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A última semana de espetáculos no Teatro Ademir Rosa em 2022 terá quatro apresentações de dança. Os shows ocorrem nos dias 15, 16 e 18 de dezembro. Saiba mais sobre cada um abaixo:

15/12/2022 - 20h: Espetáculo Um sonho, uma história
Um espetáculo cheio de magia, dança e amor. Este é um ano muito especial para o Fabricio Callabari Ballet Studio, pois está completando 10 anos de história. E pra comemorar essa trajetória levarão a cena este novo espetáculo.
Ingressos à venda no site Floripa Ticket

16/12/2022 - 21h: Espetáculo Alunos em Cena
O espetáculo Alunos em Cena, da Escola de Dança Aline Mombelli, contará com a presença de alunos e professores com o objetivo de demonstrar o aprendizado durante o ano letivo de 2022. Estarão presentes desde alunas baby a alunos da terceira idade dançando as mais diversas modalidades que vão das danças mais clássicas as mais populares e folclóricas.
Ingressos à venda no site Blueticket
Classificação: Livre

17/12/2022 - 18h: Espetáculo Unit Opostos
Será mesmo que uma ideia oposta é uma negação? O oposto é sempre um não? Um pejorativo ou uma desconstrução? Se pensarmos num oposto como um convite para uma reflexão ou descontração tudo pode parecer mais suave e interessante. Quais provocações o Espetáculo Unit Opostos trará? As turmas já estão mergulhando nesta temática para usarem da sua dramaturgia e talento para trazerem  ao público muitas emoções, despertar o senso crítico, encantar e surpreender.
Ingressos à venda no site Sympla

18/12/2022 - 20h: Espetáculo Os 5 Elementos
O espetáculo produzido pela Dance Impar Studio de Dança dialoga sobre a composição dos cinco elementos da natureza: terra, fogo, ar, água e éter.
Ingressos à venda no site Sympla
Classificação: Livre

O Teatro Pedro Ivo recebe nesta quarta-feira (14) o espetáculo "Heróis - todo mundo tem o seu". A apresentação começa às 20h.
 
"Heróis - todo mundo tem o seu" é o espetáculo de fim de ano apresentado pelos alunos e professores do Ateliê da Dança. Vai retratar o universo dos super-heróis, sejam eles da ficção ou da vida real.
 
Com um tema que permite entrar no universo mágico de grandes personagens das histórias do cinema ou dos comic books, o espetáculo também irá destacar outras formas de heroísmo que fazem parte da nossa vida cotidiana e que muitas vezes sequer nos damos conta disso.
 
 
 
Classificação: Livre

Nesta quarta-feira (14) sobe ao palco do Teatro Ademir Rosa, no Centro Integrado de Cultura (CIC), o espetáculo Gala Gym Bright. A apresentação começa às 20h.

O evento de fim de ano da Gym Bright oferece uma experiência muito especial para os alunos das turmas de Ginástica Rítmica, Ballet, Jazz e Circo das 20 unidades da Grande Florianópolis.

Ingressos à venda no site Floripa Ticket.

Classificação: Livre

Confira o programa Miscuta de 12 de dezembro de 2022, com trilha sonora de Frank Sinatra.

O autista não-verbal Heitor Pereira Nuernberg lança o livro infantojuvenil “O lobo bom e a Chapeuzinho Vermelho”, pela Editora Insular, na próxima quarta, 21 de dezembro, na Casa da Literatura Catarinense Poeta Cruz e Sousa. O texto tem um conteúdo envolvente e convida a uma reflexão sobre a relação entre a natureza e todos os seres que nela habitam. Ao mesmo tempo que trabalha com personagens clássicos da literatura infantil, Heitor traz para o livro temas contemporâneos como o respeito ao meio ambiente, à sabedoria dos povos originários e à diversidade dos seres vivos.

Estar num mundo que não o entende. Que o subestima. Ouvir todos falando, sem poder responder, sem poder dizer “Eu entendo vocês, falem COMIGO”. Viver cercado de pessoas e se sentir isolado, com uma única forma de se comunicar: por meio de músicas. Ser uma criança cheia de coisas para contar, com uma imaginação ímpar, uma crença inabalável no amor e na igualdade entre os seres humanos, mas não conseguir ter voz. Até 2020, esse é um breve resumo da vida de Heitor Pereira Nuernberg. Diagnosticado autista aos dois anos e, atualmente, com 11, Heitor é um menino como todos os outros: curioso, inteligente, que gosta de estar na companhia de quem ama, adora livros (que consome na forma de audiolivros) e ama ter um tablet na mão. Sempre acompanhou a turma na escola e, hoje, participa com os colegas dos trabalhos de grupo.

