A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) comunica com pesar o falecimento do artista plástico Max Moura. Sua morte ocorreu em 30 de julho, devido à falência múltipla dos órgãos.
O pintor, desenhista e gravador Max Moura nasceu em Florianópolis em 1949 e passou a transitar pelo cenário cultural catarinense no final da década de 60. Segundo o crítico de arte João Otávio Neves Filho, o Janga, seus primeiros trabalhos já revelavam um artista de personalidade inquieta e inovadora. "Max Moura trouxe consigo o frescor da invenção, o gestualismo desrepressor, as pinceladas soltas e os formatos inusitados", comenta.
Publicitário formado, Max Moura dizia-se artista por vocação. Suas obras experimentaram diversas técnicas e materiais (monotipia, serigrafia, PVC e metais) e seu currículo inclui exposições em Brasília, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Aqui, a irreverência do artista mostrou-se evidente em uma mostra realizada no fim dos anos 80 no Museu de Arte de Santa Catarina (MASC). Um varal com suas próprias roupas, incluindo meias e cuecas, foi um dos trabalhos apresentados.
Além do bom humor, Max Moura era conhecido pelo desejo de aproximar a arte da população. Em toda sua vida, nunca teve ateliê. Considerava uma oficina o endereço na Rua Conselheiro Mafra, onde trabalhou por mais de 20 anos: "O povo quer arte como quer comida. O povo tem que parar de olhar artistas de baixo para cima. Artistas são operários. Operários especializados em fazer arte".