Com a presença de diversos profissionais de instituições museológicas de Santa Catarina e do Brasil, começou nesta segunda-feira (15), em Laguna, a quinta edição do Fórum Catarinense de Museus. A solenidade de abertura, realizada no Cine Teatro Mussi, no centro histórico da cidade, reuniu estudantes, professores, pesquisadores, autoridades e gestores da área cultural.

O evento é organizado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), por meio do Sistema Estadual de Museus (SEM/SC) em parceria com a Prefeitura de Laguna. O encontro integra a programação comemorativa de 40 anos da FCC.

Durante a cerimônia de abertura, a presidente da FCC, Ana Lúcia Coutinho, destacou que o Fórum Catarinense de Museus ocorre em um momento de empoderamento da cultura em Santa Catarina. Ressaltou que cabe ao poder público a criação de políticas, bem como a capacitação de agentes para fortalecer ações para o setor, citando como exemplo o Fórum. “A cultura possui a capacidade de transformar. Ela traz alegria e melhora a sociedade”, defendeu.

O presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Paulo Amaral, lembrou o que chamou de “lamentável incêndio no Museu Nacional”, ocorrido no ano passado, no Rio de Janeiro. Segundo ele, com a tragédia, aumentou a preocupação com a gestão de risco no setor. “O fato foi muito triste, mas fez aumentar a consciência sobre prédios históricos e instituições com memória”, concluiu.

Ainda durante o evento, o diretor de Patrimônio Cultural da FCC, Diego Fermo, destacou as quatro décadas da FCC e o trabalho constante da entidade em defesa da integridade do patrimônio cultural de Santa Catarina. Já o prefeito de Laguna, Mauro Candemil, agradeceu a presença de todos, desejando um bom evento e sugerindo que os participantes visitem as casas históricas existentes na cidade. Coube ao coordenador do SEM/SC, Renilton Assis, e à presidente da Fundação Lagunense de Cultura, Mirela Honorato, fazerem os agradecimentos à equipe e aos apoiadores do Fórum.

A solenidade de abertura contou, ainda, com uma apresentação musical com a soprano Terezinha Flor, o tenor João Rodrigues e o pianista Diego Resende.

Vale destacar que a marca do 5º Fórum Catarinense de Museus faz referência à Ponte Anita Garibaldi, de Laguna, e à pesca artesanal com auxílio de botos – patrimônio cultural catarinense reconhecido pela FCC.

Abertura dos trabalhos técnicos

conferencia de aberturaA conferência de abertura contou com a participação do museólogo Cícero Antônio Fonseca de Almeida, do Museu Casa Geyer, do Ibram, e professor da Unirio e da UCAM. Ele contextualizou sobre as leis e documentos que normatizam o funcionamento dos museus no Brasil, como os estatutos e planos museológicos, muitos deles inspirados na experiência da França, Portugal e Espanha. Destacou que essas ferramentas são políticas fundamentais para valorização, funcionamento e manutenção dos museus brasileiros. Cícero também comentou o incêndio do Museu Nacional e alertou para a necessidade de mais atenção com o patrimônio cultural do país. “A classe média brasileira se importou mais com o incêndio da Notre Dame (Paris) do que com o Museu Nacional”, provocou ao comparar os recursos financeiros doados em ambas as situações.

No início da tarde, a presidente do Conselho Federal de Museologia (Cofem), Rita de Cássia de Mattos, a representante do Conselho Internacional de Museus (ICOM/BR), Marília Bonas, a museóloga Poliana Santana e o presidente do Conselho Regional de Museologia da 5ª região, Marco Antônio Figueiredo, falaram sobre ética profissional no campo da museologia. "O mínimo que os museólogos devem conhecer são as leis que regem sua atividade profissional", alertou Rita. Já Marco Antônio Figueiredo destacou a importância da formação acadêmica dos profissionais.

As atividades do Fórum Catarinense de Museus seguem até quarta-feira (17), com palestras, debates, oficinas, plenárias e relatos de experiências, envolvendo diversas áreas relacionadas a museus, como educação, restauro, conservação, arquitetura, legislação, história, artes e patrimônio.