC, implementado neste ano no Centro de Comunicação e Expressão (CCE).

A programação conta com cinco dias de espetáculos gratuitos, que ocorrem no Centro de Cultura e Eventos da UFSC ou no Teatro da UFSC, sempre às 20h.

A Semana de Teatro pretende apresentar à comunidade uma amostra do que é produzido na UFSC, como a peça "Sonhos", espetáculo de luz negra com o Grupo Pesquisa Teatro Novo / DAC e três peças curtas, de autores diversos, com grupo de alunos do Curso de Artes Cênicas / CCE. Somam-se aos espetáculos produzidos pela UFSC, o teatro de Ingrid Koudela - sobre os Sete Pecados Capitais, de Peter Brüghel -, com grupo universitário de Sorocaba-SP, o trabalho internacional da atriz e professora Fiorella Kollmann, que atua na Alemanha, e a palestra cênica de Romário José Borelli "Muito além do Contestado".

No período vespertino, a Semana de Teatro realiza "diálogos sobre a cena": com a encenadora do Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade de Sorocaba (UNISO) Ingrid Koudela - que apresenta a peça "Chamas na Penugem"; com a atriz peruana Fiorella Kollmann - que apresenta a montagem "Mi querida neurosis"; com o dramaturgo e músico Romário Borelli, e com Lou Hamad, especialista em figurino para teatro e cinema, ministrante da Oficina Permanente de Teatro do DAC/UFSC.
Veja a seguir a programação completa da Semana de Teatro da UFSC
ESPETáCULOS - DIáLOGOS SOBRE A CENA - LANçAMENTO DE LIVRO

Dia 13 de outubro - segunda-feira

SONHOS (luz negra) - GRUPO PESQUISA TEATRO NOVO - DAC/SECARTE/UFSC
Direção: Carmen Fossari. Um espetáculo que une técnicas distintas numa linguagem própria. Máscaras Neutras de Le Coq, Teatro Negro de Praga, Mágica e Teatro de Bonecos. Sem falas, a exceção do poema de Bertold Brecht: "Um Homem é um Homem".
Hora e Local: 20 horas - Auditório Garapuvu - Centro de Cultura e Eventos

Dia 14 de outubro - terça-feira

DIáLOGOS SOBRE A CENA: O ENCENADOR . Profª Drª INGRID KOUDELA
Mediadores: Prof. Dr. Walmor Beltrame (UDESC) e Prof.Drª Beatriz A.Vaz Cabral (UFSC).
Hora e Local: das 15 às 17 horas - Teatro da UFSC - DAC

SOMBRAS NA PENUGEM - TEATRO UNIVERSIDADE DE SOROCABA
Dramaturgia e Encenação de Ingrid Koudela. GRUPO DO CURSO DE LICENCIATURA EM TEATRO. UNIVERSIDADE DE SOROCABA, SP.
O espetáculo aborda - a didática alegórica simbólica em Brueghel - o velho. Trata-se de uma série de procedimentos vinculados à pedagogia do teatro, cujo ponto de partida é a leitura de imagens para propor um "teatro de figuras".
Hora e Local: 20 horas - Auditório Garapuvu - Centro de Cultura e Eventos

Dia 15 de outubro - quarta-feira

DIáLOGOS SOBRE A CENA: O ATOR NO PERSONAGEM CLOWN
Atriz-Professora FIORELLA KOLLMANN.
Hora e Local: das 15 às 17 horas - Igrejinha da UFSC - DAC

TRêS PEçAS CURTAS - GRUPO ESTUDANTES DE ARTES CêNICAS - CCE -UFSC. Direção: Fernando de Mesquita Faria: CLARO - DAVID IVES, MARDRA - EUGENE IONESCO e VôO SOBRE O OCEANO - BERTOLT BRECHT
Hora e Local: 20 horas - Teatro da UFSC - DAC

Dia 16 de outubro - quinta-feira

DIáLOGOS SOBRE A CENA: TEATRO BRASILEIRO, GRUPOS OPINIãO E ARENA - Dramaturgo e músico ROMáRIO BORELLI
Hora e Local: das 15 às 17 horas - Igrejinha da UFSC - DAC

