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Seis dias após a abertura da exposição Ticuna em Dois Tempos, estaremos diante de novo evento que busca imergir e compartilhar do mundo pensado e vivido pelo povo Ticuna, a partir de olhares de dois antropólogos-pesquisadores atuantes e comprometidos com os direitos dos povos indígenas, bem como de um influente Ticuna. Trata-se da mesa redonda intitulada "Museus e povos indígenas: espaço para o diálogo intercultural", da qual participarão os docentes João Pacheco de Oliveira e Priscila Faulhaber, e o diretor do Museu Magüta, Nino Fernandes. O evento ocorrerá no dia 15 de maio, das 16h às 18h, no Pavilhão Antropólogo Sílvio Coelho dos Santos / MArquE - UFSC. O Projeto Museu em Curso deste mês é uma realização Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral/MArquE - UFSC, da Graduação em Museologia - UFSC, do Instituto Brasil Plural  e  do Museu Amazônico - UFAM.

Palestrantes

João Pacheco de Oliveira é Professor Titular do Museu Nacional, curador das coleções etnológicas do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social e docente do PPGAS/MN/UFRJ. Foi presidente da Associação Brasileira de Antropologia/ABA entre 1994 e 1996 e por diversas vezes exerceu a função de coordenador da Comissão de Assuntos Indígenas, função pela qual responde também na atual gestão.

João Pacheco de Oliveira trabalha com os Ticuna desde a década de 1970. Foi um dos fundadores e primeiro presidente do Maguta: Centro de Documentação e Pesquisa do Alto Solimões, entidade criada em 1986, que deu origem ao atual Museu Magüta, administrado pelo movimento indígena, por meio do Conselho Geral da Tribo Tikuna/CGTT. Sua dissertação, intitulada As Facções e a Ordem Política em uma Reserva Tükuna, data do ano 1977 (UnB). Sua tese denomina-se ?O Nosso Governo?. Os Ticuna e o Regime Tutelar. Defendida em 1986, na UFRJ, foi publicada em 1988.

Na década de 1990 volta-se também para melhor compreensão dos contextos vividos pelos povos indígenas da região Nordeste, resultando, dentre outros, na formulação da categoria processo de territorialização, ?definida como um processo de reorganização social que implica: 1) a criação de uma nova unidade sociocultural mediante o estabelecimento de uma identidade étnica diferenciadora; 2) a constituição de mecanismos políticos especializados; 3) a redefinição do controle social sobre os recursos ambientais; 4) a reelaboração da cultura e da relação com o passado.?

Suas publicações somam volumosa quantidade de livros, artigos, textos jornalísticos etc.

Priscila Faulhaber é pesquisadora da Coordenação de História da Ciência do Museu de Astronomia e Ciências Afins e pesquisadora-associada do Museu Paraense Emílio Goeldi, de Belém/PA. Atua como professora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Amazonas e do Programa de Pós-Graduação em Museologia da UNIRIO.

Sua dissertação, denominada Índios Civilizados. Etnia e Alianças em Tefé, data de 1983 (UnB) e foi transformada em livro quatro anos depois. O Navio Encantado. Etnia e Alianças em Tefé enfoca o contexto das relações interétnicas entre os povos Miranha, Matsé (Mayoruna) e Cambeba e vários segmentos da sociedade envolvente na região de Tefé, no Médio Rio Solimões, Amazonas. Sua tese, O Lago dos Espelhos. Um estudo antropológico a partir do movimento dos índios de Tefé/AM, de 1992 (Unicamp), publicada em 1998, oferece exame sobre o entendimento de fronteira étnica, definida a partir da territorialidade indígena na situação produzida com a demarcação das terras indígenas no Médio Solimões. 

