O Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), espaço administrado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) no Centro Integrado de Cultura (CIC), recebe, entre os dias 17 de maio e 1 de julho de 2012, a exposição Palavras e Obras, de Bené Fonteles. Serão, na verdade, duas mostras que irão dialogar entre si: a primeira compreende o lançamento do livro Cozinheiro do Tempo e a exposição antológica Contemplo, ambos do renomado artista plástico paraense; a segunda, intitulada O que há de vir?, é uma exposição inédita da artista catarinense Silvana Leal, convidada por Bené.

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A exposição Contemplo compreende 32 obras, entre objetos, montagens e instalações, que abrangem a produção de Bené Fonteles nos últimos doze anos. Já passou pela Estação Pinacoteca do Estado de São Paulo e pelo Conjunto Cultural da Caixa Econômica, em Brasília e Salvador. Para Florianópolis, Bené pretende acrescentar sete novos trabalhos de sua atual produção.

A segunda exposição, O que há de vir?, é composta por cinco novos conjuntos de obras da artista catarinense Silvana Leal. Esses trabalhos serão incorporados por meio do diálogo entre os dois artistas. A mostra é composta por instalações, vídeos, fotos, performance, objetos e poemas. Bené Fonteles será responsável, em ambas as exposições, no que concerne à curadoria e concepção de montagem.

A mistura dos trabalhos de Bené e Silvana dá forma à mostra Palavras e Obras, cujo principal objetivo é promover a sociabilização e a difusão da obra de ambos os artistas, um nacional e outro catarinense, por meio de ações educativas e socioculturais. Durante o período da exposição, será exibido o documentário O Cozinheiro do Tempo, de André Luiz de Oliveira, sobre a carreira de Bené Fonteles. O filme, com duração de 55 minutos, terá sessões previamente agendadas por meio dos telefones (48) 3953-2324 e 3953-2380.

Sobre Bené Fonteles

Bené Fonteles é paraense da cidade de Bragança, e há 40 anos desenvolve uma obra em torno da apropriação de materiais que lhe causam alumbramento. Sua obra encontra-se no âmbito da valorização da cultura popular e erudita.

Artista de grande projeção nacional, Bené iniciou seu trabalho como artista plástico e compositor na década de 1970, em Fortaleza, onde também se tornou jornalista e editor de arte. Desde então, desenvolve projetos gráficos para edições culturais, educacionais e ecológicas, que se estendem por várias décadas entre São Paulo, Fortaleza, Belém, João Pessoa, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Cuiabá, Rio de Janeiro e Brasília.

Como proposta de sua arte, decidiu não sair de seu país de origem e aprofundar seu conhecimento acerca de um Brasil universal. Morando em sete estados brasileiros, situados estrategicamente em todas as regiões do país, toma conhecimento de sua realidade sociocultural, ecológica e espiritual, e faz da criatividade e generosidade de seu povo afro-indígena-caboclo o motivo de feitura e inspiração de sua obra.

Artistas como Bené Fonteles são de extrema importância. A relevância atribuída a sua obra pode ser observada nas palavras de Marcelo Mattos Araújo, diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo: "A mim, o que me fascina na sofisticada e altamente elaborada arte de Bené Fonteles é a capacidade de nos despertar, de provocar, de emocionar e de fazer pensar. Impossível passar incólume diante destas construções que articulam popular e erudito, experiência e pensamento, matéria e alma". Ou, ainda, nas palavras encontradas no catálogo Palavras e Obras, escritas por Wagner Barja, atual diretor do Museu da República Brasília: "Ao aproximarmo-nos dos objetos que o artista cria, percebe-se a extremada reverência que ele tem ao recolher objetos e referências culturais para introduzi-las no âmbito do espaço mítico e sagrado."

Sobre Silvana Leal

Silvana Leal, artista catarinense convidada a dialogar com a obra de Bené Fonteles, tem como proposta a exposição O que há de vir?. Suas obras tratam sobre questões de ecologia humana, ambientais e poéticas na paisagem da Ilha de Santa Catarina - temas propostos por Bené em várias regiões do país.

Silvana mora atualmente em Florianópolis. A artista teve seu trabalho reconhecido por Bené Fonteles em 2005, durante a exposição O forasteiro (Foto Arte). "A fotografia aqui deixa o raso do documento, e se monumenta como arte. Inscreve com perigo e no limite tão necessário à arte que é a dúvida, uma "outra linguagem" sem margem e soberana", definiu o paraense sobre o trabalho da catarinense.

A mostra O que há de vir? conta ainda com a participação do artista Guaraci Cabrera, que desenvolve com Silvana um conjunto de obras denominado Molusco Habitante.

Serviço:

O que: Exposição Palavras e Obras, de Bené Fonteles (Brasília) e Silvana Leal (Florianópolis)
Onde: Museu de Arte de Santa Catarina (Masc) - Avenida Governador Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica - Florianópolis - SC.
Visitação: de 17/05 a 01/07/2012. De terça-feira a domingo, das 10h às 21h15min.
Informações e visitas mediadas (com agendamento prévio): (48) 3953-2319.

Fonte: Assessoria de Comunicação FCC