MI QUERIDA NEUROSIS - Lima - Peru / GROUPE THETRE GALLI - Alemanha
Direção e Atuação: Fiorella Kollmann. Minha querida Neurose é o espetáculo internacional convidado da Mostra. Trata-se de uma apresentação que visa integrar elenco e público ao "jogo cênico", e, embora interpretado por atriz solo, sua CLOWN, constrói a peça com a participação do público.
Hora e Local: 20 horas - Teatro da UFSC - DAC

Dia 17 de outubro - sexta-feira

DIáLOGOS SOBRE A CENA: O FIGURINO ATRAVéS DA HISTóRIA, SEU SIGNIFICADO. Mestre LOU HAMAD - Faculdade de Lyon / França, Professora OPT-DAC
Hora e Local: das 15 às 17 horas - Igrejinha da UFSC - DAC

MUITO ALéM DO CONTESTADO / ROMáRIO JOSé BORELLI - Autor, músico ator e dramaturgo. Apresentação musical, com textos interpretados e outros narrados pelo ator e compositor do texto teatral O CONTESTADO. O sempre atual tema de uma guerra estabelecida pelos limites dos estados de Santa Catarina e Paraná, porém antes de tudo a luta pelo direito a terra, sob o manto messiânico.
Hora e Local: 20 horas - Teatro da UFSC - DAC

Sessão de Autógrafos
Livro da peça: O CONTESTADO, de ROMáRIO JOSé BORELLI
Hora e Local: Saguão do Teatro da UFSC - DAC às 22 horas


SERVIçO:

O QUê: Semana de Teatro da UFSC
ONDE: Diversos espaços culturais da UFSC
QUANDO: De 13 a 17 de outubro de 2008
QUANTO: Gratuito e aberto à comunidade
CONTATO: Departamento Artístico Cultural - SECARTE - UFSC - Telefone: (48) 3721-9348 ou 3721-9447 -
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e www.dac.ufsc.br

fonte: Diário Catarinense - 05/02/2009

No início dos anos 1960, só para "inticar" com o irmão Rubens Diniz, a então professora de educação física Eli Malvina Diniz Heil espalhou pelas paredes da casa uns desenhos que fez, depois de ver uma obra de arte pela primeira vez na vida. No ano em que completa 80 anos (dia 5 de junho), a vida e as criações da artista plástica Eli Heil serão temas de dois livros, um documentário e uma exposição, que pretendem dar mais visibilidade ao trabalho desta artista inquieta.

Pensando que também poderia fazer aquilo que viu, até melhor, fez a provocação com o irmão - quase uma traquinagem - e nunca mais parou de "vomitar" criações, numa explosão de seres, cores e emoções em técnicas ímpares.

Nascida em Palhoça, criada em Santo Amaro da Imperatriz para depois morar na Capital, Eli se recuperava de uma bronquite asmática. A enfermidade durou oito anos, sendo cinco destes limitados a uma cama. Sem nunca ter estudado estética ou as escolas artísticas, aos 33 anos, começou a desenhar, depois pintar sobre panos - por não conhecer telas - e trabalhar incansavelmente pelos filhos e por sua arte, "senão, fica doente".

- Foi como se tivessem me espetado - resume a artista plástica.

O livro óvulos de Eli - a expulsão dos seres de Eli Heil, da produtora Contraponto, está pronto e será lançado na próxima quinta-feira, dia 12 de fevereiro, somente para convidados, na Biblioteca Barca dos Livros, na Lagoa da Conceição, Capital. Um outro livro, mais abrangente e organizado pelo professor e crítico de arte João Evangelista de Andrade Filho e o médico Ylmar Correa, está em produção. Aos moldes da publicação sobre a obra de Martinho de Haro, Correa explica que o livro terá 400 páginas, foi aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura, é considerado prioridade e terá recursos da Fundação Catarinense de Cultura, sem necessidade de captação.


- Estamos fazendo a revisão, a cronologia da vida artística, as principais exposições e vamos fotografar as obras - afirma o médico, que buscou registro das obras no museu O Mundo Ovo de Eli Heil, no Museu de Arte de Santa Catarina e em coleções particulares.