A partir do projeto de pesquisa Os índios ticuna e a coleção Nimuendaju do Museu Goeldi, sob sua coordenação, foi criado o Banco de Dados com as peças Ticuna da Coleção Nimuendaju do Museu Paraense Emílio Goeldi, disponibilizado no CD-ROM Magüta Arü Inü. Jogo de Memória: Pensamento Magüta (Belém, Museu Goeldi. Prêmio Rodrigo de Melo Franco de Andrade na categoria Inventários de Acervos e Pesquisa, Brasília, IPHAN, 2003). A análise das correlações entre a iconografia das máscaras ticuna da Coleção Curt Nimuendaju (1941/1942) e a mitologia exposta na monografia deste etnólogo (1952) remete, como escreve a autora, ?à análise da performance do ritual de puberdade feminina no que toca à liminaridade, cuja simbologia abrange as temáticas da fertilidade da mulher e da natureza, da complementaridade das metades, da passagem do tempo, das obrigações sociais da mulher e da organização dos papéis e lugares na organização social Ticuna.?

Suas publicações somam volumosa quantidade de livros, artigos, textos jornalísticos etc.

O Ticuna Nino Fernandes responde pela direção do Museu Magüta, o primeiro museu indígena do país que, em 1996, foi premiado pelo International Commitee on Museums (ICOM) e em 1999 foi tema de uma grande exposição realizada no Tropenzmuseum (Museu Tropical) em Amsterdam.

Nino Fernandes recebeu a Ordem do Mérito Cultural do ano de 2005 do Presidente Lula e do Ministro da Cultura Gilberto Gil. Em 2007 foi agraciado com a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, entregue pelo presidente Lula. Em dezembro de 2008 lhe foi auferido o Prêmio Chico Mendes, outorgado pelo Ministério do Meio Ambiente. 


Serviço:

O quê: Museu em Curso, Mesa Redonda - Museus e Povos Indígenas: Espaço Para o Diálogo Intercultural.
Quando: 15 de maio de 2012, das 16h às 18h
Onde: 2º Piso do Pavilhão Antropólogo Sílvio Coelho dos Santos / MArquE - UFSC
Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima, s/n - Trindade - Florianópolis.
Entrada franca
Informações: (48) 3721-8604 ou 9325
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Serão fornecidos certificados

A Fundação Cultural de Blumenau, por intermédio do Museu da Família Colonial, Museu de Hábitos e Costumes e do Museu de Arte de Blumenau, em comemoração ao dia Internacional dos Museus, 18 de maio, promoverá uma Mesa Redonda com a temática Acessibilidade em Museus. O objetivo é debater acerca da inclusão de deficientes visuais e da experiência de comunicação envolvendo um pai e seu filho autista com uso da arte visual.

A mesa será composta pela gerente do Centro Braille, Eliane Luchini, e pelo artista plástico, fonoaudiólogo, mestre em educação superior Miguel Higuera Cancino. O debate ocorrerá no dia 18 de maio de 2012, no Auditório Edith Gartner ( Rua XV de Novembro, 161), das 14h às 17h.

A palestrante Eliane Luchini abordará sua expêriencia com cegos, bem como as atividades desenvolvidas pela Fundação Cultural de Blumenau para atender a este público, e como estas ações podem ser desenvolvidas e adaptadas dentro de um museu. A palestra também versará sobre a experiência de comunicação entre um pai e seu filho autista através da arte visual, evidenciando que as dificuldades do autismo podem ser vistas sob um olhar diferente e mais positivo que motive as famílias a compartilhamento no cotidiano com seus filhos.

Miguel Higuera Cancino é especialista em Autismo, Asperger, Síndrome de Down e SDAH, com experiência nessas áreas há mais de 27 anos. É também fonoaudiólogo e mestre em Educação Superior,  docente do curso de Mestrado de Neurociência da Universidade Finis Terrae - Chile. Além disso, é autor do livro 'Mi hijo no habla", em que relata sua experiência com o filho autista.

A inscrição é gratuita e pode ser feita até 17 de maio, pelos telefones (47) 3322-1676 / 3326-6596 ou e-mails Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. / Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

• Palestra na UDESC.   15/05/2012
Horário: 19h às 20h30
Tema: Resgate da contabilidade no início da colonização de Ibirama.

•    Revitalizando o museu do centenário de Ibirama.

•    Formalização de doações de acervo.

•    Rafael. Criação de um novo espaço democrático.
(revelando fragmentos de memória da comunidade de Rafael/Ibirama – SC).
Inauguração dia 26/05/2012
horário: 15h30min.

