local: MASC
Organizador: MASC
Valor(es): entrada franca
Horário: Abertura : 26/06/2008, às 19:30h Visitação: 27/06 a 27/07/2008, das 13:00h às 21:00h, de terça a domingo.
As obras desta exposição fazem parte de uma proposta na qual o artista discute a relação da imagem contemporânea através do conceito de "grotesco", como uma tradição que longe do esgotamento encontra nas condições contemporâneas sua plenitude.
São imagens digitais, recortes e pinturas que num primeiro passar de olhos apresentam-se agradáveis através de diferentes estratégias de construção, tais como a repetição, o jogo de cores, o uso de padrões abstratos e principalmente, a apropriação de Ukiyo-ê (s) em releituras ou referências a estes. No entanto, quando observadas novamente revelam ao observador cenas de sexo ou violência (terrorismo e guerras) retiradas da internet e manipuladas digitalmente. Desta forma o trabalho discute a recepção da imagem contemporânea nos meios visuais (seja na televisão, na internet, nos out doors ou nos objetos artísticos) através do questionamento de conceitos tais como percepção, passividade, dormência e principalmente entre prazer e repulsão.
Em uma imagem grotesca, a beleza disfarça o improvável, o sórdido e a estupidez. Quando se olha uma imagem grotesca, o prazer e a felicidade se apresentam ao primeiro instante. Não ocorre o mesmo com boa parte das imagens veiculadas pela publicidade que ocultam atrás do glamour as perversidades e contradições do sistema econômico? E não ocorre igualmente com a forma como as imagens são veiculadas nos noticiários da televisão, sempre tão assépticas e agradavelmente semelhantes? No entanto, o volume e a velocidade com que estas imagens são despejadas pela mídia impedem que as pessoas as observem atentamente. E o que esta oculto permanece oculto. Mas quando as analisamos com atenção podemos ver que o improvável, o indesejado e o incômodo ali se encontram. Por este motivo o grotesco nunca foi tão contemporâneo!