A publicação deve acompanhar uma exposição grandiosa com as obras da artista, ainda sem data marcada, devido à reforma do Centro Integrado de Cultura, a começar em março. A administradora do Masc, Lygia Helena Roussenq Neves, garantiu que a mostra está na pauta do museu, assim como um ciclo de palestras sobre a artista, mas o local não está definido e deve ser pré-agendado ainda esta semana.

O documentário óvulos de Eli, também produzido pela Contraponto, está em execução. Imagens da artista em seu Mundo Ovo foram captadas entre 2005 e 2006 e retomadas em 2008. Com orçamento de R$ 117.821,00, foi aprovado pela Lei Rouanet no ano passado e tem um terço do valor captado, com apoio do BRDE e Fundação Badesc. Será um média-metragem, com 50 minutos, e mil cópias do DVD serão distribuídas gratuitamente para escolas, museus, multiplicadores e emissoras de TV.

Trata-se de um retrato audiovisual de Eli, que será a narradora de sua vida e obra.

No projeto do documentário, a diretora e produtora Kátia Kloch pretende levar Eli Heil para o sul da França, onde estão suas primeiras obras, adquiridas pela amiga e curadora Ceres Franco. A catarinense nunca esteve lá, tampouco saiu do Brasil e é conhecida pelo grande apego às suas criações.

- Seria a "cereja do bolo", promover esse reencontro de Eli com suas obras e a Ceres. Mas agora trabalhamos com prioridades e, se não der certo a viagem, o mais importante é terminar o audiovisual este ano - conclui Kátia.

Os ovos debaixo das asas

Com um leque na mão para aliviar o calor, Eli Heil desanda a contar histórias aos que a visitam. Uma vez defendeu os filhos no colégio, que levaram nota zero por desenhar uma casa com pernas e um boi verde. Inconformada, lá foi Dona Eli defender a cria, assim como faz com cada uma de suas obras, que só vende por necessidade e protege com zelo.

As crianças tornaram-se os artistas plásticos Teresa e João Pedro Heil, ele o presidente da Fundação O Mundo Ovo de Eli Heil. O museu, que guarda mais de duas mil obras da artista que não para de produzir, foi escolhido como o melhor de Florianópolis pelo Guia Quatro Rodas 2008. Na porta de entrada do museu, jaz o casal Adão e Eva, esculturas de Eli que foram derrubadas por tratores para a duplicação da SC-401, em 1996.

- Uma barbaridade aquilo - lembra a artista, que vestiu luto por seis meses.

A tristeza a fez criar a escultura Santa Ceia, numa Sexta-feira Santa.

- Fiz Cristo com animais em volta, estava muito sentida com os homens. Veio um crítico de arte e disse que esta é a Santa Ceia mais original que ele tinha visto.

Eli cria, cuida, restaura e faz questão de guiar seus visitantes pelo museu. Com sorriso largo e dentes perfeitos, a bisavó aproveita materiais recicláveis e não entrega as inúmeras técnicas que usa em suas obras. Não registra, mas garante ter tudo na cabeça. Escultura, pintura, tapeçaria e poesia são algumas das suas formas de expressão.

Exemplos das diversas técnicas da artista foram reunidas no livro óvulos de Eli - a expulsão dos seres de Eli Heil, organizado por Kátia Klock e Vanessa Schultz. Com 120 páginas, reúne fotos de obras, poemas e textos jornalísticos.

Entre os ensaios há o de João Evangelista de Andrade Filho - que levou as obras de Eli para o Masc numa exposição individual, em 1966 -, o crítico de arte Fábio Magalhães - que compara a catarinense a Joan Miró e Antoni Tàpies - e o professor de Psicologia da USP João A. Frayze-Pereira - que analisa os conceitos de arte incomum, classificação que recebeu quando participou da 16ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1981-, entre outros.

- Sempre me chamou a atenção a história dela pelo incomum, isso dela praticamente entrar num coma e renascer. A Eli é reverenciada internacionalmente, mas pouco reconhecida em sua própria terra - afirma Kátia.

- Já fiz livros sobre (os artistas) Meyer Filho, Franklin Cascaes, mas este foi um dos mais difíceis na organização visual, e muito prazeroso também. Ela obriga a gente a entrar nos nossos pontos mais sensíveis - reflete Vanessa, que fez a direção de arte e o projeto gráfico do livro.