•    Distribuição de atividades como CAÇA-PALAVRAS HISTÓRICO-CULTURAL contendo informações sobre o município aos grupos escolares visitantes.
LOCAL DO EVENTO:  Museu Municipal

•    Inauguração da sala de Exposição do Acervo Histórico Pastor Paul Aldinger e Igreja Evangélica ¨Martin Luther¨

•    Ato de recebimento e estudo do  Mapa confeccionado pelo pacificador indígena, Eduardo de Lima e Silva Hoerhann em 1912, em comemoração aos 44 anos do Museu e Centenário deste MAPA.

•    Exposição itinerante de painéis referentes ao Universo Arquitetônico e Cultural de Ibirama.

•    Visitação destinada a grupos diversos do município e da região, com explanação do contexto histórico de todo o acervo.

•    Ato de recebimento do acervo de Réplicas de Aviões (80 peças) dos colecionadores Sr. Rolf Betz e Sra. Margot Betz, e exposição permanente do novo acervo.

A Semana Nacional de Museus ocorre anualmente para comemorar o Dia Internacional de Museus, 18 de maio. Nesse ano, a sua 10ª edição ocorrerá entre os dias 14 e 20 maio de 2012, quando instituições museológicas de todo o país promoverão eventos em torno de um único tema Museus em um Mundo em Transformação - novos desafios, novas inspirações.

7ª Semana do MTC


Este ano o MTC comemora sua 7ª participação neste evento com uma programação diversificada e atraente aos diversos públicos: estudantes, acadêmicos, professores, produtores culturais e comunidade. Serão oferecidas oficinas diurnas e noturnas, palestra, exposição artística, apresentação musical, sessões de cinema e visitação durante todo o final de semana (dias 19 e 20).

1ª Semana Integrada de Museus de Lages

Com o objetivo de fortalecer o setor museológico da cidade, o MTC, juntamente com o Museu Malinverni Filho, Museu Ferroviário e Espaço Cultural Reche, realiza a 1ª Semana Integrada de Museus de Lages uma iniciativa que busca divulgar de forma conjunta os acervos e ações desenvolvidas por estas instituições.

Serviço:
O que: 7ª Semana do MTC
Onde: Museu Histórico Thiago de Castro
Quando: 14 a 20 de Maio de 2012
Mais informações: (49) 3222-7603
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Blog: http://mtclages.blogspot.com/

Serviço 2:
O que: 1ª Semana Integrada de Museus de Lages
Onde: Museu Histórico Thiago de Castro, Museu Malinverni Filho, Museu Ferroviário e Espaço Cultural Reche
Quando: 14 a 20 de Maio de 2012

Mais informações:

Museu Malinverni Filho
Fone: (49) 3222-0897

Museu Ferroviário
Fone: (49) 3251-9565

Espaço Cultural Reche
Fone: (49) 3224-1784

Museu Histórico Thiago de Castro
Fone: (49) 3222-7603
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Blog: http://mtclages.blogspot.com/

Confira a programação no arquivo anexo ao lado desta matéria

Quando em julho de 1962 o jovem historiador Sílvio Coelho dos Santos viajou para o território Ticuna em uma expedição arriscada pelo alto rio Solimões, tinha o desafio de agregar experiência prática à sua formação teórica como antropólogo. Ao chegar ao município de Benjamim Constant, ao lado da colega Cecília Maria Helm e do etnólogo Roberto Cardoso de Oliveira, que o orientava na pesquisa, encontrou um povo massacrado pelo avanço violento dos seringueiros e madeireiros sobre suas terras após o boom da exploração da borracha. Desfigurado pelo álcool e pela miséria, os Ticuna lutavam para perpetuar a prática de suas tradições. Mas o pesquisador também encontrou um grupo de riqueza cultural fascinante, que organiza todos os seres vivos, inclusive os humanos, em duas grandes linhagens, a das aves e a das plantas, e cujas máscaras, desenhos e pinturas ganhariam, por sua força e originalidade, fama internacional. Muito além da prestação de contas de um trabalho acadêmico exploratório, a coleção de objetos etnográficos e os registros de campo inéditos deixados pelo antropólogo representam a retribuição emocionada de um jovem de 24 anos ao povo pacífico, mas não passivo, que o acolheu por três meses e o fez selar o pacto de toda uma vida em defesa dos povos indígenas brasileiros.
 