Em 2017, a família passou a investir na digitação assistida, com suporte físico para a mão ou o braço. As dificuldades de coordenar os movimentos voluntários não o impediam só de falar: Heitor tinha – e ainda tem – muita dificuldade para conseguir realizar atividades básicas da sua vida. A orientação verbal e o suporte físico são necessários para muitas tarefas no seu cotidiano e estudar e digitar não são diferentes. Apesar de tantas dificuldades, a família percebia que ele entendia o que estava sendo dito e buscava se comunicar através de trechos de músicas e filmes, sempre “recortados” e apresentados adequadamente no contexto. Heitor expressava suas emoções e pensamentos pelas músicas a que tinha acesso, do repertório infantil à MPB. Seu amor e saudade, muitas vezes, eram expressos na voz de Marisa Monte: “Te espero para ver se você vem. Não te troco nessa vida por ninguém”; “Vou telefonar dizendo que estou quase morrendo de saudades de você. Eu te amo...”. Heitor também aprendeu a usar um sistema de comunicação por imagens, fazendo seus pedidos por meio de figuras – o que queria comer, aonde queria ir, de quem sentia saudades, que música gostaria que cantassem para ele. A linguagem aumentativa e alternativa permitiu ampliar enormemente a comunicação com a família e as pessoas próximas.

Com a pandemia e a possibilidade de acompanhar Heitor em suas tarefas escolares – e com a permissão da escola de que os trabalhos pudessem ser digitados -, a mãe – Renata - foi surpreendida. “Nunca vou esquecer a primeira vez que o vi responder a uma pergunta da tarefa sem a minha ajuda. Era uma tarefa sobre a história de Florianópolis e ele, acertadamente, digitou o nome do povo originário da nossa região – carijó. Foi um momento de muita alegria e, a partir de então, ele foi avançando a passos largos”, conta.  Heitor passou a escrever textos curtos, responder perguntas sobre si mesmo e sua opinião sobre diversos assuntos. “Eu passei a me sentir visto e presente. Até então, eu me sentia invisível e muitas vezes desrespeitado. Eu sabia tantas coisas e não conseguia dizer. Eu agradeço a minha família que sempre acreditou em mim a despeito de tanta descrença na minha condição.”

Mas, não foi só a percepção de que ele sabia ler e escrever que surpreendeu a família e os amigos: a linguagem de Heitor era complexa, profunda e cheia de nuances, comparável a escritores adultos. Com o passar do tempo, os textos foram crescendo e variando em estilo. Redações opinativas, contos, histórias adaptadas. “Os textos de Heitor não são apenas uma forma de comunicação. Podem ser vistos como histórias para crianças, mas levam os adultos a pensarem sobre si mesmos, especialmente no que diz respeito ao próximo e ao meio ambiente”, diz a mãe. “Eu amo escrever. Escrever é parte de mim. Estar no mundo faz sentido quando digo o que penso. Não há vida que valha à pena quando não se pode ser quem se é, relata o garoto.”

 

Em 2021, ao perceber qualidade literária em uma resposta para a tarefa de Geografia, Renata questionou se Heitor gostaria de participar de um concurso de literatura. Após seu aceite, o inscreveu no 17º Concurso Literário Jornalista Valacir Cremonese. O texto “A criança diferente no mundo de iguais” conquistou o segundo lugar, na categoria infantil. Ao divulgar as produções de Heitor entre amigas e familiares, ficou claro que havia potencial para publicação. A família e Heitor escolheram um reconto da Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau, solicitado em uma tarefa de Língua Portuguesa, para a obra de estreia do jovem escritor. E, quando falamos de estreia, é porque esse é mesmo o objetivo de Heitor. “Eu sonho em viver da minha escrita. O futuro passou a ser considerado algo desejável quando me senti reconhecido e admirado por algo que amo fazer.”

As ilustrações que ajudaram a dar vida às personagens marcantes da história são de Guilherme F. Grad – Tela - pai atípico e amigo da família de Heitor. O livro tem apresentações das professoras Cyntia Valente e Caroline Machado.

Serviço:

O que: Lançamento do livro O lobo bom e a Chapeuzinho Vermelho

Quando: Dia 21 de dezembro, às 16h

Onde: Casa da Literatura Catarinense Poeta Cruz e Sousa (Praça XV de Novembro, 270 – Centro – Florianópolis)

O livro está disponível para vendas no Mercado Livre: Livro O Lobo Bom E A Chapeuzinho Vermelho | MercadoLivre e via contato pelo Instagram: Renata Susan Pereira (@heitor_nuernberg)