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local: MASC e FUNDAÇÃO CULTURAL BADESC.
Organizador: Fernando Lindote
Horário: livre

Sofia Borges (imagem)

Já pela ausência da pintura figurativa que, a darmos crédito à estatística da Editora Taschen, estabelecido de acordo com o mercado e as agendas expositivas, firmou-se como a proposta mais insistente do panorama das artes visuais nos últimos 05 anos, em escala mundial, o resultado deste Salão (como o de qualquer outro) não passa de um recorte arbitrário e incompleto da produção globalizada. 

Quando termina a seleção das obras – atribuição dos críticos – ainda não se conclui o Salão, nem se esgotaram as semiologias dos projetos envolvidos. Com a entrada em cena do curador, e na expectativa da presença do público, monta-se a exposição. Ela não será um hipotético panteão de valores emergentes, cujas excelências instrumentais já foram avaliadas. Comporá, sim, um tópico inédito: é hora de as obras adquirirem na mostra – e ainda que seja provisoriamente – nova identidade.

Se assim o desejar, o curador se empenha em encontrar na diversidade de operações em pauta, e para além das singularidades, os fios simbólicos mais as conexões críticas que ele identifica, tomando como base intenções afins ou divergentes; ou, então, temas subliminares que possibilitam leituras reflexivas e autorreflexivas. O curador não põe em relevo a arquitetura particular de cada peça. Atém-se, antes, ao jogo das relações recíprocas. Mais do que isto: à transformação do acervo em objeto de apropriação e até de co-autoria. Vai além das explicações mútuas; revela a problematização da unidade da obra e a do autor. Promove não a formatação de uma família, mas a possibilidade de se investigar o que Foucault designaria como “as condições de funcionamento de práticas discursivas específicas”.

Neste Salão, o curador de montagem discerniu alguns lugares simbólicos que têm produzido vasta genealogia na vigência da contemporaneidade. São eles os temas: corpo, paisagem e objeto; e o médium: fotografia, No campo centrípeto, a reflexão sobre procedimentos: a passagem da pintura para a fotografia, e as polissemias do objeto; no campo centrífugo, o corpo e a paisagem. Todos esses tópicos foram freqüentíssimos desde os anos 60. Já libertos de um restrito julgamento de valor estético, conquistaram redutos a partir dos quais muito mais era possível ser investigado e proposto. O uso do ready made por Duchamp, por exemplo, já pouco tem a ver com seu emprego nos dias de hoje.

Tomemos, como caso, a paisagem. No pré-modernismo ela fora um pretexto para a recuperação das aparências da natureza. No modernismo se tornou pretexto para o exercício projetivo de uma personalidade que codificava morfologias tomando a natureza por base, ao passo que tinha no estilo sua mira. Tornou-se, na arte contemporânea, a oportunidade de a natureza falar por si e diferentemente cada vez que contrastada com um contexto. Se quisermos, pretexto para N tomadas de consciência que o autor julgar necessário praticar, recorrendo a todas as portas do conhecimento. Até a ausência completa, ou não-paisagem.

A discussão do objeto passa por outras tantas alternativas. Inclusive pela do objeto não existente.
O corpo – e o corpo do artista como veículo – é outro desses itens exemplares e já tradicionais. Tornou-se modo hegemônico de décadas passadas quando a liberação sexual estava na ordem do dia. Ao contrário do que sucedia no contexto pré-contemporâneo, as funções lingüísticas do corpo, explícito ou velado, são agora inesgotáveis, uma vez que, dando-se como espaço relacional, o corpo pôde deixar seu circuito fechado e transformar-se num instrumento de problematização da cultura.

Da fotografia digamos apenas duas coisas. Primeiro: como afirmou Douglas Crimp: “o pós-modernismo começa quando a fotografia chega para perverter o modernismo”. Segundo: como disse Thomas Ruff: “a fotografia finge. Pode-se ver tudo o que aparece frente à máquina fotográfica, mas há sempre mais qualquer coisa”. Sempre quaisquer coisas que suscitam uma pluralidade de discursos capazes de repensar o mundo e de formular perguntas a cada ocasião em que novo ângulo histórico ou novo fluxo ideológico o exigirem.

Assim, mediante a interferência do curador, a exibição de um acervo de Salão comporta-se como certo espelho em que o mundo da arte, ou pelo menos um fragmento dele, reflete pelo e para os olhos da rede, ou do sistema, as virtualidades intermináveis que tem o homem de reinventar-se mediante o exercício artístico.
João Evangelista de Andrade Filho

O Museu de Arte de Santa Catarina – MASC – no período de 04 de novembro a 04 de janeiro de 2009, abrirá suas portas para a visitação da mostra das obras selecionadas nesse já tradicional Salão. O júri de seleção / premiação foi composto pelos críticos e artistas plásticos: Paulo Herkenhoff Filho (Rio de Janeiro), Márcio Sampaio (Belo Horizonte), Anita Prado Koneski (Florianópolis), Ana Gonzalez (Curitiba) e Cauê Alves (São Paulo). A mostra foi desdobrada em 2 exposições: uma no MASC e outra, na FUNDAÇÃO CULTURAL BADESC.

Desde a sua criação, em 1993, foram realizados 10 edições do Nacional Salão Victor Meirelles, de acordo com o calendário abaixo:

1993: I Salão
1994: II Salão
1995: III Salão
1996: IV Salão
1997: V Salão
1998: VI Salão
2000: VII Salão
2002: VIII Salão
2006: IX Salão
2008: X Salão

A curadoria de montagem esteve a cargo do artista e crítico Fernando Lindote, que avaliou as potencialidades expositivas das obras enviadas. O Salão Nacional Victor Meirelles é patrocinado pela Fundação Catarinense de Cultura, através da Diretoria de Difusão Artística e desde sua criação vem sendo coordenado pelo MASC.
Na Sala Especial Harry Laus, do MASC, expõe a artista Doraci Girrulat, como convidada especial, devido à sua importância na expansão do valor pedagógico da Arte, dando origem a um leque de novos talentos. Doraci se faz acompanhar de obras de 10 ex-alunos que apontam influências de seu labor artístico-pedagógico. São eles: Adriana Fritzen, Carlos Asp, Dirce Körbes, Indian Hoewell, Luana Wedekin, MAIA – Dirce Teresa da Guarda, Raquel Stolf, Regina Melim, Ricardo Ramos e Sílvia Teske.

O Salão se compõe de trabalhos dos seguintes artistas:
André Venzon
Cláudio Trindade
Cleverson Luiz Salvaro
Duda
Fernando Burjato
Fabiana Wielewicki
Felipe Prando
Gabriel Netto
Geraldo Zamproni
Gisela Milman
Laerte Ramos
Luciano Boletti
Maikel da Maia
Márcio Monteiro
Osvaldo Carvalho
Pedro David
Pedro Motta
Priscila dos Anjos
Pino
Rommulo Vieira Conceição
Ricardo Kolb
Sofia Borges
Tatiana Ferraz
Talita Caselato
Toni Camargo
Traplev
Thiago Honório
Vilma Sonaglio
Yuri Firmeza

 

 

 

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