A cultura da pipa será tema da próxima exposição fotográfica do projeto Patrimônio Caeira. No próximo domingo, dia 20, a comunidade do Caeira no Bairro Saco dos Limões, em Florianópolis, terá a chance de mais uma vez se ver retratada nos trabalhos apresentados na pracinha ao lado da quadra da Consulado do Samba.

O projeto foi aprovado pelo Edital Elizabete Anderle, de estimulo à cultura - promoção do governo do Estado, através da Fundação Catarinense de Cultura. O objetivo registrar a memória cultural da comunidade do Caeira através de fotografias, textos, encenações e material virtual.

As fotos serão expostas às 10h da manhã e permanecerão até o anoitecer do dia. A partir das 14h, alunos da oficina de teatro se apresentarão com performances baseadas no texto do morador e poeta Ivaldo Lopes.

A prática de soltar pipa ou pandorga sempre foi comum na localidade. Durante os meses de janeiro e fevereiro crianças, adolescentes e até mesmo adultos aproveitam o tempo livre das férias para observar o céu e as condições do vento para então levantar suas pipas a fim de disputar nas alturas o título de Melhor pipeiro do Caeira.

Rafael Vilela é professor da oficina de fotografia do projeto e diz que não teve como não aproveitar o colorido e o movimento das pandorgas, que se cruzam ao mínimo vento que bata, para realizar saídas fotográficas voltadas ao tema.

Entre as 25 imagens apresentadas no próximo domingo está uma série intitulada Cabeças-de-Pipa. Elas impressionam pelas cores do papel de seda posicionado na frente do rosto de cada Pipeiro.

São jovens de várias idades, sotaques, gostos e visões de vida que na hora de soltar pipa só pensam em diversão como competição, ou vice-versa.

Crianças como Lucas Alberto Correia de 6 anos que deixou de ir ao primeiro dia de escola para soltar pipa com o irmão, Bruno, de 9 anos. De chinelo e latinha na mão, ele sobe as ruas íngremes do Morro do Caeira para achar o melhor ponto e empinar sua pipa verde e rosa.

Fonte: Carlos Silva, assessor de imprensa do projeto