Desde a vivência com os Ticuna (Túkuna, na grafia original) até o dia de sua morte, em outubro de 2008, de câncer, Sílvio Coelho dos Santos dedicaria sua inteligência e energia física à compreensão do modo de ser índio. No dia 9 de maio, às 19 horas, no campus da UFSC em Florianópolis, o Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral (MArquE) apresenta pela primeira vez ao público a coleção com 53 objetos recolhidos entre os Ticuna e os registros de campo, compostos por 135 diapositivos (slides) e dois diários produzidos pelo antropólogo catarinense no coração da selva amazônica. Desde que retornou da expedição, no final dos anos 60, esse legado esteve depositado na Reserva Técnica da antiga sede do Museu Universitário, do qual ele foi um dos fundadores, aguardando as condições de climatização e conservação que um acervo dessa natureza e importância exige para ser exposto. Isso só foi possível com a inauguração do grande pavilhão que recebe seu nome, no dia 24 último, pela Secretaria de Cultura e Arte da UFSC.
 
Subindo de barco os igarapés e visitando comunidades, Sílvio Coelho recolheu objetos representativos dessa cultura com a preocupação de salvá-los da desaparição e esquecimento futuros, em uma mostra do vínculo afetivo e político que o ligou ao "povo pescado com vara". A cosmogonia Ticuna acredita que essa gente foi pescada com vara por um herói mítico (Yo´i) nas águas vermelhas do igarapé Eware, segundo conta a chefe da Divisão de Museologia do MArquE Cristina Castellano, que coordena a exposição ao lado da museóloga Viviane Wermelinger  e da restauradora  Vanilde Ghizoni. Depois de nascer do rio, passou a habitar as cercanias da montanha Taiwegine, onde morava o herói, um local preservado até hoje como testemunho sagrado da gênese desses índios que enfeitiçaram o antropólogo catarinense pelo coração e pela mente.
 
A exposição "Ticuna em dois tempos" traz à tona essa história de amor ao conhecimento e homenagem a mais numerosa nação indígena da Amazônia brasileira e também do país. Cruza dois olhares de duas épocas distintas em duas coleções produzidas com critérios e objetivos diferentes sobre a mesma etnia. De um lado, o olhar do historiador e antropólogo catarinense representado no material coletado durante a sua participação no Curso de Especialização em Antropologia no Museu Nacional (da antiga Universidade do Brasil), no Rio de Janeiro, na década de 1960. Integram o conjunto de Sílvio Coelho adornos pessoais, cerâmicas, cestos e utensílios domésticos, bonecas esculpidas em madeira, estatuetas em madeira de macaco prego, esculturas antropozoomorfas, mantas, remos, indumentárias completas, brinquedos infantis, um tambor e principalmente bastões cerimoniais, máscaras e outros objetos ritualísticos utilizados na Festa da Moça Nova, além de slides de figuras humanas e paisagens.
 
De outro lado, está o olhar estético do artista plástico Jair Jacmont, que formou sua coleção na década de 1970, adquirindo os objetos dos próprios índios, na cidade de Manaus. São mais 135 peças, entre esculturas antropomorfas e bastões de ritmo usados para danças e rituais, além de uma considerável quantidade de máscaras esculpidas em madeira. Sob a guarda do Museu Amazônico da Universidade Federal da Amazônia desde 1994, essa coleção veio para Florianópolis como parte de uma parceria com a Rede de Museus do Instituto Brasil Plural - IBP. Explica a diretora do MArquE Teresa Fossari que a exposição conjunta é um projeto alimentado há longa data pelas duas instituições de extremos opostos do Brasil, com o objetivo de promover o diálogo entre esses dois reveladores olhares para a mesma cultura.
 
Serviço:
Exposição: "Ticuna em Dois Tempos"
Local: Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral
Universidade Federal de Santa Catarina - Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima - Trindade - Florianópolis - SC
Abertura: 9 de maio, às 19 h
Período de exposição: 10 de maio a 25 de outubro de 2012
Horário: Segunda a sexta (fechado às terças) - 10h às 17h
 

Fonte: Informações da SeCArte da UFSC

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